Perfect Opposites

By lowyelly

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▸ aquela arte imperfeita, somos nós dois. Existia sempre algo que Lisa detestava em si mesma, seja fisicamen... More

perfect opposites
book trailer
01. emoções
02. fotografia
03. arrogante
04. misterioso
05. convênio
06. confronto
07. infortúnios
08. relevante
09. festa
10. passado
11. colecionador
12. descontrole
13. jogador
14. estranhos
15. descobertas
16. obcecado
18. destemida
19. novamente
20. jogo de hockey
21. epílogo
cena bônus

17. arte

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By lowyelly

Para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também viver um grande amor.

• ────── 🍁 ────── •

O excesso de claridade incomoda minhas pálpebras fechadas que piscam ligeiramente, elas ainda estão pesadas lutando contra a lassidão do meu corpo. No entanto, ao suspirar por alguns longos segundos e mexer a cabeça um pouco, todas as lembranças da noite anterior invadem meus pensamentos irremediavelmente. Meus olhos arregalaram-se rapidamente com os inúmeros cenários onde Jungkook e eu nos exploramos visceralmente, tivemos uma longa noite e fomos dormir ao nascer do sol. 

Algo quente e pesado pressiona contra minhas costas nuas, enquanto um braço grosso com tatuagens circulam meus seios nus os ocultando da bela vista do bosque verde. Sua força e calor formam como um bálsamo. Eu desejo que o tempo pare e não tenha que enfrentar um longo dia cheio de dilemas, nas próximas horas. Embora seja inevitável. 

Um suspiro fundo junto ao farfalhar atrás de mim, faz com que eu levante a cabeça lentamente para Jungkook que tem seu rosto adormecido afundado entre fios semeados do meu cabelo. Virei, de modo que agora estávamos enfrentando um ao outro, cada um deitado de lado. Observei seus traços másculos serenos e consoláveis, sentindo uma estranha sensação de pertencimento no peito.

Às palavras de Jungkook na noite anterior ainda circulavam minhas lembranças, onde eu estava disposta a dizer o quão recíproco seus sentimentos eram para mim. Todavia eu não pude simplesmente expressá-los pelo tanto de medo que ele emitia, por talvez aquela ser nossa última noite. 

Um breve suspiro escapa do fundo da minha garganta, levando meus dedos sobre algumas mechas de seu cabelo escuro. Ele estava completamente desnudo, e imaginar o que estava por debaixo daqueles lençóis causava quenturas por minhas bochechas, e um formigamento inquieto. 

- Você me olhando desse jeito, vou pensar que está apaixonada por mim algodão doce. 

Ele diz sem abrir os olhos, esticando os lábios num sorriso contido.

- Não se sinta tão especial, Jeon Jungkook. - eu repito as mesmas palavras que ele citou a mim no dia do nosso acordo, o fazendo abrir um sorriso abertamente divertido. 

Embora eu almejasse permanecer nesta cama e estar abraçada no calor do seu corpo, o relógio na pequena mesa ao lado de sua cama nos chama para a existência. No instante que resolvo pegar minhas roupas jogadas pelo chão, Jungkook não tira seu braço pesado sobre mim com um grunhido zangado.

- Onde você está indo, garota? 

- Temos aula, talvez seja melhor você levantar essa bunda linda da cama e caminhar para debaixo do chuveiro. 

- Hum.. Você acha minha bunda linda, hein? 

Juntos às mãos sobre o rosto avermelhado, escutando mais risos roucos ao meu lado. Emergindo seu grande corpo para cima do meu, Jungkook segura meu rosto deixando selares bruscos e suaves entre os nós dos meus dedos pálidos. 

- Jungkook, eu.. - minhas palavras são rapidamente interrompidas, pelo som estridente do meu celular tocando sobre a cabeceira da cama. 

Solto uma lamentação ainda sentindo o mais velho instalado entre minhas pernas, não de um modo sexual. Jungkook apenas aparenta confortável, somos ambos separados pelo fino lençol verde musgo que nos cobre. 

- Quem é? - ele perguntou franzindo a testa estressado, enquanto alcanço com dificuldade o aparelho atrás de mim. - Seja quem for, manda se foder. 

- Não seja rude, Jeon Jungkook. 

Segurando o celular nas mãos, escuto seu bufar cheio de resmungos enquanto encontro milhares de mensagens perdidas de Mina, penso que algo ruim deva ter acontecido. Desde o momento que fugi para o banheiro, não havia mais falado com ela. Por sorte tudo aparentava ir bem, apenas não o seu humor, mas eu pude responder rapidamente uma de suas quinhentas mensagens de que logo nos falaremos. 

- Era Mina. 

- A garota que você ficava atrás. - faço uma leve careta com sua percepção, pronta para debatê-lo. - Não se preocupe, agora quem vai ficar atrás de você sou eu. 

- Isso foi muito explícito. 

Solto uma risada sentindo-o se elevar para cima, onde eu tenho que levantar a cabeça para observá-lo bem de perto. Sua respiração bate contra meu rosto, e o nariz roça vagarosamente no meu. Seus lábios curvar-se num sorriso de lado, mordendo o piercing e deixando um rápido beijo nos meus lábios. 

- Você é muito linda. - outro beijo é depositado na ponta do meu nariz, depois na bochecha e pescoço. - Porra. 

- Você sempre vai xingar a qualquer momento adorável, certo? 

- É o meu charme. 

Eu concordo deixando um baixo suspiro, Jungkook entende isso como a iniciativa de uma franca conversa após tudo o que aconteceu. Sinto-o endurecer sobre meu toque, mas não deixo que se afaste. Apenas vagueio os dedos sobre as tatuagens expostas, tendo a ponta dos meus dedos parados em uma em particular acima do seu peito esquerdo. Onde tem uma pequena frase escrita em hangul, representando o lugar de onde nasceu. 

- Qual a tradução? 

Jungkook segue meu olhar colocando as mãos sobre as minhas. 

- Perfeitos Opostos

Mantenho minha atenção por alguns minutos sobre as palavras escritas com delicadeza, elas me fazem recordar sobre nós, mesmo que o propósito de Jungkook nunca tenha sido este. Talvez sejamos isso. Almas opostas, imperfeitas, destinadas a juntar-se na mais perfeita conexão. 

- Por que não falou comigo quando me encontrou pela primeira vez? - pergunto devagar, sentindo-o relaxar confortavelmente agora. 

- Não estava em meus melhores dias. 

Está lá novamente, um olhar perdendo-se em uma imensa torrente de tristeza ao redor de suas íris nebulosas. Eu havia visto esse olhar apenas uma vez, quando estávamos no banheiro da festa. Onde Jungkook confessou pela primeira vez, sobre a coisa mais íntima, dolorida de sua vida. Sobre seu irmão. 

- Qual era o nome dele? 

- Jeon Junseo. 

Acaricio seu rosto encostando meus lábios mais uma vez nos seus, um simples roçar que causa chamas no meu corpo. 

- Eu tenho certeza que ele sentiria orgulho do homem que você se tornou.

Ele deixa um beijo sobre minha testa, abraça meu corpo por um instante e levanta-se depressa. O movimento rápido de seu corpo em pé e completamente nu, deixam minhas bochechas vermelhas como tomate. Jungkook sorriu novamente, da forma mais provocadora possível. Ele se aproxima e coloca os braços por baixo das minhas pernas, pegando-me de súbito como se não pesasse nada. 

- Ainda temos alguns minutos, certo? - Jungkook pergunta já caminhando para o banheiro, enquanto me agarro contra seus ombros largos 

- Sinto que desertei um pequeno monstro insaciável. - digo enrubescida, podendo observar a bunda redonda de Jungkook através do espelho gigantesco perto da banheira. 

- Você não sabe o quanto, querida. 

[...]

Durante as duas primeiras aulas, me mantive tão imersa no quadro no cavalete em minha frente. Que não percebi o tempo passar. Minhas mãos ganharam vida própria enquanto pinceladas mergulhado em tinta a óleo, transbordavam suas cores primárias na tela branca. A melodia suave de uma música clássica, ressoava nos meus tímpanos causando uma confortável sensação de estar nas nuvens. 

Sinto que este seria o ápice de minhas emoções, depois que me despedi de Jungkook onde tomamos rumos diferentes. Estava satisfeita com tudo, inclusive disposta a dissipar toda aquela áurea bloqueadora que só me causou problemas, desde que não conseguia pintar como antes fazia. 

Embora eu me sentia um pouco insatisfeita por não conseguir dizer a ele sobre nós, não havia mais tempo para o assunto quando fui completamente dominada por suas mãos lascivas durante o resto da manhã. Depois ficamos atrasados demais para compromissos próprios, eu teria envolventes aulas com a senhora Miller, e ele parecia bastante focado no treinamento de Hóquei. Nos encontraremos apenas nas aulas do senhor Jones. 

- Uau.. Isso é.. Incrível. 

Sou despertada por uma voz conhecida atrás de mim, retirando os fones de ouvido e depositando acima da pequena mesa ao lado. Encontro a senhora Miller, observando cuidadosamente o quadro preenchido. Somente agora posso apreciá-lo com atenção, minha boca se entreabre. A tela branca foi substituída por um esboço familiar coberto por pequenas linhas imperceptíveis, embora ninguém saiba, eu reconheço cada pequeno pormenor. Este é Jungkook. 

Repassado em aquarela da forma mais artística que consegui fazer nos últimos dois anos, posso sentir minhas emoções coerentes, postas em todas as cores. 

- Sim.. - eu concordo com ela, tão estupefata quanto a mesma. Mal posso acreditar que fiz isso. Sinto como se fosse um grande avanço espiritual. 

- Querida você voltou. 

Meu corpo é envolvido por seus braços cobertos por um cardigan veludo azul royal, apertando-me de modo fraternal e sereno. Absorvo seu cheiro de tinta fresca, acalmando minhas estranhas. Mesmo que ela não saiba, senhora Miller é como se fosse uma mãe que nunca tive.

- Com toda certeza isso merece um lugar especial, se importa? - ela pergunta sorrindo radiante, enquanto me solta para admirar o quadro mais uma vez. 

Minhas bochechas ficam rubras imediatamente, mesmo que esteja feliz. Não acho que poderia enfrentar todos da faculdade olhando para uma imagem de Jeon Jungkook, que eu pintei. Isso é um tanto aterrorizante. 

- Estou tentando assimilar tudo, me daria mais alguns dias? Prometo que este será meu último pedido. 

Aperto os dedos coloridos um nos outros, assistindo à senhora Miller sorrir e arrumar os óculos acima do nariz.

- Mas é claro, tenha todo tempo do mundo querida. - dois pequenos tapinhas são dados nos meus ombros, antes que ela se afaste para a porta. - Seja lá o que esteja sentindo, é simplesmente cativante, é arte Lalisa. 

Olho para meus dedos quando sou deixada sozinha, o silêncio preenche a sala iluminada pelo ensolarado raios de sol. Uma onda de energia se infiltra por minha mente e corpo. Talvez este seja o momento de deixar a covardia de lado e dizer a Jungkook o que realmente sinto, parece um bom começo para mim. 

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