Caos Entre Luzes e Sombras

By -ladydreamer

31.7K 3.3K 2.5K

"Após sofrer um trágico acidente de carro, Florence Williams descobre estar aprisionada em um universo fictíc... More

AVISOS
ELENCO
Epígrafe
ATO 1
Capítulo 1
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17 (Parte 1)
Capítulo 17 (Parte 2)
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capitulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
ATO 2
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39

Capítulo 2

1.1K 125 100
By -ladydreamer




Narrador

Nova York, Estados Unidos.

4 meses depois.

— O que aconteceu com você? Sempre amou minhas panquecas, e ainda não tocou em nenhuma delas. — Mary observou, olhando para o prato intocado de sua afilhada.— Ela ficaria chateada se soubesse que você não está se alimentando direito. — acrescentou, encarando-a quase que ameaçadoramente.

Marylin estava cuidando de Florence nos últimos meses, auxiliando-a no processo de luto e garantindo que ela não tomasse decisões inconsequentes que colocassem sua vida em risco.

— Eu não estou com fome. — Respondeu, forçando um sorriso.

— Você ouviu isso, Dexter? Florence sem fome? — A detetive brincou, chamando a atenção do cachorro peludo. — Ela deve estar doente, com certeza. — sussurrou, como se compartilhasse um segredo com o cão.

— Você é hilária, Marilyn. —  Florence ironizou, o que Mary entendeu como um sinal de melhora, já que a afilhada não usava a ironia como defesa há algum tempo. — Vou colocar as malas no carro. — mudou de assunto.

Florence planejava dirigir até o aeroporto, e Mary buscaria o carro no estacionamento no dia seguinte, usando um aplicativo de transporte.

— Eu te ajudo. — Mary respondeu, pronta para carregar as malas.

A garota havia decidido que era hora de mudar de cidade, iniciar um novo capítulo. Era o que Eleanor gostaria que ela fizesse, que ela seguisse em frente. Tinha sido aceita na "Royal Academy of Dramatic Art", em Londres, para estudar artes cênicas. Ela entendeu isso com um sinal do universo, que deveria ser acatado.

Ela era apaixonada por tudo relacionado às artes, especialmente teatro, cinema, dança e música. Não conseguia escolher apenas uma área, sentia que poderia explorar um pouco de cada uma. Inicialmente, estudaria artes cênicas e, depois, planejava se especializar em ballet contemporâneo. Se tivesse a oportunidade, também gostaria de estudar música em um conservatório renomado.

Florence sabia que tinha sorte de poder seguir sua paixão pelas artes, e era grata por isso. Ela sabia que nem todos tinham o mesmo privilégio de seguir seus sonhos.

— Eu sinto falta dela todos os dias. — Florence confessou, enquanto abria o porta-malas do carro.

— Eu também sinto, praguinha. — Mary respondeu, a abraçando— Mas tenho certeza de que ela está orgulhosa. Você está no caminho certo. — afirmou, dando um beijo em sua testa.

Dexter latiu, chamando a atenção das duas, e começou a correr ao redor delas, implorando por carinho.

— Não precisa ficar com ciúmes, Dexter. — Florence disse, pegando-o no colo. — Tem carinho para você também. — acariciou-o.

— Tem mesmo que ir? — Mary perguntou, com os olhos marejados, tentando esconder o quanto estava abalada com a partida da afilhada.

— Você sabe que sim. — Florence respondeu, segurando sua mão. — Eu sei que vai cuidar bem da casa enquanto estiver fora. Alguém precisa manter o jardim da Sra. Eleanor vivo, e eu confio em você para isso.

Marylin continuaria morando em Nova York, na casa da falecida amiga, cuidando de algumas questões pendentes. Apesar de Florence já ter 19 anos, Mary sabia que havia muitas pendências para ela lidar, e jamais a deixaria desamparada.

Dexter também iria junto, é claro. Florence não conseguiria ficar longe dele.

— Vai ser estranho não ter que te arrastar da cama todos os dias, nem ter Dexter correndo pela casa como um despertador ambulante, testando minha paciência. — Mary comentou, deixando de lado sua pose de durona e chorando. — Prometo que não vou virar sua casa de cabeça para baixo.

— Mary! — Florence repreendeu. — Esta é sua casa também. — afirmou, fazendo a madrinha sorrir.

— Tem certeza de que não quer companhia? Eu posso te levar ao aeroporto. — Mary mudou de assunto, preocupada com a garota.

— Está tudo sob controle. Eu consigo me virar. — Afirmou, com um sorriso pequeno. — Além do mais, tenho Dexter para me proteger. — ao ouvir seu nome, o cachorro latiu, como se confirmasse as palavras de Florence.

— Tudo bem, preciso parar de chorar. — Mary respondeu, emocionada, tentando se recompor. — Se contar para alguém que chorei assim, eu nego até a morte. — brincou.

Florence riu e abraçou Mary novamente, sussurrando um "eu amo você" em seu ouvido, que foi prontamente correspondido com um "eu também te amo, pirralha" de Marylin.

A jovem sorriu antes de entrar no carro e, assim que o fez, não olhou para trás.

Eu preciso ser corajosa - pensou.

Dexter se acomodou no banco do passageiro, com sua coleira presa ao cinto de segurança, acompanhando a fiel amiga como sempre.

— Aqui vamos nós. — Florence murmurou, puxando a marcha do carro. — Não tem como as coisas piorarem. — pensou em voz alta.

22:00pm

As coisas não só podiam, como também pioraram para Florence.

Uma forte chuva havia começado há mais de uma hora, tumultuando o trânsito e derrubando árvores pelas ruas. Para piorar, a energia da cidade tinha acabado, deixando a garota à mercê apenas dos faróis e das luzes internas do carro.

— Droga! — Florence praguejou, batendo no volante. — Respire fundo, Florence. — disse a si mesma, tentando não entrar em pânico. — Só mais alguns minutos até o aeroporto. Tudo vai dar certo.

Assim que o sinal abriu, o carro seguiu em direção à estrada antiga que a levaria ao destino, e surpreendentemente não havia mais nenhum carro na estrada, exceto o seu. A jovem sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao ouvir o trovão e ver um raio reluzente no céu escuro.

São só alguns relâmpagos, não há nada a temer - Ela disparou em pensamento.

Diferentemente de Florence, Dexter dormia tranquilamente ao som da chuva, ressonando alto e latindo algumas vezes durante seu sono profundo.

— O mundo está desabando lá fora, e mesmo assim o Dexter encontra uma forma de tirar um cochilo. — comentou, olhando para o cão pelo retrovisor.

Conforme avançava na estrada, Florence sentia-se cada vez mais distante do caminho que a levaria ao aeroporto. De repente, uma sensação ruim tomou conta dela, como se estivesse pressentindo perigo.

Não demorou muito para que algo acontecesse. Florence avistou uma mulher no meio da chuva, no meio da estrada vazia, o que a fez frear o carro rapidamente para evitar uma colisão, mas acabou batendo em uma árvore.

Ao som dos latidos de Dexter, Florence gritou assustada com a cena à sua frente. Raios iluminavam a mulher desconhecida, formando uma espécie de portal ao seu redor. A estranha parecia recitar algum tipo de feitiço, enquanto seus olhos cintilavam e emitiam uma luz azul.

Aquilo era surreal e absurdamente impossível para ser feito por um humano.

Pisando fundo no acelerador, a garota percebeu a perda de funcionalidade do carro, ficando ainda mais desesperada.

— Merda! Merda! Merda! — socou o volante, com as mãos tremendo. — SOCORRO!!!!! — gritou inutilmente, sentindo sangue escorrer pelo nariz e pelos ouvidos.

Dexter continuava latindo freneticamente, tão temeroso quanto a humana.

Seguindo seus instintos, Florence abriu o porta-luvas e tirou uma arma de lá. Ela estava aterrorizada e em choque. Enquanto isso, a mulher continuava a recitar as palavras calmamente, como se estivesse em total controle da situação.

Antes que Florence pudesse apertar o gatilho, uma explosão aconteceu na estrada deserta.

— Estou morrendo. — foi o último pensamento de Florence antes de perder a consciência.

(1229 palavras)

Continue Reading

You'll Also Like

1M 60.1K 75
Grego é dono do morro do Vidigal que vê sua vida mudar quando conhece Manuela. Uma única noite faz tudo mudar. ⚠️Todos os créditos pela capa são da t...
37.9K 3.2K 33
𝔇𝔢𝔞 ℑ𝔫𝔠𝔞𝔯𝔫𝔞𝔱𝔲𝔪 - 𝔇𝔬 𝔏𝔞𝔱𝔦𝔪, 𝔲𝔪𝔞 𝔡𝔢𝔲𝔰𝔞 𝔢𝔫𝔠𝔞𝔯𝔫𝔞𝔡𝔞 𝑨𝒔𝒔𝒊𝒎 𝒔𝒆𝒓𝒊𝒂 𝒄𝒐𝒏𝒉𝒆𝒄𝒊𝒅𝒂 𝒂 𝒕𝒆𝒓𝒄𝒆𝒊𝒓𝒂 𝒇𝒊�...
55.1K 5.6K 9
❝Na qual Stefan conhece Seren, e sente que pela primeira vez conheceu um anjo.❞ Seren era angelical, era pura, era a única coisa que fazia Klaus não...
9.7K 656 38
Thomas é forçado a viajar para Portugal numa tentativa derradeira de parar Oswald Mosley, que continua os seus avanços imparáveis no mundo fascista...