Hiraeth - The Comeback

By tinalager

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Para alguns bruxos vivos o seu destino final já está pré-determinado pela sua própria avaliação de suas ações... More

O Retorno
Hiraeth - Introdução
Renegades
Capítulo I - Run away with me
Capítulo II - Lost souls in revelry
Capítulo III - Running wild and running free
Capítulo IV - Two kids, you and me
Capítulo V - And I Say
Capítulo VI - Hey, Hey, Hey
Capítulo VII - Living like we're renegades
Capítulo VIII - Hey, Hey, Hey
Capítulo IX - Livin' like we're renegades
Capítulo X - Renegades
Capítulo XI - Livin' like we're (RENEGADES)
Capítulo XII - Renegades
Capítulo XIII - Long live the pioneers
Capítulo XIV - Rebels and mutineers
Capítulo XV - Go forth and have no fear
Capítulo XVI - Come close and lend an ear
Capítulo XVII - And I Say
Capítulo XVIII - Hey, Hey, Hey
Capítulo XIX - Living like we're renegades
Capítulo XX - Hey part. I
Capítulo XX - Hey part. II
Capítulo XX - Hey part. III
Capítulo XXI - Living like we're renegades
Capítulo XXII - Renegades
Capítulo XXIII - Renegades
Capítulo XXIV - All hail the underdogs
Capítulo XXV - All hail the new kids
Capítulo XXVI - All hail the outlaws
Capítulo XXVIII - It's our time to make a move
Capítulo XXIX - It's our time to make amends
Capítulo XXX - It's our time to break the rules
Capítulo XXXI - Let's begin
Capítulo XXXII - And I say
Capítulo XXXIII - Hey, hey hey hey
Capítulo XXXIV - Livin' like we're renegades
Damn eyes your mother's (capítulo extra)
Capítulo XXXV - Hey, hey, hey

Capítulo XXVII - Spielberg's and Kubrick's

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By tinalager

Música sugerida: Iris – Goo Goo Dolls

Att¹: o capítulo não ficou bem em edição pois eu não tive tempo mesmo para editar. Porém se eu demorasse mais, capaz de algum de vocês vir bater na porta da minha casa.

Lembrem-se que a Áurea não sabe bem demonstrar seus sentimentos. Levem isso em consideração lendo os POV dela.

____________

POV FRED WEASLEY

Eu senti tanto medo de perdê-la, que qualquer objeção que eu possuía contra sua conduta foi dissolvida.
Agora eu acabo de ouvir toda sua verdade. Todo seu plano em nos tirar daqui. A única parte que me causa calafrios é o destino de Pettigrew. Porém sua alma será livre, e tudo o quê desejo para ele é que encontre sua plena paz e felicidade. Mas prefiro que seja comigo perturbando sua existência para ser sincero.

Sobre o destino de Áurea se seu plano sair como o esperado, bom, não mudará muito o quê eu sempre soube que ela nasceu para ser. Ela seria arrancada de mim mais cedo ou mais tarde.
Ok, talvez eu esteja sendo um pouco dramático.

Estou nesse exato momento olhando para seu rosto, enquanto damos uma pequena pausa em direção a casa.
Pego sua mão, com um sorriso no rosto que me é retribuído.
Agora eu possuo minhas lembranças de volta. E quer saber? Não sei porquê eu me importei tanto em tê-las. Eu amei essa mulher mesmo antes de saber que nela eu havia encontrado meu destino.

Sempre foi ela, e sempre será. Meu peito se rasga ao saber da verdade de nosso futuro incerto. Merlin! Eu a amo. Seria crueldade demais duas almas se amar tanto e ser obrigadas a viverem separadas.

E pensando nisso, eu e Áurea não somos os únicos.
James e Peter vivem esse mesmo dilema, como duas almas gêmeas separadas desde a maternidade. Inseparáveis, sendo sempre separados.

Eu não entendo como Lilly se meteu no meio disso tudo. Não entendo como Áurea jura que seu amor por James é verdadeiro. Porém suas atitudes até então provam exatamente o oposto.

Caraca, ela é uma comensal! A mais tempo que qualquer outro comensal daqui.
Como Áurea pode ver bondade nela?

Claro que eu sei que tem uma peça que está faltando. Não. Não apenas uma peça. Está faltando um terço desse quebra-cabeça. Porém entendo que é a carta na manga de Áurea.
Até mesmo eu poderia atrapalhar sua vitória se soubesse de toda verdade. Prefiro ficar com a parte que não a fere, e que nos dá uma pequena chance de ficarmos juntos no futuro.

Olho para meus pés que afundam na neve, mas não porquê ela está em alto nível como mais cedo, e sim porquê ao redor dele ela se derreteu. Posso vislumbrar a grama assim que levanto a sola de meu sapato.

Olho para Áurea que está sorrindo.
- O quê foi? - pergunto rindo, já que não estou entendendo.

- Obrigada. - ela diz com lágrimas nos olhos, se esforçando em prender o choro.

Levo minha mão ao seu rosto, em sinal de preocupação.
- O quê aconteceu querida? Eu por acaso te machuquei? Porquê sério, você não deveria me lançar algum feitiço ao invés de chorar? - ela dá um sorriso singelo com minha fala.

- Você me ofereceu liberdade, Fred. Você me perdoou, e mesmo após tudo ainda está escolhendo me amar. - ela leva suas mãos sobre as minhas. - Sabe, eu desistiria da eternidade para ficar ao seu lado. - meus olhos se alegram com sua declaração. - Pois eu sei que você é o único capaz de me amar.
E não querendo aumentar mais ainda seu ego inquebrável - dou um riso fraco, sentindo meu peito transbordar de alegria. - Mas você é o mais próximo que eu estarei do paraíso.
E quer saber de uma coisa? Eu não estou nem um pouco preocupada em voltar para Valhalla agora. Pois meu lar é qualquer lugar em que você esteja. - seguro seu rosto me aproximando mais. Seus olhos estão inundados por lágrimas. - Sua existência é a a razão pela qual eu ainda sinto a necessidade de respirar.

- É eu amo você. E eu estou perdido - dou um sorriso, enquanto encaro seus olhos. Não sei como agradecer a essa mulher pelo simples fato de sua existência - Obrigada por cuidar dos Weasley's para mim. - ela comprime um riso entre os lábios.

- Foi uma das melhores escolhas que já tomei. - seu sorriso desaparece em seguida, quando ela parece ter uma nova constatação. - E se eles me odiarem por isso? - ela se refere ao plano que custou meses de mentiras à eles.

- Eles saberão que você não fez por mal. Eu prometo. - olho intensamente para seus olhos, até que ela balance a cabeça concordando.

- Você ainda não me respondeu sobre isso. - digo indicando meus pés que afundam sobre a neve.

- Seu poder é diferente, Fred. - ela diz simples. - Quer dizer, James e Peter já libertaram uma parte de Hiraeth. Mas eles ainda estão afundados em mentiras e confusão. Você não.
Você sabe da sua verdade, e sabe o quê quer. Você não tem medo de se ferir por quem ama, e está disposto a abraçar as consequências de suas escolhas. Você é minha salvação. - ela pensa um pouco. - Bom, uns 50% dela.

- Eles não? - pergunto com uma dúvida genuína. Pois em nenhum universo possível imaginaria que meu poder poderia se igualar ao de bruxos tão poderosos como eles.

- Eles não sabem o quê fazem. Não sabem se devem ou não confiar um no outro. Ou em qualquer um que habite aquela casa. Você não tem problema com isso. - ela suspira. - Fora que você é um bruxo extremamente poderoso agora.

- Como assim? - pergunto pela hesitação que passa por seus olhos.

- Pimeys... - ela fala com um nó descendo por sua garganta. - Ele nem tem noção do quê fez ao ceifar sua vida antes de sua hora, por pura luxúria. A Lei não o permite. A magia que nos cerca faz com que nossas más ações se voltem contra nós...

- O quê isso realmente significa?

- Que você Fred Weasley - ela sussurra perto do meu rosto. - Você é o único bruxo de todo o universo com poder suficiente de matar a morte. - sua fala faz meu corpo se enrijecer.

- Não se assuste. É melhor do quê parece ser. - ela dá um sorriso gentil, enquanto se direciona para meus lábios, deixando um beijo singelo sobre eles.
Solto um suspiro demorado. Já disse que amo essa mulher?

- Senti sua falta. - digo a ela.

- Foram meses infernais. - ela diz aspirando fundo, como se estivesse ansiando por aquilo há muito tempo.

De repente seu rosto se vira em espanto para o topo da colina. Ela me olha assustada.
- Me leve para a casa, por favor. - me pede.

Não espero que sua fala se demore para que eu aparate na frente da casa de madeira.

Agora posso ouvir gritos nervosos saindo dali.
Áurea se dirige rapidamente até a porta. Ela parece ignorar toda a dor e limitação de seu corpo causados pelos ferimentos.
       
Assim que ela abre a porta vejo seu corpo se abaixar, enquanto uma esfera de magia passa por cima de sua cabeça.
Foi muito rápido a situação inteira, mas consegui me desviar a tempo daquela magia que só Merlin sabe o quê continha em seu núcleo.

Meus olhos se arregalam enquanto Áurea me encara para conferir se estou bem.

Adentramos a casa e conseguimos ter o vislumbre de toda a confusão.

Regulus que disparou a magia. Mais precisamente contra a Potter. Ou melhor, Evans.

Snape tenta o segurar enquanto ele grita na direção dela. Sinceramente não quero reproduzir os palavreados que estão saindo de sua boca.
Merlin! Que orgulho do meu garoto!

Sirius e Remus ao lado pedem para que Regulus se acalme.
James e Peter estão ao fundo de braços cruzados, com caretas idênticas.
Porém algo que me chama a atenção.
Por que a roupa de ambos estão tão amassadas?
Tá, talvez eu tenha um pouco de toque sobre isso.

Áurea me encara com um sorriso no rosto.
Reviro os olhos. Esqueço que ela pode ler o quê penso, se assim eu permitir.
Porém não me lembro de erguer barreiras contra ela. E pouco me importa o quê ela vá descobrir. Ela sempre soube que eu sou um idiota.

Áurea faz um movimento com suas mãos e o tempo se paralisa por segundos.
Todos param de falar, seus corpos estão quase petrificados. Dura pouco mas é o suficiente para deixar todos meio atônitos, se esquecendo do motivo pelo qual estavam gritando agora a pouco.

- Pelo amor de Morgana, Tenebris! Por que fez isso? - Evans ao lado fala, levando sua mão à cabeça como se sentisse uma dor dilacerante em seu crânio.

O ódio que ela direciona à Áurea desaparece por alguns instantes. Até ela se tocar em como suas barreiras se baixaram.

- O quê aconteceu? - Áurea pergunta para todos, ignorando sua fala.

- Achei que você tinha controle sobre tudo que acontece aqui. - Sirius a responde. É, eles não são muito fãs um do outro.

- Ele é seu irmão. - Áurea dessa vez dirige a palavra ao Regulus. Ele dá de ombros.

- Sempre acreditei fielmente que ele fosse adotado. - Regulus responde, tentando recuperar um pouco de sua dignidade arrumando suas vestes que Snape amassou tentando acalmá-lo.

- Ei! Você não deveria estar do lado dela. - Sirius fala parecendo ofendido.

- Sossega, Padfoot. Ela é do bem. - Regulus o responde. Isso causa certo espanto em algumas pessoas espalhadas pela sala.

- Como está querida? - a voz de fundo vem de Pettigrew. Dou um sorriso em sua direção quando noto o tom de sua voz. Ele está feliz.

- Não tão bem quanto você, querido. - Áurea o responde com um sorriso dançando em seus lábios. Peter ao fundo sacode a cabeça negando com vergonha.
Ao menos eu e Áurea sabemos o motivo dele estar assim, então nos entreolhamos por alguns segundos.

- Não gosto do estado de seu vestido. - ele fala para ela. Eu também não gosto nada. Seu vestido está tão manchado de sangue que parece que ela acabou de sobreviver à um massacre.
Peter estende sua mão para Áurea, ela parece ser a única a entender o quê ele quer.

Ela vai andando devagar em sua direção, enquanto ele faz o mesmo e a encontra no meio da sala.

- Agora você pode tocar minha mão. - ela diz feliz.

- Sério? - ele quase pula de alegria, a envolvendo em um abraço.

Olho ao redor e posso ver diversas bocas se abrirem. Estou com muitos risos internos.
Áurea me contou como ela e Peter são amigos. Um daria a vida pelo outro.
Seu amor pelo Peter atravessou o tempo.
Diria até que se houve realmente uma motivação para ela fazer o quê fez, foi por seu amor e devoção por ele.
Isso não me deixa inseguro. Eu também o amo. É impossível passar pela existência de Peter e não ama-lo.

- Está bem, me solte. Já deu - ela pede a ele quase cantarolando. Sorrio por sua fala. Ela é fofa quando não está brava.

- Desculpe. Mas eu me segurei por muito tempo. - ele leva suas mãos aos ombros dela.

- Ele nos contou quem você é. Onde habitamos de verdade. Mas há quanto tempo exatamente vocês se conhecem? - Remus pergunta ainda em choque pela situação.

- Poucas décadas. - Áurea responde rindo. Ela está feliz. E isso me deixa extremamente feliz. As duas pessoas que eu mais amo em Hiraeth estão bem.

- Posso? - Pettigrew pergunta à ela, que concorda com a cabeça.

- Espero que tenha um bom gosto. - ela responde.

- Não seja má. Eu quem fiz todos os seus vestidos. - ele responde revirando os olhos.

- Quase todos - ela dá entonação para sua fala. - Mas ultimamente não confio em seu bom gosto. Olha suas roupas! - ela diz fazendo todos olharem para a camiseta de Peter. Que está uma desgraça, por assim dizer.

- Eu te odeio e você é a pior amiga do mundo. - ela diz com seu rosto vermelho por vergonha. James ao fundo sorri pela cena. Desgraçados shippáveis. E bem chupáveis se querem saber.

A cabeça de Áurea vira abruptamente em minha direção enquanto ela me repreende por meu pensamento apenas com um olhar.
Apenas a encaro como se não soubesse do quê ela está falando.

- Eu até acreditaria se não pudesse mentir. - ela diz se voltando para Peter novamente. Então levanta sua mão para ele segurá-la.

- Ele pode mentir? - Regulus diz indignado ao lado.

Áurea dá de ombros. Ela não está com raiva de Regulus. Só magoada.
No entanto ela não quer demonstrar com tanta veemência isso.

Peter segura sua mão. Ele a encara por alguns segundos. Vejo todos ao redor prenderem suas respirações quando o olho de Peter começa a tomar uma cor amarelada, como os de Áurea.

- A você eu entrego meu amor, devoção e respeito. Escolho te servir e seguir seus mandamentos. Aos seus pés me curvarei. Como um peão me renderei. Como um Rei ao seu lado governarei.
Você nunca mais estará sozinha. - a fala de Peter faz fiapos de magia dançarem em volta de sua mão e a de Áurea.
Eles se encaram hipnotizados como se já tivessem feito esse ritual milhares de vezes.

- A você eu entrego meu amor, devoção e respeito. Escolho te servir e atender seus anseios. Escolho te seguir e sobre meu amor você está protegido. Se aos meus pés você se curvar, nenhum mal te sucederá. Ao meu lado governará.
Você nunca esteve sozinho. - após a pronúncia de suas palavras um clarão os cerca, tornando quase impossível os enxergar.

Quando a luz cessa aos poucos, podemos ter o vislumbre de Peter segurando Áurea. Ela parece estar tentando recuperar o fôlego. Me aproximo para tentar entender o quê está havendo.

- Você está bem? - pergunto. Peter me direciona seu olhar, e abre um sorriso para mim. Isso me passa tranquilidade.

- Eu nunca vou me acostumar com isso. - Áurea levanta a cabeça de seu ombro.

- Vocês dois tem um selo de alma? - Lilly pergunta meio hesitante ao lado. Todos levam sua atenção a ela.

- Temos. - Áurea responde a olhando.

- Praticamente um casamento. Você tem dois maridos e nenhum deles sou eu? - digo.

- Não seja bobo. - ela diz em deboche.

- Isso explica muita coisa. - Lilly diz abrindo um sorriso singelo para Áurea, que a retribui. Vejo o rosto de todos bem confusos sobre o quê está acontecendo. Principalmente porquê até então, Lilly era a ruína de Áurea.

Peter se afasta de Áurea, e agora posso ver o quê seus dizeres fez. O vestido dela está intacto. Ela aparenta ter recuperado a firmeza de seus ossos, já que está mais disposta. Se ela pudesse descansar por uma noite com certeza ela seria imbatível.

- Ninguém mais está com a pulga atrás da orelha sobre a relação deles dois? - Sirius diz indignado.

- Simples, Black. Isso é um jogo de xadrez. Peter não é um traidor. Neste jogo ele é o Rei. Nós... - ela gesticula apontando para todos. -  Nós protegemos o Rei.

- Você é doida. - ele diz fazendo-a dar um riso sincero.

- Você sabia que ela era uma comensal? - Peter pergunta. Todos esperam por uma resposta.

- Claro que eu sabia. - Áurea diz suspirando.

- Pensou em nos contar em algum momento? - James diz ao fundo parecendo nervoso.

- Ao menos me contar que por culpa dela eu estava morto? - Regulus também usa o mesmo tom de voz de James.

Áurea suspira fundo. Ela parece ter se preparado por muito tempo para este momento.
Ela leva seu olhar para Lilly.

- A marca ganhou vida? - ela ignora o interrogatório.

- Sim. - Lilly a responde simples, enquanto balança a cabeça positivamente.

- Ótimo. - Áurea fala enquanto Lilly revira os olhos.

- Não é em você que está doendo! - Lilly a responde.

- Ah! Você sobrevive... - Áurea responde em desdém, enquanto meu rosto se contorce em confusão.
As duas se conhecem além de Hiraeth?

- Você vai nos dizer que merda está acontecendo aqui? - Regulus pergunta impaciente.

- Você me prometeu que eu seria "traída" depois de Hiraeth. Isso é muito humilhante. - Lilly sussurra ao lado de Áurea, fazendo-a conter um riso.

- Eu achei que ele iria esperar mais - ambas olham na direção de James e Peter como se os analisasse.

- Do quê vocês duas estão falando? - Peter fala.

- Ao menos vocês não são mais casados.
De nada! - Áurea vira seu rosto para Lilly em divertimento, ignorando totalmente os demais questionamentos.

- Grande coisa... - Lilly diz emburrada, e dessa vez é Áurea que revira os olhos. - Eu pensei que os ferimentos de antes havia me preparado para enfrentar este momento. Porém nunca senti tanta dor... - esta declaração de Lilly me pareceu mais interna. E eu acho que ela não está se referindo a marca negra.

- Não somos casados? - James pergunta parecendo triste. - Agora uma de vocês pode me dizer do quê estão falando? - seu tom é nervoso.

Ambas se entreolham.
- Vocês não são mais casados. Ela sabe que você e Peter estavam se pegando. - Áurea fala, e todo mundo ao redor parece meio em choque. James está boquiaberto, mas Peter permanece imutável.
Nossa ele devia ser um ótimo comensal.

- O quê? - James diz com um tom de voz esganiçado. Eu estou adorando essa situação inteira.

- Você os separou? - Peter pergunta ignorando o clima tenso que ficou.

- Sim. - Áurea responde simples.

- Você poderia ter me contado. - ele diz.

- Não posso contar sobre meus acordos. - Áurea agora está seria enquanto dirige seu olhar para ele.

- Acordo? - Peter agora se vira para Lilly. - Você pediu para ela separar vocês dois? Quando?

E agora eu me lembrei. Os acordos.
Áurea tem acordos com todos os membros dessa casa. Por isso parece que ela e Lilly são próximas. Lilly provavelmente se lembrou do acordo por algum ato de amor que teve.

Fiz um acordo com Áurea também.
Assim que pisei em Hiraeth ela me pediu paciência e que eu confiasse nela.
Disse que eu poderia lhe pedir algo, quando me lembrei fez total sentido.
Eu pedi para ela que não me deixasse sozinho nesta nova terra.
Ela não pediu para Peter se aproximar para me manipular. Áurea não quebra acordos, e eu nunca fui tão feliz por isso.
Bom, ela apagou minha memória da terra depois... mas por amá-la sem ressalvas eu voltei a me lembrar. Então acho que está tudo certo agora. Não é?

- Era ela a pessoa encapuzada que nos direcionou até aqui. Você se lembrará do acordo que fizeram em breve, provavelmente. - ela diz para James. - Olha não sei exatamente o quê vocês pensam sobre mim, naturalmente nada de bom no momento - Lilly começa a dizer gesticulando. - Mas eu não sou idiota. - ela fala prontamente. - Quando Áurea disse que você estaria aqui, eu sabia que isso - ela passa seu dedo gesticulando de Peter para James. - Iria acontecer mais cedo ou mais tarde. - ela suspira. - É eu sou uma comensal, e uma tola. Porém eu realmente amo o James. - o rosto de James se torna pavorosamente triste ao fundo. - No entanto, isso seria crueldade demais. Condená-lo a conviver com alguém como eu para todo sempre por causa de um juramento. - vejo um nó descer por sua garganta. - Eu não sou tão má assim.
De qualquer forma, minha alma já está condenada ao inferno...

- Lilian... - Áurea começa a dizer mas é interrompida.

- Você é a morte. Você que divorcia suas almas? - Remus pergunta ao lado.

Áurea pigarreia.
- Sim. - ela diz. - Mas não como vocês pensam. Tem almas que foram destinadas a passar suas existências amando a mesma pessoa. Eu nunca os separo. Em cada reencarnação eles se encontram novamente, e se amam. - ela suspira, agora se sentando ao sofá que está logo atrás. Ela parece exausta.

Vou em sua direção e me abaixo em sua altura com olhar preocupado.

- Está tudo bem, querido. - ela balança a cabeça minimamente. Apenas lhe dou um olhar intenso, deixando um beijo em sua testa. Me sento no braço do sofá ao seu lado.

- Bom, e tem aqueles que seria meu inferno pessoal não separá-los. Antes de passar suas almas da vida para a morte, eu posso romper todos os selos mágicos que vocês fizeram durante a vida. Principalmente o do casamento. - ela termina.

- Você rompeu o deles porquê Lilly pediu. Mas e o meu e o de Ninfadora? - Remus continua.

- Se eu não separasse vocês, seria meu inferno pessoal. - Áurea responde cansada mas séria.

- Você ainda não me respondeu, Áurea - Regulus a interroga novamente.

Morana suspira profundamente. Ela parece estar evitando responder seu questionamento.
Passo minha mão por suas costas, vendo-a aspirar mais de uma vez.

- Me desculpe, Regulus. Eu deveria ter te contado há muito tempo. - ela levanta seu olhar para encará-lo. - Antes de te responder, por favor, não me machuque. Eu não vou aguentar outro ferimento... - ela fala com a voz exausta. Sua magia parece estar se enfraquecendo apesar de Peter ter tentado a ajudar.
Porém ela praticamente se esgota a cada vez que tenta reverter a maldição que está rondando Hiraeth.

- Eu não vou fazer nada. A verdade que você esconde não pode ser tão pior do quê a que eu já sei. - Regulus fala mas seu rosto se torna sombrio quando ele encontra o olhar de preocupação e culpa de Áurea.

- Pelo jeito é - Snape finalmente fala, levando sua mão sobre a mão de Regulus, que o olha fixamente por alguns segundos. Parece que os dois finalmente se acertaram.

- Linhas do tempo tem que ser retas e perfeitamente consecutivas.
Não pode haver falhas em seu andamento. Quando algo é alterado uma linha alternativa é criada. Chamamos de consequência. - ela responde. - Um acontecimento que não acontece na linha do tempo original.

- Áurea... - ela levanta sua mão o interrompendo.

- Eu destruí a linha do tempo. Nada mais do quê vocês conheceram no mundo bruxo seguiu seu plano perfeito.
Porém uma jogada minha não saiu como o esperado. A consequência de ter alterado um fator ocasionou em um acontecimento catastrófico.
Nossa vocês não imaginam o quê eu tive que fazer para tentar consertar minha falha - ela parece revoltada.

- Você se culpa demais por coisas que não pode controlar. - Lilly fala direcionando-se para Áurea gentilmente.

- O quê isso tudo quer dizer? - Sirius pergunta impaciente.

- A morte de Regulus... - ela pausa. - Não era um acontecimento original. - ela fala, fazendo Regulus arregalar seus olhos. - Não é culpa de Lilly você estar morto, Regulus. É minha.
Se não fosse por minha causa, por minha falha, você ainda estaria vivo.

- Não entendo como que isso pode ser culpa sua... - ele fala com a voz embargada.

Áurea pigarreia, mas estende sua mão para Regulus.

Ele vem hesitante em sua direção e a segura.
Áurea começa a manifestar magia. Os olhos de Regulus ficam amarelados, mas em um tom diferente de Pettigrew. Seus olhos são idênticos aos de Áurea.
Parece magia de memória. Regulus vê o quê Áurea viu.

Após cerca de meio minuto a magia se cessa. Regulus solta a mão de Morana.
Ele fica cabisbaixo por alguns segundos.

Será que realmente é culpa dela? Áurea parece temer o quê está por vir.

- Odeio dizer isso, mas Lilly tem razão. - ele finalmente diz. - Você se culpa demais por coisas que não pode controlar. - Áurea suspira profundamente. - Mas é, você poderia ter me contado isso antes.

- Você não sabia lidar bem com o quê sentia... - Áurea o responde hesitante, porém aliviada por Reg saber da verdade e não tentar lhe ferir no processo de aceitação.
Me parece que na última hora ele aceitou sua situação completamente.

Ele parece pensar sobre sua fala.
- É. - ele responde voltando para o lado de Snape, que passa sua mão em volta do ombro de Regulus. - Mas não pense que eu vou te perdoar por Peter ser seu favorito e não eu.

Áurea solta um riso anasalado.
- Eu não tenho favoritos. - ela diz.

- Até parece! - todos dizem em unisom. Por um breve momento o clima de guerra se desfaz. Chego a cogitar a plena paz.
Porém se desfez logo que olho para Peter e James ao fundo.
Realmente precisamos resolver nossas pendências, a mulher que eu amo está morrendo por falta de verdades.

Aperto seu ombro chamando seu olhar para o meu. Balançando a cabeça em concordância, Áurea se levanta. Me levanto juntamente com ela.

Suspirando fundo, vejo uma pontada de dor passar por seu rosto.
Ela me lança um olhar para dizer que está tudo bem.

- Está na hora do jantar. - ela finalmente diz chamando a atenção de todos. E então caminha devagar para a sala de jantar até que todos nós possamos formular sua frase e associá-la a lógica. Coisa que a mulher que eu amo não costuma usar muito.

____________

POV ÁUREA 

Me sento na ponta da mesa. Como no último jantar. Precisamos fazer isso. Precisamos da sinceridade humana, tanto quanto precisamos de ar para respirar.

Escuto passos entrarem pela sala. A mesa já está posta.
Os humanos costumam saciar suas dores com comida, mais especificamente doces.
Não preciso comer como eles, mas remendar meu coração com chocolate não seria uma má ideia.

Todos estão em volta da mesa me encarando como se eu fosse louca. É, eu sou.

- Sentem-se. - peço.

- Isso é sério, Melantha? - Regulus me dirige a palavra.

- Vocês me pediram a verdade. - digo suspirando, procurando o bendito chocolate sobre a mesa. - Fiz um juramento desde os Peverell, que jamais contaria verdades que não eram minhas. - vejo o rosto de James se franzir. - Então contarei a vocês a minha verdade. O meu ponto de vista nessa bagunça toda. E então, vocês por livre escolha podem contar a todos a de vocês.

- O ato voluntário te ajudará a sobreviver... - Lilly diz ao meu lado esquerdo. Aceno com a cabeça apesar dela não ter feito uma pergunta.

Todos tomam seus lugares na mesa. Curiosamente diferentes desde a última vez que jantamos juntos.

Continuo na ponta da mesa.
Ao meu lado esquerdo está Regulus, seguido por Sirius e Snape.
Em sua frente está Remus, ao seu lado esquerdo está James.
Ao meu lado direito ao lado de James, Peter se senta.
Fred toma seu lugar ao seu lado para ficar próximo de nós dois.
E agora quem ocupa a outra ponta da mesa é Lilly.

As peças estão posicionadas.

- Comece. - Sirius diz pegando um pedaço de bolo e colocando sobre seu prato.

- É peculiar o modo que cada um de vocês se refere à mim. Não acham? - pergunto.

- Como assim? - Remus pergunta em seguida.

- Bom, você, Peter, Snape e James não se importam em qual é minha verdadeira identidade. Vocês me chamam pelo nome que eu escolhi ser chamada, demonstrando assim respeito e cordialidade. - pauso, sentindo o olhar de todos penetrar minha pele como adagas. - Lilly e Sirius me nomeia pelo primeiro nome que vem a mente deles, demonstrando que eles não se importam com quem eu sou, ou acho que sou. Eles querem deixar claro que o quê eles pensam a meu respeito esteja claro em suas palavras de desdém direcionadas à mim. - gesticulo. - Regulus me chama de Melantha pois significa mais para ele do quê para mim. Ao me apelidar com tal nome ele achou dentro de si migalhas de esperança. Eu sei que fiz muita besteira, mas eu ainda represento algo bom para ele. - vejo Regulus acenar minimamente a cabeça enquanto vira um copo de suco de abóbora. - Fred me chama de Morana, pois ele é o único desta mesa que sabe quem eu realmente sou e quem um dia eu serei, e não dá a mínima para isso. Ele não quer usar meu posto a seu favor. Não quer que eu o favoreça.
Ele conheceu o monstro que habita em mim e resolveu ficar para admirá-lo.

- E onde isso nos leva? - Snape pergunta cético.

- Cada um de vocês tem uma representação minha em suas mentes. - continuo. - Isso não significa que eu seja várias versões. Apenas que vocês enxergam o quê querem enxergar, independente do quanto eu lhes mostre.
Os humanos não me veem como A Colheita. Eles me veem como a sombria e temida morte. A que vai lhe arrancar anos, sonhos e felicidade. Para eles eu não sou acolhedora, eu sou o monstro que eles evitam sua vida inteira, e tentam até mesmo me manipular. - direciono meu olhar para Lilly que me encara com uma aparência assombrosa. - E é por isso que vocês são diferentes.
Bom de qualquer forma, não importa o quanto eu fale, há verdades que o ouvido de vocês se recusará a aceitar. - termino.

- Diferentes como? - James me indaga, prestando atenção no ponto crucial de meu monólogo.

- Fazia séculos que eu não encontrava humanos que não tivessem medo de me encontrar.
Vocês poderiam ter tido medo, gritado, tentado fugir, mas não.
Vocês me abraçaram como se eu fosse uma velha amiga de vocês. Vocês me aceitaram antes mesmo de caminharem em destino a morte.
Regulus ao escrever o bilhete junto ao medalhão.
James ao descer a escada. Lilly ao se por à frente de Harry. Sirius ao receber o patrono da Ordem.
Remus ao deixar Teddy em casa nos braços de Andrômeda.
Peter ao olhar dentro dos olhos de Voldemort e mentir.
Severo ao olhar dentro dos olhos de McGonagall e saber qual seria o passo seguinte. - minha memória vaguea por cada episódio que se sucedeu. -  E é por isso que eu escolhi vocês.

"Mamãe costuma dizer que nosso lar não é onde voltamos para descansar nossos ossos após um dia exaustivo. Que nosso lar é onde corremos quando nosso coração está partido. É o ponto que nos dá esperança de dias melhores. É para onde você vai quando está sozinho. - levanto meu olhar para todos.

- Nos escolheu para quê? - Sirius pergunta.

- Para representar a bondade. A força. A coragem. A astúcia. A inteligência e sabedoria.

- Sabedoria e inteligência não andam lado a lado? - James me pergunta.

- Andam, Sr. Potter. No entanto não são uma só. Uma pessoa pode muito bem ser inteligente mas não ser nem um pouco sábia. - encaro Snape por alguns segundos vendo-o levantar uma carranca de se gargalhar.

- Você falou seis adjetivos. - Lilly fala da ponta da mesa.

- Sim?

- Somos oito ao todo. - ela termina. Vejo uma pontada de dor passar por sua face. A marca está a corroendo por dentro.

- Bom, uma guerra se aproxima. - continuo. - E está na hora de todos vocês saber da verdade. O verdadeiro motivo de eu ter nos reunido nesta terra, neste tempo, e esperado até esta hora.

- Qual é? - Peter pergunta ansiando por esta resposta.

- Aniquilar de uma vez por todas e para sempre a existência, e qualquer fagulha de uma ressureição de Tom Marvolo Riddle. - falo entredentes, encarando a face de Lilly que agora começa a grunhir de dor.

- Você acha mesmo que pode enfrentar os deuses maiores? Que poderá derrotar Nerthus, o Tempo. Que poderá derrotar seu pai? - Lilly pergunta crítica. - Eles estão á anos luz de você em quesito poder.

- Querida, eu não quero ser melhor que eles. - dou um sorriso singelo. - Notei tem um tempo que nunca poderei ser melhor. - um sorriso largo toma conta de meu rosto. - Então serei muito pior do quê eles.

"E se querem saber, penso que a única maneira de se enfrentar suas sombras é apagando as luzes. Parando de correr na escuridão, e a abraçando como parte de si."

- O quê você pensa que está fazendo, Tenebris? - ela fala com sua voz rouca e pavorosa. Todos ao redor parecem espantados.

- O quê há com você Lilly? - Remus pergunta.

- Ah, cale sua boca! - ela diz grosseiramente.

- Lilian! - James grita ao lado.

- Que merda você tem a me dizer, James? Você nem sabia que não era mais casado e estava trepando com seu antigo amiguinho por pena!

- Mas que merda é essa... - Regulus fala ao lado chocado.

Todos os outros levam seus olhares para James e Peter, que está com sua face em uma tranquilidade absoluta. James travou e provavelmente nada digno irá sair de sua boca neste momento.

- Não liguem para ela. É a maldição da marca. Ela as vezes se esquece de quem realmente é por causa da magia negra. - falo enquanto os olhos de Lilly transbordam ódio por mim. - Na noite que ela se sacrificou por Harry, houve uma troca entre a alma dela e a de Voldemort.

- Foi ideia sua, não é? - ela fala entredentes se contorcendo de dor.

- Ela deixou uma parte de sua alma alojada em Voldemort. E uma parte de Voldemort se alojou a dela. - continuo.

- Isso fazia parte do plano? - Peter pergunta.

- Sim. - respondo simples. - Ele não faz a mínima ideia que uma parte de sua alma ainda está presa entre a vida e a morte. Mas em breve seu líder irá descobrir já que agora não posso mais contê-lo. Ele irá vir atrás de você. - falo me referindo a Lilly.

- Desde que esse inferno tenha um fim, ele pode até mesmo esmagar meus ossos até virar pó. - ela diz se levantando abruptamente da mesa indo em direção à cozinha.

- Como assim vir atrás dela? Ele não deveria ter sido morto por Harry? - James pergunta preocupado.

- Ele está morto. - ouço sons de alívio. - Tom Riddle. Voldemort ou seja lá mais o quê ele se nomeava na terra... Bom, ele não é quem diz que é. Ele roubou segredos de Malec. Mas não por apenas ser um bruxo medíocre. Porém também por ser um péssimo soldado para Nerthus, que é seu líder.
A cada linha do tempo ele promete para a deusa mãe que será um soldado melhor e mais vingativo. E sinceramente ele não está errado...

- O quê aconteceu com Harry? - Snape pergunta apreensivo. Parece que James notou agora que eu não lhe respondi o estado de seu filho.

- Áurea, o quê aconteceu com Harry? - James pergunta preocupado.

- Pelo amor de Merlin! Responda... - Remus agora diz.

- Voldemort conseguiu mais poder comparado a última linha do tempo onde Harry o derrotou sem exigir muito esforço. - digo.

- Que merda, responda como ele está! - Sirius da um soco na mesa. Levanto meu olhar minimamente para ele.

Ergo minha mão, invocando magia de memória. Tive a oportunidade de ver Harry de longe hoje mais cedo no mundo bruxo.
Ao que aparentava ele estava tentando entrar no ministério sem ser importunado pelos jornalistas.

A memória começa a se expandir sobre a mesa. Todos podem ter o vislumbre do rosto de Harry.

- Meu filho... - James diz com a voz chorosa se levantando da cadeira de modo que pudesse observar a memória melhor. Uma lágrima solitária desce por seu rosto. - O quê houve com o rosto dele? - ele pergunta sem me olhar.

- Nagini. - respondo.

- Como assim? - Snape pergunta exasperado.

- Você se lembra como morreu? - pergunto.

- Sim. Voldemort mandou Nagini me atacar. Após isso ambos desapareceram e Harry entrou. Dei a lágrima para ele e... - o encaro balançando a cabeça negativamente.

- Não. Isso é uma memória da linha do tempo original. Na segunda linha do tempo as coisas aconteceram um pouco diferentes.
Nenhum de vocês se lembra como morreu na segunda linha do tempo para falar a verdade...

- Mas por que? - Sirius me indaga.

Eu adoraria mencionar a frase: porque vocês não estão mortos, seu idiota! Porém infelizmente eu ainda preciso esconder este fato por mais algumas horas.
Todos eles tem uma memória um tanto quanto falsa sobre suas mortes, já que foram baseadas na linha do tempo original. Assim que todos eles se lembrarem o poder será despertado. E eu finalmente vencerei este maldito jogo.

- Harry... - começo voltando o rumo da conversa. - Ele foi tentar te defender de Voldemort. Coragem Grifinória os torna suicidas, é sério! - digo. - Tive que me intrometer e lutar minimamente contra Voldemort, disfarçada de uma bruxa qualquer. Enquanto isso Nagini atacava ele e seus amigos. E isso em sua aparência é a representação de quem levou a pior.

Assim que falo todos param para analisar a lembrança, que mais parece uma foto tirada do mundo bruxo. Harry está sério, sacudindo a cabeça minimamente para algum fã histérico.
Metade de seu rosto está destroçado. Agora seu olho direito é apenas uma bola cinza ocupando um espaço desnecessário já que ele perdeu a visão daquele olho.
Seu cabelo está preso em um coque alto e sua barba está realmente necessitando ser aparada.

- Você ainda não respondeu como ele está. - Peter não tira os olhos da memória.

Dou um longo suspiro.
- Louco. - respondo simples, com o olhar de todos caindo sobre mim.

Nesse momento ouvimos um grito vindo da cozinha. É Lilly.
Travo os pés de todos no chão para que eu possa me dirigir a cozinha.

- Já volto. - digo indo o mais depressa que posso.

Assim que adentro a cozinha que não está tão longe da sala de jantar, avisto Lilly sentada sobre o chão, com uma faca em sua mão esquerda.
Seu braço direito que contém a marca, está ensanguentado.

Aspiro fundo e me dirijo ao chão para encontrá-la. Eu poderia ter me apegado à almas menos suicidas. Uma pena eles se parecerem tanto comigo.

- O quê é que você está fazendo? - digo baixo, tirando a faca de suas mãos. Seu rosto está coberto por lágrimas.

- Faça a dor parar. Tire ele de minha mente, por favor - ela pede em uma voz esganiçada e chorosa.

Isso parte meu coração. Tento prender o choro e me direciono para deixar um beijo sobre sua testa.

- Você sabe que eu não posso, querida. - digo em um sussurro. - É nossa única chance. - a encaro nos olhos enquanto minha mão esquerda está sobre os cortes que ela fez sobre sua pele. - Apenas tenha consciência que não importa o quanto você se esconda. Isso não irá embora. - falo enquanto minha magia cicatriza os cortes pouco a pouco.

- Por que está fazendo isso por mim? - ela pergunta com um tom melancólico. - Eu sou uma farsa. Para Nerthus, Voldemort e você.

- Todos nós precisamos de alguém que fique. Sinto muito que para você esse alguém tenha que ser eu. - falo sincera.

- Do que está falando? Você me consertou e me mostrou esperança... - entre suas palavras os soluços se rompe. - Eu só queria poder ver meu filho de novo. - passo minha mão por seu rosto, secando suas lágrimas. Levanto seu queixo para que ela possa olhar em meus olhos.

- Eu te prometo que verá. - digo.

- Não faça promessas que não tem a certeza se poderá cumprir. - ela diz.

- Você é desconfiada demais... - ela revira os olhos limpando a outra parte de seu rosto.

- Quando tudo acabar me prometa que contará a James a verdade? - ela pergunta.

- Seria crueldade demais da minha parte não dizer a ele que você o amou de todo seu coração. - digo triste. Ela acena com a cabeça.

- Ele me colocou no passado. Nem sei se nossas memórias vão durar a ponto de apenas deixar uma lembrança do que vivemos...
Eu nunca quis tanto estar morta. - ela diz caindo sobre meus braços e chorando sem parar.

- Eu sei, eu sei. - passo meus dedos por seus fios de cabelo. - Eu fico dizendo por aí que as pessoas precisam resolver suas pendências. Superar suas dores e crescer. Muitos conseguem.
Mas nós duas não. - digo.

- Eu acho que eu sou muito nova para me sentir tão sozinha... - ela deita sua cabeça sobre meu peito.

_________

Preciso urgente de alguém que faça fanart. Quem fizer ou conhecer me manda mensagem pq eu quero encomendar uma da Áurea.

Esse é o momento de vocês deixarem todas suas dúvidas sobre a história nesse parágrafo. Ou qualquer mensagem. Irei responder todos.

Já pensei 362882x em desistir dessa história. Então eu preciso mesmo que vocês estejam comigo. XX!

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