As sombras ressoam pelas paredes
Consomem cores e silencio
É perturbante
Me mantenho parada em meio ao teatro de horrores
Os móveis estão sendo estraçalhados
Sendo jogados e criando uma bagunça enorme
E eu me mantenho paralisada
Ela dança com um sorriso
É hipnotizante
Me suga a vida, não reclamo
A solidão apossa cada átomo deste cômodo
Minha alma está derretendo sobre petróleo
Virando uma sujeira que não poderei limpar nunca mais
Ficará marcado
Uma lágrima cai silenciosa
Ela grita mudo
Rasga minha pele com seu gelo
Mas ainda se mantém inocente
Interna
Eu não a deixo sair
Muralhas de vidro
Todos os cômodos são sensíveis
Estão prestes a estourar
Prestes a cravar em minha pele
Vazio e silencio compõe a orquestra que me cerca
Não há conforto em nenhum canto
Corri por milhas e então parei
Eu desisto.
— Saturna
M.B