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Celine*
Acordei mais cedo hoje pois queria treinar, Miguel ainda está dormindo então decido acorda-lo para treinar comigo.
- Bom dia!- Eu o acordo com um selinho.
- Bom dia!- Ele abre os olhos e sorri.- Quantas horas?- Ele pergunta.
- São sete e meia da manhã.- Respondo.
- Por que tá acordada tão cedo?- Questiona.
- Quero treinar hoje, preciso que treine comigo.- Falo.
- Não pode ser mais tarde?
- Não! Eu preciso descontar todo ódio que estou sentindo e tem que ser agora,vamos levanta, não seja preguiçoso.- Digo me levantando da cama.- Já estou pronta,dou dez minutos para você está na sala de treino.- Falo saindo do quarto.
Começo a me aquecer enquanto espero por Miguel,vou até a barra de pole que foi colocada aqui faz pouco tempo. Eu realmente não poderia treinar no quarto dele,por mais que ele ainda não tenha tirado a barra de seu quarto e acho improvável que vá tirar.
Coloco a música Rattlesnake da Tsar B,
Subo na barra e começo a me movimentar no ritmo da música.
Nossa senti falta de dança pole,já faz um tempo que não treino.
Sinto duas mãos passando por minha cintura e sorrio sabendo que é Miguel.
- Já disse o quanto eu adoro quando dança?- Sussurra.
Me viro de frente pra ele e tomo sua boca em uma necessidade avassaladora. Ele me pega no colo me tirando da barra e quando percebo já estamos no chão.
- Temos que parar por aqui.- digo tirando Miguel de cima de mim.- Caso contrário não vamos treinar hoje.- Me levanto do chão.
Ele se levanta revirando os olhos e eu chuto seu estômago,ele cambaleia para trás e sorri com escárnio.
- Isso é trapaça, não estava pronto.
- Ah coitadinho! Que tal eu sentar e esperar até que esteja pronto? Até porque um inimigo iria esperar você se preparar com certeza.- Debocho e ele vem para cima de mim numa tentativa de me golpear mas eu desvio.
- Melhor tentar de novo.- Sorrio.
- Bom,vejo que estão tendo um dia produtivo.- Olho para porta e vejo Vicenzo entrando.
- Não esperava sua visita pai.- Miguel se pronuncia.
- Que porra você tá fazendo aqui?- Eu me exalto. A cena dele com minha mãe volta em minha mente e derrepente quero matar esse desgraçado.
- Amo recepções calorosas.- Debocha. Sinto toda raiva que estava dentro de mim se multiplicar.
- Vai se foder,seu desgraçado,eu odeio você.- Grito me aproximando dele.- Não cansa de estragar a vida das pessoas que eu amo?- Ele ri como se tivesse contado uma piada.
- Às vezes me impressiono com sua audácia e coragem.- Diz. Nessa hora eu dou um soco em seu rosto.
- E agora ficou impressionado?- Balbucio.
- Celine não! O que você fez?- Miguel se desespera.
- O que deveria ter feito faz tempo.- Respondo.
- Sabe que posso mandar matar você por essa atitude não sabe Celine?- Vicenzo diz limpando o sangue de sua boca.
Foi um belo soco.
- Ah claro! É só isso que sabe fazer, mandar as pessoas fazerem o serviço sujo, porque é fraco demais para isso.- Ele trava a mandíbula e percebo que está ficando irritado.- O que foi tá bravinho? Se quer me matar faça isso você mesmo, adoraria ver você tentar,estou aqui na sua frente seu filho da puta!- Digo dando outro soco em seu rosto.- Vamos revide!
- Celine para!- Ouço Miguel gritar e se aproximar;ele tenta me tirar de perto de seu pai mas eu o empurro.
- Vamos revide seu covarde de merda!- Grito para Vicenzo e sinto um soco ser desferido em meu rosto, a dor se espalha mas eu sorrio.- Esse é o seu melhor?- Cuspo o sangue no chão.
Ele vem para cima de mim mas eu desvio e em seguida lhe dou um chute no abdômen. Ele se aproxima pega meu braço e me joga no chão,acabo batendo minhas costas na parede e sinto o ar dos meu pulmões sumindo.
Miguel corre até mim mas seu pai o empurra para longe.
- Se você se meter nisso eu mato ela.- Ele ameaça e Miguel parece nervoso.
- Pare com isso porra! Não vou deixar você fazer isso.- Miguel grita indo para cima de seu pai.
- Deixe ele terminar o que começou Miguel.- Digo com dificuldade.
- Não!- Ele insisti. Vicenzo vai até Miguel e dá um soco em seu rosto jogando o mesmo para fora da sala trancando a porta em seguida.
Enquanto ele tranca a porta me levanto do chão e volto a me aproximar dele tentando golpear sua perna mas ele consegue me segurar pelo braço e me derrubar no chão novamente.
- Abre a porra da porta.- Ouço Miguel gritar do lado de fora da porta.
Vicenzo me dá um chute na barriga depois sobe em cima de mim e me dá socos um em seguida do outro,a dor me atinge e me sinto tonta,quase me engasgo com sangue em minha boca. Nesse momento tenho certeza que vou morrer,mas aí me lembro que não posso aceitar morrer desse jeito.
Uso toda força que me resta e soco seu rosto fazendo-o cair para o lado,agora sou eu que estou em cima dele, minha vista está embaçada e mal consigo respirar mas mesmo assim começo a soca-lo com todo ódio e força que tenho.
- Isso é pela minha mãe.- Soco o lado esquerdo do seu rosto.- Isso é pela Emily.- Soco novamente seu rosto mas dessa vez o lado direito.- E isso é por Miguel.- Eu o soco novamente.
Ele puxa meu cabelo me dando um último soco no estômago,eu grito na mesma hora,a dor que sinto é inexplicável,uma lágrima escorre de meus olhos e minha única reação foi ficar deitada sentindo a dor agonizante.
Ouço o som da porta sendo arrombada e Miguel vai em direção ao seu pai lhe batendo. Sinto meus olhos fechando.
- Celine,fica acordada.- Miguel se aproxima,ele se senta ao meu lado e coloca minha cabeça em sua perna.- Aguenta Line.- Diz.- Me desculpa! Me desculpa! Eu sinto muito,eu deixei com que ele fizesse isso com você.
- Eu vou ficar bem, já tomei surra pior,seu pai não sabe brigar.- Debocho tentando amenizar a situação mas mal consigo falar. Miguel ri e balançando a cabeça. Sinto que vou morrer de tanta dor.
- Onde estava com a cabeça quando resolveu desafia-lo?
- Admita,eu o deixei bem machucado também.- Falo sentindo a dor ainda insuportável no estômago.
- Sim você deixou.- Sorri meio preocupado.
- Onde ele está?- Pergunto.
- Foi embora.- Diz.- Porra você tá sangrando.- Ele olha para minha perna. Realmente está escorrendo um pouco de sangue. Sinto uma dor enorme na cabeça e não consigo mais ficar com meus olhos abertos e tudo começa a girar.- Celine, não fecha os olhos por favor!- Pede mas já nem consigo ouvi-lo direito, sua voz soa como um sussurro distante.
(...)
Acordo em uma cama de hospital com Miguel sentado em minha frente.
Parece que não importa o que eu faça sempre acabo em uma cama de hospital.
- Oi!- Digo chamando sua atenção.
- Oi!- Diz vindo até mim.- Você tá bem?- Pergunta.
- Acho que sim.- Respondo.- Quanto tempo eu estou aqui.
- Já faz algumas horas.- Diz.- Vou chamar o médico,espera aí.- Ele se afasta saindo da sala.
Miguel volta pouco tempo depois acompanhado de um homem com uniforme branco, presumo que seja o médico.
- Olá Celine,como se sente?- Pergunta.
- Bem,na medida do possível.- Respondo.
- Bom, fizemos alguns exames e você não teve nenhum ferimento grave mas sentimos muito em informar que você perdeu o bebê pela pancada no estômago.- Nessa hora eu olho para Miguel e ele está tão assustado quanto eu.
- Como assim bebê?- Pergunto.
- Você não sabia que estava grávida?- Eu nego com a cabeça.- Eu sinto muito que tenha descoberto assim. Vou deixá-los a sós.- Diz.
Não consigo entender como isso é possível,mas na medida que os minutos vão passando eu me dou conta.
- Foi no dia do chuveiro.- Digo.
- Que?- Miguel pergunta ainda em choque.
- Quando nós transamos no banheiro algumas semanas atrás, depois que a gente brigou esqueci de tomar o remédio.- Falo e sinto vontade de chorar. Receber essa notícia doeu mesmo não sabendo que estava grávida. Como não percebi isso? - Eu sinto muito Miguel.
Ele vem até mim e me abraça. Nessa hora eu desabo e começo a chorar.
- Eu também sinto.- Diz.
-Vamos embora?- Peço.
- Vou perguntar ao médico se já podemos ir.- Fala saindo do quarto.
Ele volta algum tempo depois dizendo que já tenho alta para ir embora.
Saimos do hospital e a única coisa que eu quero é deitar no quarto e nunca mais sair.
Assim que chego vou para o quarto me deito fecho os olhos e deixo o cansaço tomar conta de mim.
(...)
Miguel*
Chego em casa e vou direto para o escritório, sei que Celine vai para o quarto e que provavelmente vai querer ficar sozinha.
Me sento na cadeira e me permito sentir todo ódio que venho guardando desde que Vicenzo encostou em Celine. Meu filho morreu por culpa daquele filho da puta. Sei que também tive culpa por deixar que aquilo acontecesse mas isso não me impede de sentir ódio.
Meu celular toca e penso em não atender mas quando olho o nome vejo que é minha mãe, não liguei pra ela ontem para saber como ela está em relação ao Vicenzo e a mãe de Celine.
- Alô.- Atendo.
- Oiê filho,queria saber como você está?- Pergunta.
- Estou bem mãe.- Minto.- E como você está?
- Estou ótima.- Diz mas sei que está mentindo,ela foi humilhada quando meu pai apareceu no evento com a amante.- Celine está bem? Fiquei sabendo da briga entre seu pai e ela,eu sinto muito.
- Ela tá bem.- Respondo.
- Vocês poderiam passar aqui para me ver,por favor.- Pede.
- Não sei se vai dar hoje, Celine está meio cansada e não quero dar de cara com Vicenzo agora.- Respondo.
- Bom,e se eu for aí ver vocês? Posso?- Pergunta. Não entendo por quê ela quer tanto nos ver mas não nego seu pedido.
- Claro! Pode vir.- Respondo e ela concorda desligando em seguida.
Saio do escritório e subo até o quarto para avisa Celine que minha mãe virá nos visitar. Quando entro no quarto ela está dormindo.
Me sento ao seu lado e dou um selinho em seus lábios na intenção de fazê-la acordar.
- Celine!- Chamo e ela abre os olhos.
- Ah oi!- Ela diz baixinho.- Aconteceu alguma coisa?- Pergunta.
- Minha mãe está vindo pra cá.- Digo.
Ela se senta na cama e concorda.
- Tá bom.- Ela me olha com culpa e percebo que quer me dizer algo.
- O que você quer falar Celine.- Pergunto e seus olhos lacrimejam.
- Eu sinto muito,a culpa foi minha,eu não deveria ter provocado seu pai.- Ela me abraça.
- A culpa não é sua Celine,nem pense nisso. Eu te amo.- Eu beijo seu rosto.
- Também amo você.- Diz ainda meio cabisbaixa.
- Vá se trocar, minha mãe deve estar chegando e não precisamos falar desse assunto se você não quiser.- Digo e ela concorda.
Saio do quarto e assim que desço ouço a campainha e vou atender.
- Boa noite mãe.- Cumprimento assim que abro a porta.
- Boa noite meu filho.- Ela me abraça.
Faço menção pra ela entrar e assim minha mãe faz.
- Senta aí.
- Como você está filho?- Pergunta se sentando.
- Bem e você?- Pergunto.
- Bem também.- Responde mas nós dois sabemos que ambos estamos mentindo.
- Cadê Celine?- Pergunta.
- Estou aqui!- Celine entra na sala e percebo que está mancando um pouco,ela vai até minha mãe lhe abraçando como cumprimento.
- Você poderia trazer algo para bebermos filho?- Ela me pede.
- Vou pedir para alguém fazer uma bebida pra gente.- Respondo.
- Por que você não faz aquela sua batida pra gente?- Ela pede.
Eu sempre fazia uma batida com Gin que minha mãe adorava mas faz tempo que ela não me pede.
- Tá, claro!- Digo saindo da sala indo até a cozinha.
*Celine*
Miguel sai da sala e Lana se senta ao meu lado.
- Preciso falar com você Celine.- Diz.
- Olha Lana sem querer ser indelicada mas eu não tô muito bem hoje e nem com cabeça pra isso,eu realmente lamento que seu marido esteja com minha mãe. Eu também odiei isso mas não posso fazer nada.- Digo.
- Me escuta,vou ser breve.- Diz e por fim concordo.- Eu acho que você pode estar ligada ao Vicenzo mais do que pensa.
- Que? O que você quer dizer com isso?- Pergunto.
- Eu acho que você pode ser filha dele Celine.- Diz e eu começo a rir.
- Você só pode estar brincando comigo.- Retruco.
- Olha preste atenção, Vicenzo desconfia que eu sei disso e vai querer me matar em breve,por isso não poderia deixar para lhe dizer isso depois,quero ajudar você a provar que isso é verdade,mas Miguel não pode saber até termos certeza.
- Mas isso não é possível é?- Pergunto.
- Claro que é,vou te explicar toda história e você entenderá.- Ela começa.
- Então explica.- Mando.
- Vou ser rápida antes que Miguel volte, resumindo ouve uma época que Vicenzo me traia com uma mulher,e eu sentia raiva por quê ao contrário de suas outras amantes ele realmente gostava dela mas aí ela engravidou e ele era casado comigo, Vicenzo cogitou a ideia de me deixar para ter um herdeiro com seu sangue mas quando ele descobriu que o bebê era uma menina ele simplesmente abandonou essa mulher.- Diz.
- E você acha que essa mulher pela qual Vicenzo se apaixonou é minha mãe?- Ela concorda.- Isso é impossível,na época você nunca viu essa mulher?
- Não,por isso não tenho certeza de nada.
- Mas se isso for verdade, ele abandonou minha mãe,por qual motivo ela voltaria pra ele agora?- Pergunto.
- Vicenzo tem um ótimo dom de manipulação.
- E como vamos fazer para confirmar essa teoria?- Me Pergunto.
Quando ela abre a boca pra responder Miguel volta para sala.
- Desculpe, Zian precisava de ajuda,por isso demorei.- Diz colocando as bebidas na mesinha.
- Sem problema, eu e Celine estávamos conversando sobre o evento no qual não estive presente.- Lana diz com um pouco de rancor.
- Eu sinto muito mãe.- Miguel diz.
- De qualquer maneira não me importo.- Responde.
- Vou deixar vocês conversarem sozinhos, não estou me sentindo bem,vou me deitar.- Digo.- Foi um prazer rever você Lana.
- Boa noite Celine,o prazer foi meu.- Responde.
- Com licença.- Digo me retirando dali.
Minha cabeça gira e meus pensamentos estão todos embaralhados. Não é possível que eu seja filha de Vicenzo. Isso não faz sentido.
Quando me deito sinto uma dor na barriga e uma lágrima de tristeza escorre por meu rosto. Eu fui tão burra por não perceber que estava carregando um bebê. Eu realmente não me lembro de ter sentido nenhum sintoma da gravidez e é isso que me dá mais raiva.
Só quero esquecer esse dia.
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Mais um capítulo aí pra vcs 💕
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Já peço desculpas caso tenha algum erro ortográfico ✍️
Demorei né? Desculpa.
Até o próximo capítulo fuiss 💅