I'll Let You In (The Good Doc...

By esidois2

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(Long-Fic; M/M) "Shaun era inteligente, mas inocente. Eu era a pessoa ideal para ele. Nenhum outro se relacio... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 7
Capítulo 8

Capítulo 6

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By esidois2

Capítulo 6

[Neil Melendez]

Eu estava tão ansioso para o dia de hoje que acabei acordando antes mesmo do meu despertador tocar. Shaun dormia tranquilamente ao meu lado, um tanto distante de mim, devo dizer. Eu fiz questão de me deitar o mais distante possível dele durante a madrugada quando vim sonolento para a cama.

E funcionou, pelo menos eu e Shaun tínhamos passado a noite sem fazer nenhuma besteira. Me levantei rapidamente, querendo dispersar aqueles pensamentos da minha mente logo tão cedo da manhã. Alcancei meu smartphone que estava carregando na mesinha de cabeceira, e verifiquei a hora. O relógio marcava 5:32 a.m, e nós tínhamos que chegar uma hora antes do evento começar, para pegar as credenciais e fazer todos os procedimentos necessários para autorizar a nossa entrada. Abri meu e-mail para confirmar o horário que começava. Isso, 8 a.m. Decidi checar rapidamente as minha redes sociais, foi quando eu lembrei da Jessica. Eu não havia me comunicado com ela desde que tinha saído do nosso apartamento. Ela também não tinha me ligado, nem mesmo mandado uma mensagem. Desliguei o visor e deixei o telefone em cima da mesinha. Eu não tinha dado nenhuma satisfação desde que cheguei, e como marido dela, eu não me sentia tão mal o quanto eu deveria. Me sentia até bem por isso, na verdade. Será que era disso que estávamos precisando? Da distância, e de darmos um tempo um do outro?

Fui até a sala para pedir o nosso café da manhã pelo telefone. O atendente me informou que hoje eles tinham um serviço de buffet no restaurante, mas eu decidi pedir para entregar no nosso quarto. Eu não veria Shaun o dia inteiro, e talvez só parte da noite, então, eu queria passar esse tempo com ele. Enquanto a comida não chegava, decidi tomar uma ducha e depois ir acordá-lo.

__________________________________

[Shaun Murphy]

Mas que droga! Porque o Melendez- Doutor  Melendez- tinha que demorar tanto para entrar no banheiro?

Eu virava de um lado para o outro na cama, tentando evitar fazer o que eu tanto queria. A verdade é que, desde a noite passada, eu não estava bem. Eu estava agoniado, por causa daquele homem -o qual eu dividira a cama na noite passada- e eu precisava me aliviar. Mas não era como se eu estivesse no meu apartamento, sozinho. Melendez estava ali, a poucos passos de distância de mim, e só de pensar nisso a minha pele voltava a se arrepiar. Eu não tinha dormido direito, muito consciente dele ao meu lado. Tentei me esgueirar o máximo possível até a borda da cama e percebi que ele fez o mesmo. Escutei quando se acordou e quando saiu do quarto. A vontade de levar a minha mão até o meu membro e acabar com aquela agonia era grande, mas eu precisava me conter. Ele poderia entrar no quarto a qualquer momento e me pegar... Fazendo aquilo. Mesmo que essa imagem me trouxesse arrepios que eu percebi gostar, eu não podia passar essa vergonha logo tão cedo pela manhã.

Finalmente, eu escutei a porta do banheiro se fechando e o chuveiro sendo ligado. Não demorei a buscar minha necessaire na mesinha de cabeceira, encontrando o potinho de lubrificante da marca que eu menos odiava. Coloquei um pouco em minha mão, sentindo o toque gelado daquele líquido viscoso me incomodar. Mesmo que eu não gostasse tanto da textura em si, no momento em que eu iniciava aqueles movimentos sobre mim, esse incomodo passava. E foi o que aconteceu. Empurrei o elástico da minha calça e boxer com a outra mão e com cuidado, levei a minha mão melada de lubrificante até o meu membro.

-Ooh!

Tapei a minha boca com a mão livre, eu não podia fazer nenhum barulho. E em geral, eu era muito barulhento quando eu fazia isso.

Eu estava quase que completamente duro, trabalhei nos movimentos rápidos, como eu gostava, sentindo aquela euforia começar a tomar conta de mim. Abri mais as minhas pernas sobre a cama, sentindo agora como eu estava latejante por todas as minhas extremidades. Minha mão continuava a se movimentar rapidamente , eu sentia que estava perto. Eu precisava de algo, eu sentia que estava faltando algo ali, eu queria--

Ouvi o chuveiro fechar e o barulho de água cessar. Melendez logo voltaria ao quarto. Senti meu coração acelerar, agora por um motivo completamente diferente. Ser pego agora seria mortificante. Eu queria um buraco para me esconder e só sair de lá quando Melendez não estivesse mais por perto.

Escutei a porta do banheiro se abrir, e foi o que bastou para meu coração gelar. Me joguei por de baixo das cobertas, conseguindo me cobrir até a cintura bem no momento em que ele abriu a porta e adentrou o quarto. Eu paralisei da forma que estava. Minha ereção sumindo lentamente, mesmo que não por completo.

-Bom di- Shaun? Está tudo bem?

Eu deveria estar uma bagunça, porque é claro, algo havia me denunciado.

-Você está vermelho. Está febril?

Eu o vi dar uns passos em minha direção e me afastei antes mesmo dele se quer chegar perto. Ele não poderia me tocar agora, eu não iria suportar.

-EU ESTOU BEM! -minha voz saiu mais alta do que eu esperava. Ele levantou as sobrancelhas, me olhando por completo. Eu tentei ajeitar o edredom por cima do meu corpo, de modo que eu ficasse cada vez mais coberto por ele.

-Okaay? Eu acho. Se você diz, então.

E como por um milagre, ele recolheu as roupas que ele tinha posto penduradas no cabide, e saiu fechando a porta. Eu soltei um suspiro leve, prendendo a respiração novamente quando vi que ele ainda terminando de fechar a porta, virou em minha direção e me olhou nos olhos por um segundo muito lento.

-Só me diga se precisar de mim, ok? Digo, se você não estiver se sentindo bem... Me deixe saber.

-uh-humm. -Quebrei o contato visual com ele, virando meu rosto mortificado em direção a porta da sacada.

E não era possível. Eu escutei mesmo ele dar um risinho ao terminar de fechar a porta? O que ele estava pensando?!

_________________________

[...]

Eu me sentia trêmulo ao que entramos no táxi em direção ao congresso de medicina.

Melendez me olhava de forma suspeita, eu podia perceber. Era como se ele quisesse me perguntar o que estava acontecendo comigo mas se freasse ao fazer. Como se ele soubesse que eu estava tramando algo... embaraçoso. Eu gostava da maneira silenciosa como ele cuidava de mim. Sorri para a paisagem na janela do carro, ao me dar conta deste fato. Era como se ele estivesse me dando espaço para que eu lidasse com o que quer que seja que eu tinha que lidar agora. E isso era muito incrível da parte dele. Outra pessoa já teria colocado a "minha condição" no meio disso, como se eu fosse eternamente uma criança e não soubesse lidar com a minha própria vida.

Percebi que eu gostava desse jeito dele se importar comigo. Eu gostava muito.

_________________________

[Neil Melendez]

Eu estava inquieto.

O Dr. Gomez palestrava vigorosamente sobre um assunto em específico, mas eu não conseguia conectar sequer duas palavras do que ele dizia. Minha cabeça estava em outro lugar, mais exatamente, revivendo várias vezes a cena que eu tinha presenciado hoje mais cedo pela manhã.

Eu tinha acabado de sair do banho e entrei no quarto(no nosso quarto) e vi Shaun, vermelho e meio que sem folego?!! Daquela forma tão especifica, sabe?... Seus olhos brilhavam, e por algum motivo ele parecia assustado, ao mesmo tempo que... fofo? Argh!

Uma mão por debaixo do edredom e a outra tentando puxar o tecido para cima de seu corpo, sem muito sucesso, devo dizer. Ele estava enrolado de uma maneira esquisita, como se tivesse puxado o edredom por cima de si com muita pressa, mas ele estava deitado sob uma grande parte do mesmo e por isso só uma pequena ponta o cobria da cintura para baixo.

Daí você me pergunta, no que eu estava pensando naquele momento? Bem, eu agora me via num cenário onde eu era capaz de puxar aquele edredom de cima do corpo dele e descobrir exatamente onde aquela mão estava escondida. Sim, porque eu tenho certeza que ele estava se tocando. Eu sentia meu rosto esquentar a medida que eu admitia para mim mesmo que eu queria encaixar meu corpo sobre o dele e--

Eu precisava tomar algum ar.

Levantei quietamente do meu assento naquele auditório escuro e lotado de gente, e saí sem chamar atenção para mim. Caminhei até uma área verde onde o evento tinha disponibilizado alguns food trucks para os visitantes. O ar parecia adentrar os meus pulmões com mais facilidade ali.

Pedi um suco num dos carrinhos que oferecia comida natural e sentei numa das mesas de madeira que tinha ali.

-Neil? É você mesmo?

Eu olhei em direção a voz e, não era possível-

-Mike?!

Dr. Mike tinha simplesmente parado ao meu lado, me fazendo levantar para cumprimentá-lo. O cabelo loiro escuro que costumava ficar preso num rabo de cavalo minúsculo na sua nuca havia sumido, ele tinha um corte de cabelo curto agora, que parecia combinar muito bem com o estilo dele. Nós tínhamos cursado a Faculdade juntos, e até feito um tempo de estágio juntos, mas Mike decidiu repentinamente mudar de hospital, e desde então nós havíamos perdido o contato de fato. Nós nos seguíamos nas redes sociais, mas tanto eu como ele não éramos de atualizar essas coisas, ou ficar checando o feed a todo tempo.

-Nossa, há quanto tempo!

-Sim! Quatro anos?!

-Wow!

Fiz um gesto o convidando para se sentar no banco do outro lado da mesa e ele o fez.

-A última vez que nos vimos foi no seu noivado, certo? -Eu tentei me lembrar o nome da noiva dele, mas a memória falhava. -Era Rubi..? Algo assim.

-Ruth. - Ele sorriu. -Nossa, você me lembrando disso, agora parece que faz uns 10 anos que não nos vemos!

Eu sorri também, sem entender exatamente o que ele queria dizer com aquilo.

-Ela está bem?

-Ela está, eu acho. Não nos falamos com muita frequência. Nós nos separamos.

-Me desculpe, eu não sabia-

-Não, tudo bem. Foi tudo amigável.

-Mike!

Uma voz o chamou ao longe e nós nos viramos em direção a ela. Um rapaz com traços asiáticos vinha caminhando apressado em nossa direção.

-Seu.. telefone.. Você deixou cair no chão quando levantou da cadeira do auditório. Por sorte o Arthur achou pra você. Quantas vezes eu tenho que te lembrar de não colocar o telefone no bolso de trás da calça? -O rapaz ajeitou a franja para o lado, e tentava recompor o fôlego por ter andado apressado.

-Ainda bem que eu tenho você pra me salvar.. - De repente Mike envolveu o rapaz pela cintura e deu-lhe um beijo rápido na bochecha.

-Saí pra lá! E quem achou não fui eu, foi o Arthur, tá certo?

Ele empurrava Mike fingindo estar mais estressado do que na verdade ele parecia estar, e Mike sorria de um jeito bobo por causa disso. Eles se separaram e se olharam por um breve momento, só então voltando a notar a minha presença quando eu pigarrei, tentando chamar a atenção deles.

-Ah, Neil! Me desculpe. Deixa eu te apresentar.. Este é Park, meu... Marido. Jun, este é um amigo dos tempos da Faculdade, Dr. Melendez. Lembra que eu te falei dele?

O quê?!

Park estendeu a mão para me cumprimentar e eu o fiz de maneira muito automática. Eu estava chocado.

-Melendez?.. Ah! Aquele Melendez?

-Sim, Junwan. "Aquele Melendez". -Disse Mike, imitando o tom de voz do marido. Park Junwan sorriu com isso.

-Ok então, eu vou deixar vocês continuarem a conversa. O Arthur dever estar me procurando, eu prometi que ia voltar logo.

-A gente se vê depois, então. Eu te ligo! -Disse Mike.

-Foi um prazer te conhecer pessoalmente, Melendez. E Mike, só tenta não perder o seu celular de novo, ok?

Mike se despediu dele com um sorriso bobo franzindo o nariz. E quando estávamos a sós novamente, eu realmente não sabia o que dizer.

-Eu sei, é muito para absorver de uma só vez.

Eu tentei sorrir para deixar o clima mais ameno, mas com certeza a surpresa ainda estava estampada na minha face. Como aquilo tinha acontecido? Quando?! Marido??? Ele casou e nem me convidou? O que aconteceu?

Minha cabeça de repente estava um turbilhão.

-Eu sei o que você deve estar pensando... "Ele não me convidou".

-Você leu meu pensamento!!! Hahaha! Mas então, -fiz um gesto com as mãos, incentivando-o a falar- o que aconteceu?

-Eu me apaixonei, Neil. - Mike deu de ombros e sorriu -Loucamente, devo dizer. -E ele falava sério, dava para sentir a veracidade daquelas palavras em seu olhar. E eu estava cada vez mais surpreso, não de uma maneira ruim, pelo contrário. Eu gostei de saber que eu tinha um amigo como o Mike, que falava da pessoa que ele amava, assim, tão abertamente, sem ter vergonha do sentimento. Independente de ser um relacionamento com uma mulher, ou com um homem, são poucos os amigos que conversam sobre sentimentos e amor de verdade.

-As coisas com a Ruth já não eram as mesmas, você sabe da história, né? Casamos muito cedo.

-É verdade... -concordei.

-Eu não tive tempo para decidir o que eu realmente queria.

-Praticamente nossos pais decidiram isso por nós. -eu disse, lembrando da época em que conversamos sobre os nossos respectivos casamentos. -Não tínhamos nem nos formado direito e já tínhamos um anel de noivado no dedo.

-Pois é! Ah Neil, você acima de todos é o que mais deve me entender.

Você nem imagina!

-E então a vida me apresentou o Junwan. E desde o primeiro momento eu soube que era ele, eu não duvidei um segundo sequer.

-Wow Mike... Eu estou feliz por você cara... De verdade.

-Eu sei que é de verdade.. Obrigado, Neil.

-Mas me conta! Casados?!

-Hahaha! Calma, não é bem assim como você deve estar pensando... Nós dois de terno branco pérola, cercado de flores, num salão repleto de gente e comida fina.

Eu gargalhei porque Mike tinha falado exatamente a cena que eu havia imaginado.

-Ah não? E como foi então?

-Nós estávamos juntos há um ano e seis meses já, e eu queria pedi-lo em casamento, mas eu queria esperar o momento certo, sabe?

Eu sorri em expectativa, imaginado um Mike nervoso sobre pedir o rapaz que ele amava em casamento.

-Eu pensei em fazer uma comemoração dos nossos dois anos juntos e aproveitar o momento para fazer o pedido. Mas então, um dia- Não- UM BELO DIA... -Nós dois rimos juntos- estávamos saindo de um estacionamento e caminhado numa rua principal, nós tínhamos marcado de almoçar com meus pais.

Naquela rua tinha de tudo! Passamos por uma galeria, uma contadora, uma igreja, lojas de roupa, uma pequena praça e continuamos a descer a rua, foi quando passamos por um cartório e eu parei para ver o nosso reflexo no vidro. O restaurante era dois estabelecimentos ao lado, Junwan ficava ajeitando aquela franja dele.. Eu não podia esperar. Foi simplesmente isso. Eu perguntei ali mesmo, e entramos juntos no cartório e saímos com aquele pedaço de papel na mão.

Jun não parava de chorar e eu inexplicavelmente sentia nosso laço mais forte de repente, coisa que eu achei que não seria possível, afinal eu já estava tão apegado a ele! Mas foi assim, e então eu me perguntei porquê eu não tinha pedido a mão dele antes. Mas enfim, nós chegamos atrasados ao restaurante, meus pais choraram, foi tudo muito emocionante nesse dia.

Foi só quando Mike parou de falar, que eu senti que algo havia crescido dentro do meu peito. Uma energia se manifesta dentro de mim. Eu estava tão feliz por ele, eu não sabia como explicar. Ele estava visivelmente feliz, ele tinha feito isso acontecer na vida dele. E era algo que eu queria para a minha vida. Eu não queria que fosse como a dele, o que eu queria era ser feliz no meu relacionamento amoroso também. O fato de Mike ter me mostrado que ele fez dar certo para ele, me fez acreditar que eu poderia fazer dar certo para mim também.

-Wow.. Que história incrível! E eu devo dizer... Vocês fazem um belo casal.

-Hahah, obrigado Neil.. E você, como vai com a... Desculpe, eu não vou lembrar o nome dela.

-Tudo bem, é a Jessica.

-Sim! Agora eu lembro melhor. Seus pais eram loucos por ela!

-E até hoje são. -Eu limpei minha garganta, me preparando para falar sobre isso com alguém pela primeira vez. -Nós não vamos muito bem. Nosso relacionamento está meio que desmoronando no momento.

-Oh, me desculpe, Neil. Eu não sabia.

Eu queria falar que estava tudo bem. Que eu estava bem exatamente porquê o relacionamento estava desmoronando. Queria falar que eu finalmente estava pensando e agindo por mim, e não mais pelos meus pais. E que eu estava prestes a tomar uma decisão definitiva sobre isso. Mas no momento em que eu ia despejar tudo isso em cima de Mike, uma pessoa aparece ao meu lado, nos interrompendo.

-Eu odeio estar interrompendo, mas você tem uma palestra em dez minutos! -Shaun estava vermelho -novamente- mas dessa vez eu duvido que seja pelo mesmo motivo que o de manhã. Ele apertava os lábios enquanto olhava de mim para o Mike.

-Shaun! -Olhei meu relógio de pulso, e realmente, ele estava certo. Eu e Mike nos levantamos para cumprimentá-lo. -Este é Dr. Mike, um amigo das antigas. Acabei de encontrá-lo.

-Er, na verdade, foi eu que encontrei ele.

Nós dois rimos, mas Shaun continuava sério.

-Dr. Shaun Murphy, médico cirurgião residente do Hospital St. Bonaventure. É um prazer conhecê-lo, Dr. Mike. -Shaun simplesmente anunciou. Ele se aproximou e num tom mais baixo quase intimidante, disse -E, Dr. Melendez, se você não quiser perder o seu certificado é melhor você parar de conversar com o Dr. Mike, e ir para a sua próxima programação- e sem dizer mais uma palavra, simplesmente se virou e voltou pelo mesmo caminho de onde veio.

-Você acabou de conhecer um dos meus residentes. -apontei na direção em que Shaun havia sumido.

-Ele acabou de... Te ameaçar?

Mike tinha as sobrancelhas levantadas e um ar sarcástico.

-Neil, quer me explicar o que acabou de acontecer aqui?

-Na verdade, quero. Mas como Shaun disse, eu tenho uma palestra em poucos minutos agora.

-Eu juro, eu estou ansioso para saber. Você tem meu número, não é?

-Se ainda for o mesmo, então eu tenho.

-Ainda é o mesmo sim. Me ligue assim que puder, ok? Eu vou ficar esperando.

-Okaay. Foi bom te rever, Mike. -Nós nos abraçamos rapidamente.

-Foi bom te encontrar aqui, Neil. Definitivamente temos que marcar algo juntos, precisamos de mais tempo para nos atualizar!

-Definitivamente.

E então, Mike se foi. E eu segui o meu caminho em direção ao próximo auditório.

Eu sabia que eu precisava seguir com a minha programação do dia e ir para a palestra, mas eu queria com todas as minhas forças encontrar Shaun agora.

Forcei-me a ir para a palestra, era a coisa certa a fazer. Eu não podia estragar o dia dele. Afinal, o que eu iria dizer quando eu o encontrasse? Nem eu mesmo sabia o que eu queria falar, eu só sabia que eu queria estar com ele.

Lembrei de como ele tinha me abordado. Shaun estava com... ciúmes?? De mim e o Mike conversando?? As pessoas que passavam por mim deveriam achar que eu estava maluco, sorrindo sozinho do nada. Disse para mim mesmo que essa era última programação do dia e que logo eu estaria de volta ao nosso quarto de hotel. Eu iria fazer com que ele admitisse que sentia ciúmes por mim. Seria divertido.

_________________________

[...]

Sair da palestra de Microbiologia Aplicada foi quase como sair do fundo de uma piscina. Eu precisava de ar. Quando cheguei na área verde do evento, a maioria dos food trucks já estavam fechados, e já tinha escurecido bastante. Decidi voltar para o hotel e pedir o jantar lá do quarto.

Shaun. Onde ele estava?

Ah, claro... A oficina de próteses 3D que ele estava participando ia acabar num horário mais tarde.

Eu não queria me preocupar com o fato de que estaria bem mais escuro quando ele saísse, e que ele teria que encontrar o caminho de volta para o hotel sozinho numa cidade que ele não conhecia.

Eu não queria me preocupar. Ele sabe se cuidar. Repeti para mim mesmo.

Verifiquei meu celular para ver se ele havia deixado alguma mensagem. Nenhuma.

Eu não queria ser o chato que iria o esperar por uma hora só para que ele não voltasse sozinho. Shaun era independente, Ele sabe se cuidar.

Caminhei até a saída do local e chamei um táxi que passava na avenida. Entrei e informei o endereço do hotel. Tinha sido um longo dia, e mesmo estando com ele em alguns momentos, já estava de noite eu estava ansioso para vê-lo novamente.

_________________________

N/A: oiee :)) sorriee pela demora // até o próximo capítulo! s2

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