O conde domado - Livro 3 - se...

Por BNLabaig

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Lana sempre foi reclusa, desde que saiu do convento não deixa que ninguém se aproxime, nem mesmo seu marido... Más

Apresentação
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Epílogo
Agradecimento

Capítulo 14

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Por BNLabaig




Lana

Entramos no carro meia hora depois. Não que minha vontade de ir para Colinas tivesse aumentado, mas minha vontade de ficar com André pelo tempo que fosse possível tinha me dado um senso de urgência muito maior.

Eu olhava tudo tentando me lembrar de algo da última vez que estive por aqui. As coisas as vezes pareciam iguais, mas na maior parte do tempo eram só verdes.

Meus olhos corriam por toda a paisagem, contudo sempre acabavam se fixando em André por mais tempo do que eu gostaria de admitir. Sempre que ele percebia, não dizia nada, apenas sorria e me encarava de uma forma nova.

Aquilo era tão estranho para mim, um formigamento que se envolvia por dentro, que me trazia reações nunca conhecidas e me deixava ansiosa por suas palavras.

— Está se sentindo melhor? — ele me perguntou.

— Até o momento sim, pararemos logo? Preciso ir ao banheiro — ele olhou para Joaquim.

— Tem uma cidade a 5 minutos daqui, senhor. Posso procurar um restaurante.

— Ótimo, aproveitamos para almoçar— confirmei com a cabeça. — Se quiser, encontro um hotel para que descanse um pouco antes de continuarmos.

— Não precisa, depois do atraso que causei ontem, quero chegar no hotel programado a noite.

—Não tem problema algum. — ele falou pousando sua mão sobre a minha, fazendo com que minhas terminações nervosas me levassem arrepios por todo o corpo.

— Eu achei que o senhor queria chegar a Colinas rápido — sorri de lado sentindo seu polegar acariciar minha mão.

— Não a custa do seu bem estar — ele olhou para nossas mãos antes de olhar de novo para mim. — Eu nunca quis lhe causar mal algum. — e eu sabia disso, só não admitia.

— Só preciso ir no banheiro, é a única urgência que tenho agora — falei encarando seus lindos olhos negros, tão caracteristicos. Seus traços me deixavam imprecionadas cada dias mais que eu os observava. Ele parecia um homem forte e inabalável na maior parte do tempo, porém depois de ontem, algo tinha mudado, ele estava com uma expressão nova, olhares novos. Era um André que eu tinha visto apenas em sonho, que me arrancava do fundo do poço onde eu estava e me mostrava o mundo em que nós mereciamos viver.

— Já estamos chegando, senhora — Joaquim respondeu, mas isso não fez com que nossos olhares se desconectassem e eu podia sentir mesmo com o espaço que existia entre nós que ambos precisavamos de mais contato.

Mordi meu lábio sentindo um arrepio correr por minha coluna quando imaginei que ele pudesse estar pensando o mesmo que eu. Eu o queria colado a mim, com sua boca na minha e nossas respirações entrelaçadas. Eu queria seus toques urgentes e carinhosos. Eu precisava de mais.

O sorriso que ele me lançou quando percebeu as reações do meu corpo me inflamaram ainda mais. Seus olhos pareciam ler cada reação minha e instigá-las ainda mais. Com certeza em sua cabeça se passava o quanto eu estava sendo boba, mas eu não conseguia resistir a forma que ele me olhava. Era algo mais profundo, mais carnal.

Sua mão se apertou mais a minha e somente aquele toque não parecia ser suficiente. O ar começou a ficar diferente e a tensão dentro do carro aumentou. Percebi que André se inclinou ligeiramente para frente.

— Chegamos — Joaquim falou e abaixei o rosto sorrindo e retirando minha mão da dele.

— Está quente aqui, não está? — falei em um sussurro e coloquei minha mão na testa. Não sabia como olhar mais para ele.

— Maria...— ele levantou meu queixo e quando pus meus olhos nele, vi em seu olhar um brilho incrível. — Vamos? — senti falta quando sua mão deixou meu rosto — Vá ao banheiro, vou pegar uma mesa para nós — concordei com a cabeça, tentando não encará-lo por muito tempo.

Ele desceu do carro e ficou na porta com a mão estendida esperando que eu descesse também. Ajeitei meu vestido e quando levantei meus olhos o encarei com um sorriso fácil nos lábios. Isso nunca foi comum em nossas vidas. Eram tantas palavras ditas sem nada sair de nossas bocas. Uma sensação maravilhosa que eu nunca tinha sentido. Na verdade já tinha sim, senti quando o conheci, mas foi tão rapido que todas as lembranças nublaram esse sentimento. Agora eu estava adorando ser aberta para eles. De ter a atenção do André de uma forma diferente.

Percebi que tinha que me concentrar em onde estavamos, aos poucos tudo iria se encaixando e eu aprenderia a lidar com as reações do meu corpo quando ficasse perto dele.

Meu olhar correu as construções daquela pequena cidade e uma onde de reconhecimento se abateu sobre mim. Eu já estive ali.

— Tudo bem? — a mão de André apoiou a base da minha coluna e acompanhou meu olhar. Senti minhas pernas falharem por um momento.

— Eu acho que já estive aqui — ele me olhou atentamente — Me parece muito familiar, só não sei quando.

—Talvez tenha vindo com seus pais quando era criança.

— Talvez — confirmei com a cabeça.

— Vem, vamos entrar — ele me ofereceu o braço e entramos no restaurante. Enquanto ele solicitava uma mesa para nós, fui até o banheiro.

O local era pequeno, mas extremamente aconchegante. Fiz minhas necessidades e fui até a pia lavar minhas mãos, aproveitando para jogar um pouco de água no rosto para espantar a sensação de calor que tinha se abatido sobre mim no carro.

Sequei meu rosto com uma pequena toalha que eu sempre carregava em minha bolsa e me dei uma última olhada do espelho antes de voltar para a mesa.

Havia algo ali que eu não reconhecia, uma coloração que a tempos não existia em minha face e um brilho que não era caracteristico meu. Eu estava sentindo coisas diferentes e isso me assustava na mesma proporção que me animava. Eu queria continuar sentindo aquilo, mesmo que um dia acabasse, eu precisava me sentir viva uma última vez.

Fui até a mesa onde André estava sentado e a garçonete já o atendia com um sorriso muito grande no rosto. Aquilo me irritou mais do que eu gostaria de admitir e me peguei pensando em quantas vezes isso teria acontecido sem eu ao menos perceber. Ele se levantou assim que me viu e puxou a cadeira para que eu sentasse.

— Obrigada, querido — falei encarando a mulher que perdeu o sorriso no mesmo instante.

—Volto para anotar o pedido de vocês assim que se decidirem — confirmei com a cabeça olhando o cardápio que ela havia deixado a minha frente. Bufei quando ela se retirou e encarei o cardápio.

— O que foi isso? — André se divertia.

— A que se refere? — o olhei sem sorrir e seu sorriso aumentou ainda mais.

—Nada, esquece — mas eu sabia o que era e ele também, mas eu ainda não estava tão aberta assim para admitir esse tipo de sentimentos. — O que vai querer comer? — ele esperou pacientemente que eu olhasse para o cardápio.

— Não sei, todos parecem muito bons — eu olhei para ele que continuava com o sorriso irritante nos lábios.

Aquela boca que me fazia suspirar cada vez que eu olhava. Nunca tinha focado tanto em algo nele, como estava fazendo naquele momento. A experiencia no carro me fez ficar euforica com a expectativa de que ele quer me beijar. E isso era tudo que eu queria naquele momento, ainda mais para acalmar a irritação de ver como ele recebe atenção de outras mulheres.

— Você está me surpreendedo mais a cada dia — virei a cabeça de lado sem entender.

— Em outro momento você teria dito, quero peito de frango com arroz branco e salada — entendi o que ele queria dizer. Todas as vezes que saimos eu não tinha vontade de estar lá e para adiantar tudo escolhia sempre a mesma coisa. Nunca me dei ao trabalho de olhar ao cardápio, de apreciar um momento com ele ou de olhar ao redor e perceber que as mulheres olhavam para o meu marido. Eu era apenas uma estatua no meio da multidão.

Sorri sem graça. Eu era uma mulher sem graça, sem apresso pela vida e ele permaneceu ao meu lado, esperando que eu mudasse. Agora eu sabia que poderia mudar, devagar, mas poderia. Se ele estivesse do meu lado, tenho certeza que não teria medo de me descobrir.

— O que vai comer? — perguntei voltando a olhar o cardápio.

— Não sei, não estou com muita fome, então estou esperando que você descida por nós — ele jogou a responsábilidade para mim.

— Não sei, parece que o prato do dia é interessante — dei de ombros e ele sorriu.

— Peixe é uma boa pedida para a viagem longo que teremos.

— Pensei o mesmo — pousei o cardápio na mesa e o encarei.

Um sorriso bobo nasceu em seus lábios, logo em seguida um nos meus. Era tão estranho essa nova realidade que existia entre nós. Sem farpas e sem discuções.

Não era só um almoço de uma casal, era uma troca de emoções, que vontades.

Eu estava começando a gostar do que essa viagem estava me trazendo.

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