Uma CEO inalcançável.

By Mila_Sn

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Julieta Delvecchio é a irmã mais velha das quatro irmãs Delvecchio. Criada em uma família típica italiana po... More

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By Mila_Sn

Julieta

Abro os olhos lentamente, notando pela persiana aberta que amanheceu, me movo lentamente sentindo um tipo de muro nas minhas costas, me viro com cuidado e vejo Martín com seus braços ao meu redor.

Sorrio lembrando da sua preocupação com minhas roupas e penso como sua declaração mudou as coisas dentro de mim.

Me desenrosco do seu abraço e levanto com cuidado,  olho para a camiseta em meu corpo quase como um vestido.  Ele iria rir horrores de mim!

Sigo ao banheiro fazendo as higienes matinais e me visto com a roupa anterior. Fico em dúvida sobre acordá-lo ou ir pra casa, mas deixo um bilhete e sigo para casa de táxi.

São sete horas e sigo às pressas para meu quarto, tomando um banho e vestindo roupas casuais para trabalho, um pouco de blush, batom e perfume.

Desço tão rápido quanto entrei, sigo para garagem, entrando no carro e dando partida.

Um café fora. Eu mereço!

Já na empresa, entro apressada no elevador e encontro com Carlos já tá dentro da cabine.

— Bom dia, Carlos! Como vai? — Cumprimento.

— Bom dia, senhorita Delvecchio, tudo bem. — Ele sorri um tanto sem jeito.

— Como vão os projetos? Tudo está correndo bem? — Puxo assunto.

— Tudo bem, acredito que até o fim da semana poderemos marcar uma reunião para fazer uma amostra. — Ressalta confiante.

— Ótimo, então vou te pedir algo...— remexo em minha bolsa. — Confio cem por cento em você, sei que está se esforçando muito e por isso quero que você grave aqui neste pen drive uma cópia segura do produto final. Eu sempre prefiro ter uma, para comprovar o sigilo e que o produto é nosso, tudo bem?.

— Ah! Claro, pode deixar. — Ele pega o pen drive e o observa sua decoração de picolé com uma sobrancelha erguida.

— Lembre-se que são cópias de segurança, por isso a decoração exagerada. Ah não esqueça mesmo com essa cópia, eu preciso do seu pen drive com o original em minhas mãos. Essa cópia é só um último caso, uma comprovação, ok?

— Certo, entendi. Entrego em suas mãos, certo?

— Exatamente ou o Martín. — A porta do elevador abre no décimo andar. — Obrigada por sua colaboração, Carlos. — Me despeço do homem.

O elevador volta a entrar em movimento e logo chega ao andar da presidência. Assim que saio da cabine, noto Angelina andando de um lado para o outro um tanto ansiosa.

— Bom dia…?— Digo confusa.

— A Celina nos abandonou! — A morena começa em tom dramático. — Ela disse que tinha última prova de vestidos, algo como ver o sabor do bolo, confirmar a decoração e a recepção e disse que na sexta...— Ela toma fôlego de um jeito meio estranho. — Sexta é o dia de beleza dela e mais! Mais! Ela disse que ia ficar uma semana em lua de mel! — A menina se joga na cadeira de modo dramático, como se desmaiasse.

— Você podia entrar para o teatro! — dou risada. — Por que tanto nervosismo? Ela passou um mês inteirinho informando seus benefícios de casamento.

— Porque quem vai substituir ela? Ela avisou eu sei, eu sei! Mas quem vai? Quem?

— Você?! — Afirmo.

— Exatamente! — ela faz cara de choro e eu caio na risada, quando Martín entra olhando a cena com o  semblante um tanto confuso.  — Como eu vou conseguir fazer tudo que ela faz? Como? Por que ela nos abandonou?! — Ela choraminga abaixando sua cabeça na mesa.

— Angelina? — Cutuco seu ombro e ela levanta a cabeça com o rosto vermelho. — vai dar tudo certo, é pra isso que serve o estágio, você vai se dar bem, é uma ótima oportunidade e eu sou bem legal. — Dou um sorrisinho que a faz rir. — Olha te trouxe até um bolinho — Ofereço lembrando que eu havia realmente pensado nela na hora do bolinho.

— Ah que gentil! — Angelina tira o bolinho das minhas mãos e o devora em minutos. — Ok, eu vou conseguir...eu vou conseguir...eu vou conseguir? — Ela se amedronta.

— Vai, vai conseguir! — Eu e o  Martín dizemos juntos.

— Oh! Que bonitinho! — Ela aplaude. — Ok gente, desculpe o drama, estava nervosa, o açúcar fez bem. Vou conseguir.

— Ótimo, vamos trabalhar. — Pego minha bolsa e sigo para a sala. — Não esqueça de trazer a minha agenda.

Entro em minha sala e logo vejo Martín entrando também com um olhar de divertimento.

— Quer dizer que sou correspondido e temos uma desesperada na outra sala? O dia começou muito bom. — Ele diz galante e se aproxima, enlaçando minha cintura e beijando minha bochecha com carinho. — Bom dia, senhorita fujona!

— Martín! — Tento me desprender dele que ri.

— Você admitiu, Juli. — Ele se gaba. — Gosta de mim. E o que fazemos?

— Seguimos o dia como profissionais normais? — Faço careta enquanto Martín sorri.

—Não, nós saímos para jantar e passamos mais tempo juntos comprando decorações para o meu apartamento.

— Podemos jantar, mas essa semana sem a Celina, não sei se teremos tempo para essas compras.

— O jantar é mais importante! — Martín sorri, me beija na bochecha novamente e se afasta. — As 8, até mais tarde! — Animado, ele sai da minha sala.

— E agora? Que pique vou ter pra trabalhar quando eu quero ir logo nesse jantar? — digo sorrindo enquanto ligo o notebook.

O dia passa lento como uma tartaruga, mas quando finalmente passa das seis e Angelina encerra a agenda e se despede eu respiro fundo comemorando que finalmente acabou.

Olho para o pen drive em minha mesa, com a cópia que Carlos me entregou, o guardo dentro da minha bolsa, sabendo que logo vou precisar dele.

Tento ignorar meu instinto que grita avisando que algo vai dar errado e penso no Martín.

Ele não pode fazer isso comigo. Eu amo meu trabalho, mas hoje foi difícil, eu só queria ir embora! Suspiro me levantando.

Os saltos altos na cor preta apertam meus pés e penso se seria bom ir para casa.

Ouço batidas na porta e a cabeça de Martín aparece me olhando.

— Oi, Juli! Mudança de planos, o que acha de irmos ao cinema? Aí depois jantamos ?

— Você bem que tem uma pinta romântica! — Sorrio ignorando os pés. — Vamos sim. Agora?

— Hm…— Martín sobe e desce o olhar sobre mim. — Acho melhor cada um ir para sua casa e colocar uma roupa confortável, nada de ficar amassada por minha causa.

— Mesmo? Por mim está tranquilo. — Insisto.

— Acontece, senhorita Delvecchio — Ele se aproxima com um sorriso e junta as minhas mãos sobre as suas. — É que eu já te conheço um pouquinho. E eu aposto que alguma partezinha desse compacto corpo deve estar amassado ou dolorido dentro dessas roupas. — Diz colocando alguns fios do meu cabelo atrás das minhas orelhas. — E por isso, somente por isso. — Ressalto que iremos para casa e eu irei te buscar às 19h30, esteja bem confortável e baixinha, sem esses saltos apertados.

— Mas Martín, podemos ir!

— E iremos! Com roupinhas bem confortáveis. Estou de terno. Terno! Quem vai ao cinema de terno? Tenha dó de mim pelo menos! — Ele faz cara de cachorro que caiu da mudança e um biquinho que me faz rir.

— Ok. Você venceu! Mas, MAS… só de raiva irei de moletom e tênis!

— Ótimo! — Ele ri com orgulho. — Vamos? — Sugere ainda com um sorriso.

— Vamos! — Digo fazendo careta.

Descemos até o estacionamento e nos separamos indo cada um ao seu carro. Assim que entro, tiro os sapatos notando a  vermelhidão nos dedos.

Como ele adivinhou? Penso enquanto dou partida no carro e seguindo para casa.










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