O ômega do Conde | Namjin

By kseokjinautt

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Por um instante, Seokjin sentiu medo. Sabia que no luxuoso salão toda a nobreza aguardava, ansiosa. Queriam c... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30

Capítulo 9

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By kseokjinautt

Começava a amanhecer quando Namjoon saiu do cassino. Tinha os bolsos cheios de dinheiro. Ao olhar para sua carruagem, teve a primeira reação de um ser vivo. Com todo champanhe e vinho que tomara, se ficasse fechado dentro de uma carruagem sacolejante, certamente passaria mal.

— Vou andar um pouco — disse ao cocheiro.

O alfa concordou, em silêncio, e acompanhou o patrão, a certa distância, dirigindo a carruagem devagar.

Com o cérebro amortecido pelo álcool, o conde saiu andando sem destino, dirigindo-se para o bairro mais elegante da cidade. Por um momento, lembrou-se do que lhe contaram mais cedo. Naquela noite, ocorreria um baile na casa da família Kim, e lorde Choi era o convidado principal. Possivelmente, naquele momento, Kim Jae-hyun e Choi Seung-hwan já estavam noivos.

O conde recordou-se com amargura do dia em que vira a carruagem do lorde Choi saindo da casa dos Kim. No primeiro momento, não entendeu o que Choi poderia estar fazendo ali, mas, alguns dias depois, seus criados e amigos lhe contaram sobre as fofocas que rolavam pela cidade sobre Jae-hyun e Seung-hwan.

"Está triste por quê? Aqueles dois se merecem!" White bradou, bravo pela amargura e tristeza de seu humano. 

Mesmo concordando com o lobo, não era fácil para Namjoon lidar com aquela nova realidade. Ele ainda amava Jae-hyun, era doloroso saber que seu amado já estava com outro alfa. Suspirou, descontente, e tentou afastar os pensamentos sobre o ex-noivo. As palavras duras que ouvira do Kim na última vez que se encontraram ainda machucavam seu orgulho. Lorde Choi poderia ser um canalha, mas pelo menos ainda era belo, e tinha o completo movimento dos dois braços.

"Recomponha-se, Namjoon! Kim Jae-hyun nunca foi digno do nosso amor, ele nunca foi bom o bastante para ser nosso ômega." White disse firmemente, mas Namjoon ainda estava machucado demais para ver a situação como o seu lobo via. 

Desejou uma bebida naquele momento para afogar suas dores, então decidiu que, assim que chegasse em casa, pegaria uma garrafa do seu whisky favorito e o beberia antes de dormir. 

Tinha ainda algum discernimento para saber o que o esperava: teria uma dor de cabeça infernal e o estômago o castigaria pelo excesso de bebida mais tarde. No entanto, aquilo não o incomodava muito. Pretendia dormir o dia todo para curar a ressaca. À noite sairia de novo, protegido pelas sombras. 

Uma das vantagens da vida reclusa que vinha tendo era não ter compromissos, pensou com amargura. Não precisava acordar cedo e nem se preocupar com encontros entediantes. A escuridão e as sombras eram suas únicas amigas.

Tinha a sensação estranha de flutuar, enquanto ia em direção a sua casa apenas por instinto. O amanhecer era como o corar de uma donzela diante dos pecados permitidos pela noite. Enrolou-se mais na capa, procurando ocultar a face esquerda, num gesto que se tornara verdadeiro reflexo condicionado diante de qualquer luz. 

Naquele momento subia a ladeira que ficava nos fundos das casas que davam para a Brooke Street. Não reconhecer que estava perto da residência de Jae-hyun demonstrava o quanto ainda se encontrava bêbado.

Caminhava devagar e, de repente, um leve ruído acima de sua cabeça chamou-lhe a atenção. Uma trouxa de pano branco caiu de uma janela estreita e parou pouco acima da cabeça dele. Devia continuar andando, pensou. Mas ficou parado, curioso em saber o que era aquilo.

Olhava, fascinado, a figurinha esguia, pelo jeito um menino, saindo de costas pela janela e começando a descer por uma corda amarrada em alguma coisa dentro da casa. A corda era mais curta que o necessário, sua ponta ficando bem acima do chão. Ao chegar ali, o garoto ficou balançando-se loucamente, tentando tocar o solo com os pés, sem conseguir. 

Parecendo chegar ao fim das forças, o garoto largou a corda e caiu, com um grito de susto, nos braços do conde que instintivamente adiantou-se para ampará-lo. O impacto fez Namjoon vacilar, mas conseguiu manter-se de pé. Os dois levaram alguns segundos para recuperar o fôlego.

Namjoon olhou bem para o garoto em seus braços. Aspirou fundo, mas não havia essência alguma vindo dele.

Colocado no chão pelo seu providencial salvador, Seokjin reconheceu-o, apesar do abatimento que o fazia parecer mais velho. 

— O que está fazendo, beta? — perguntou Namjoon. — Roubando?

Seokjin havia tomado inibidores antes de colocar em prática o seu plano de fuga, e, se não estivesse tão nervoso, teria sorrido de satisfação ao perceber que o seu plano havia funcionado. Não era seguro sair por aí com a sua essência natural. Sabia, pelas suas conversas com os ômegas que trabalhavam na casa de sua tia, o quão poderia ser perigoso para um ômega andar sozinho pelas ruelas da capital durante a noite. Ele tinha que se proteger minimamente, então, mesmo que aquilo pudesse fazer mal ao seu organismo, tinha recorrido a remédios para esconder a sua classe. Caso o seu plano de passar despercebido não funcionasse, carregava, na cintura, um canivete que achara no escritório do tio falecido. Seokjin estava pronto para a luta.

Agradecendo a Deus por Namjoon jamais tê-lo visto e nem saber quem ele era, uma ideia maluca lhe ocorreu, uma oportunidade de ir para longe daquela casa. 

Ainda encarando o grande alfa lúpus a sua frente, o ômega gaguejou:

— Oh, não... Eu... eu trabalho aqui. Vim do interior... Quero voltar para casa, mas minha patroa não deixa, diz que vai custar mais do que eu valho...

Namjoon observou o garoto com atenção. Sentia que a situação era, no mínimo, irregular. Aquela história parecia mentira, mas olhando as calças remendadas, a camisa de tecido grosseiro, coberta por uma capa que era pouco mais que um trapo, via-se inclinado a acreditar no rapazinho.

Pensou, ao olhar a casa e reconhecer que era a de seu antigo amor, que seria bem feito para eles perderem um criado. Além disso, o menino bem podia estar dizendo a verdade, pelo que ele sabia da situação financeira de lady Kim.

Fitou de novo o rostinho pálido sob o capuz e resolveu que ia ajudar o garoto. Os olhos, escurecidos pela sombra, estavam fixos nele, mexendo com seu coração, que pensara estar morto. Namjoon não gostou daquela sensação. 

Fazendo cara feia, pegou o menino por um braço e levou-o para a carruagem, imaginando se não se arrependeria daquela vingança idiota quando amanhecesse.

— Vamos — resmungou. — Se ficarmos aqui, você vai ser apanhado.

Se tivesse forças, Seokjin pularia de contentamento. Ele ia ajudá-lo! O conde ia ajudá-lo a fugir!

Seokjin saltou para dentro da carruagem e se encolheu num canto, tentando se proteger do frio. Não tinha medo, confiava na boa índole do conde, sabia que estaria seguro ao lado dele. 

Enquanto se dirigiam para a casa do conde, que não ficava muito longe, o alfa pensava no gesto impulsivo que acabara de fazer. E se aquele "beta" o trouxesse problemas? 

Olhou o garoto. Sentiu-se perturbado pelo cansaço que curvava os ombros largos e punha olheiras escuras ao redor dos olhos luminosos. Lady Kim era um verdadeiro dragão como mãe e muito mercenária; mas não sabia que maltratava os criados.

A carruagem parou diante da mansão do conde. Namjoon saiu primeiro e entrou na casa, sem se dar ao trabalho de ver se o "beta" o acompanhava. Passou pelo hall e entrou na biblioteca, onde a lareira se encontrava acesa. Voltou-se para o garoto, que o seguia de perto, e ordenou:

— Sente-se.

Acendeu uma vela em cima da escrivaninha e acomodou-se numa cadeira longe do círculo de luz.

O jovem obedeceu. Os acontecimentos o tinham deixado exausto. Não lembrava de ter estado tão cansado antes. Tinha trabalhado o dia todo nos preparativos do baile, e, depois, nos detalhes da sua fuga de última hora. Não parara um único minuto desde às 5 da manhã do dia anterior.

— Quem é você? — perguntou Namjoon.

Seokjin ergueu os olhos e fitou-o, tentando adivinhar a disposição dele. Pela voz, não dera para perceber nada. Devia confessar sua verdadeira identidade ou continuar a farsa? Pensou em mentir, mas depois achou que não devia fazer aquilo com o conde. Precisava da ajuda dele. Não poderia pedi-lo para ajudá-lo agindo de forma desonesta. 

— Seokjin. Kim Seokjin.

Durante alguns minutos não se ouviu nenhum som na sala, a não ser o crepitar do fogo. O ômega teve a impressão de que o alfa não o ouvira, e quando estava prestes a repetir, o conde se mexeu e o menor sentiu medo. Parecia que o alfa saía da sombra para saltar sobre ele, como um furioso anjo vingador. 

Seokjin fez um movimento brusco para recuar, fazendo o capuz cair. O rosto, enfim, completamente revelado, dando ao alfa não só uma melhor visão dos seus delicados traços, mas do seu cabelo escuro e brilhante. Namjoon olhou-o, fascinado, enquanto suas mãos o seguraram pelos ombros a fim de fazê-lo ficar de pé.

— Não minta para mim! — trovejou ele, zangado, fazendo sua presença aumentar drasticamente no cômodo. — Quero saber o que estava fazendo e quem é. Se meu rosto o assusta, feche os olhos, mas responda.

Seokjin fitou-o nos olhos, apavorado com a voz dura e o jeito rude com que o alfa o segurava. Possivelmente, as mãos grandes do conde deixariam marcas roxas em seus ombros. Tentou se conectar com Black, pois estava com medo, mas o lobo estava adormecido por conta dos inibidores. Seokjin estava sozinho.

Em seus sonhos, o conde era sempre gentil, cordial e carinhoso. Teria sido tolo em imaginá-lo assim? Será que a solidão e a tristeza o tinham feito criar uma pessoa que não existia? Uma pessoa em quem tinha projetado o seu exemplo de alfa digno, mas que, no fim, era como os demais? Seokjin estava decepcionado.

— Sou Kim Seokjin... — disse por fim, num fio de voz. — Lady Kim é minha tia... Jae-hyun é meu primo.

— Mentira.

— Sabendo o que o senhor pensa deles, por que eu mentiria? — indagou o rapaz, com simplicidade. O alfa, pensativo, enfim o soltou. — Eu fugi, sem saber para onde, porque não tenho nada e nem ninguém... — Os olhos negros tornaram-se suplicantes. — O senhor precisa me ajudar! Eu trabalhava como criado na casa da minha tia, garanto que posso ser útil aqui também. 

— Você não pode ficar aqui! — declarou ele, diante da absurda afirmação. — Impossível. E por que eu o ajudaria? Você é um deles.

— Posso ser um Kim, mas nunca fui um deles. Eles jamais me aceitaram como alguém da família.

Namjoon passou a mão direita nos cabelos castanhos, revoltos, que lhe caíam sobre a testa, procurando abafar a voz do seu lobo que lhe dizia para ajudar o rapaz. Aparentemente, White tinha ficado compadecido pela pequena figura a sua frente.

— Eu não volto para lá — disse Seokjin, decidido, pois nada tinha a perder. — Não tenho para onde ir, mas para lá nunca mais volto! — Queria ser forte, mas o medo e o desespero diante da possibilidade de voltar para a casa da tia transformou-se em terror. — Se não quiser me ajudar, tudo bem, mas nem tente me obrigar a voltar para lá, pois não irei! Só volto para aquela casa morto!

— Calma! Não grite, menino! Quer acordar a casa toda?

O conde de Baekje ficou chocado com aquela ameaça. Olhou o rapaz mais atentamente, vendo agora coisas que não notara antes. Ele estava quase fora de si, de medo. Durante a batalha, vira aquela expressão selvagem e acuada nos olhos de muitos homens. Devia estar à beira de um colapso. Ele respirou fundo e pensou: fosse ele quem fosse, não iria prejudicá-lo. 

Propôs, por fim:

— E se você me contasse tudo, me dissesse por que fugiu? Depois resolveremos o que fazer.

🍂🍁

O encontro dos Namjin chegou!!

Namjoon ainda está mal e um pouco amargurado por tudo o que aconteceu, então tenham um pouco de paciência com ele, tá? ❤️

Até semana que vem!

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