IVAN (capa provisória)

By CinthiaFreire7

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Cabelos perfeitos, roupas de grife, festas, música, dinheiro, poder... É fácil esconder quem você é de verda... More

E lá vamos nós!!!
PRÓLOGO
CAPITULO 1
CAPITULO 3
CAPÍTULO 4
CAPITULO 5
CAPÍTULO 6
CAPITULO 7
CAPITULO 8
CAPITULO 9
CAPITULO 10
CAPITULO 11
CAPÍTULO 12
CAPITULO 13
CAPÍTULO 14
CAPITULO 15

CAPITULO 2

268 57 46
By CinthiaFreire7

*** capítulo sem correção ortográfica ***

Cindy

Olho para meu  Zuhair Murad pendurado ao lado do espelho francês do século XVI que decora meu closet, ele faria inveja a qualquer garota da minha idade, não,  a qualquer mulher. É um modelo exclusivo, desenhado especialmente para mim por um dos mais renomados estilistas da atualidade, um presente da minha mãe no meu ultimo aniversário que chegou em uma elegante caixa preta com meu nome escrito em ouro e todas as frescuras possíveis para esconder a realidade que nem mesmo ela é capaz de suportar admitir.
Ela não estava aqui.
A caixa está jogada no canto do quarto, um pedaço amassado e não escondi meu sorriso de satisfação quando vi. Um pouco infantil eu sei, mas não pude evitar.
Termino de me maquiar e arrumar meu cabelo, ao contrário da maioria das garotas, gosto de me preparar sozinha, salões cheios e barulhentos, cheiro de café, croissants e fixador me enjoam, além do mais, ninguém sabe moldar meu cabelo como eu e sinceramente, me sinto um pouco incomodada quando tenho pessoas assim tão perto de mim.
Geralmente pessoas sóbrias perguntam demais.
Coloco o vestido e me sento para calçar as sandálias, pego o celular e verifico as notificações, está lotado delas, o grupo da festa clandestina está bombando, esse ano com certeza vai ser maior que a do ano passado e se bem me lembro, para mim foi uma catástrofe, acabei saindo com dois caras comprometidos e foi um caos ter que lidar com as namoradas enganadas e traídas, porque no fim das contas a culpa sempre é da garota que assediou os santos, e nunca o contrário.
“Porque uma garota com uma roupa dessa sai de casa procurando isso mesmo”
“Onde já se viu, não respeita o namorado alheio?”
“Como pode! Está mostrando a bunda, deve ser desespero”
“Depois ainda quer se fazer de santa”
“Essa ai? dá pra todo mundo, uma vadia.”
“ A culpa é dela”
“Vagabunda”
“Puta”
“Fácil”
“Barata”
Mulheres... ainda somos nossas maiores inimigas. Infelizmente o discurso ainda é muito bonito só no papel mas está longe da vida real.
Esse ano prometi que não vou beber, ao menos não tanto. É uma promessa difícil de cumprir quando sei que estarei ao lado de Ivan durante toda a noite, sentindo seu olhar sobre mim, enquanto interage com outras garotas, sorrindo e expondo aquela covinha irritante, e eu faço o que sei fazer de melhor, eu fijo que não morro toda vez que estamos perto e que eu tenho que agir como se ele fosse qualquer um. É quase uma sessão de tortura estar perto dele sem usar nada que nuble meus pensamentos. A sobriedade é meu maior carrasco.
Termino de ler a conversa e abro as redes sociais, já está lotada de fotos sobre o evento do ano em Monte Mancante, garotas exibidas disputando quem está com o vestido mais caro, mas famoso, mas curto, quem tá com a barriga mais sequinha, quem tem o maior silicone. Deus, as vezes é tão cansativo ser mulher em uma cidade onde parece que estamos em uma competição de beleza eterna.
Ivan acaba de postar uma foto sem camisa que já está lotada de comentários, seu físico está cada dia mais incrível, ele adora se exibir por ai e faz isso com frequência, algo que não combina em nada com seu humor de merda, mas que faz a alegria de muita gente. Babaca ridículo convencido.
Olho todos os comentários em busca de um especifico, Solana, a mulher com quem Ivan tem um caso de vez em quando, ela é discreta e nunca comentou nada, mas sei que ela vê, assim como eu e boa parte dos moradores de Monte Mancante, ela gosta de admirar o seu brinquedinho se exibindo por ai e só de pensar nisso me sinto enjoada. Fecho tudo e jogo o celular dentro da Lana Marks  que separei para essa noite, preciso parar com isso, é doentio ficar stalkeando Ivan dessa forma. Me concentro em terminar de me arrumar e quando volto a me olhar no espelho estou satisfeita com o que vejo, pernas longas e bronzeadas, um vestido minúsculo que faria muitas modelos passarem fome para caber, cabelos sedosos e macios, e uma maquiagem perfeita que esconde as sardas que tanto detesto.
É isso ai Cindy!
O telefone toca dentro da cloach e a vontade que sinto de ignorar é tanta que preciso respirar fundo e me lembrar que não sou mais criança, não adianta mais bater o pé, fazer bico, cruzar os braços, nunca adiantou, ela nunca se importou com infantilidades.
Puxo o aparelho e aceito a ligação, retiro o brinco e coloco-o no ouvido enquanto desço as escadas.
— Pronto?
Má Cherie.
— Oi mãe, estou saindo. — tento não parecer áspera, mas falho miseravelmente.
— Eu queria tanto estar ai, mas meu voo atrasou e você sabe, já que eu não chegaria a tempo de participar do evento, achei melhor não ir.
— Eu sei mãe, seu secretário me disse hoje cedo quando me ligou.
— Cindy, você não imagina a loucura que está por aqui, acabei de sair de uma reunião nem sei que horas são, estive ajustando os últimos detalhes e...
Paro de ouvir depois de alguns segundos, já sei tudo o que importa, ela não veio e nem ao menos fingiu estar com saudades, ou se importar comigo, nem mesmo se estou indo bem na escola, ou porque tomei aquelas advertências, ela acha que dou conta de tudo sozinha, ou finge que acha, para não se sentir tão mal consigo mesma, tudo o que importa para Marie Fontanelle é se tornar uma das maiores estilistas dos últimos tempos, ela quer ser tornar algo como Coco Chanel, inesquecível.
— Uhum, que bom mãe. — digo enquanto destravo meu carro e entro.
— Ah o vestido, serviu? Disse a Jordie que mandasse o menor número.
— Perfeitamente.
— Eu sabia! — ela diz como se entrar em um  Zuhair Murad tamanho XP fosse algo digno de uma troféu. — Depois me mande uma foto, quero ver como ficou.
— Você poderia ver ao vivo se fosse realmente importante. — digo quando bato a porta do carro nos fechando dentro dele. E me arrependo imediatamente.
— Como?
— Preciso ir mãe, a gente se fala depois, beijos. — desligo a chamada sentindo meu coração disparado no peito, inclino-me para a frente tentando me acalmar, mas tudo o que consigo pensar é que acabei de desligar o telefone na cara da minha mãe.
Espero alguns instantes segurando o celular junto ao peito, desejando que ela ligue de volta, que brigue comigo, que diga que estou passando dos limites. Mas ela não liga, provavelmente algo mais importante a roubou de mim.
Desço do carro correndo, tropeço nos saltos e quase caio, ignoro o alarme que avisa que deixei o motor ligado e sigo até a lata de lixo que fica na garagem no instante em que meu corpo começa a colocar para fora tudo o que tenho dentro dele.
Dor, tristeza, rejeição.

***

Assim que paro na porta de entrada do Complexo Educacional Santo Egidio já sou novamente a garota bela e arrogante que todos conhecem, ergo o nariz e coloco um pé na frente do outro, ignoro os olhares que recebo de pessoas que não conheço, mas me sinto bem com a atenção deles.
Tem algo que poderoso em saber que todos estão olhando para você, não importa que sejam jovens ou velhos, homens ou mulheres, gosto de saber que sou desejada, que me querem, mesmo sabendo que nunca terão nada de mim.
Caminho entre a multidão de pessoas, sinto uma mão em minha cintura e me viro para encontrar um homem que tem idade para ser meu pai me olhando, conheço esse olhar, já vi ele milhares de vezes, a grande maioria delas, não tem efeito nenhum em mim, são poucos os que conseguem de verdade algo que seja interessante, apenas um de verdade atinge meu coração, o único que não permito olhar de volta.
Pisco para o homem misterioso que carrega uma aliança no anelar esquerdo  e me afasto, sabendo que em algum momento ele virá até mim, só para receber um sonoro não.
Olho em volta em busca dos meus amigos, vejo Stella e Maddie conversando em um canto, a professora está linda embora pareça um pedaço de concreto de tão tensa com os olhares que recebe, Maddie também está lindíssima com um modelo nacional que não deixa nada a desejar e me surpreendo com o quanto ela é sensual sem mostrar muito.
Continuo andando, sem olhar muito para as pessoas e sinto o exato momento em que seus olhos me encontram, o calor agita meu estomago e meu coração bobo acelera no peito enquanto caminho em direção a onde ele está, pego uma taça de champanhe no meio do caminho e bebo enquanto me aproximo. Analisando minuciosamente cada pedacinho do seu corpo forte, envolto em um smoking sob medida que realça os olhos que parecem prestes a tirar a minha roupa aqui mesmo.
— E ai meninos. — digo ao chegar até eles, meus olhos desviando de Ivan para os outros garotos enquanto aceno com a mão livre na direção deles, quase todos são do time de futebol do colégio e conheço a maioria, acho até que já sai com um ou dois, talvez três... sinceramente não me recordo e não me importo.
Posso sentir o olhar de alguns em minha bunda quando passo e sei que Ivan também está vendo, gosto desse joguinho sujo, doentio e patético entre nós, é como provocar um animal perigoso, sabendo que se um dia ele decidir atacar, não conseguirei me proteger.
Circulo por mais um tempo, cumprimento professores e pais de amigos, falo com algumas garotas que conheço, termino de beber o meu champanhe e mordo um pedaço de canapé enquanto ouço um grupo combinar de dar o fora em uma hora no máximo.
É lá que a festa de verdade vai acontecer.
Como mais dois canapés e finjo que adoro caviar, é isso que se faz em um lugar como esse. Em seguida  vou até o banheiro, retoco minha maquiagem, arrumo meu cabelo e verifico se está tudo bem com meu vestido, quando saio vejo Dominic discutindo com seu pai, de onde estou não consigo ouvir, mas posso sentir o olhar de desprezo que o garoto direciona para o cara que é a maior autoridade de Monte Mancante, ele afasta o braço sutilmente do aperto do seu pai e caminha para o outro lado, sinto vontade de ir até ele, de perguntar se ele está bem, se quer conversar, mas ninguém faz isso com Dom, nós apenas o vemos de longe, sem nunca se aproximar.
Ele nota que estou observando-o e para de andar, seus olhos sombrios param em mim por um instante, ele passa a língua sobre o piercing que destoa do resto do seu traje, assim como as tatuagens e o cabelo que mesmo que esteja domado, parece rebelde demais para um dos netos dos fundadores. Aceno para ele, movendo a cabeça sutilmente, Dom parece surpreso e desvia o olhar, voltando a caminhar, se perdendo no meio da multidão, impedindo-me de alcança-lo.
Eu sei como é ser assim, escorregadio, fingindo o tempo todo, afastando as pessoas, destacando seu defeitos como exterco, te isolando do resto do mundo.
Viro-me na direção contrária quando ouço a banda começar a tocar uma musica que gosto, alguns casais estão na pista e entre eles, um que é totalmente improvável. Nuno e Stella, eles se tocam como se fossem capazes de se quebrar bem aqui no meio do salão, e sorrio com a expressão de dor que Nuno tem em seu rosto arrogante e belo, pobre coitado, está desesperado de amor.
— Champanhe? — alguém sussurra em meu ouvido e me viro para encontrar o cara casado.
— Não obrigada. — empurro a taça que está perto demais do meu seio, para longe e ele encara meu decote sem pudor.
— Não gosta?
— Na verdade adoro.
— Então qual o problema?
— Não bebo de copo de estranhos.
— Eu acabei de pegar ali na bandeja. — ele aponta para o garçom que está a poucos metros de nós.
— Isso não te torna menos estranho.
— Entendi. — ele dá um sorriso enquanto se afasta um pouco, sentindo-se rejeitado e olho em volta, buscando o único olhar que desejo sobre mim. Não é difícil de encontra-lo. Ivan se destaca entre todos, e me sinto aliviada quando noto que ele ainda está olhando para mim.
— Preciso ir, meus amigos estão me esperando.
— Não, espera. — o cara segura meu braço.
— Acho melhor você me soltar, não será bom para você ter seu nome envolvido em um escândalo.
— Qual escândalo?
— O que sua esposa vai fazer quando eu começar a gritar.
— Porque você faria isso?
— Porque tenho nojo de traidores.
Ele me solta imediatamente e antes de me afastar, sorrio como se fossemos bons amigos. Ivan parece rígido e quanto mais me aproximo posso sentir seu olhar fulminando o cara que agora está de volta ao lado da sua esposa inocente que não viu nada. Ou fingiu não ver.
— E ai, ninguém quis dançar com você? 
— Quem era aquele cara? — Ivan continua olhando para o idiota.
— Não sei, mas se quiser posso pegar o contato dele para você, quem sabe ele topa um ménage.
Ivan olha para mim, mas seu rosto ainda é uma mascara de fúria.
— A esposa parece um pouco mais nova que a Solana, mas acho que isso não importa pra você né?
— Importa para você?
— Não curto mulheres, mas não me importaria se curtisse, ela é gostosa.
Ele finalmente volta a olhar para mim, os olhos passeando por minha pele, analisando cada pedacinho do meu decote, descendo por minhas pernas, me deixando mole, quente, agitada, nervosa.
— Acho que você esqueceu de colocar o vestido. — Ivan sussurra, apontando sua taça em direção a minha roupa e fazendo meu estomago se revirar.
— É mesmo? Então é por isso que você não para de olhar?
— É impossível não olhar Cindy, você está praticamente pelada.
— Que bom que gostou, foi minha mãe que me deu. — digo retirando a taça da sua mão e tomando um longo gole na esperança que ele desfaça o nó em meu peito quando vejo seu rosto ficar corado.
— Foi mal eu...
— Relaxa, talvez ela também ache que eu sou uma vadia.
— Eu não disse isso.
— É verdade, você não disse, mas sabe Ivan, a grande maioria das coisas são ditas sem falar absolutamente nada. — odeio a forma como faço parecer que esperava algo dele, eu não espero nada, nem do Ivan, nem de ninguém, esperar é perigoso, pode ser doloroso, um jogo que não estou disposta a jogar. — Mas e ai, você acha que eles topariam? — empino o queixo na direção do casal que agora está de costas para nós, mudando completamente o assunto e pegando-o de surpresa.
— O que?
— Um ménage, eu aposto que ela adoraria.
— Se você tá afim vai lá e pergunta.
— Eu vou se você for. — provoco-o e sinto a repulsa em seu olhar.
— Cala a boca Cindy, acho que você já bebeu demais.
Ele parece irritado e sorrio, é muito mais facil lidar com Ivan assim, odeio quando ele parece se importar, quando me olha como se eu fosse importante.
Isso me faz sentir vazia, suja, errada.
Pego mais uma taça de champanhe, poeque ainda estou completamente sóbria.
E já faz meia hora que cheguei.

************************************

Olá pessoal!!!!

Apresento a vocês minha bitch favorita.
Ah se vocês soubessem o quanto amo essa garota... ela roubou meu coração em Nuno e fez dele o que bem quis  assim como o de Ivan.

Espero que vocês também se apaixonem por essa menina linda escondida debaixo da vadia de Monte Mancante.

Beijos e não deixem de comentar e votar.
Até sexta!

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