- POV AYLA –
Eu e Samuel subimos até o andar do quarto e ficamos procurando o número dito na recepção, até que uma hora achamos.
Samuel: Quer mesmo ver ele?
Ayla: Quero.
Samuel: Tem certeza?
Ayla: Sim, vamos. – Abro a porta do quarto e dou de cara com José, deitado, imóvel, com vários aparelhos conectados nele. – Nossa.
Samuel: O acidente foi feio mesmo.
Ayla: Sim... – Começo a encarar o velho. – É, seu velho, será que vai aprender agora, ou vai continuar sendo o babaca de sempre? Duvido muito que mude.
Samuel: Por que eu fui só empurrar ele? Ele precisava de uma surra bem dada.
Ayla: Se desse uma surra nele, você sairia de culpado também, Sam, fez bem de não arriscar. Mas fica tranquilo que ele vai ter o que merece. – Termino de falar e uma médica entra no quarto.
Médica: Olá, vocês são acompanhantes?
Ayla: Não... viemos apenas visitar, mas estamos de saída.
Médica: Ta bom...o seu José está em um estado crítico, não sabemos se ele é forte o suficiente para aguentar, mas só o tempo irá dizer.
Ayla: Entendi... bom, vamos indo, tchau doutora.
Médica: Tchau querida!
Eu e Samuel pegamos o elevador e quando a porta do elevador abre somos surpreendidos com câmeras, flashs e jornalistas indo para cima de nós. Fomos tentando passar e não respondemos nenhuma pergunta, até que chega a inconveniente da minha tia.
Tia: Vocês são loucos? – Diz em um tom alterado. – Trazer toda essa multidão para cá com seu pai internado? Vocês não tem respeito!
Ayla: Pode acontecer de tudo com ele, que não vou ter nem se quer pena dele. – Digo e saio do hospital, Samuel vem atrás de mim.
Samuel: Quer ir pro hotel, Ay?
Ayla: Quero, por favor.
No taxi estava um clima estranho, um ar pesado. Até ser quebrado pelo motorista.
Motorista: Rapaz, eu te conheço de algum lugar... é... deixa eu pensar... ah lembrei! Você é daquela banda Mamonas Assassinas, não é?
Samuel: Sim, eu sou da banda.
Motorista: Você toca o que mesmo?
Samuel: Eu toco baixo.
Motorista: Massa... a menina também é da banda?
Ayla: Não... – Dou uma risada nasal. – Sou apenas uma amiga deles.
O assunto continuou até chegarmos no hotel, que estava lotado de fãs na porta, seria um desafio entrar. Samuel paga o motorista e abre a porta para mim descer, pega na minha mão e tenta passar pelas fãs. Todas as fãs me olhavam com uma cara de julgamento, mas conseguimos passar tranquilamente pela multidão. Subimos para o quarto, Samuca vai até o quarto que os meninos estavam reunidos conversando e eu vou para o nosso quarto.
Logo que chego coloco uma roupa mais confortável, sento na cama, encosto minhas costas em um travesseiro e pego o livro Anne de Green Gables para ler. Uns 15 minutos depois o telefone toca. Vou atender para ver quem era.
Ayla: Alô?
Xxx: Oi Gatinha... quer dizer Ayla, tudo bem? – Era Felipe.
Ayla: Oi Felipe, tudo e você?
Felipe: Melhor agora. Tá curtindo aí em São Paulo?
Ayla: Sim... ta legal na medida do possível.
Felipe: Entendi... eu falei com seu pai, acho que foi ontem. Ele nem sabia que foi para SP, ele disse que não estava falando muito com você... é verdade?
Ayla: É... sim. – Penso: Então foi ele que contou?
Felipe: Por quê?
Ayla: Problemas pessoais.
Felipe: Ah, entendi. Quando você vai voltar pra cá mesmo?
Ayla: Acho que amanhã, não tenho certeza.
Felipe: Ay, vou ter que desligar, ok? A gente se fala, beijo.
Ayla: Tchau tchau!
Não havia percebido que Sam tinha entrado no quarto.
Samuel: Quem era?
Ayla: O Felipe.
Samuel: Hum. Você tá com fome? Os meninos vão sair pra comer.
Ayla: Não tanta, mas vou com vocês.
- POV SAMUEL –
(Chegada ao hotel)
Eu estava com uma ideia na cabeça, mas precisava de um apoio a mais para isso dar certo. O pessoal da banda e as meninas, eles realmente poderiam me ajudar. Vou para o quarto do Julio e do Sérgio, o pessoal estava reunido lá.
Samuel: E aí povo! – Digo entrando no quarto.
Dinho: Opa, como foi lá?
Samuel: A Ay nem precisou assinar os papeis porque aquela tia dela chegou lá antes. Aí ela brigou com a gente, a Ayla discutiu com feio com a mulher e foi ver o José que ta cheio de aparelhos em coma. Na volta foi mais uma discussão porque os jornais já estavam na porta do hospital e a coroa colocou culpa na Ay.
Julio: Nossa senhora, que rolo.
Samuel: Mas eu não vim aqui pra isso... é... eu vim pedir ajuda.
Bento: Com...?
Samuel: Eu quero pedir uma garota em namoro.
Sérgio: Quem é a sortuda?
Samuel: Aí você quer saber de mais né Sérgio.
Valéria: Para de enrolar Samuel, todo mundo sabe que é a Ayla.
Samuel: Como você sabe?
Valéria: Sabe a garota com cabelo vermelho escuro que tá no quarto 193? Ela contou pra mim e pra Ana faz um tempo aí.
Dinho: É meu amigo... – Diz passando o braço pelo ombro de Samuel. – Fofoca corre rápido aqui!
Samuel: Já que vocês sabem... me ajudem?
Bento: Ajudar a gente ajuda, mas você tem uma ideia em mente?
Samuel: Eu queria fazer assim...
- POV AYLA –
(Quebra de tempo)
De manhã
Já estávamos arrumando a mala para voltar pra cidade da minha vó. Até que recebo uma ligação inesperada.
(Notas da Autora: A Ayla tem sorte de não ser número de operadora telefônica que liga 24hrs)
Ayla: Alô?
Xxx: Olá, é do hospital... poderia vir aqui? É um assunto importante!
Ayla: Assim que eu poder vou aí.
Xxx: Obrigada, te aguardamos. – Ligação encerrada.
Termino de arrumar a mala, aviso as meninas que estarei fora e pego um taxi até o hospital.
Recepcionista: Olá, o que a senhorita deseja?
Ayla: Qual o quarto de José Ferri?
Recepcionista: Quarto 150, terceiro andar. O elevador é o segunda corredor à direita.
Ayla: Obrigada.
Sigo até o elevador e chego até a porta do quarto, dou um suspiro e entro. Vejo minha tia em prantos sentada na poltrona de acompanhante com uma enfermeira medindo a pressão dela.
Tia: Ela é a culpada de tudo, ela estragou a vida do meu irmão! – Diz apontando para mim e chorando. Continuo em silencio apenas ouvindo o escândalo.
Enfermeira: Você que é Ayla Ferri?
Ayla: Sim...
Enfermeira: A doutora quer conversar com você, a sala dela é a I23.
Ayla: Ok, obrigada. – Sigo até a sala da doutora e bato na porta.
Doutora: Ayla Ferri?
Ayla: Isso!
Doutora: Venha, entre! Fique à vontade. – Me sento na cadeira que estava em frente à mesa dela. – A situação é meio critica... estávamos analisando o quadro de José e vimos que ele não está mais em coma, mas sim com quase inexistentes estímulos. Com isso não podemos mais prosseguir o tratamento, ainda não temos solução para isso. A única situação mais plausível é desligar os aparelhos. Ele não sentirá nenhuma dor. Não mais.
Ayla: Se é isso o certo a ser feito, façam. Façam o que for melhor. Muito obrigada doutora!
Doutora: Por nada!
Saio e vou em direção ao quarto, que só havia o internado, pois com certeza a minha tia tinha passado mal e teve que sair. Fico observando o velhote até que uma frase ecoa na minha cabeça: "A única situação mais plausível é desligar os aparelhos". Isso me fez ter uma ideia, olho para a tomada na mesma hora.
"PIIIIIIIIIIIII"
Eu havia desligado os aparelhos. Um alívio me consumiu, o velho tinha ido, o que eu mais queria há anos.
Ayla: Vá em paz velho... vá em paz! – Saio do hospital com uma certa pressa para não ser descoberta.
A minha vida estava em paz agora.
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Continua...
Oioii xuxus, tudo bom?
O filho da mãe morreu minha gente, gostaram?
Se eu escrevesse um livro de imagines ou outra fic depois dessa vocês leriam? To pensando em fazer isso.
Fiquem bem, beijinhos <3