Aplin² • Outer Banks

By Mello_wys

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_____ Os Pogues em luto por John B e Sarah, Ward Cameron e Rafe Cameron soltos mesmo após cometerem um assass... More

Aplin² • Outer Banks
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Epílogo
Obrigada
Aplin³ • Outer Banks

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By Mello_wys

[comentem]

Pov's Narradora

  Enquanto os Pogues se preparavam para a festa Pogue Style, Matt estava de castigo sentado em uma mesa observando as duas crianças sentadas em sua frente que dividiam um grande pote de sorvete.

Mas apesar de ser um "castigo", Matt se divertia com a companhia de seus irmãos mais novos.

Desde quando era criança, o Rodrigues se sentia sozinho por ser apenas ele e o pai durante muito tempo, além de ser uma criança tímida e ter poucos amigos na escola.

Ele sempre teve o desejo de ter um irmão ou irmã para conversar e se divertir, mas aquilo não sería possível na época... até seu pai se relacionar com uma outra mulher e ela engravidar de gêmeos.

O garoto ficou feliz com a notícia e cuidava dos irmãos com o maior carinho. Mas mesmo assim, ele muitas vezes sentia vontade de ter alguém de sua mesma idade para conversar.

E parece que havia arranjado não só uma pessoas, mas seis novas pessoas em sua vida.

Agora, naquele restaurante que estavam, Rodrigues tentava ignorar e distrair seus irmãos de um cara — provavelmente de sua idade — que estava bêbado perto do local onde estavam e passava vergonha.

— Por que esse homem está gritando tanto? — Milly reclamava incomodada.

— Está doido, parece a mamãe quando bebe água na garrafa bonita. — Billy fala inocentemente.

— Não liguem para ele, só está sendo mal educado. — Matt falava para os dois irmãos. — Continuem comendo ou o sorvete vai derreter.

As crianças apenas concordaram e iniciaram uma conversa sobre um desenho animado que haviam assistindo naquela manhã, Matt tentava entender o que os dois conversavam, mas eles falavam rápido e pareciam falar em uma língua que apenas as duas crianças entendiam.

O Rodrigues se dispersa da conversa no momento em que nota o garoto bêbado fazendo um sinal de arma e finge atirar, resultando nele esbarrando em um homem e os dois iniciam uma discussão no meio do local.

Aquela discussão parece piorar quando o adolescente loiro derrama bebida no balcão em frente ao homem, fazendo o empurrar fortemente.

Antes que as coisas piorassem e os dois partissem para a agressão, um outro garoto — que também parecia ter a mesma idade — intervém naquela briga e começa  falar algumas coisas com o loiro que o Rodrigues não conseguia ouvir.

— Vou pegar alguns guardanapos para vocês. — Matt anuncia, dando uma desculpa para sair da mesa, mas ri ao olhar para os dois irmão que o encaram com os rostos completamente sujos de sorvete. — Vocês realmente precisam de alguns. Não se levantem dai até eu voltar.

Matt sai da mesa e vai em direção ao balcão perto de onde os dois adolescentes estavam e se atenta em escutar a conversa deles.

Eu juro cara, juro por Deus que à menos de vinte minutos atrás eu vi o John B e a sua irmã, cara. — O garoto que havia intervindo na briga falava. — Eles estão vivos.

Matt arregala os olhos ao saber que aquele adolescente bêbado era irmão de Sarah. Pensava em como uma garota que, na visão de Matt, era doce e simpática poderia ser irmã daquele garoto rude.

Eu só estou tentando relaxar e você vem me falar um absurdo desses! — O loiro, que Matt agora sabia ser um Cameron, começa a falar com a voz embolada.

Eu sei que você só está tentando relaxar cara, mas eu vi os dois juntos com os amigos comprando cerveja. Eu estou dizendo, eu vi eles. — Falava com convicção. — Você quer ir lá ver eles? Vamos lá.

O garoto percebe o Cameron andando e indo na direção de onde ele estava, Matt apenas pega os guardanapos rapidamente e tenta passar por ele, mas o bêbado acaba batendo no Rodrigues.

— Desculpa aí, cara. — Matt se desculpa rapidamente e sai logo antes do loiro cogitar a possibilidade de entrar em uma outra discussão.

Bota tudo na conta do Cameron! — Ele escuta o garoto se pronunciar mais uma vez antes de sair do local.

Matt corre na direção da mesa dos irmãos e entrega os guardanapos para eles, que seguram e começam a tentar limpar o rosto.

O Rodrigues bate o pé rapidamente contra o chão nervoso com o que aquele cara poderia fazer caso visse seus amigos.

O garoto olha para seus irmão e tira o guardanapo das mãos de Billy, que mais sujava o rosto do que conseguia limpar.

— Então, meus irmão favoritos... — Matt começa e logo seus irmãos o encaram com sobrancelhas arqueadas. — Vocês ficariam muito bravos se eu deixasse vocês em casa mais cedo? — Pergunta enquanto limpava o rosto do irmão mais novo. — Eu preciso fazer uma coisa urgente.

— Está tentando se livra de nós? — Milly questiona fazendo um biquinho triste com os lábios.

— Você não gosta mais da gente, Matt? — Continua o garotinho, fungando e passando as costas de suas pequenas mãos nos cantos dos olhos.

Matt revira os olhos com aquela cena que presenciava:
— Vou dar cinco pratas pra vocês. — O garoto fala terminado de limpar o irmão e se escorado na cadeira com os braços cruzados em frente ao seu peito.

— Cinco para cada um. — Milly fala desfazendo o biquinho falso de seu rosto e ficando na mesma posição que o irmão. Billy também imita a ação.

Os Rodrigues ficam em um jogo de encarar que duram alguns bons segundos, mas no fim o irmão mais velho bufa e descruza os braços, arrancando sorrisos ladinos dos gêmeos que faziam um high-five.

— Vocês ganharam, peguem sua mochila. — Matt fala se levantando. — Pirralhos mercenários.

— Não sei o que é isso, mas parece bom. — Billy fala rindo com a mochila nas costas e segurando na mão do irmão mais velho.

— Não importa o que é, estamos ricos! — Milly o responde segurando na outra mão de Matt.

— Vamos logo, vou levar vocês pra casa. — Ele fala guiando os irmãos até o carro. — Se acontecer algumas coisa, algum problema ou ficarem com medo de algo, se tranquem juntos no quarto e me liguem, entenderam? — Dizia as mesmas instruções de sempre.

— Tudo bem. — As duas crianças falam juntas enquanto pulavam ao lado de Matt.

    Luzes amarelas haviam sido penduradas ao redor da banheira de hidromassagem, ou melhor, ao redor do Cu de Gato. Eles também haviam feito uma fogueira e ajeitado todas as coisas para que ficassem bonitas.

A festa Pogue havia começado.

— Senhoras e Senhores! — JJ chega já sem camisa, segurando a caixa de cerveja e rapidamente entra na banheira onde já estavam Kiara e Sarah.

Kiara usava apenas o biquíni enquanto Sarah usava seu short, a parte de cima de sua roupa de banho e sua blusa aberta.

Elle, Pope e John se aproximaram deles ficando na borda e pegam suas cervejas fazendo furos na laretarais.

— Três, dois, um... vai! — Elle conta e leva a latinha até a boca, bebendo o mais rápido que conseguia.

— É isso aí! — JJ fala após beber e balançar o objeto em suas mãos, derramando gotas nos amigos que estavam lá.

Pope e John tiram as blusas e também entram na banheira, jogando as latinhas para cima.

Elle, antes de entrar na banheira, tira os baseados que havia enrolado mais cedo enquanto eles preparavam a decoração e mostra para os amigos.

— Onde conseguiu isso, sua maluca? — Pope questiona e ela faz uma cara inocente.

— Roubei do estoque do JJ. — Fala olhando para o loiro e arrancando risadas dos amigos.

— Sua ladrazinha! — O loiro grita para a garota e sai da banheira indo na direção dela. — Isso aqui fica comigo. — Fala pegando um dos que estavam enrolados na mão dela. — Não vai entrar? — Questiona apontando para a banheira.

Elle sorri e vai até a borda da banheira:
— É claro que eu vou. — Fala com um sorriso ladino

A ruiva começa a tirar a blusa de seu corpo e colocava seu óculos vermelho e novo no rosto, arrancando palmas dos adolescentes do local.

— É isso aí, Gatinha! — Kiara gritava segurando uma das mãos de Elle e fazendo ela girar.

— Uau! — A Cameron batia palmas.

Pope, JJ e John apenas assoviavam e Elle gargalhava com eles enquanto lhes jogava água e pegava outra cerveja.

Ela se sentia bem entre eles.

— Vamos lá, batalha de rima! — Elle anuncia sorridente, se sentando entre John e JJ.

— Vai lá, Pope! — John B grita incentivando o amigo, que se senta na borda da banheira.

— Já que insistem... — Pope fala ironicamente. — Manda aí, Elle!

A Aplin coloca duas mãos na boca e começa a fazer um beatbox para Pope começar a sua rima.

Nunca fui um bom aluno na escola,
E no rolê eu sempre piso na bola.
Eu sou o maior criador de confusão,
Pode me chamar de mozão.

Os Pogues gritam, riem e batem palmas.

— É isso aí, Pope! — JJ falava.

— Isso foi horrível, gastei todo meu talento no beatbox para isso. — Elle reclamava com a risada frouxa e recebe apenas água na cara em resposta.

Pope se afasta, indo para o outro lado da banheira e os adolescentes apenas riam e conversavam, sentindo-se leves por conta da bebida — Elle, JJ e Kiara por conta da droga que fumavam.

Após poucos durante a conversa, Elle se aproximava de JJ sem perceber e em algum tempo eles já estavam lado a lado fumando.

— Está tudo certo. — JJ falava com o baseado entre os dedos e o outro braço posicionado na borda da banheira e atrás da cabeça de Elle. — Tudo do jeito que o bom Deus Pogue queria.

— Me sinto nas nuvens! — Elle fala dando uma tragada e assoprando a fumaça no rosto de JJ que ria mostrando seus dentes caninos pontudos.

— Eita! Se afasta dela aí, JJ! — John B zomba com os dois.

— Estão lindos. — Sarah também brincava com eles.

Elle vê Pope do outro lado da banheira e sorri de lado para ele, estendendo seu braço e o chamando.

— Vem com a gente, Pope! — Elle brinca o incentivando a se aproximar. — Vem!

Pope, sem questionar, sai de seu canto e vai rapidamente na direção de JJ, o abraçando pelo pescoço.

Elle faz o mesmo que o Heyward e JJ passa os braços ao redor da cintura dos dois amigos, gargalhando:
— Agora sim, tudo está em seu devido lugar! — O loiro gritava sentindo Pope e Elle rirem contra o pescoço dele.

Os outros adolescentes gargalhavam e faziam piadas, zoando uns aos outros.

Estavam completamente chapados.

Tempos — que ninguém nem fazia questão de contar — haviam se passado. Os adolescentes beberam, fumaram e brincaram sem se cansarem em momento algum.

Eles mudavam de canto de minuto em minuto, e nesse momento Elle já estava se sentindo mais leve e com a risada mais frouxa do que o normal por conta da bebida.

Agora a ruiva já se sentava nas pernas de Kiara segurando o cigarro entre os dedos, enquanto a amiga tinha uma latinha de cerveja em suas mãos.

A Aplin torcia para Pope que brincava de luta contra JJ, enquanto tentava segurar a língua para não zombar dos olhares que a amiga Carrera lançava para Heyward.

— Vai lá, Pope! — Elle gritava com o cigarro entre os dedos. — Acaba com esse Cabelo de Trigo! Acaba com ele!

— Agora eu te peguei! — Ela escuta o amigo gritar enquanto conseguia segurar JJ.

— Opa! — John B exclama surpreso.

— Vai, vai! — Sarah torcia empolgada.

— Boa, boa. Agora na perna! — JJ instruia Pope, recebendo uma rasteira do garoto e sendo derrubado com força no chão. — Aí!

— Olha a rasteira dele! — O Routledge comenta. — Uau!

— Agora soca ele, Pope! — Elle grita animada, recebendo um leve empurrão de Kiara. — Foi mal, me empolguei.

Mas Pope finge que iria socar JJ, fazendo o loiro segurar o pulso dele o impedindo de fazer. O Heyward ri e levanta os braços comemorando a vitoria.

— Ah não, não... — Reclamava a Cameron, triste pelo fim da luta.

— Você aprendeu um truque novo. — JJ dizia ao garoto enquanto se levantava com a ajuda de Pope. — Não fui eu que te ensinei isso.

— Onde aprendeu a lutar? — John B questiona confuso com a melhora de Pope na briga.

— Eu não sei. — O garoto fala levantando os braços.

— Não era só comigo que a Elle brigava enquanto vocês estavam fora. — JJ fala fingindo sussurrar para os amigos.

Elle levanta o cigarro, abanando a mão para Sarah e John que a encaravam surpresos.

— Já chega, cansei. Eu vou embora! — Pope falava de voz meio embolada, pegando sua camisa e andando para mais longe.

— Bebeu de mais, é? — JJ questiona ironicamente. — Quer tentar de novo?

— Só aceite loga que você perdeu, cara! — Pope grita para JJ e continua a se afastar.

Elle sente Kiara se mexendo embaixo dela e lhe dando dois tapinhas de leve na perna, indicando que iria se levantar.

A Aplin fica em pé e vê a garota pegando a blusa e andando devagar na mesma direção onde Pope havia ido.

— Espera, o que? — Elle fica confusa. — Ela me trocou pelo Pope? — Fala colocando a mão no peito e se fingindo de ofendida.

— É sério isso? — Sarah questiona surpresa.

— Ah é. Isso é que é ser discreto! — JJ grita para os dois amigos que se afastavam. — Sabem disfarçar muito bem, viu!

— É só eu sair que acontece isso. — John B provoca olhando para o Maybank. — Parabéns aí.

— 'Tá me culpando? — JJ questiona encarando o garoto.

— Só um pouquinho. — Murmura zombando. — Eles foram embora, vou buscar mais cerveja. — John avisa se levantando.

— Espera aí, foram vocês que morreram, beleza? — O loiro se defende.

— Você só tinha uma função, JJ. — Sarah falava com a voz embolada. — Pogue não pega Pogue. A única regra.

Puff, nem ele conseguiu cumprir a regra. — Elle murmura arrancando um olhar surpreso da Kook. — Perdedor... — Ela fala indo na direção de John B, que estava mais distante.

— Espera aí, o que? — Sarah fala confusa. — O quê que ela disse?!

— Ela 'tá bêbada, bebinha. Nem sabe mais o que fala. — JJ tenta explicar e amaldiçoa Elle mentalmente por deixá-lo sozinho naquela situação.  — Mas não mude de assunto, você lembra quem fez a boa para você e para o John B.

Elle deixa eles lá para discutirem sobre a regra — que todos concordavam ser idiota — de Pogue não pega Pogue, e vai para o lado de John.

Ela coloca a mão no ombro do garoto e percebe que ele olhava para a árvore que eles fizeram como um memorando para os dois amigos que estavam desaparecidos.

Ela nota John apertando os lábios e tentando segurar as lágrimas.

— Vai chorar, Jhonny? — Ela se pronuncia e ele a encara. — Gostaria de dizer que eu não participei disso. — John a olha confuso. — Não acreditava que vocês haviam morrido, me recusei a fazer isso. — Ela dá de ombros e lembra na comparação que Pope havia feito há alguns dias. — Igual você fez com o seu pai e eu briguei com você por isso. Me desculpa.

— Você não precisa se desculpar por isso. — Ele fala com a voz embolada e negando com a cabeça.

— Na verdade eu acho que preciso. — Ela fala baixo e chutando a terra. — Se acreditar que o Big John não morreu te faz ficar vivo, assim como eu acreditei que você e Sarah não morreram me fez ficar viva... acho que não faz tão mal não aceitar o luto no fim das contas. — John encara a garota diante da informação. — E bom, se eu acreditei que vocês não morreram e vocês estão aqui, na minha frente... então ainda podemos ter esperança sobre o seu pai.

Nosso pai. — Ele a corrige e ela sorri.

— Isso, nosso pai.

John acena repetidas vezes com a cabeça e abre os braços para abraçar Elle, que se aproxima do garoto e afunda a cabeça no peito dele.

— Obrigado por acreditar todo esse tempo que eu estava vivo. — Ele fala fungando e a apertando contra ele.

— Não foi tão difícil assim. — A ruiva dá de ombros com a voz embargada. — Afinal no dia em que te matarem, vai ser um milagre. — Elle brinca tentando disfarçar as lágrimas. — Você é pior que uma barata, Jhonny.

John ri e afaga os cabelos de Elle. A ruiva o aperta mais, feliz em estar abraçada em seu irmão após tanto tempo longe.

Após alguns segundos eles se afastam e a ruiva sorri para a cena que acontecia atrás deles, que era JJ e Sarah embriagados e agora brigando sobre qual bebida era a melhor.

— Eu vou lá salvar a Sarah de perder essa discussão. — Elle fala. — As bebidas baratas dos Pogues com certeza são as melhores.

— Não fale para ela que eu concordo com isso. — John brica e Elle concorda com a cabeça indo na direção deles.

Elle passa ao lado de JJ e interrompe a discussão dos dois:
— Vai lá falar com ele. — Ela aponta e o loiro concorda indo conversar com John.

A ruiva vai para o lado de Sarah, se sentando ao lado dela e colocando a cabeça no ombro da garota, sentindo a mão de Sarah sendo colocada em seus cabelos.

Ela via o fogo da fogueira queimando os galhos empilhados e ficava atenta com o barulho da madeira queimando e com o calor que sentia em sua pele.

Elle fica alguns segundo calada sentindo o carinho de sua amiga, mas logo fala:
— Como você está, Princesa?

— Estou feliz por ter voltado. — Sarah fala com a voz baixa. — Senti falta de Outer Banks, dos Pogues, desse lado da ilha. — Sarah encara a amiga. — Senti saudades de você.

Elle sente seu sorriso abrir e se aconchega melhor na loira.
— Também senti sua falta, Princesa.

As duas ficaram juntas nessa posição por mais alguns minutos, até John B e JJ voltarem com os olhos marejados e sorrisos no rosto após a conversa que tiveram.

Os garotos ficaram em pé conversando com as duas garotas que estavam sentadas juntas.

Elle, que estava abraçada com Sarah, percebe uma movimentação vindo do mangue e vê o barco dos Pogues saindo na água com seus dois amigos dentro.

— Que palhaçada. — Elle zomba apontando para o barco e seus amigos se viram para ver. — Não acredito que eles fugiram da festa para se beijarem.

— Beijarem... — JJ fala ironicamente e olha para a ruiva.

— Para, prefiro pensar que é só isso. — A ruiva fala colocando as mãos nos ouvidos na tentativa de tampa-los, arrancando risadas dos amigos.

— Divirtam-se! — Sarah grita acenando para os dois.

— Pois é cara, eles roubaram teu barco. — JJ zomba do amigo colocando a mão nos ombros de John.

— Os Pogues vão se pegar... — John murmura e Sarah grita ao lado dele.

— Espero que eles não façam nada nesse barco. — Elle fala fazendo careta. — Ou então eles vão ter que lavar aquilo.

— Eles têm que se divertir, Elle. — Sarah fala com um sorriso malicioso. — Dá uma folga pra eles. Uma hora vai ser você fazendo essa coisas...

— Que nojo, Sarah! — A garota fala e escuta as risadas de John B e da Cameron, enquanto JJ tinha um sorriso de canto.

— Ah não ser que você já tenha feito... — A Kook continua zombando e recebe um leve empurrão da ruiva.

— Beleza, acabou a cerveja pra você, Princesa. — Elle fala fazendo uma careta.

— Ué irmãzinha, tem alguma coisa pra contar pra gente? — John B questiona, provocando a Aplin.

— Quê?! Não tem nada pra contar. — Ela fala com a voz embolada e JJ deixa uma risada escapar por conta do nervosismo da amiga. — Para de rir, Maybank!

— Mas por que você 'tá rindo, JJ? — O Routledge se vira para o loiro. — Vocês dois ein...

— Pois é, você e a Elle estão bem juntos, pelo que percebi... — Sarah continua.

— Vocês já estão mais chapados que nós dois juntos. — Elle aponta e pega a latinha de bebida da mão de Sarah e bebe o resto que tinha.

— Com certeza, já estão viajando de mais. — JJ repete a ação de Elle e leva a latinha até a boca, encarando a ruiva com um sorriso de lado. — Bateram a cabeça enquanto voltavam para Outer Banks? — O loiro zomba. — Se for isso, precisam concerta-las o mais rá...

— Esperem... — John B interrompe a fala do loiro e olha para um local.

Os adolescentes se calam por um segundo e encaram uns aos outros, sem entender.

— O quê foi? — JJ questiona confuso.

— Vocês ouviram isso? — John B pergunta aos Pogues em sua volta.

— As suas galinha cacarejando? — Elle zomba ao escutar apenas o barulho do galinheiro.

— Não, eu ouvi uma porta de carro batendo. — John B anuncia.

JJ não leva a sério e começa a imitar uma galinha, mas é interrompido pelo Roultledge tampando a sua boca com as mãos.

Elle percebe que o amigo estava falando sério e se levanta do lado de Sarah e se aproxima dos garotos.

Sarah também se levanta e se junta aos três Pogues.

Com o silêncio que fizeram, agora era possível escutarem passos se aproximando de onde eles estavam.

— Merda... — Elle murmura.

— Vamos nos esconder. — Sarah propõe para o grupo.

— Vai que o Pope e a Kiara resolveram voltar e nós não notamos. — JJ supõe.

— Eles não viriam tentando fazer silêncio. — Elle contrapõe e o som de um graveto quebrando os assustam. — Está perto! — Ela sussurra.

— Não dá mais tempo de correr, que merda! — Sarah murmura.

— Mantenha a calma. — John fala. — Vamos apagar a fogueira.

— Não dá mais tempo Jhonny! — Elle fala nervosa.

— Então atacamos. — JJ fala pegando um pedaço de pau que estava jogado perto deles e o segura em suas mãos.

Os passos ficam mais altos e JJ também começa a se aproximar mais devagar de onde eles vinha e se prepara para ir para cima de quem se aproximava.

Com o som dos passos já mais altos, JJ levanta os braços com o objeto em mãos para acertar a pessoa, mas rapidamente para ao ver o garoto que se aproximava colocar uma das mãos para cima — mostrando que não tinha nada — e coloca o dedo indicador em frente aos lábios, pedindo silêncio.

— Que merda, cara... — Elle bufa se aproximando do Rodrigues que estava parado em frente ao grupo.

— Que cê 'tava fazendo vindo desse jeito?! — JJ questiona. — Eu podia ter te acertado...

— O que 'tá aconte... — John fala por cima dos dois amigos, mas os três são interrompidos por Matt.

— Vocês não tem muito tempo. — O garoto negro anuncia. — Tem um cara vindo pra cá agora e ele não parece ser muito legal.

— Quê? Explica isso direito. — Sarah fala.

— Acho que é seu irmão, Sarah. — Matt fala olhando para a loira e percebe ela arregalando os olhos. — Parece que um dos amigos dele viu você e o John B na ilha.

— Cacete. — John bufa passando as mãos no cabelo.

— Precisam se esconder! — O Rodrigues fala. — Rápido!

Os cinco adolescentes começam a apagar a fogueira e depois olhavam para os lados procurando onde iriam se esconder.

— Na cabana? — A Kook questiona.

— É o primeiro lugar que vão procurar. — Elle a responde. — Mas que merda... que merda...

— Ali em cima. — JJ aponta para o topo da árvore onde haviam feito o memorial para os amigos. — Vamos subir!

— Beleza.

Os cinco adolescentes começam a se ajudarem a escalar aquela grande árvore do jardim da cabana de pesca. Ficaram cada um em um galho diferente por medo de acabar quebrando.

Os Pogues conseguem ver duas pessoas surgindo, uma se aproximando da casa e a outra bem perto de onde eles estavam e olhando a fogueira recém apagada. 

Elle estava agarrada na árvore e sentia seus dedos tremerem e a respiração ficar mais difícil ao ver aqueles dois rostos.

Era Rafe Cameron, e ele estava acompanhado de Barry.

Onde é que vocês estão? — Eles escutam Rafe murmurando.

Os Pogues se entreolham tristemente. Sarah, John B e Matt estavam próximos um do outro, JJ estava um pouco mais alto que eles e trocava o olhar entre o que acontecia na cabana e Elle, que estava um pouco mais acima e tentava ignorar o nervosismo que sentia.

Gritos de frustação e sons de garrafas quebrando podiam ser ouvidos vindo de dentro da casa. Barry saía da cabana batendo a porta da frente.

, achou alguma coisa? — Rafe perguntava para o homem.

Não achei nada. — O homem fala se aproximando.

Nada? Nada?! — Questiona incrédulo.

Não, nada Rafe. Não tinha nada dentro. — Responde bufando e se afastando um pouco.

Mas eles estavam aqui agora, cara! Olha para a fogueira, ela acabou de apagar! — Rafe aponta enquanto gritava.

É, é. Parabéns cara, medalha de observação para o escoteiro . — Barry zomba e em outra situação, Elle iria rir.

Então eles não devem estar muito longe, não é? — Continua.

É, Zé Colmeia! Olha para você cara. — O homem continua com o tom zombeteiro.

Eles rodeiam a árvore e param bem em frente ao memorial e leem o que estava escrito lá.

"Pogues para sempre."

Os dois começam a rir e zombar daquilo, Elle percebe que Rafe segurava uma arma e a levantava apontando para o memorial.

Puta merda... — Cameron falava ainda rindo.

Então sua irmãzinha é "Pogue para sempre," Rafe? — Barry continua, mas Elle logo nota a expressão de Rafe Cameron fechando diante daquela pergunta, mas Barry não parece não notar o mesmo, pois continua. — Quem diria, não é?!

Sarah acaba soltando um soluço por conta do choro que segurava e John coloca o indicador na boca pedindo por silêncio.

Matt apenas inspirava e expirava o ar por seu nariz, tentando se meter calmo.

JJ estava prestes a sair de seu lugar para ir até Elle ao perceber a garota ficar mais tensa a cada segundo que passava.

Merda!

Um grito vindo do Cameron interrompe os pensamentos de todos que estava no local e Elle fecha os olhos com força e se agarra mais contra a árvore ao se assustar.

Barry tenta pedir calma para o Cameron, mas eles não dá ouvidos e destrava a arma.

Disparos são efetuados e Elle se solta dá árvore para colocar as mãos nos ouvidos na tentativa de abafar o barulho. Seu peito encostado contra a árvore subia e descia fortemente.

Barry tenta segurar Rafe para impedi-lo de continuar a atirar, mas acaba piorando a situação, pois agora ele atirava de maneira desgovernada e na direção de onde os Pogues estavam.

Os disparos passam de raspão por alguns dos Pogues, uma bala acerta o mesmo local onde JJ se escondia e a outra acerta o local onde Matt estava, fazendo ele se esforçar para segurar um grito.

— Calma Rafe, se controla! Assim a gente vai ser pego. — Barry o segurava e consegue fazer o garoto parar de apertar o gatilho. — Vamos embora! Anda logo!

Os dois garotos começam a correr de volta ao carro, se distanciando da cabana de pesca e dos Pogues escondidos.

Os adolescentes se encaram e esperam alguns minutos para terem a certeza de que quem os procurava havia ido embora.

John B começa a ajudar Sarah a descer e Matt descia repetindo o mesmo trajeto que a Cameron havia feito.

JJ olha um pouco mais para cima, na direção de Elle, notando a garota ainda no mesmo canto com os olhos fechados fortemente e com as mãos forçando contra seus ouvidos.

O loiro começa a se mexer no galho da árvore e tentar passar com cuidado até o local onde a Aplin se encontrava sentada.

O Maybank consegue finalmente chegar no mesmo galho que Elle e aproxima devagar suas mãos até as mãos da garota.

— Vamos Elle... — Ele fala com a voz mais baixa. — O barulho já parou. Eles já foram embora.

O garoto segura as mãos de Elle e as afasta dos ouvidos da mesma, fazendo ela abrir os olhos marejados e encara-lo, sentindo a respiração começar a voltar ao ritmo normal.

— Acabou... — Ele sussurra novamente.

A ruiva apenas concorda com a cabeça e respira fundo, se acalmando aos poucos. Os dois começam a descer da árvore, prestando atenção onde estavam pisando.

Ao pisarem na terra, eles se encaram e os olhos de Elle encaram os de Matt.

Havia tentado ignorar o sentimento de dúvida que sentia toda vez que encarava o Rodrigues, mas depois de tudo o que aconteceu, ela não iria mais conseguir segurar as perguntas inquietantes que rodeavam sua mente.

Os amigos iam começar a falar alguma coisa, mas param ao ver Elle andando em passos rápidos até a direção de Matt, que limpava a sujeira de sua bermuda.

Matt arregala os olhos ao ver o rosto da ruiva com uma expressão não tão amigável:
— Elle... — Ele ía começar a falar, mas é interrompido.

— 'Tá legal, que merda é essa?! — Ela decide perguntar logo, tentando tirar um peso de questionamentos que haviam em cima de si. — Por quê você está fazendo isso?!

— O quê? — Pergunta, parecendo não entender do que ela falava.

— Por que caralhos está nos ajudando?! — Pergunta rapidamente

— Está com raiva porque eu ajudei você e seus amigos de terem o corpo coberto de tiros por dois lunáticos?! — Questiona ainda não entendendo o ponto que ela queria chegar com aquela pergunta.

— Eu estou com raiva porque não consigo entender o motivo disso! Eu não consigo entender por que você está se metendo em tudo isso! — Se expressa com uma expressão de pânico em seu rosto. — E uma coisa que eu odeio é não entender as coisas!

— Olha, eu acabei entrando nisso meio sem querer, eu estava curioso e deu nisso. — Ele tenta dar uma explicação, mas Elle não a aceita.

— Claro, porque o estrangeiro novato com certeza iria se envolver com o grupo problema de Outer Banks. — Ela ironiza e se aproxima mais do garoto.

Enquanto isso, Sarah, John B e JJ apenas escutavam a discussão querendo ver até onde iriam.

— Vamos lá, Matt. Sabemos todos os boatos sobre nós e o John B que rodam essa cidade, e sei que já sabia deles também. — Fala de braços cruzados. — Você sabia do nosso histórico com a polícia, que o John matou uma xerife, que nós fomos os cúmplices desse assassinato... Tenho certeza que já ouviu tudo isso pelos corredores, mas por que insiste em ajudar?

— Elle...

— Queria dar uma de bom samaritano? Ajudar aqueles pobres adolescentes desesperados, sente pena? — Ela continua falando cada vez mais rápido e não percebia o fôlego acabando.

— Não, não é is... — Ele tenta novamente explicar, mas é interrompido.

— Ou está aqui pelo dinheiro? Pelo ouro naufragado do Royal Merchant? — Continua.

— Elle! — A garota finalmente para de falar e consegue respirar. — Me escuta, por favor... — Fala calmo e colocando as mãos em frente ao corpo.

A ruiva não responde nada e Matt percebe que indicava que ele devia continuar falando, então ele faz:
— Eu sei sobre Mary. Eu sei que ela é a sua mãe. — Admite com receio em sua voz.

Surpresa.

A ruiva havia paralisado.

Os amigos olhavam aquela cena, John e Sarah estavam boquiabertos e sem entender do que aquilo se tratava, já JJ havia se aproximado de Elle após ver ela paralisando em seu canto.

— O que 'tá acontecendo aqui? — John questiona, mas vê Sarah negando com a cabeça e pedindo para ele parar de falar.

"Então ela havia contado, significando que ela lembra de mim. Talvez ate se arrepender de tudo o que fez." Os pensamentos rodavam a cabeça dela.

— Há quanto tempo você sabe disso? — Pergunta prendendo a respiração.

Matt abaixa a cabeça e respira fundo:
— Ela nos contou que tinha uma filha alguns dias antes de nos mudarmos para Outer Banks. — O garoto confessa. — Um dos motivos para termos vindo pra cá é porquê ela queria te ver.

A Aplin sente um aperto em seu peito.

— Ela só contou sobre mim esse ano? — A ruiva pergunta com um pingo de surpresa. — E veio me procurar só agora? — Sua voz também tinha... decepção?

— Eu sinto muito. — O garoto fala sinceramente.

A ruiva solta sua respiração e olha para cima piscando algumas vezes, tentando impedir que as lágrimas escorressem de seus olhos.

— Beleza, mas o que a Mary ser minha mãe tem haver com toda essa aproximação?! — Tenta perguntar sem sua voz falhar.

— É idiota... mas eu queria saber mais sobre você. — Ele fala parecendo envergonhado em admitir aquilo. — Antes, era só eu e meu pai juntos, não que isso fosse um problema, obviamente. Mas quando ela falou sobre ter uma outra filha da minha idade, eu me animei. Sempre quis ter um amigo da minha idade.

— Quer que eu acredite nisso? — Fala ironicamente e com a voz chorosa.

— Eu não tenho motivos para mentir. Eu gostei de vocês, e queria ajudar. — Ele fala novamente. — A única coisa que eu errei foi não ter contado antes para você, mas também não cabia a mim contar.

Elle fica calada e abaixa a cabeça, deixando as lágrimas descerem em seu rosto em um choro silêncioso.

Matt nota e anda devagar até ela, com certo receio dela lhe bater por conta da aproximação..

Elle percebe o garoto se aproximando, mas não se move e sente apenas os braços dele lhe rodearem.

— Ela... ela é uma boa mãe? — Pergunta com a voz embolada.

— Não posso dizer isso para você. — Fala e sente ela fungando em seu peito. — Não sei o que aconteceu entre vocês duas, então não quero me meter nas suas conclusões.

— Tudo bem, você 'tá certo. — Concorda e afasta seu corpo do garoto, o encarando com o rosto vermelho. — Mas sabe que não somos exatamente irmãos, não sabe? — Zoa tentando se recuperar do choro.

— Bem que falaram que você estraga o clima. — O garoto ri rolando os olhos.

— Essa foi a discussão e reconciliação mais rápida que eu já vi. — John B fala os interrompendo.

— Fiquei surpreso pela Elle não ter voado em cima dele. — JJ brinca e agora fica ao lado dela.

— Confesso que fiquei com medo. — Matt fala.

— Olha gente, eu ainda não entendi o que aconteceu aqui. Mas temos que sair o mais rápido possível. — Sarah se pronuncia. — Aqueles dois podem voltar.

— É verdade, vocês nos explicam depois. Peguem as suas coisas. — John concorda.

Todos eles vão pegar as mochilas na cabana de pesca, se preparando para fugir novamente.

____________________________________________

● 5630 palavras;

● Voltei com um capítulo onde pudemos descobrir mais coisas do enredo. Tivemos Matt com os irmãos, a festa Pogue, a Elle conversando com o John, Elle enfrentando o Matt e a revelação de um dos motivos de Mary ter voltado. O quê acharam dessas cenas?

● A discussão da Elle com o Matt pode ter parecido meio "besta", mas era a intensão ela ter sido desse jeito é ter sido resolvida de forma rápida, pois a Elle apenas estava com o atrás e nervosa, mas percebeu que ele não estava mentindo na justificativa. Espero que vocês tenham entendido e gostado;

● Quais as teorias para os outros motivos de Mary ter voltado a OBX e querer encontrar a Elle agora? Vocês acham que ela vão se dar bem?

● Espero que vocês tenham gostado do capítulo, obrigada por todos os comentários e as estrelinhas;

● Se cuidem e até o próximo capítulo;

:)

~Mello

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