Qual o seu pensamento a respe...

By Plstorys

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Yongbok não era uma pessoa tímida, mas também nunca ousaria contar sobre seus pensamentos tão abertamente par... More

Part I

Part II

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Insistente e boca suja.

Hwang Hyeri percebeu um dos aspectos da personalidade de Lee Yongbuk naquela tarde. Foi engraçado como o menino e seus amigos entraram e se espalhando pela loja inteira, cada um voltando com uma caixa e uma palma de banana nos braços exibindo sorrisos inocentes. Logo após ela falar o total da compra, cada um foi revirando suas fardas e mochilas tirando qualquer moeda ou dinheiro de papel que encontrassem.

- Kim Seungmin. - Chamou o garoto com uma voz séria, segurando o sorriso ao ver que os garotos tinham se assustado e puxado o menino de cabelos negros para perto deles. - Receio não poder fazer o uso de sua receita para enxaqueca.

Seungmin recolheu a receita com um pedido de desculpas, voltando a sua função de colocar as bananas na sacola.

Não foi preciso muita coisa para juntar os pontos quando seu filho apareceu com uma sacola cheia de banana e uma caixa de morango.

Algumas horas antes...

Foi uma surpresa para Hyunjin encontrar uma sacola decorada com bananas e morangos. Isso não significa que ele ficou menos confuso ou receoso com a onde de sentimentos que invadiu seu corpo, era não era bobo e sabia exatamente quem deixou as frutas em seu armário. Não ajudou que Jeongin e Seungmin estivessem tentando -de maneira falha- se esconder no corredor, com o objetivo de ver sua reação ao receber o presente.

As aulas passaram rapidamente naquele dia, quando percebeu que já era quase a hora de sair. Ele estava contando os segundos, correndo para casa assim que o sinal ecoou pela escola. Metade de si, estava implorando para ele fazer algo a respeito, enquanto a outra metade de si lhe dizia para continuar alheio diante da oportunidade.

Isso está acontecendo de novo, pensou consigo mesmo apertando a sacola em suas mãos.

Não era a primeira vez que alguém se interessava por ele, certamente não seria a última também. Jinhyun, Baeksoo, Sooyoung, Hana e Jiwon, todos eles nutriam um sentimento especial pelo garoto de cabelos rosas. Tudo começava com comprimentos tímidos durante as aulas, depois uma conversa curta, seguido por presente e o prêmio final: sua confiança. Aparentemente, Hyunjin era apenas um rosto bonito, sua carência e a necessidade de sentir o amor tornava o relacionamento chato e sufocante.

"O problema não é você, eu acredito que confundi meus pensamentos."

Ele não era nenhum idiota, depois da terceira vez essa desculpa se tornou frequente se tornando impossível não pensar que havia algo de errado com ele.

Hwang Hyunjin nasceu de uma família onde o amor era a base de todas as conquistas que tinham em sua vida. Foi fazendo o que amava que sua mãe conseguiu encontrar alguém que amasse tanto as frutas quanto ela, a decisão de criar uma família também veio do amor. Então ele cresceu com o sonho de encontrar alguém, alguém que conseguisse fazê-lo sentir o amor que via quando seus pais se encontravam, o amor que ele via quando sua irmã olhava para o marido. Seus sonhos persistiram durante seus três primeiros relacionamentos, e quando começou a namorar Jiwon um lado de si já havia aceitado sua realidade, quando o relacionamento terminou nem ao menos ficou surpreso apenas aceitou as palavras rudes da garota.

- Você tem um grande problema, Hyunjin. Você tem expectativas de relacionamentos muito altas, você quer ser amado a todo custo, mas não me mostrou uma faísca de amor nesses dois meses. - Falou Jiwon com lágrimas escorrendo pelo seu rosto. - Você não é seus pais ou sua irmã, nem todo mundo foi feito para o amor.

"Nem todo mundo foi feito para o amor."

Todos os dias antes de dormir, ele se sentia sozinho e como forma de autopunição se lembrava dessas palavras.

- Vejo que ganhou um presente. - Comentou Hyeri ao ver seu filho entrando na loja. Sua mãe exibia aquele mesmo olhar de sabedoria que tinha quando ele se machucou enquanto brincava quando era criança. Seus olhos se suavizaram, ela sorria com conhecimento antes de colocar remédio e dizer para que ele voltasse a brincar.

Ele não queria brincar novamente, acreditando ser melhor permanecer sozinho.

- Sim. - Respondeu revirando os olhos antes de jogar a sacola na bancada, sua ação resultou em um olhar descontente da mulher. - Eu não quero isso, estou cansado de bananas e morangos. Jogue fora ou doe para alguém que precise, você decide.

(...)

A noite não havia sido tranquila, tinha revirado na cama durante horas antes de ser vencido pelo cansaço. Seus pensamentos eram uma repetição constante das imagens do garoto de cabelos cinzas e mullet, por mais que pensasse a respeito as dúvidas continuavam surgindo a todos os momentos.

Ele era diferente?

Ele ficaria para sempre?

Era inocente demais imaginar que encontraria o amor da sua vida durante os anos escolares, a vida não era um filme. O ciclo se repetiria e ele ficaria sozinho antes mesmo de completar dois anos de namoro.

- Eu sou uma pessoa completa, não preciso de um relacionamento. - Repetiu consigo mesmo após cuspir a pasta de dente. Sua aparência cansada parecia tirar sarro de suas palavras, e com uma careta ele resolveu que seria melhor prender o cabelo naquele dia.

A casa estava silenciosa, sua mãe tinha um costume de sair cedo para correr e fazer exercícios então ele não se surpreendeu ao perceber estar sozinho, a sua surpresa veio quando seus olhos negros se fixaram nas oito garrafinhas de leite de banana e morango caseiro.

- Mulher inteligente. - Se aproximou ao ver que tinha um pedaço de papel embaixo de uma das garrafas.

"Uma mãe conhece seus filhos melhor do que ninguém, ela sabe até mesmo suas cicatrizes escondidas. Você está machucado, eu entendo e respeito sua decisão. Por outro lado, quero pedir que seja sincero consigo mesmo e não machuque aqueles que amam você.

Ps: Você não conheceu o amor ainda, apenas sentimentos ilusórios.

Ps2: É melhor você compartilhar isso com os garotos, eu vou saber se você jogar no lixo.

Com amor, mamãe. "

Ele nem era louco de contrariar sua mãe, tanto é que pegou todas as garrafinhas e colocou em uma sacola bonita. Isso não queria dizer que ele estava fazendo isso com um sorriso no rosto, muito pelo contrário. Sua feição conseguiu fazer com que os alunos saíssem da sua frente rapidamente no corredor, infelizmente quando chegou na sala Yongbuk e seus amigos já estavam lá conversando entre si.

- Eu não consigo entender porque eles simplesmente não pedem divórcio, não adianta ficar em um relacionamento onde não existe amor. - Disse Yongbuk com o rosto chateado, sem notar quem estava se aproximando de sua banca.

Amor, não adianta ficar em um relacionamento sem amor.

Então, porque Yongbuk continuava olhando para ele com aquele olhar? Porque quando Hyunjin estava por perto ele parecia tão feliz? Porque ele insistia em continuar tentando mesmo após dois anos? São tantas perguntas sem resposta.

- Ei, tenho algo para vocês. - Ergueu a sacola diante dos olhos, sua fala fez com que a conversa terminasse rapidamente e todas prestassem atenção nele. - Minha mãe preparou alguns com as frutas que vocês me deram.

Sem esperar a resposta deles, ele começou a distribuir as garrafinhas.

- Uau, eu nunca experimentei leite de banana caseiro. - Diz Yongbuk sentindo sua boca salivar ao olhar o líquido na garrafinha decorada.

A sacola foi esvaziada até que restasse apenas duas garrafas. Hyunjin olhou em silêncio para as duas garrafas que restavam, ele tinha a escolha de dizer que sua mãe tinha errado a conta e tinha mandado apenas seis garrafas ou ele poderia dar as duas últimas garrafas para Yongbuk.

- Parece que minha mãe errou a contagem, desculpa. - Hyunjin mentiu para o garoto, ignorando o olhar desanimado que assumiu o rosto do Lee.

Depois disso, o dia de Yongbuk pareceu ficar ainda pior. Seus pais estavam brigando quase todos os dias a respeito da insistência do seu pai em continuar escrevendo livros, mesmo com todas as suas ideias sendo continuamente ignoradas pela editora.

- Estou em casa. - Avisou em meio aos gritos e ofensas que seus pais trocavam entre si, sem ao menos reconhecer a presença do filho na porta. - EU DISSE, ESTOU EM CASA.

Seu grito fez com que sua mãe olhasse enfurecida em sua direção e seu pai abaixasse a cabeça envergonhado com a situação.

- Seria melhor se não tivesse, talvez nossa vida teria sido diferente.

Um sorriso incrédulo surgiu no rosto de Yongbuk.

- Engraçado você dizer isso quando a escolha de se casar com o papai, ter filhos e se mudar para um lugar desconhecido foi completamente sua. - Sua voz naturalmente rouca se tornou baixa e falhar. - O que estou falando? Eu nem mesmo deveria estar aqui.

A noite estava ficando cada vez mais fria, porém isso não impediu que o garoto saísse pelas ruas em busca de seus amigos. Naquele dia a sorte não estava ao seu favor, tanto é que nenhum deles atendeu o telefone.

- Merda, MERDAAAA - Gritou sem controlar a onda de fúria que cresceu em seu corpo, suas botas de combate chutaram a lata de lixo na esquina da rua fazendo um barulho alto.

- Bem, nem imagino o que a lata de lixo fez para você ficar tão bravo assim. - Sussurrou uma voz em seu ouvido.

Yongbok sentiu sua alma deixar seu corpo por alguns minutos, antes que um grito agudo saísse de sua garganta. Hyunjin não conseguiu segurar a risada, e deixou uma sacola de lixo cair enquanto agarrava seus lados com a força de sua risada.

- V-você não é maldoso, pensei que morreria aqui mesmo. - Contou Yongbuk segurando seu coração.

- Você com certeza assustaria qualquer assassino com esse grito. - Disse antes de notar que o outro garoto não parecia muito bem. Não era normal não encontrar um sorriso no rosto de Yongbuk e ele não sabia como se sentia ver o garoto assim. - Vamos fazer um trato.

- Qual tipo de trato?

- Você não parece estar bem, seus amigos não estão por perto então não posso te deixar aqui dessa maneira. - Falou oferecendo sua mão. - Vou deixar que você venha comigo, mas você precisa me responder algumas coisas quando chegarmos no meu quarto.

Sem pensamentos maliciosos, ele pode está querendo saber onde comprei banana e morangos. Pensou o australiano antes de pegar a mão de Hyunjin, ignorando a dor no estômago.

O garoto Hwang ignorou os olhares astutos que sua mãe deu quando percebeu que os meninos estavam de mãos dadas e acenou feliz para o garoto mais baixo que soltou um sorriso na direção da mulher antes de ser puxado para o andar de cima.

O quarto de Hyunjin era semelhante a ele. Suas paredes eram uma mistura de todas as cores, sua cama tinha um cobertor na cor preta e sua cômoda era rosa e azul. Não existia roupas espalhadas pelo quarto, seus livros estavam organizados na sua mesinha de estudo e no chão um gatinho descansava em cima do tapete felpudo.

Se o garoto australiano já não estivesse com um humor melhor, ao ver o gatinho isso com certeza mudaria. Suas pernas foram rápidas em se aproximar do gato que se aproximou em busca de carinho.

Carente igual ao dono, pensou o garoto de cabelos rosas ao ver que Danbin já tinha se aconchegado no colo de Yongbuk.

- Você é tão fofinho, você é sim. - Escutou o outro falar baixinho para o gato, afundando suas pequenas mãos no pêlo cinza dele.

- Sabe quem é mais fofo? - Perguntou Hyunjin depois de se sentar no chão.

Yongbok negou com a cabeça.

- Hwang Hyunjin. - Falou seu próprio nome com um grande sorriso, seu comentário arrancou uma risada do outro fazendo com que Danbin fugisse para longe do barulho repentino.- Isso me lembra que temos um acordo.

Foi inevitável, sua paixão estava diante dos seus olhos querendo sua parte do trato. Sua mente se encheu de suposições sobre o que seriam tais perguntas, e com curiosidade se aproximou ainda mais do garoto de cabelos rosas.

- O que você quer pergunta primeiro? - Sua voz rouca foi o suficiente para que Hyunjin esquecesse por alguns minutos o que deveria perguntar.

Mas aquele não era o momento para coisas do tipo, ele tinha que se manter firme em seu propósito ou seu coração estaria em jogo novamente.

- Você precisa me prometer que não vai mentir para mim. - Ergueu o dedo mindinho para simbolizar o juramento, o dedo mindinho do outro rapidamente se juntou ao seu. - Porque você continua olhando para mim desse jeito?

Lee Yongbuk poderia mentir com o objetivo de não ser rejeitado, mas depois de sua confissão acidental no dia anterior já não havia nada que ele pudesse mentir. Ainda que não tivesse falado aquelas coisas, não iria conseguir mentir para Hyunjin que lhe olhava com um brilho esperançoso em seu olhar.

Ele ao menos sabia o quão adorável era?

- Nunca consegui controlar muito bem minhas emoções, sou um livro aberto. - Respondeu olhando nos olhos dele. - Continuo olhando para você porque gosto de você.

O mais alto sentiu sua respiração acelerar com a declaração sincera.

- Gosta de que maneira? - Buscou a confirmação.

- Gosto de tudo a respeito de você, seu sorriso, sua inteligência, gosto do modo como é perspicaz e sorridente. Eu não entendo muito sobre sentimentos amorosos, mas continuo olhando e sentindo sua falta mesmo quando estou na mesma sala que você. - Seu rosto se aproximou ainda mais, seus olhos estavam fixos um no outro. - Então, por favor... Me diga que esse sentimento é recíproco.

A oportunidade completa estava na sua frente, mas Hyunjin permaneceu em silêncio. Seu coração estava dizendo para dar uma chance, enquanto sua cabeça se via indecisa pela primeira vez depois de muito tempo.

- Como eu posso acreditar em suas palavras? - Sussurrou olhando para os lábios úmidos e rosados de Yongbuk. Tudo que queria era se deixar levar pelas suas emoções, seguir seus instintos e tomar aquela boca na sua.

- Me deixe amar você, eu prometo que serei bom o bastante.

Seus rostos se aproximaram ainda mais, sendo possível que sentisse seus perfumes doce e floral se misturassem perfeitamente. Quando seus lábios finalmente se encostaram, ambos sentiram um pequeno pedaço do paraíso em suas bocas. Não existia nada além deles dois naquele momento e seus sentimentos naquele momento. Hyunjin solta um pequeno suspiro ao sentir uma mordida suave em seus lábios, antes que o beijo pudesse ser aprofundado e as mãos de Yongbuk puxassem os pequenos fios de cabelo do pescoço. Seu corpo arrepiou quando sentiu a falta de ar surgindo, e com pequenos selinhos suas bocas se afastaram.

- Eu vou cuidar de você e você cuida de mim.

Ainda sim, depois da noite anterior foi uma surpresa quando Hyunjin chegou na escola com duas garrafinhas de leite de banana na mão e um sorriso amoroso no rosto.

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