IVAN (capa provisória)

Od CinthiaFreire7

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Cabelos perfeitos, roupas de grife, festas, música, dinheiro, poder... É fácil esconder quem você é de verda... Viac

E lá vamos nós!!!
PRÓLOGO
CAPITULO 1
CAPITULO 2
CAPITULO 3
CAPÍTULO 4
CAPITULO 5
CAPÍTULO 6
CAPITULO 7
CAPITULO 9
CAPITULO 10
CAPITULO 11
CAPÍTULO 12
CAPITULO 13
CAPÍTULO 14
CAPITULO 15

CAPITULO 8

230 48 89
Od CinthiaFreire7

*** capítulo sem correção ortográfica ***

Ivan

Sempre fui um cara visto como feliz, de bem com o que sou, pronto para o futuro brilhante que os meus pais, assim como os dos meus amigos e colegas, planejaram para mim.
A verdade? Eu não sou tão feliz assim, nem tão seguro, nem ao menos tenho certeza do que quero para meu futuro, acho que passei tanto tempo  me preocupando com o futuro das pessoas que amo e tentando entender porque não consigo superar a garota que me deixou para trás como se eu não fosse nada, que esqueci de pensar em mim e agora aqui estou, prestes a terminar o colégio, com as portas da universidade abertas, sem saber ao certo para onde quero ir, o que vou fazer, o que quero ser.
Um cara normal, feliz de verdade, um cara que não precisa fingir o tempo todo, é, acho que já seria bem legal.
Tento não pensar muito nas coisas que Nuno me disse ontem, tento não pensar principalmente no silencio de Cindy que sequer mandou uma mensagem para saber se estou bem ou não, é como se eu nunca tivesse ido até ela.
Então faço a única coisa que costumo fazer quando Monte Mancante se torna sufocante.
Fujo para a casa do meu irmão.
— O que você tem, sua voz está baixa demais, está triste com alguma coisa? — Nick pergunta enquanto se senta ao meu lado, os olhos cobertos pelos óculos escuros que os protegem do sol escaldante do fim de tarde.
— Não.
— Está preocupado?
— Não é nada.
— Sou seu irmão mais velho pirralho, não me venha com nada, o que foi?
Respiro fundo e jogo a bola babada de Zero a uma distância curta, o Golden obeso e preguiçoso olha para ela, depois para mim, respira fundo como se esse simples gesto já fosse demais para ele e volta a dormir.
— Já disse, não é nada demais. — repito mesmo sabendo que isso vai irrita-lo, Nick, assim como eu, não é um cara muito paciente e hoje em particular ele parece ainda mais irritado. Talvez seja porque ele sabe que estou agitado, é a terceira vez que venho para cá essa semana e mesmo que eu tenha ficado a maior parte do tempo sozinho nos fundos da sua propriedade, isso é o suficiente para deixa-lo assim.
— Tem alguma coisa a ver com aquele idiota bêbado do seu amigo?
Sorrio ao me lembrar do trabalhão que Nuno deu quando achou que se esconder de Stella aqui na casa do Nick seria uma boa ideia, só mesmo alguém muito desesperado para achar que passar um tempo na companhia do meu irmão poderia resultar em algo bom.
Nicolas não recebeu o apelido de Monstro por nada, ele vem se esforçando dia após dia para manter até mesmo o entregador de encomendas o mais distante possível de sua casa, só mesmo Zero ainda permanece aqui e tenho lá minhas dúvidas dos motivos, eu acho que é pura preguiça de levantar seu rabo gordo e dar o fora.
— Nuno? Não, ele está bem, finalmente se acertou com a professora. — respondo.
Nick sorri e balança a cabeça, como se fosse impossível acreditar nisso.
— Aquele moleque sempre foi teimoso, quando quer algo vai até o fim.
— A Stella não é um capricho de moleque, eles se amam de verdade.
Meu irmão ergue o rosto para o céu, a barba ruiva iluminada, parecendo ainda mais avermelhada pelo sol.
— Aprenda uma coisa Ivan, todo amor é um capricho, seja ele qual for, alguns só duram mais tempo que outros. — sua voz soa amarga, triste e odeio saber o motivo para que ele tenha essa visão da vida, Nicolas não acredita em amor, nem em sorte ou felicidade, ele não acredita em nada que seja bom, para ele a vida é como um jogo de tabuleiro onde o único objetivo do jogador é fazer o peão se foder.
E meu irmão é bom nesse jogo, posso dizer que é um dos melhores que conheço.
— Não vou discutir isso com você.
— Não quero que discuta, só quero que aprenda.
Como se soubesse que precisa aliviar a tensão, Zero se levanta e sai rebolando seu traseiro peludo até onde a bola está a sua espera, ele  a pega e trás até Nicolas, colocando-a em seu colo, como um pedido de trégua, quando meu irmão não dá a mínima para ele, o cachorro passa o focinho em sua mão livre e Nicolas resmunga um palavrão antes de jogar a bolinha dessa vez um pouco mais longe, Zero lambe sua mão e meu irmão suspira antes de fazer um carinho na cabeça peluda do seu companheiro, provando que ele não é assim tão desumano como gosta de parecer.
— Você ainda não me disse porque está aqui.
— Eu gosto daqui. — olho para a construção abandonada do outro lado da cerca. — Tava até pensando em reformar aquela casa, o que acha de ter seu maninho como vizinho?
Nick vira o rosto na minha direção e mesmo por baixo dos óculos escuros posso ver a carranca se formando.
— Quer um conselho? — ele diz , a voz grave e rouca, agora parecendo séria.
— Não tenho certeza.
— Dá o fora dessa cidade.
Suas palavras soam como lâminas dolorosas que machucam meu coração idiota, sei que ele não faz por mal, ao contrário, ele quer o meu bem, tanto quanto qualquer irmão, mas isso não torna mais fácil, ouvir ele me mandar embora dessa forma.
— Achei que você iria me dar um conselho. — tento manter minha voz tranquila, mas ela soa magoada.
— É serio Ivan, não seja teimoso, o Zach já falou mil vezes, vai embora daqui, suas notas são boas porra, você consegue entrar em qualquer faculdade que quiser, em qualquer lugar do mundo, o que te prende nesse pedaço de terra de merda?
Você seu cuzão.
— Eu gosto daqui, gosto daquela casa. — aponto para o amontoado de entulho onde eu e meus amigos passamos boa parte da nossa infância, brincando.
— Ninguém na sua idade gosta de Monte Mancante, por favor, isso aqui mais parece um asilo de luxo.
— Acho que você precisa sair um pouco, a cidade está cada dia mais cheia de jovens, a avenida principal poderia facilmente ser confundida com uma cidade europeia e tem até uma faculdade aqui sabia? — ironizo, claro que ele sabe disso tudo.
— Foda-se, você precisa de mais do que isso aqui.
— Preciso? Porque? Eu não sinto que preciso de nada.
— Você não sabe que precisa, é diferente.
— Bobagem.
Tento me levantar, mas Nick me segura pelo braço me obrigando a permanecer no lugar.
— Escuta aqui pirralho, um dia você vai estar velho e vai se arrepender das merdas de escolhas que está fazendo agora.
— Olha só quem está me dando conselhos sobre viver, o cara que todo mundo chama de monstro.
— Não é de mim que estamos falando.
Abro a boca para responder tudo o que ele merece ouvir, quero ofende-lo, quero dizer que ele merece tudo que lhe aconteceu, que enquanto ele for esse cara amargurado, nada na sua vida vai melhorar, mas não digo nada, porque não há nada que eu diga que seja pior do que viver na pele de Nicolas Schwertner.
— Você se arrepende das suas escolhas? — pergunto sentindo a raiva fervendo em minhas veias.
— Não quero que você se torne alguém como eu.
— Grande bosta! Me solta— peço, a voz fria de quem está se controlando para não perder a cabeça e enquanto encaro seu rosto maltratado pelo sol e pela amargura, sinto seus dedos se desvencilhando de mim enquanto um sorriso perverso se espalha por seu rosto.
Levanto-me retirando as chaves de dentro do bolso e ignorando a vontade que estou de encher a sua cara idiota de porrada, passo por Zero que me olha como se pedisse para que eu tenha paciência com seu dono e me compadeço da má sorte que esse pobre coitado teve ao ter sido escolhido para fazer companhia para alguém como meu irmão.
— Um dia você vai me agradecer moleque. — ele grita de onde está.
— Vai se foder Nicolas. — grito de volta enquanto ergo meus dois dedos do meio, caso haja alguma dúvida.
— E vê se leva essa lata velha no Rael, o motor tá fazendo um barulho esquisito.
— Pode deixar, eu sei cuidar do meu carro. — respondo como o moleque mimado que ele acha que sou.
Nicolas solta uma gargalhada insuportável e nesse momento ele é muito mais parecido com o monstro do qual todos o chamam do que com o meu irmão, o cara por quem chorei durante semanas, desejando que nada de ruim acontecesse com ele, o responsável por minhas noites de insônia e por tudo o que veio depois disso.

***

Uma bomba explode levando pelos ares cerca de 20 soldados distraídos, passo a língua no lábio e viro o boné para trás sentindo a adrenalina invadir minhas veias, os gritos e tiros ecoam pelas caixas atrás de mim e sinto como se a qualquer momento uma dessas balas pudessem me atingir.
Confesso que não seria assim tão ruim.
Nos últimos dias estou começando a pensar na possibilidade de me isolar do mundo, minhas ultimas interações com humanos não se saíram lá muito boas, é mais seguro ficar aqui cercado de soldados destemidos.
A porta se abre, mas não me viro, sei exatamente quem é só pela forma como a abriu, anos de convivência faz esse tipo de coisa estranha parecer comum.
— Conheço um carinha que me jurou que seria o melhor tio do mundo. — Zach entra segurando Fred, seu moleque nos braços, o garotinho parece ainda menor no colo do grandalhão do meu irmão.
— Eu serei, quando ele souber usar um banheiro sozinho, antes disso nem pensar.
Zach gargalha alto e se senta ao meu lado, o bebê balança suas mãozinhas meladas em minha direção e desvio antes que ele as coloque em meus cabelos. Ou pior, no meu boné.
— Não vi você chegando. — digo enquanto entrego um pano de prato para que ele limpe a mão do seu filho.
— Acho difícil você ouvir qualquer coisa com o volume dessa televisão assim tão alto. — ele resmunga e olho feio para ele. — Desse jeito vai ficar surdo antes dos quarenta.
— Você está parecendo o papai.
— E você o Nicolas.
Bufo e volto a jogar ignorando meu irmão como um bom irmão caçula deve fazer, Zacharias coloca o moleque no chão e entrega um controle para ele brincar. Pelo jeito hoje vai ser um dia daqueles.
— Ele te ligou né? — pergunto sem tirar os olhos da tela.
— Ele ficou preocupado com você.
Não, ele não ficou preocupado, essa é a sua forma de me pedir desculpas, ligando para o Zach.
— Cuzão do caralho. — resmungo ainda mais bravo.
— Cindy também ligou. — ele diz e consegue toda a minha atenção.
— Quando?
— Hoje de manhã, ela disse que estava preocupada com você, algo sobre você não estar dormindo direito.
— Que filha da puta.
— Então é verdade?
— Não, ela tava exagerando. — minto.
— Ivan. — ele me chama, só um nome, dito com toda a suavidade que um terremoto pode possuir e me viro jogando o controle na mesa e desistindo do jogo.
— Não é nada que precise se preocupar.
— Você sabe que essa frase não funciona comigo, sou pai, filho mais velho, irmão de dois idiotas teimosos que não dão o braço a torcer. Eu sempre estou preocupado Ivan.
— Eu juro, não é nada demais. — minto mais uma vez e sinto uma vontade enorme de atravessar o quarteirão e chacoalhar aquela fofoqueira até ela aprender a ficar com a porra da sua boca fechada. — Eu só exagerei um pouco nas festas, mas agora estou sossegado, hoje dormi a tarde inteira, já estou zerado.
Deus eu deveria ganhar um troféu, o mentiroso do século.
— Está tudo sob controle? — ele pergunta, como se não tivesse ouvido uma palavra do que eu disse e confirmo balançando a cabeça.
—  Tá sim, sabe como é, só o mesmo de sempre, a festa do pessoal. Não dá ouvidos para o imbecil do Nick.
Zach me olha com uma cara de quem não acredita muito no que estou falando e continua.
— O Nick só está preocupado que você deixe de realizar seus sonhos por causa dele.
— Eu não estou.
— Sim, mas ele quer que você viva, e eu também quero.
— O Nick também pode viver.
— Nós dois sabemos que não vai ser facil tirar ele de lá, mas posso cuidar daquela mula empacada.
— Você não tem que fazer isso sozinho, esse carinha aí precisa de você,  a tua mulher também.
— Você sabe como ele se sente desconfortável com isso.
— Foda-se, eu não entendo, ele é nosso irmão, é natural que estejamos lá para ele, assim como o papai e a mamãe.
— O Nicolas tem muitas mágoas dentro dele, não sabe como lidar com elas e não quer machucar você.
— Engraçado porque é exatamente isso que ele faz sempre que pode.
— Ele não faz por mal.
— Bobagem, ele não dá a mínima para quem vai machucar.
— As pessoas tem jeitos diferentes de demostrar que se importam, veja a Cindy por exemplo.
— O que tem aquela fofoqueira?
— Ela não fez fofoca, ela se importa com você.
— Ela não se importa com ninguém, ela só quer me controlar, é diferente.
— E você se incomoda?
— Tanto faz. — resmungo sem olhar para ele.
— As vezes eu vejo muito do Nicolas em você.
— Do que está falando?
— Cuidado Ivan, a mágoa nos cega.
Um barulho do outro lado chama a nossa atenção e antes que eu possa me dar conta do que está acontecendo, Nuno segura meu sobrinho nos braços, de um jeito meio esquisito, ele está pálido e tenho certeza que está prestes a vomitar.
Zacharias se move com tanta rapidez que não o vejo atravessar a sala até que ele está ao lado de Nuno, segurando seu filho que começa a chorar nos seus braços.
— Acho que já posso ser considerado um herói. — meu amigo brinca, mas ninguém sorri e logo ele percebe que o clima aqui não é dos melhores.
— O que tá pegando? — ele olha para Zach e para mim, faço um pedido silencioso para que meu irmão não diga nada, tudo o que não preciso é de Nuno se metendo na minha vida mais uma vez, não aguento mais ouvir ele falar que eu e Cindy precisamos conversar.
Isso eu já sei, a 3 anos espero por essa conversa, o problema é que eu sei que ela nunca vai acontecer, em alguns meses nos formaremos, ela vai embora, como sempre sonhou e eu continuarei aqui, porque embora meu irmão ache que não, Monte Mancante é o meu lar.
— Nada demais, só vim ver se ele ainda estava respirando ou se já havia sido engolido por esse vídeo game. — Zach diz e me lança um sorriso amistoso, daqueles que dizem tudo, mesmo sem falar nada.
Coisas que só irmãos entendem.

************************************

Olá pessoal!
Vamos combinar uma coisa, esses irmãos Swchertner são uma coisa de outra mundo hein, eu sou muito apaixonada por essa família e amo ver a interação deles, e você gostam de conhecer um pouco mais dos personagens secundários?
Conta aqui para mim.
E não deixem de deixar a estrelinha desses meninos lindos.

Beijos e até sexta ♡

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