O ômega do Conde | Namjin

By kseokjinautt

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Por um instante, Seokjin sentiu medo. Sabia que no luxuoso salão toda a nobreza aguardava, ansiosa. Queriam c... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30

Capítulo 26

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By kseokjinautt

O garoto cruzou os braços e suspirou, relaxando um pouco a postura impecável que o seu pai lhe ensinara a ter desde cedo. Olhou em volta, mas estava sozinho no jardim. Todos estavam ocupados com seus afazeres, e como Hoseok teve que viajar com Namjoon, Seokjin ficara com um enorme horário livre no seu dia. Tinha se oferecido para ajudar a Sra. Park e os outros criados na cozinha, mas fora mais uma vez rejeitado pela mais velha. 

"O senhor não pode fazer trabalho pesado, precisa cuidar de suas mãos. Um nobre não deve possuir mãos calejadas", a ômega dissera. 

Seokjin baixou o olhar ao lembrar das palavras da mais velha e analisou as próprias mãos.

— Acho que já é um pouco tarde para isso... — sussurrou para si.

Lembrou-se, por um momento, de como o primo cuidava da própria aparência. Não se expunha diretamente ao sol, não fazia qualquer mínima tarefa em casa, gastava fortunas cuidando da pele e do cabelo, tudo para preservar a própria beleza. "Era assim que um nobre deveria ser?", questionou-se. 

"Bobagem, meu pequeno. Jae-hyun podia ser bem cuidado, mas não possuía o mais importante, um bom caráter." Black se pronunciou, tentando consolar o seu humano. Não gostava de vê-lo triste. "Ele trocara o conde pelo cafajeste do lorde Choi e veja aonde isto o levou: foi rejeitado por Choi e terminou sem Namjoon. Viver de aparências não traz felicidade".

Seokjin assentiu minimamente. Black tinha razão, nunca quis e não seria agora que gostaria de ser como o primo. Jae era egoísta, mesquinho, interesseiro e narcisista. Nem mesmo se importava com a mãe ou as irmãs. Tudo sempre tinha que girar em torno dele, os seus interesses e desejos. Seokjin não conseguiria ser assim, sentir-se-ia infeliz. Mas, isto não mudava o fato de que sentia-se terrivelmente entediado naquela casa. 

Nas primeiras semanas, sua dedicação em aprender o funcionamento da mansão e suas funções como conde o mantiveram ocupado, mas, com o passar dos dias, tudo tornara-se bastante banal. A verdade é que aprovar cardápios para as refeições e tomar decisões mínimas sobre a organização da casa não eram tarefas muito árduas ou emocionantes. 

Não que sentisse falta da rotina de trabalho que levava na casa da tia, mas sempre fora acostumado a ter um dia cheio — quando morava com os pais, dividia o tempo entre ajudar o pai ômega a cuidar da pequena casa que tinham e estudar; na casa da tia, cuidava das primas e de qualquer outro serviço que surgisse. Todo aquele tempo livre o estava deixando melancólico. Todos os dias naquela casa pareciam iguais, e, com o recente afastamento de Namjoon, o ômega sentia-se ainda mais sozinho. 

Quando finalmente estavam começando a se aproximar, Namjoon simplesmente sumira. Seokjin sabia que não era culpa do marido, o alfa estava ocupado com assuntos do condado, mas não conseguia deixar de se sentir frustrado. Era como se tivessem voltado a estaca zero, como nas primeiras semanas após o casamento. Só se viam no horário do jantar, isso quando o alfa conseguia chegar em casa a tempo, e mal conversavam. 

Queria poder ajudar o alfa a lidar com os problemas do condado, para que ele não ficasse sobrecarregado, mas ao perguntar a opinião de Jimin, este lhe informara que nenhum outro conde ômega antes atuou em assuntos do condado. Isto era papel do alfa, não do ômega. O conde ômega deveria cuidar da casa, ser um bom anfitrião para convidados e cuidar dos herdeiros. Não era de sua responsabilidade o que acontecia no condado ou no reino.

Apesar de Seokjin estar conformado com o afastamento do alfa, o seu lobo estava em alerta. Não queria preocupar o seu humano, mas podia sentir que havia algo de errado no ar. Antes da marca temporária desaparecer, no dia anterior, pôde sentir uma sútil mudança nos sentimentos de Namjoon em relação a si. O homem estava apreensivo, com um sentimento de culpa no peito. Diferente dele, White estava irritado, mas como a ligação deles já estava fraca, Black não conseguiu falar com o amado. Agora, só restava esperar. A qualquer sinal de perigo, agiria e protegeria seu humano.

"E se formos dar uma volta à cavalo? Como antigamente." sugeriu o lobo para tentar animar Seokjin. 

"Será? Eu nem sei se ainda sei montar. Fazem anos desde a última vez que subi em um cavalo" o humano ponderou, apesar de estar animado com a ideia. Quando morava com os pais, no pequeno vilarejo ao norte de Seul, costumava andar muito à cavalo. Além de ser o seu meio de locomoção, era um de seus passatempos favoritos. Adorava sentir o vento em seu rosto, bagunçando o seu cabelo.

"Podemos ir devagar até ficarmos confiantes. Sei que irá adorar. Ademais, não há muito o que fazer por aqui"

"Tem razão, Black. Vamos!"

Seokjin levantou animado. Seria bom dar uma volta na propriedade à cavalo. Ainda estava cedo, não deveria ser perigoso.

Entrou o estábulo e caminhou devagar pelo local. Só estivera ali uma vez, quando Hoseok o apresentara a propriedade. Não conhecia os cavalos e não havia funcionários ali para ajudá-lo.

"E agora, Black?" Seokjin perguntou, um pouco perdido sobre o próximo passo. Qual cavalo escolher?

O lobo, atento, observou uma égua negra mais ao fundo do estábulo. Ela era magnífica, forte e com o pelo brilhante. Sem pensar duas vezes, indicou: "Aquela. Prepare-a para nós"

Seokjin aproximou-se com cuidado da égua e, antes de abrir a portinha que o separava dela, sorriu e liberou um pouco da sua essência, atraindo a atenção do animal. Devagar, estendeu a sua mão e acariciou a crina da égua.

— O que acha de dar um passeio comigo, hum?


🍂🍁


O conde desceu da carruagem, sendo logo seguido por seu fiel criado. O alfa lúpus ajeitou a postura e fez movimentos circulares com o pescoço para aliviar a tensão em seu corpo após a longa viagem que precisara fazer ao condado vizinho.

— Tenho mais algum compromisso hoje, Hoseok? — o alfa perguntou, cansado.

— Não, milorde. Gostaria que preparasse um banho para o senhor?

— Seria ótimo. 

— Com licença.

O criado acelerou seus passos e subiu os pequenos degraus em frente a mansão, entrando rapidamente. O conde continuara onde estava, feliz por finalmente estar em casa novamente. Por um momento, lembrou de Seokjin. Neste horário, o ômega costumava estar pelo jardim, observando o sol se pôr. 

Desde que recebera a carta de Jae-hyun, estava evitando-o. Dar-se conta de que ainda nutria sentimentos pelo ex-noivo, que infelizmente era primo de seu esposo, não era uma situação muito confortável. Sentia-se culpado. Seokjin estava tentando ser um bom ômega e marido, era dedicado e sempre bastante amável e educado com ele e com todos em Baekje. O ômega havia abdicado da chance de encontrar um amor de verdade para casar-se com ele, era importante que pudessem fazer aquilo dar certo. Mas, como fazer isso ainda amando Jae-hyun?

Jae-hyun não merecia seu amor, sabia disso. Mas esquecê-lo estava sendo uma tarefa mais difícil do que pensava. Queria poder arrancá-lo de seus pensamentos, mas, vez ou outra, pegava-se pensando em como ele deveria estar e se realmente lamentava por tê-lo deixado. Não era bobo, sabia que se o ômega estivesse arrependido, era apenas porque sentia falta das regalias que ele lhe proporcionava quando estavam juntos. Não era de seu amor que Jae sentia falta, mas de sua devoção cega.  

"O pior é que sabes disso e insistes em ser envolvido por esse ômega. Não tens amor próprio, Namjoon. Isto é deprimente" White bradou, irritado. Novamente, estavam em pé de guerra. O lobo não aceitava que o humano ainda estivesse apaixonado pelo primo ordinário de Seokjin. "Se magoar Seokjin, tenho dó de você. Black não deixará barato. E se ele se irritar comigo por sua culpa, não te deixarei em paz."

"Você se importa com todos, menos comigo. Não é fácil estar na minha posição. Eu queria esquecê-lo, porém não é tão fácil assim. Mas, pode ficar tranquilo, não farei coisa alguma para machucar Seokjin. Ele é o nosso ômega agora, eu sei disso. Nunca o abandonaria por conta de Jae-hyun. Sei dos meus deveres enquanto marido e alfa. Ao casar, prometi-lhe proteção e cuidado, não amor. Estou cumprindo com o prometido."

"Se você se permitisse conhecê-lo melhor, talvez fosse diferente. Desde o primeiro dia, desde que olhou em seus olhos pela primeira vez, você, assim como eu, sentiu algo diferente. Por que prefere ficar apegado a um sentimento por outro ômega em vez de se dar uma chance de conhecer o seu próprio marido? Tenho certeza de que poderia amá-lo ainda mais do que supostamente ama Jae-hyun, pois Seokjin é tudo o que você achou que Jae-hyun era, ele é um verdadeiro ômega."

Por um momento, Namjoon sentiu medo. Amar alguém mais do que ama Jae-hyun? Se pudesse voltar no tempo, não amaria ômega algum. Não teria se aproximado de Jae, não teria pedido-o em casamento e muito menos entregado o seu coração a ele. Estaria vivendo como antes, livre, focado em sua própria vida e deveres. Se pudesse escolher, nunca amaria novamente. Apaixonar-se por Seokjin realmente não era uma opção.

 "Não deixe que o medo te prive de viver algo que pode ser maravilhoso." White aconselhou mais uma vez, agora um pouco mais calmo.

Discretamente, o alfa olhou para trás, em direção ao jardim. Contudo, segundos depois, negou com a cabeça e desviou o olhar. Não, não poderia deixar aquilo se repetir. Esqueceria Jae-hyun, mas não amaria Seokjin. Não podia deixar-se ser vulnerável novamente diante de um ômega.

Entrou na mansão e foi diretamente para o próprio quarto. Tomou o banho preparado por Hoseok e depois refugiou-se em seu escritório, buscando, novamente, fugir do marido. Manteve as cortinas fechadas para fugir da tentação de espiar o jardim e procurar pelo ômega. 

Buscou um livro qualquer em sua estante e tentou lê-lo por mais de trinta minutos, mas mal conseguiu passar da terceira página, sua mente estava longe. Fechou o livro e suspirou alto ao ouvir batidas à porta. Seria seu marido avisando sobre o jantar?

Ajeitou a postura e depois pediu que a pessoa entrasse. A porta se abriu e Hoseok entrou. Logo atrás dele, o conde pôde perceber a pequena figura de Jimin. O Park estava apreensivo, podia sentir por seus ferormônios mesmo que estivesse distante dele. E, mesmo que não conseguisse senti-los, o modo como o garoto apertava uma mão na outra, próximas ao seu rosto, deixou-o em alerta. Havia acontecido algo? 

Olhou para trás, buscando ver Seokjin, mas não o encontrou. Onde estava o seu marido? Jimin e ele sempre estavam juntos. Encarou Hoseok e ficou ainda mais desconfiado, o alfa estava sério demais.

— O que aconteceu? — perguntou, sem rodeios, e levantou da poltrona.

— Milorde... Sir Seokjin sumiu. Ninguém sabe onde ele está. — Hoseok respondeu.

— Como assim sumiu? — o alfa lúpus voltou seu olhar para o pequeno ômega loiro. — Você não devia estar com ele, Jimin?

— Eu... não... eu... — o ômega tentou falar, mas logo começou a chorar, escondendo o rosto entre as pequenas mãos. 

— Sua única tarefa é ficar ao lado dele, como pôde perdê-lo? — perguntou, elevando um pouco o tom de voz. 

Com raiva, o conde jogou o livro que segurava sobre a mesa. O barulho assustou ainda mais Jimin, que mesmo tentando controlar, chorava ainda mais descontroladamente. Hoseok se colocou na frente de amigo, como modo de dar proteção ao ômega, tirando-o da visão do conde.

— Jimin deixou o conde no jardim, como todos os dias, e foi ajudar a Sra. Park com o jantar. Um dos criados da cozinha faltou hoje, ela estava precisando de ajuda. Quando ele voltou para procurá-lo, sir Seokjin não estava mais lá. Procuramos por toda mansão, mas a última vez que alguém o viu, horas atrás, ele ainda estava no jardim.

— Como isso é possível? — perguntou, ainda irritado. Teria Seokjin fugido? Enganara-se ao acreditar que podia confiar no ômega?

— E tem mais uma coisa. Hela também sumiu. — o alfa informou com cuidado. A raiva do alfa se transformara em preocupação rapidamente. Hela não era uma égua que se dava com todo mundo. Já havia derrubado muitos cavaleiros experientes e causado alguns acidentes nos últimos anos. Mantinha-a no estábulo e cuidava dela porque fora a última égua de seu pai, mas nem ele conseguia montá-la.

— Vocês acham que... — não terminou a frase, não precisou. Hoseok assentiu em concordância. — Temos que achá-lo. Ele não deve ter ido longe.

— Já pedi que preparassem alguns cavalos. Eu e alguns homens iremos procurá-lo agora mesmo, mas precisava antes avisá-lo.

— Eu também irei. Prepare Delila.

Hoseok assentiu, não esperava reação diferente do patrão.

— Já fiz isso, ela deve estar quase pronta.

— Ótimo. — disse o alfa, passando pelos criados e saindo do cômodo.

Foi até o próprio quarto buscar um casaco e depois desceu rapidamente até onde os outros homens estavam. Se Seokjin realmente tivesse decidido montar Hela, precisavam ser rápidos, ele poderia estar ferido. Um frio percorreu sua espinha apenas ao imaginar isso. 

— Vamos, não podemos perder tempo. — disse aos demais enquanto vestia o próprio casaco.


🍂🍁


Oii, gente. Desculpe-me por qualquer erro, não tive muito tempo de revisar.

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