Perverso

By Wennie_welley

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Obra inspirada em A bela e a fera đŸŒč Jade perdeu seus pais muito cedo. Engana por May, ela foi parar em um pa... More

Aesthetic + vibes
PrĂłlogo
CapĂ­tulo 02
CapĂ­tulo 03
CapĂ­tulo 04
CapĂ­tulo 05
CapĂ­tulo 06
CapĂ­tulo 07
CapĂ­tulo 08
CapĂ­tulo 09
CapĂ­tulo 10
CapĂ­tulo 11
CapĂ­tulo 12
CapĂ­tulo 13
CapĂ­tulo 14
CapĂ­tulo 15
CapĂ­tulo 16
CapĂ­tulo 17
CapĂ­tulo 18
CapĂ­tulo 19
CapĂ­tulo 20
CapĂ­tulo 21
CapĂ­tulo 22
CapĂ­tulo 23
CapĂ­tulo 24
CapĂ­tulo 25
CapĂ­tulo 26
CapĂ­tulo 27
CapĂ­tulo 28
CapĂ­tulo 29
CapĂ­tulo 30
CapĂ­tulo 31
CapĂ­tulo 32
CapĂ­tulo 33
CapĂ­tulo 34
CapĂ­tulo 35
CapĂ­tulo 36
CapĂ­tulo 37
CapĂ­tulo 38
CapĂ­tulo 39
CapĂ­tulo 40
CapĂ­tulo 42
CapĂ­tulo 43
CapĂ­tulo 44
CapĂ­tulo 45
CapĂ­tulo 46
CapĂ­tulo 47
CapĂ­tulo 48
CapĂ­tulo 49
CapĂ­tulo 50
CapĂ­tulo 51
CapĂ­tulo 52
CapĂ­tulo 53
CapĂ­tulo final
Agradecimentos + notas finais

CapĂ­tulo 41

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By Wennie_welley

Passei os dias seguintes no chalé, mal olhava meu rosto no reflexo, mas já sabia que meu olho estava menos pior. Anna passava o dia fora, só voltava a noite com o nosso jantar na mão e às vezes um vinho tinto.
Ficava com raiva de mim mesma por sentir falta do Sebastian, às vezes me pegava pensando no que poderíamos ter sido e isso me deixa ainda mais ansiosa, pensando no dia que nos veríamos novamente. Como eu reagiria perante a ele depois de tudo? Sebastian me machucou de todas as formas que pôde, acredito que a cicatriz que deixou no peito foi maior e mais dolorida que qualquer uma que May deixará no meu corpo.
Abraço minhas pernas.

Passei os dias deprimida, sem conversar muito com Anna ou tocar na comida, as coisas pareciam não fazer mais nenhum sentido. A cada dia aqui, escondendo-me dele, me sentia ainda mais fraca e covarde. Meu destino estava nas mãos dele, infelizmente.

— Jade? — Ouço a voz da Anna no quarto.

— Estou aqui. — Puxo o roupão e saio da banheira. — O que aconteceu?

Abro a porta e vejo Anna com o peito descendo e subindo, sua respiração estava desigual e a expressão nada boa.

— Ele está aqui.

Pisquei algumas vezes.

— Quer falar com você, mas eu disse que iria perguntar antes se você quer conversar com ele.

Passo as mãos no rosto.
Lógico que Sebastian não me deixaria em paz, ele sabia que eu estava em suas mãos.

— Posso dizer a ele que você não quer — ela passa sua mão em meu ombro —, não precisa se esforçar para isso.

— Não, eu tenho que falar com ele. Isso teria que acontecer mais cedo ou mais tarde.

Anna arqueou as sobrancelhas rapidamente e assentiu. Parecia desapontada.

— Vista-se, ele te espera no escritório.

Assim que ela saiu do quarto fiquei algum tempo olhando para a parede, organizando meus pensamentos e temendo pelo que podia me acontecer agora. Sebastian era perverso normalmente, mas quando eu o desobedecia era ainda mais.
Vesti uma calça moletom e uma blusa de manga cumprida que Anna havia me dado, penteei os cabelos olhando meu reflexo no espelho. Meu olho não estava mais roxo, haviam apenas alguns pontos esverdeados.

Desci a escada contando os passos, segurando minha respiração descompassada.
Fui até o escritório de Anna, segurei a maçaneta, mas não havia coragem para girar. Lágrimas apareceram nos meus olhos, eu já sabia que aquilo tinha me afetado, mas não ao ponto de não querer nem olhar para ele.
Recolhi minha mão assim que a maçaneta girou sozinha, Sebastian abriu a porta surpreso por me ver do outro lado. Ficamos algum tempo apenas nos encarando, ele respirava boquiaberto, como se tivesse corrido meia maratona. Seus cabelos estavam grandes e os olhos cintilavam, parecia tão amedrontado quanto a mim.

— Entre, por favor. — Pediu ele dando espaço para eu entrar no escritório.

Entrei ouvindo a porta ser fechada atrás de mim.

— Presumo que não quis vir antes para não ver o estrago que causou. — Falo ríspida.

— Pensei que precisasse de um momento para pensar.  — Exclamo um humpt. — Eu também precisava.

A voz dele estava assustadoramente suave, como se buscasse manter a minha calma.
Viro de frente para ele.

— Preciso de mais tempo longe de você.

Sebastian parecia já esperar minha resposta.

— Sei que ela parece um anjo, mas a Anna não é confiável. — Afirmou ele.

— Em toda minha vida, a única pessoa confiável que conheci já morreu — rebato. Ele olha para o lado soltando um suspiro despercebido. — Veio aqui apenas para me dizer que ela não é confiável, depois de tudo que você fez?

— Não, tenho duas coisas importantes para lhe dizer.

Dei de ombros.

— Diga.

— Mas só posso dizer se voltar a mansão comigo.

Abro um sorriso sarcástico.

— Por que voltaria?

Abriu a boca, mas não pronunciou uma palavra sequer. Sebastian, um homem árduo e bem gesticulado estava na minha frente com os ombros encolhidos e a boca seca.
Ele olhou bem para mim em seguida.

— Marília sente sua falta.

Decepção despontou meu rosto, meus ombros caíram. No fundo, pensei que ele sentira minha falta.

— Imagino.

— Eu sinto sua falta, Jade. — Finalizou ele.

Voltei meus olhos para os dele, Sebastian estava a polegadas de distância de mim, olhando diretamente para o olho que machucara dias atrás.

— Senti tanta falta sua que chegou a doer, mais ainda por saber que está tão brava com as minhas atitudes. — Sua mão estende para alçar minha mandíbula, mas eu recuo. — Sei que a machuquei, não estou falando apenas do seu olho roxo, também sei que não mereço seu perdão, mas poderia pelo menos ouvir o que tenho a dizer?

Olhei para meus pés quando percebi meus olhos nadarem em água.
Pigarreio.

— Eu realmente preciso lhe dizer isso. — Implorou ele.

— Tudo bem, eu volto.

°  °  °

Anna pareceu decepcionada quando falei que voltaria com Sebastian. Ela ficou algum tempo olhando para o nada, sua expressão de compaixão sumirá dando lugar a raiva. Entendia, ela estava com medo de eu me machucar novamente com o Sebastian, mas já havia sofrido tanto que criou uma casca-grossa em mim.

— Tem certeza disso? — Perguntou ela.

— Sim.

Seus olhos castanhos olham para os meus.

— Ele conseguiu mais uma vez.

Franzo o cenho.

— Do que está falando?

Sua feição endureceu.

— Dele te manipular mais uma vez e você cair.

— Por que está falando desse jeito? Anna, preciso fazer isso.

Ela sai do cômodo batendo seu ombro do meu, indo direto para a sala onde Sebastian me esperava. Vou atrás dela e assim que chegamos, a mesma se aproxima de Sebastian com muita fúria.

— Você não tem jeito, por que simplesmente não deixa essa menina viver? — Perguntou ríspida.

Os sobrancelhas do Sebastian se juntam.

— Quer mesmo falar sobre isso, Anna?

— Tudo o que você faz é ferir as pessoas e acreditar que está tudo bem porque você é o Sebastian Stan! Não pode viver a base disso para sempre.

Sebastian umedece os lábios.

— Isso tem mais a ver com você do que comigo e a Jade. Nunca se importou com o que fiz, na verdade, só está agindo dessa maneira porque acredita que estou apaixonado por ela.

Anna se calou, seus ombros caíram abruptamente, mas seus punhos continuavam cerrados.
Eu observava toda a situação em silêncio, temendo sobrar para mim novamente.

— Não meta seu nariz nos meus assuntos, não temos mais nada faz anos. — Sebastian diz por fim.

— Temos sim, muita coisa não resolvida entre nós. — Seus olhos encontram os meus — vão embora, cansei disso.

Sebastian me puxa para fora pelo pulso, continuo olhando para trás até Anna fechar a porta com força. Ele me coloca no banco do carona e entra logo em seguida batendo a porta também e apoia sua testa no volante, respirando fundo. Não quis perguntar sobre o que aconteceu, pelo menos não agora.
Sebastian deu partida sem abrir espaço para questionamentos, estava nítido que Anna era tão machucada quanto eu.

— O que tem a me dizer?

— Não pode esperar até chegarmos em casa?

— Não. — Ele parecia pensar, eu me mantive inquieta — diga-me, por que de repente passou a se importar com o que penso a seu respeito?

A mandíbula dele tencionou, mas não respondeu minha pergunta, permaneceu em silêncio, parecendo perdido em seus próprios pensamentos.

— Me diz, Sebastian!

Ele vira o volante para o lado, colocando o carro no acostamento, em seguida desliga e volta-se para mim.

— Meu pai morreu, faz umas semanas.

Meu rosto ardeu, o nó na minha garganta parecia me deixar ainda mais sem ar. No fundo, sabia que colocar esperanças nas palavras dele só me trariam mais decepção, mas quando não se tem nada para acreditar, qualquer fagulha de esperança vira uma fogueira.

— E você não me disse nada... era seu plano desde o início me dizer isso? Claro que não, se não fosse esse soco no olho nunca me diria! — Ele se cala mais uma vez, raiva toma conta de mim até me sentir cega e meu rosto arder em fúria. — Vai se foder, Sebastian!

Saio do carro batendo a porta e caminho numa direção oposta, a estrada completamente deserta estava cheia de névoa, mal conseguia para onde estava indo. Só queria me distanciar dele, mas parecia que toda a distância no mundo não seria suficiente.
Ouço Sebastian vindo atrás de mim.

— Para onde você vai?

— Pra bem longe de você!

Continuo andando, pisando firme no chão e cobrindo os braços com as mãos por conta do frio.

— Entre no carro, o máximo que vai ganhar vai ser um resfriado.

— Não pode me dizer o que fazer, estou livre, não era esse o nosso acordo?

Sebastian corre atrás de mim, eu faço o mesmo, mas ele consegue me alcançar e puxando me para trás pela cintura, me debato dando socos em seus braços, gritando feito uma criança birrenta, porém nada disso o fez soltar. Em dado momento, ele me coloca no chão e eu o empurro para longe, seu peito parecia tão exasperado quanto o meu.

— Você precisa me ouvir!

— Não! Você que tem me ouvir. — Respondo com a voz firme, tão grave que o fez fechar a boca. Sebastian olhou para o lado, como se buscasse mais palavras minhas. — Você é uma pessoa violenta, Sebastian. Não teve um dia sequer nesse um ano que não me fez sentir vontade de morrer, mesmo quando estava entre as minhas pernas, você nunca foi sincero comigo. Acha mesmo que eu devo te ouvir?

Ele engole a seco, olhando bem para meu rosto inchado de tanto chorar.
Limpo os olhos com as mangas do moletom que Anna me deu, tão envergonhada por estar dessa maneira em frente a ele.

— O que você sentiu me vendo beijar o Michael não foi nem um por cento doloroso quanto ouvir a Lola gemer seu nome, ou todas as outras garotas que você levou para lá. — Ele olhou para os pés, com as mãos na cintura, pela primeira vez vi Sebastian envergonhado por algo que fez. — por que, Sebastian?

— Me perdoa. Não fui sincero porque não suportei a ideia de deixar você ir. — Permaneço estática. — Não podia te deixar ir estando com tanta raiva de mim, queria arrumar um jeito de contornar toda essa situação.

— Não faz diferença meus sentimentos, nunca fez, por que isso agora?

— Porque eu te amo.

Virei de costas para ele, olhando para cima, tentando fazer as lágrimas nos meus olhos não escorrerem pelas bochechas.

— Você atormenta meus pensamentos, meus sonhos e foi aí que começou o problema. Eu simplesmente surtei, não sei lidar com esses sentimentos, eles são novos para mim, entende que nunca senti isso por ninguém? E justamente por isso quero que escolha, apesar de preferir te manter comigo. — Balanço a cabeça. — Estou disposto a viver uma vida normal com você.

Viro novamente para ele, completamente chocada, mas triste por estar ouvindo tudo isso somente agora.

— Sebastian...

Ele se caminha até mim, ficando a minha frente. Olho para cima, fito seus olhos, mesmo não querendo seu toque, eu estava completamente a mercê dele.
Sebastian apenas me olhou, não tocou um fio sequer dos meus cabelos, mas me olhava com tanta intensidade que quase fez meu coração parar.

— Você ainda me ama, Jade? — Perguntou.

— Você não pode fazer isso comigo...

Ele permaneceu no mesmo lugar, esperando minha resposta.
Minha boca ficou seca, mas sentia como se ele já soubesse a resposta, estava apenas querendo confirmar sua suposição.

— A escolha está nas suas mãos, você pode ir ou ficar.

— Eu não posso simplesmente fingir que tudo o que você fez não aconteceu. — Olho para ele — eu não quero viver com medo de você.

Vejo pesar nos olhos dele.

— Então me dê uma chance — balanço a cabeça, ele segura meu rosto com às duas mãos —, me deixe provar que vai ser diferente.

Vejo um misto de sentimentos indecifráveis em seus olhos, dos mais variados. Por isso, queria responder prontamente que ainda o amo, que o desejo e que sempre foi ele, mas, por outro lado, era o Sebastian, o mesmo que me manteve presa a um casamento de fachada e me machucou.
As pupilas dele estavam tão dilatadas ao ponto de eu poder ver meu reflexo.
Fechei os olhos com força e balancei a cabeça, novamente.

— Não vou embora, ainda. Durante o tempo que eu quiser ficar, me faça sentir esse tal amor, mas no dia que eu quiser ir você não pode me obrigar a ficar.

Ele passa as mãos no rosto e assentiu.

— Certo.

Com receio de ter tomado uma péssima decisão, entrei no carro. Sebastian permaneceu o resto da viagem em silêncio, parecia vago, e mais pensativo do que nunca.
Eu já o amava demais para simplesmente não deixá-lo, mesmo que fosse a decisão mais estúpida que já tomei.

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