Elias
O culto foi ótimo, senti a presença de Deus naquele lugar e em cada momento Ele falou comigo. Eu não poderia fazer outra coisa que não fosse me render e aceitar Ele como meu único salvador.
Só que algo que não paro de pensar no que acabou de acontecer, quando foi que comecei a presta atenção na Ester?
Estaciono o carro na garagem do prédio, ligo o alarme e saio do mesmo. Entro no elevador e algum tempo depois saio, entrando no meu apartamento.
Vejo que quase todas as luzes estão desligadas, oque indica que meus pais já foram embora para o hotel. Tentei fazer eles ficassem aqui, já que tem no total três suítes contando com a minha, mas eles não aceitaram.
Ligo as luzes, vou até à cozinha, pego dois pedaços de pizza e um suco de maracujá para acompanhar. Volto para sala me sento no sofá, como enquanto assisto um filme de ação.
[.....]
Acordo com o som do meu celular, pego o mesmo e atendo ao ver que é o Rodrigo.
— O que foi que aconteceu para você me acorda a essa hora? — Pergunto com a voz rouca por ter acabado de acordar.
— Bom dia para você também e já são oito e meia. Enfim, estou te convidado para vim passar o dia aqui em casa. Seus pais já estão aqui.
— Tudo bem. — Digo suspirando em seguida.
— Bom, agora vou desligar. — Ele disse desligando o celular na minha cara.
Esse meu amigo, não tem jeito mesmo.
Levanto da cama, vou para o banheiro tomo um bom banho e escovo meus dentes.
Visto uma roupa casual, pego meu celular, carteira e chaves do carro.
Saio do meu apartamento, entro no elevador e quando estou saindo do mesmo uma moça esbarra em mim, com o impacto da colisão acabo dando alguns passos para trás.
— Desculpe. — Ela pede enquanto me avaliar com o olhar de baixo para cima.
Ela é branca, tem olhos castanhos, seus cabelos são ruivos lisos, em seu rosto está uma pesada maquiagem e seu vestido é curto e decotado. O que me faz olhar só para seu rosto.
— Tudo bem. Você se machucou? — Digo e não deixo de pensar que houve uma diferença. Antigamente eu seria grosso com ela, agora vejo que Deus já estava agindo em minha vida sem eu ao menos perceber.
— Não, estou bem. Me chamo Maya, estou me sentindo tão sozinha, você não quer me fazer companhia? — Ela perguntou lançando um olhar sedutor em minha direção.
— Não. — Respondo sério, me afastado da mesma.
Confesso que antes eu até pensaria na probabilidade de pegar ela, mais não consigo ser mais assim.
— Se quiser, o número do meu apartamento é o quarenta. — Ela disse alto chamando a atenção de algumas pessoas.
Paro de andar e viro em sua direção, vejo que a mesma dar um sorriso de vitória como se eu tivesse voltado atrás, no que falei.
— Moça, me der respeito e se der respeito também, porque como alguém vai te dar valor se você não se valorizar. — Digo sério fazendo a mesma ficar com raiva.
Volto a andar, chego no meu carro, desligo o alarme e entro em dentro do mesmo.
Estou indo para casa do Rodrigo e no meio do caminho resolvo comprar uma caixa de cacau show para Renata que ama chocolate.
Chego na casa da mesma, abaixo o vidro e aceno para o segurança que imediatamente abre o portão.
A casa deles e muito bonita mesmo, é grande de dois andares, da cor azul-claro, na frente tem um belo jardim.
Estaciono o meu carro, ao lado do carro do meu amigo, pego a sacola que está o chocolate e saio de dentro do mesmo.
Entro em dentro da casa e vou direto para a cozinha aonde todos estão reunidos já tomando café da manhã.
— Vocês nem me esperaram. — Digo enquanto me sento na cadeira vazia que estava do lado da que meu pai estava sentado.
— Desculpe querido, mais se fôssemos espera por você, teríamos ficado com fome. — Minha mãe disse enquanto comia mais um bolinho de queijo.
— Olha o que eu trouxe para você. — Digo dando a sacola de chocolate para a Renata que assim que percebe o que é, fica animada.
— Obrigada! Você é o meu melhor amigo! — Ela disse fazendo o Rodrigo ficar sério.
— Pensei que eu era o seu melhor amigo! — Ele disse dramático.
— Querido, o Elias é meu melhor amigo e você é o melhor marido que tem. — Ela disse dando um selinho nele.
Eles são bem reservados nessa questão, não gostam de se beijar na frente de ninguém, o máximo que fazem e dar um selinho, abraços entre outras demostrações de carinho.
Tomamos o café da manhã, cheio de conversas e depois cada um foi para um canto. Renata e mamãe foi para o jardim e meu pai, eu e o Rodrigo ficamos na sala, assistindo o jornal.
— Então, como foi ontem? — Rodrigo perguntou quebrando o silêncio.
— Foi muito bom, eu me senti bem. — Digo me ajeitando no sofá.
— E, aconteceu alguma coisa entre você e a Ester? — Ele perguntou atraindo a atenção do meu pai.
— Não aconteceu nada, não sei como vocês podem imaginar isso. — Digo sério enquanto cruzo os braços.
Não quero machucar ela, não estou pronto para um relacionamento agora e tenho certeza que a mesma não gosta de mim.
— Agora concordo com sua mãe, você é lerdo, filho. — Meu pai disse balançando a cabeça em sinal de negação.
— Só espero que não seja tarde demais quando você tomar coragem. — Rodrigo disse e em seguida se levanta do sofá.
O que ele quis dizer com isso?
O Elias está certo, ele ainda não está preparado para se envolver, peço que tenham paciência com ele porque como a maioria das pessoas ele tem machucados, assim ao longo dos capítulos vamos ver que a Ester também tem e que Deus e quem cura eles, os tornando apenas cicatrizes em experiências de vidas que cada um adquiri ao longo da vida aqui na terra.