Ester
Estou tomando o meu café da manhã, enquanto mexo no celular mais especificamente no WhatsApp, hoje finalmente chegou meu dia de folga. Não que todos os sábados sejam assim, mas meu chefe quis desse jeito, então só me resta aceita.
Tenho que aproveitar essa bondade dele, porque quando voltarmos segunda vai ser com tudo, oque quer dizer que a correira começará novamente.
Vou mandar o endereço do local que a igreja para Elias, estou muito feliz por ele está querendo ir fazer uma visita lá. Sei que o mesmo vai ser tocado pelo Espírito Santo, afinal só cabe a ele fazer a transformação das pessoas e as ajudar a viverem uma verdadeira vida cristã.
Dou um bom dia para o Elias, mando o endereço não demora nem um minuto e o mesmo responde com um ok.
Logo em seguida ele me liga, oque será que quer falar agora?
— Alô? — Digo ao atender.
— Oi! — Ele disse e ficou em silêncio durante um tempo.
— Você quer que eu te leve para a igreja hoje? E que penso que vai ser melhor, tenho receio de me perder, porque não sou muito de andar para esse lado da cidade.
— Tudo bem. Você pode passar aqui às sete da noite? — Pergunto.
— Posso.
— Ok, está confirmado.
— Tenho que desligar agora.
— Tchau!
— Tchau!
Olho para o lado e vejo a Laura olhando com curiosidade para mim.
— O que foi? — Pergunto.
— Quem era? — Ela perguntou curiosa ao mesmo tempo, em que se senta na cadeira a minha frente.
— É o meu chefe, ele decidiu que vai fazer uma visitar na nossa igreja hoje. — Digo sorrindo.
— Que legal. Tenho certeza que ele vai gostar. — Ela disse animada.
— Sim! Depois do quase assalto que ele sofreu, ele ficou ainda mais aberto para Jesus. — Digo lembrando dele contando o livramento que recebeu de Deus.
— Espera, você ainda não falou nada. Como foi isso? — Ela perguntou curiosa.
— É mesmo tantas coisas acontecendo e acabei esquecendo de te contar. — Respondo pensativa.
Conto para a mesma que ficou maravilhada com tudo que aconteceu.
[.....]
Estou ouvindo hinos até o Elias chegar, a Laura ainda está se arrumando e preferiu ir de moto.
— Ester, eu já estou indo. — Laura disse aparecendo na porta do meu quarto.
— Ok, a gente se ver lá. — Digo dando um leve sorriso.
Depois da saída de Laura demorou cerca de trinta minutos para ele chegar.
Fecho a porta do meu apartamento, entro no elevador e saio do prédio vendo um novo zelador.
— o que aconteceu com Senhor Emanuel? — Pergunto preocupada.
— Ele teve uns problemas de saúde, e teve que ficar no hospital, vai ficar um tempo afastado. — O novo zelador respondeu.
— Entendo. — Digo triste por ele, tenho que fazer uma visita para o mesmo. — Bem, eu já vou indo.
— Tenha uma boa noite. — Ele disse educado.
— Obrigada. — Agradeço saindo e indo direto para o carro do Elias.
— Boa noite. — Elias disse assim que entrei no carro.
— Boa noite. — Digo dando um pequeno sorriso.
— Está animado para o culto? — Pergunto.
— Sim, estou. — Ele disse sério.
Elias deu partida no carro e o caminho todo foi cheio de conversas, demorou cerca de trinta minutos para chegarmos.
Ele estaciona o carro no estacionamento da igreja, saímos do mesmo e percebo que elias está um pouco nervoso.
— Está tudo bem. Estou com você aqui. — Digo tocando em seu ombro.
Vejo que o mesmo respira fundo e solta lentamente o ar pela boca, tento distrair ele contando algumas histórias engraçadas que aconteceram comigo aqui na igreja.
— Vocês podem entrar, o culto está para começar. — O Gabriel disse saindo de dentro da igreja para avisar as pessoas que estavam no estacionamento.
Entramos na igreja logo depois do Gabriel, nós nos sentamos nas últimas cadeiras. Já que penso que seria desconfortável para o Elias se sentar na frente.
Quem vai ministrar o louvor hoje, será André na bateria, Catarina no teclado, Fernando no violão e canto com Melissa. Esses são alguns dos membros da equipe de louvor da igreja.
O primeiro hino a ser tocando foi Ousado Amor, Eu não desisto e Existe vida aí.
Em cada hino que foi tocando sinto o Espírito Santo ministrando em mim, lágrimas caiem de meus olhos e meu coração se enche de amor e gratidão por Jesus.
— Boa noite. — Miguel disse ao pegar o microfone. — Hoje sou eu que vou ser usado por Deus para dar a Palavra. Vamos iniciar orando pelos dízimos e ofertas.
— Pai, obrigado por mais um dia, obrigado pela sua presença fortemente sentida nesse lugar, obrigado porque não somos nós, e tudo sobre você. Oramos agora pelos dízimos e ofertas, te pedido que multiplique suas bênçãos na vida que cada pessoa que aqui está, que tudo oque ela precise seja providenciando pelo Senhor. Nós te pedimos em nome de Jesus e dizemos Amém.
— Amém. — todas as pessoas falam juntas.
Pego o dinheiro da oferta na minha bolsa e quando estou me levantando o Elias segura meu braço.
— Você pode levar o meu também? — Ele pergunta de forma baixa.
— Sim, posso. — Respondo entendendo que ele não queria se levanta e ir lá na frente.
Pego o dinheiro de sua mão e vou em direção a caixa que fica perto do púlpito, e coloco o dinheiro em dentro da mesma.
Volto para o meu lugar e só agora percebo que o Elias foi tocando pelos louvores.
— Ok, agora podemos começar. Para que fomos criados? Fomos feitos por acaso? Não irmãos fomos feitos para termos um relacionamento com Deus, fomos gerados por um desejo genuíno de seu coração. Vemos Em Gálatas 4:4-6. Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da Lei, a fim de redimir os que estavam sob a Lei, para que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao coração de vocês, e ele clama: “Aba, Pai”.
— Vemos aqui, que eles nos adotou como filhos, eles nos amou tanto que enviou Jesus para morrer por nós. Para que pudéssemos fazer parte da família dele.
— Ele está aqui essa noite para firmar nossa identidade de filhos dele, ele está dizendo para alguém aqui que ele gerou você e que ele te quer para ele. Em Marcos, 2:17 vemos que Jesus falando que “os sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores.” Ele veio buscar oque estão afastados porque ele ama a todos, ele morreu por todos e não só por uma pessoa.
— Agora, peço que vocês levantem. E aqueles que sintam que Jesus está falando com vocês, peço que deem um passo de fé sem se importar com oque os outros vão pensar, venha aqui para frente, queremos orar por vocês. Peço que a equipe de louvor venham. — Miguel disse fazendo a equipe de louvor subir no púlpito e tomar cada um, o seu lugar e começa a tocar.
Fecho meus olhos e aprecio a presença do Espírito Santo, simplesmente agradeço a Deus pela sua bondade, misericórdia e imenso amor.
Podemos amar Ele, porque primeiro Ele nos amou.
Me ajoelho no chão e choro enquanto canto os hinos que estão sendo tocando nesse momento.
Quando o culto acaba, levanto do chão e vou direto para o banheiro. Enxugo os meus olhos e limpo meu nariz.
Saio do banheiro e bebo um pouco de água. Vou de novo para o meu lugar e vejo que o Gabriel está orando pelo Elias, sinto meu coração se encher de alegria, ao ver que ele está se permitindo conhecer Jesus.
— Oi! Ester — Disse Melissa se aproximando de mim e dou um abraço apertado na mesma.
— Olá! — Digo ainda no abraço.
— Como você está? — Ela pergunta.
— Estou bem, e você? — Pergunto para mesma.
— Estou bem, também! — Ela disse sorrindo.
— Ester, quanto tempo. — Laura diz me dando um abraço forte, apenas rio da brincadeira da minha amiga.
— Faz por volta de umas 3 horas, muito tempo mesmo. — Digo em meio aos risos.
— Olá! Mel. — Laura disse dando um abraço na mesma.
— Oi! — Ela diz retribuindo o abraço.
Conversamos sobre várias coisas e principalmente o que o Espírito Santo ministrou hoje. Fernando, Miguel e Daniel. entraram em nossa ronda de conversas.
Elias veio em minha direção, assim que o mesmo chegou o apresento.
— Pessoal, esse aqui é o Elias. Ele é meu amigo e é a primeira vez dele visitando.
— Olá! Sou o Fernando. — Ele disse estendendo a mão em direção ao Elias, que pega e faz o cumprimento.
— Oi! — Ele disse sério ainda e um pouco difícil para ele ficar sorrindo, são só em algumas ocasiões.
— Oi! Eu sou a Melissa. — Ela disse dando um sorriso pequeno.
— Sou a Laura, mas a gente já se conhece. Seja bem-vindo! — Ela responde dando um largo sorriso.
— E aí cara, como vai? Sou o Miguel. — Ele disse dando um sorriso do jeito dele.
— Vou bem. — Elias responde ainda sério.
— Olá! Fico feliz pela sua visita, espero que venha mais vezes. Meu nome é Daniel. — Daniel disse dando um sorriso.
— Obrigado pelas boas vidas. — Ele agradeceu com sua expressão usada normalmente.
Conversamos mais um pouco até que deu a hora de irmos embora, ainda consegui apresentar o Elias para mais algumas pessoas.
O caminho todo para casa foi feito em silêncio.
— Obrigado por hoje, e pode ter certeza que vou mais vezes. — Elias disse enquanto parou o carro em frente do prédio.
— De nada, fico feliz que tenha gostado. —Digo dando um sorriso.
Elias ficou um tempo me encarando até que desvio o olhar para o lado, porque eu sempre fico com vergonha e com as bochechas coradas?
— Bem, já vou. Tchau! — Digo saindo do carro.
— Boa noite Ester, tchau!
Entro no prédio meio apressada, enquanto tento entender o que foi isso que aconteceu?