( Só para constar, depois de ver esse clipe, acabei vendo o filme e acredito que irei ler o livro kkkkkk. É lindo.)
André
Como nada em minha vida é facil, estava claro para mim que aquele crápula de uma forma ou outra iria acabar vendo minha mulher. Quando ouvi sua voz acusatória entrei rápido em sua frente.
— O que foi? — tentei intimidá-lo, mas ele não se abalou.
— Aquela é sua esposa? — falou me olhando furioso.
— Sim, Condessa Maria Rita Campos. Algum problema? — com certeza eu não estava agindo da melhor forma.
— Condessa? Ela não passa de uma... de uma..
— Olha como fala da minha cunhada — Antônio parou ao meu lado e o coronel deu um passo para trás. — Como pode conhecê-la se ela não é dessa região? — percebi que Antônio queria pegá-lo.
— É claro que ela é dessa região. Não se que mentiras contou a vocês, mas essa mulher forjou a própria morte. Pode perguntar para quem quiser. Ela é dada como morta nessa cidade.
— É mesmo? — Falei em tom de surpresa para ver se ele continuava a falar.
— ENTÃO DIGA QUEM ME MATOU, ANDA DIGA PARA MEU MARIDO E MEUS CUNHADOS OUVIREM QUEM MATOU A MIM E A MEUS PAIS! — Maria Rita gritou do lado de Álvaro que a segurava pelo cotovelo. Tenho certeza que meu irmão estava pronto para jogá-la nas costas e fugir com ela dali.
A multidão de gente começava a se formar ao nosso redor, dificilmente ele faria qualquer coisa com tantas testemunhas.
— A senhora é louca, sempre foi desde criança. Deve ter colocado fogo na própria casa. — senti meu sangue ferver.
— Se o senhor se atrever a falar mais alguma coisa sobre a minha esposa, eu juro que não responderei por minhas atitudes — Antônio segurou meu braço.
— Isso é uma ameaça? — o coronel retrucou.
— Ah com certeza é — falei chegando mais perto, sendo segurado por Antônio — Você não tem ideia do quanto eu espero pelo momento de vingar tudo o que você fez a ela.
— Então você sabe .. — ele me olhou mortalmente.
— De cada detalhe — sorri.
— E acreditou? — ele riu bufando em minha cara.
— Tenho as provas necessárias, Coronel. — puxei meu braço de Antônio e arrumei meu blaser. — Acredito que não exista mais nada a tratar com o senhor. — me virei de costas e fui em direção a Maria que chorava.
— Ai é que você se engana. — eu poderia ter me virado e descarregado toda a ira que eu sentia nele, mas Maria me olhou suplicante e atendi sua vontade e entramos em casa sem olhar para trás. Antônio que resolvesse as coisas agora.
— Senhora, por favor tome isso, precisa se acalmar — Kate estava na porta com um copo de água. — Venha se sentar.
— Vamos, meu amor, não tem porque se preocupar mais. Agora ele já sabe.
— Agora é que temos uma grande problema, não vê? — Você o desafiou André. Ele acha que manda em tudo, virá para cima de nós com toda a força que tem.
— Não tenho medo dele.
— Mas eu tenho , amor — Ela se levantou e veio até mim — Eu não quero que nada aconteça a você.
— E não vai, meu amor, não vai. Nós estamos preparados para isso a tanto tempo que não imagina.
— Sim eu imagino sim. Mas mesmo assim, não sabem como ele manda e desmanda nessa cidade.
— Não mais, senhora, não mais. — Todos viram e todos sabem o que ele fez a você e sua família. Eles sabem sobre os condes e sabem sobre a propriedade de Paulo Augusto.
— Quem é Paulo Augusto? — olhei séria para Kate e Maria fes o mesmo.
— Ele era seu marido? — Ela perguntou se aproximando de Kate que ainda não responderá nossa pergunta.
— Meu noivo. Ele sumiu a um ano — Maria levou as mãos a boca. — Esse homem queria as terras dele, mas meu noivo não queria vender, ele estava planejando transformar o galpão da fábrica em uma grande estufa e nos tornar uma referência em cultivos de flores da região. Ele...
— Sinto tanto Kate — Maria a abraçou bem na hora que Antônio e Álvaro entravam na sala.
— Nunca soubemos o que aconteceu com ele e quando descobri que haviam compradores para a fábrica, fiz de tudo para entrar aqui e descobrir se eram pessoas confiáveis a quem eu pudesse recorrer.
— Iremos ajudá-la a recuperar tudo o que foi tomado — falei para ela.
— Não acho que isso seja possível. Acredito que somente um milagre faria com que Paulo ainda estivesse vivo.
— Sinto muito — meus irmãos me olharam sem entender.
— Agradeço por não desistirem de parar esse homem. Quase todas as famílias daqui já perderam alguém pelas mãos dele.
— Conhece alguém que possa depor contra ele? — Antônio se pronunciou.
— Eu sou a primeira, e tenho conheço vários pais e filhos que fariam o mesmo, ninguém aguenta mais.
— Acha que podemos colher esses depoimentos ainda hoje.
— Sim, tenho certeza que sim, mas tenho que alertá-los de que haverá represalha. Devem se preparar para o pior.
— Já estamos preparados, Kate. Já temos até o mandado expedido pela coroa. Mas quanto mais provas melhor. — Álvaro falou.
— Eu agradeço muitissímo por isso. Nem posso acreditar que isso terá um fim.
— Nem eu — Maria falou ao meu lado entendendo como não podemos deixar aquilo de lado. Que não era apenas ela que tinha perdido e sido ferida por aquele homem.
Toda a segurança da casa foi reforçada, as testemunhas entravam escondidas na casa e era ouvidas pelo dr Thiago e por meu irmão que sempre fez um excelente trabalho nas investigações e era adorado pela coroa. O dia correu extremamente agitado e a noite caiu antes mesmo que percebessemos.
Eu e Álvaro mantivemos o alerta máximo e deixei Maria bem longe de qualquer janela, onde poderia ser alvo fácil. Tenho certeza que antes de matá-la ele a torturaria mais do que ja tinha feito na vida toda.
— Não fique tão nervoso, hoje tudo isso tem um fim — Ela falou assim que entrei em nosso quarto. — Eu estou preocupada também, mas agora todos sabem quem é esse homem, não sou apenas eu que estou falando.
— Sim, eu sei, mas sabe que não vou sossegar até que ele esteja preso.
— Eu sei — fui até ela na cama — Mas venha descansar um pouco, o dia foi complicado demais para você continuar aflieto. Vai acabar tendo um problema nos nervos. — a abracei e me posicionei para que ela se deitasse em meu peito. Fiquei acariciando seus cabelos por muito tempo até que nós dois acabamos pegando no sono.
***
Acordei com um barulho estranho e me levantei rápido. Maria ainda estava sonolenta e não teve a mesma noção que eu. Estavam tentando invadir a casa.
Corri para o corredor e Álvaro e Antônio também já estavam de pé.
— Leve a Maria para um lugar seguro. — Antônio gritou e voltei para o quarto. Maria já estava colocando seu casaco por cima do vestido que não havia tirado para dormir.
— É o que estou pensando.
— Com certeza.
— Para onde iremos? — ela estava aflita — E se ele colocar fogo na casa de novo?
— Não vai. Nós estamos no controle agora.
— André.... — não deixei que ela terminasse. Beijei seus lábios e a encarei profundamente — Apenas confie nos irmãos Campos, nós sabemos o que estamos fazendo — ela confirmou com a cabeça e a puxei para fora do quarto. Álvaro ainda estava lá nos esperando.
— Antônio mandou você ficar com ela o tempo todo. — assenti — Não queira bancar o heroi agora, André. Deixe com a gente. Proteja sua esposa — ele desceu as escadas correndo e fiz o mesmo.
— Para onde vamos? Aqui não existe os quartos de proteção igual em nossa casa.
— Eu sei — isso era o que mais me irritava, mas durante o dia conseguimos, juntamente com Kate, fazer um abrigo seguro. — Não vai ser tão confortável quanto em nossa casa, mas te garanto que será tão seguro quanto.
— O que quer dizer?
— Você verá. — continuamos andando em direção aos quartos dos empregados. No final do corredor existia um pequeno quarto de bagunças, onde ninguém se atrevia a mexer. Era lotado de coisas velhas e sem uso. Algo que os antigos moradores tinham e nunca nos demos ao trabalho de tirar.
— Nossa, ainda bem que não vi isso antes — Maria reclamou.
— Ainda bem mesmo, pois será o nosso abrigo.
— Vai ficar comigo como seus irmãos pediram, não vai?
— Não sairia daqui por nada nesse mundo. — entramos dentro do pequeno quarto, onde Kate tinha tirado algumas coisas para facilicar nossa passagem. — Temos que deixar essas coisas na frente para que se algo der errado não nos vejam aqui.
— Você acha que...
— É só por segurança querida — me sentei no chão e ela veio para meu colo onde se aninhou.
Os barulhos continuaram por um bom tempo. Pareciam pedras, tijolos e até mesmo tiros disparados pela casa. Eu estava apreensivo, tudo poderia dar muito errado.
O tempo foi passando e aos poucos as coisas foraqm se acalmando, até que mais nada era ouvido, mas eu não estava disposto a ir descobrir o que tinha acontecido.
Se passou uma meia hora, quando Álvaro veio nos chamar.
— Acabou, e todos estão bem — ele falou dando a mão para Maria se levantar.
— O que aconteceu? — ela falou baixo.
— Eles queriam entrar na casa, queriam pegar você, mas nós é que pegamos um deles. — sorri de satisfação — Acredito que irá querer fazer parte do interrogatório, irmão?
— Não tenha dúvidas disso!
(só para constar, durane a escrita desse capítulo eu comprei Orgulho e Preconceito, na Estante virtual por uma bagatela de 12,00 reais. :P )