O conde domado - Livro 3 - se...

By BNLabaig

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Lana sempre foi reclusa, desde que saiu do convento não deixa que ninguém se aproxime, nem mesmo seu marido... More

Apresentação
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Epílogo
Agradecimento

Capítulo 4

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By BNLabaig




André

Eu nunca sabia o que esperar dela, nunca!

Num momento ela é o furacão que arrasa com a minha vida e em outro ela é a mulher mais frágil e destruída que eu conheço. Não sei mais como lidar com ela.

Ao mesmo tempo que quero arrancá-la da minha vida, tenho medo de seu futuro sem mim.

Minha mente não para de me pregar peças, me mostrando o tempo todo o quão vulnerável ela ficará longe de mim. Mais ainda do que já é.

De uma forma ou de outra, eu precisava de uma decisão dela. Era tudo ou nada nesse momento. E mesmo sabendo que eu poderia me arrepender de como estava conduzindo as coisas, eu precisava mostrar a ela, que não seria mais assim. Eu precisava de mais. Mais de mim e mais dela.

Esse casamento de fachada não continuaria. Ou ela estava comigo ou não. Sem meio termos, sem joguinhos, sem medos. Um tinha que estar para o outro em qualquer situação e se ela não estava disposta a isso, eu não ficaria assistindo ela se destruir e me destruir.

Quando cheguei da fábrica, estava pronto para tentar a abordagem de Antônio. Tudo que ele me disse sobre o casamento ser sobre renuncias, sobre compaixão e entendimento. Eu tentei, juro! Mas eu perdia o controle sempre que chegava perto dela. SEMPRE!

Minha vontade era arrancar de meu peito todo a agonia que existia por não saber o que aconteceu nos dois meses que fiquei fora. Por ver a menina mais meiga que já conheci, se transformar na mais amargurada e triste pessoa do mundo.

Não questionei nada no dia do nosso casamento, achei que era nervoso, ou que ela estava triste por deixar o convento. Eu pensei tanta coisa que deixei minha mente ser nublada e não reconhecer os sinais. Ela mudou e está me fazendo mudar, para o meu pior.

Naquela época eu não tinha rompantes como agora, não me irritava tanto, não me arrependia de nada! Agora eu só acordo e perambulo pela cidade fazendo o que meus irmãos me pedem, porque por mim, eu ficaria o dia todo enfiado dentro de um bar, afogando as amarguras de minha vida e me arrependendo de ter trazido aquela mulher para minha vida.

— E se ela dissesse que queria o divórcio? — enchi um copo de whisky e virei deixando que a bebida queimasse minha garganta. — Eu teria coragem para assinar? — enchi mais um copo e virei. A biblioteca era um lugar dela, mas hoje ela seria minha parceira de bebedeira. — O que há em Colinas que nem ela e nem Antônio me contam? — mais uma copo para dentro.

Tantos questionamentos sem respostas.

Pergunta após pergunta eu entornava um copo, na tentativa de clarear minha mente e descobrir tudo que estava escondido dentro daquelas paredes inquebráveis. Eu precisava de respostas, mas a única pessoa que poderia me dá-las, estava trancada no quarto fazendo só Deus sabe o que.

Lana

Pelo silêncio que invadia a casa, era bem provável de André tenha saído de novo. Mesmo que não fosse isso o que eu quisesse eu precisava de tempo para pensar em com administrar aquele novo conflito. Como eu o faria recuar? Será que eu ainda tinha alguma tática para fazer isso acontecer?

Não! Eu vi em seu olhar que essa era a nossa última chance, o nosso fim caso eu negasse o seu pedido. E eu teria coragem de aceitar só para ficar mais um pouco perto dele? Para tentar fazer com que nosso casamento começasse de uma vez? Eu abriria mão de mim para viver o nós?

Não sei!

Eu tinha tanto medo do que aconteceu naquela cidade que eu não saberia responder nem se estivesse com uma corda em meu pescoço. A única coisa que eu poderia fazer era dar a primeira reposta que passasse em minha cabeça assim que ele me confrontasse novamente.

Fui até a cozinha buscar um copo de água e ouvi os barulhos que vinham da biblioteca. A porta estava entreaberta e o vulto lá dentro estava no chão. Abri devagar e André estava sentado encostado em uma estante com duas garrafas jogadas ao seu lado e um copo caído entre os dedos.

Corri em sua direção, levantando seu rosto com minhas mãos.

— André? — assoprei seu rosto esperando que isso o fizesse abrir os olhos, mas isso não aconteceu. — Por favor, André, fale comigo? — Novamente nada, ele estava em sono profundo.

Olhei em volta e vi que havia mais uma garrafa jogada perto da mesa.

— Preciso de um médico — falei a mim mesma. Me levantei e fui em direção a cozinha.

— Dona Ana, por favor mande buscar o dr. Daniel, é urgente — falei apavorada. Sai pela porta dos fundos e encontrei Joaquim, nosso motorista terminando de lavar o carro.

— Joaquim? — ele se virou para mim — Preciso que me ajude — ele confirmou com a cabeça e me seguiu sem questionar nada.

Entramos na biblioteca e ele entendeu o que estava acontecendo, me ajudou a levar André até meu quarto e o colocou em minha cama.

Era algo totalmente novo tê-lo ali, mas eu nunca entrei no quarto dele e hoje não seria o primeiro dia. Eu simplesmente não conseguia atravessar a porta. As vezes quando não havia ninguém em casa eu parava na entrada e ficava olhando todo o quarto, mas quando tentava dar um passo para descobrir mais, meu corpo se retraia, me fazia fugir o mais rápido que eu conseguia daquele lugar. Ali era o santuário dele, um local que nunca fiz parte e me sentia uma triadora de tentar desvendar seus segredos, uma vez que não deixava que ele fizesse o mesmo.

Eu ainda não tinha descoberto o porque desse medo, André nunca fez nada que me fizesse ter mendo dele. Nem em nossas piores brigas, mas eu continuava sem conseguir entrar no quarto do meu marido.

— O doutor Daniel já chegou. Posso pedir para ele entrar? — Dona Ana olhava para André com pena e para mim como se fosse a megera que perturbava sua vida. E ela tinha razão sobre isso. Com certeza isso tinha sido consequencia do nosso desentendimento da noite passada.

— Pode — falei tentando evitar mais esse pensamento.

O doutor entrou e colocou sua maleta ao lado da cabeceira. Seu olhar avaliativo o sondou por alguns minutos, antes dele me olhar.

— Quanto ele bebeu?

— Três garrafas de Whisky. Eu nem sabia que isso era humanamente possível.

— O desespero nos faz fazer coisas que nem mesmo imaginamos, miladi. — confirmei com a cabeça e nada mais disse. Ele examinou André e pediu que eu o ajudasse a tirar sua camisa. Fiz como ele instruiu e permaneci ao lado dele. — Ele apenas apagou depois de beber tanto, não é nada grave. Quando acordar vai precisar de muito liquido e um pouco de repouso, a dor de cabeça vai estar bem forte. — ele anotou em um papel — Peça para ele ir me ver assim que estiver melhor. Quero conversar com ele. — peguei o papel de suas mãos — Hoje foi só um susto, mas se ele continuar assim seu corpo pode começar a se desmanchar por dentro e talvez não terei como remediar — olhei para André apagado em minha cama e temi por sua vida.

— Obrigada doutor, eu vou conversar com ele — me despedi e me sentei na beira da cama o encarando.

Será que eu era uma presença tão ruim assim na vida dele?

O quão destrutiva eu estava sendo fazendo-o chegar a esse ponto?

Era assustador pensar nisso, desde que me casei com ele sempre achei que estava arruinando somente a minha vida, por não aproveitar o marido bom que eu tinha, nem as coisas que ele me proporcionava.

André nunca teve problemas em me dizer o quanto ele estava disposto a fazer de tudo para o nosso casamento dar certo, mas eu não conseguia, era mais forte do que eu.

E agora pelo visto era mais forte que nós dois.

Talvez ele tivesse mesmo razão. A melhor coisa era eu me afastar dele e deixá-lo vivendo em paz com alguém que realmente o valorizasse e quisesse ter uma familia da forma que ele merecia.

Seus olhos sempre brilhavam quando via os sobrinhos, os irmãos felizes. Isso também era algo que eu gostaria de proporcionar a ele, mas não podia. Nunca pude.

Me levantei e fui até o jarro de água que estava ao lado da cama e encharquei um pano para limpar seu rosto.

O nariz perfilado e a expressão séria até dormindo era de tirar o folego. Com certeza ele ainda estava muito perturbado e nem a bebedeira tinha conseguido tirá-lo do estado de agitação.

O que seus irmãos diriam quando soubessem?

Antônio com certeza ficaria bravo, e com razão. Já Álvaro me olharia feio como sempre faz.

Não sei o que fazer, talvez ele saiba mesmo o que está fazendo. Me levar para Colinas é a forma de me devolver para o meu lugar de origem. De onde eu nunca deveria ter saido. Se eu for com ele, talvez a gente tenha uma chance de se acertar, mas talvez ele me deixe por lá e volte sem olhar para trás.

Eu não sabia o que fazer.

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