HOLLYWOOD'S BLEEDING

By xmcecix

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Você mataria por amor? Quer dizer, faria alguma loucura por amor? Porque Kim Taehyung, Jung Hoseok e Min Yoo... More

CAPITULO UM - SECRETS AND PAST
CAPÍTULO DOIS - CHOICES OR CHANCES?
CAPÍTULO TRÊS - ANYTHING CAN HAPPEN
CAPÍTULO QUATRO - FOREBODINGS
CAPÍTULO CINCO - LOVERS TO RIVALS
CAPÍTULO SETE - FORGIVENESS OR REVENGE?
CAPÍTULO OITO - LOVE IS NEVER ENOUGH
CAPÍTULO NOVE - YOU (UN)KNOW YOUR LIMITS
CAPÍTULO DEZ - CHAOS IS ALWAYS WELCOME
CAPÍTULO ONZE - FAREWELLS
CAPÍTULO DOZE - FEAR OF LOVING
CAPÍTULO TREZE - CHANGES AREN'T ALWAYS WELCOME
CAPÍTULO QUATORZE - WHAT IF...?
CAPÍTULO QUINZE - NEW FEELINGS, NEW CHOICES
CAPÍTULO DEZESSEIS - THE LAST CHANCE
CAPÍTULO DEZESSETE - THERE'S STILL TIME?
CAPÍTULO DEZOITO - A WIN FOR A LOSS
CAPÍTULO DEZENOVE - NEW START
CAPÍTULO VINTE - START FROM SCRATCH

CAPÍTULO SEIS - CHANCES OVER REAL CHOICES

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By xmcecix

⚠️ATENÇÃO⚠️

PALAVRADO DE BAIXO CALÃO / SEXO EXPLÍCITO / MENÇÃO A USO DE DROGAS ILÍCITAS E LÍCITAS 


CHANCES OVER REAL CHOICES 

🐯🐯🐯

Certamente o barulho do choque do vaso contra a parede havia despertado a curiosidade de alguns, mesmo que ninguém ousasse ultrapassar o limite da porta.

Ainda permaneci por algum tempo naquela sala, aguardando paciente o momento em que a raiva se esvaísse de uma vez por todas e eu pudesse raciocinar sobre o que tinha acontecido.

Aos poucos, a sensação de culpa me consumia por ter novamente permitido que Hoseok se tornasse uma espécie de prioridade, que fosse capaz de me tirar dos eixos com tanta facilidade.

São nessas horas que mais me odeio por ter um dia desenvolvido sentimentos por esse homem, por ter me exposto, por ter concordado com meu irmão em trazê-lo para perto.

Eu não era assim. Nunca fui.

Me levantei, com a cabeça mais fria e ignorando os cacos de vidro no porcelanato. Precisava falar com Seokjin.

Imaginei que o encontraria no local de – quase – sempre, recostado no batente da varanda principal, olhando para o nada e fumando um cigarro.

— Hyung — Falei baixo, um pouco sem jeito.

— 'Pra você me chamar de hyung é porque reconheceu que fez merda — Respondeu frio, no mesmo tom brando e sem mover um músculo.

— Olha... Eu vim aqui 'pra conversar com você de homem 'pra homem... Abaixa a guarda também.

Seokjin suspirou, virando-se em minha direção, esperando que eu desse continuidade.

Antes de falar, olhei de um lado para o outro, me certificando que ninguém nos ouvia.

— Você me conhece, eu não sou de fazer esse tipo de coisa, raramente perco a cabeça com algo, mas... O Hoseok é um... — Fui interrompido pelo frustrado estalar de seus lábios, acompanhado daquilo que eu sempre odiava ter que ouvi-lo dizer.

— Taehyung, para. É sério que você veio até mim 'pra colocar a responsabilidade dos seus atos em cima de outra pessoa? Comigo essa desculpa não cola. Você ter se apaixonado pelo inconsequente do Hoseok não faz com que a organização inteira tenha que sustentar a sua falta de sorte. Se você vai surtar, gritar ou quebrar essa casa inteira, que seja, mas não se ache no direito de colocar o futuro dessa porra em risco por causa disso — Sua voz gritava rispidez e os mesmos dedos usados para apoiar o cigarro, pressionaram meu peitoral com força, enquanto as palavras eram cuspidas.

Apenas Seokjin conseguia me fazer ser cem por cento sincero. Era a única pessoa com quem eu podia me abrir de verdade, já que não existiam faces minhas que ele não conhecesse.

— Você não sabe como é... — Desviei nossos olhares, envergonhado por sentir a ardência nos olhos — Eu já passo a maior parte do meu tempo engolindo tudo que ele me causa, tudo que eu sinto por esse desgraçado... O que quer mais que eu faça? Vire um robô? Eu tento evitar mas às vezes é maior do que eu.

Meu corpo relutou com todas as forças ao dizer aquilo.

Meu irmão balançou a cabeça positivamente, tragando o cigarro antes de responder.

— Então você não tem condições de fazer parte disso... Não pode ser tão cabeça fraca a esse ponto.

Abaixei a cabeça, sentindo aos poucos a raiva voltando a me incomodar. Mas dessa vez, não cederia. Eu não sou fraco.

— Começa de novo — Falou, provavelmente notando a mudança de minha expressão.

— Eu perdi a cabeça hoje... Não sei o que me deu, mas, não vou mais colocar a organização no meio dessa merda toda.

— Escuta... Eu não 'tô aqui 'pra desmerecer o que você sente, até porque mesmo que não pareça, sei como é estar nessa posição — O encarei confuso — Mas aqui dentro não tem espaço 'pra isso, muito menos agora. Você precisa fazer uma escolha... Ou segue os protocolos, ou dedica a sua vida em perder sua postura por causa de dois bandidos que estão pouco se fodendo 'pra você — Um soco na cara doeria menos — Você é meu irmão mas eu não posso passar a mão na sua cabeça porque aqui nós somos todos iguais. 

— A minha decisão é ficar aqui. Eu quis isso e pretendo permanecer — Disse duro, arrastando a palma da mão em meu rosto, secando aquelas malditas lágrimas.

— Então muda seu foco, Taehyung. Eu te amo mais que tudo nesse mundo, não me obrigue a fazer escolhas que eu não quero.

— Não vai ser necessário. Mas eu preciso que confie mais em mim.

— Temos um acordo, então.

— Temos um acordo.

Virei as costas, caminhando em direção ao meu próprio quarto.

Eu realmente não sei onde estava com a cabeça quando comecei a colocar dois homens como prevalência. Não sei mesmo.

Peguei o celular, escrevendo e apagando a mensagem mil vezes antes de finalmente enviar.

"Bandeira branca. Esqueça o que aconteceu hoje, não somos inimigos".

"Faça o que for preciso 'pra tirar Heechul do nosso caminho, corazón".

"Farei".

Bloqueei o telefone, me jogando na cama e deixando os milhões de pensamentos invadirem minha mente.

Hoseok não era meu inimigo. Eu não podia pensar dessa forma.

O que não significa que tomaríamos café da manhã juntos.

X  X  X

Yugyeom observava Jungkook de longe no jardim, incerto em ir ao seu encontro ou não.

— É impressão minha ou tem algo de errado acontecendo nessa mansão? — Perguntou ao tomar coragem de chegar perto do homem.

— Impressão sua — Respondeu seco, bolando um baseado, como sempre.

Yugyeom balançou a cabeça concordando, sabendo que mesmo sendo mentira, não era direito seu intrometer-se.

— Quer passar no meu quarto mais tarde? — Arriscou.

— Não 'tô com cabeça hoje.

O Kim suspirou ligeiramente irritado. Conhecia Jungkook, não era de hoje, e ainda que tivesse consciência de seu cargo hierarquicamente inferior, não conseguia conter seus pensamentos. E, bem, era justo dizer que possuíam certa intimidade para isso.

— Qual foi, JK? Não precisa mentir. Desde que o Park apareceu na sua sala, você vem se esquivando, como se tivesse medo que ele descubra o que nós temos.

Jungkook que passava a ponta da língua na seda, parou, o encarando e franzindo a testa surpreso com sua audácia.

— Esqueceu com quem você 'tá falando? — Jeon levantou-se, ficando cara a cara com o rapaz, que sinceramente, não mudou a expressão apática.

— Não, não esqueci. Você pode ser meu chefe e sabe que te respeito, mas agora eu 'tô falando com outro Jungkook...

— Eu não tenho medo do Jimin. Não tenho medo de ninguém.

— Não. Não tem mesmo. Você tem medo que ele desista de você quando souber que não tá sozinho mais. Tem medo de que uma hora ele canse de correr atrás de você, Jungkook — O Kim levou seu polegar até o lábio inferior do chefe, testando a sorte.

— Yugyeom, em outras circunstâncias eu quebraria sua cara, mas, ao invés disso, vou aparecer no seu quarto no horário de sempre e te fazer engolir tudo isso que 'tá dizendo. Vai fazer seu trabalho porque eu não me lembro de ter te dado férias e muito menos de ter pedido sua opinião sobre minha vida pessoal.

O outro riu, saindo um tanto contente dali.

Enquanto isso, Jungkook queria explodir por ter sido tão óbvio.

Ele não queria Jimin. Ele não podia ceder àquele sentimento de novo. Park Jimin é um covarde, oportunista e vagabundo como qualquer outro que já passou em sua vida.

E agora estava com Yugyeom, um cara que lhe tratava como o rei que era, que demonstrava lhe querer tanto... Mesmo sendo um pouco tímido. Que queria ele de verdade

Três dias depois

Desde aquele dia, a tensão foi o prato principal no cardápio de sensações naquela mansão. Os sete tinham plena consciência de que apesar de Heechul ser, mais uma vez, o motivo de seus problemas, a verdade era que estavam descontando um nos outros o estresse que isso lhes trouxe.

Mas agora, não havia mais tanto tempo para se importarem com os dilemas de suas vidas pessoais, já que, em breve aconteceria um evento importante, onde Taehyung participaria.

Precisavam focar nisso, apenas nisso. Pelo menos por enquanto. 

🐿🐿🐿

— Como eu havia dito anteontem, encaminhei 'pra vocês as coordenadas da missão de amanhã, incluindo um mapeamento detalhado do espaço do evento. Espero que todos tenham recebido e analisado com calma — Falei, passeando com o olhar pelos ali presentes — Hoje só vamos repassar e fazer ajustes, caso necessário. Vocês sabem que nesse tipo de evento, estarão presentes muitas pessoas importantes, e a primeira coisa que precisamos ter em mente, é que essa festa, acima de tudo, será voltada 'pra assuntos corporativos, ou seja, Taehyung e Jin — Encarei-os diretamente, dando ênfase à relevância daquela informação para o plano — Vocês devem ganhar a atenção do Siwon através disso. Não podem em momento algum demonstrarem que estão ali procurando algo, muito menos, algo nele... Então andem e interajam com outros empresários... Sei que é maçante, mas preciso que dêem uma atuação digna de um Oscar — Olhei de maneira incisiva para cada um deles, endireitando a postura antes de prosseguir.

Os irmãos balançaram a cabeça, concordando comigo.

— E corazón... Você precisará de uma acompanhante — Continuei.

Uma? — Deu ênfase no artigo feminino, como se questionasse o porquê de ser uma mulher.

— Sim... Não me agrada em nada isso, mas vivemos em um país machista e capitalista, cariño... Lá vai estar lotado de homens que vão conversar com vocês sobre muitas coisas além de negócios e 'pra eles, um homem só é digno de ser levado a sério se tiver uma mulher do lado, que seja de certa forma, submissa a ele... A lógica 'pra essas mulas é que se você controla bem sua mulher, estará controlando bem sua própria empresa. São pessoas que vivem de aparências, estão preocupados com o terno que vocês vão vestir, o tipo de bebida que vão tomar, os acessórios que vão usar... Entende onde eu quero chegar? — Expliquei com calma, me lembrando das vezes em que tive que participar dessas merdas.

— Puta que me pariu... É só o que faltava mesmo — Taehyung bufou, batendo na própria coxa — 'Tá, e quem vai comigo?

— Eu posso ir... — Jessica se pronunciou de imediato, quase cantarolando. Se eu não a conhecesse o suficiente, nem suspeitaria de suas intenções com o próprio chefe.

Ela era o demônio. Não teve um, exceto Seokjin, que não tenha sido vítima dos encantos dessa mulher, mas era visível o quão Taehyung possuía sua preferência entre todos nós.

— Jessica, mi amor... Sempre tão previsível... Você fará parte da escolta nesse dia, esqueça.

A garota riu, levantando as mãos em rendição.

— Eu vou — Sentada mais ao longe, Sunmi falou, como sempre, fria e apática.

— Ótimo. Vá em qualquer loja de grife e escolha a coisa mais cara que tiver, confio no seu bom gosto. Vou pedir ao Kihyun 'pra te dar o cartão.

A mulher apenas assentiu, entregando-me um sorriso breve de canto.

— Que palhaçada... — Taehyung riu em escárnio da situação.

— Concordo, corazón... Infelizmente não vai ter minha companhia dessa vez, mas é tudo por um bem maior. Mantenham o disfarce.

Uma sobrancelha foi arqueada e um sorriso reprimido. Se tem algo que eu amo, é despertar essas reações em Taehyung.

— Beleza. E depois disso? — Jimin perguntou enquanto rodava o guarda-mato de uma pistola em seu indicador.

— Aí é que vem a graça... Prestem bem atenção. Taehyung e Jin vão chegar lá com suas acompanhantes, e como eu já disse, mas faço questão de repetir, é indispensável que vocês mantenham a postura até o final, beleza? — Direcionei a fala para Seokjin e sua esposa, assim como para Taehyung e Sunmi — Procurem rodar bastante pelo local, demonstrem a influência que vocês têm com os mais poderosos dali... Enquanto isso, eu estarei com o San, em algum lugar que ainda não decidi.

— Não é provável que o garoto tenha que ir com o pai a esse evento? — Jackson perguntou.

— Não se eu souber usar as palavras certas... Um moleque emocionado como ele consegue dar um jeito de escapar do pai facilmente, se tiver alguém como eu o esperando — Sorri para o comandante antes de continuar — Enfim, nós não podemos vacilar, Jessica, Yugyeom e Taemin vão escoltar os dois durante o evento. Jess e Tae vão disfarçados com a equipe de fotógrafos e precisarão invadir a casa de câmeras daquele lugar e implantar um dispositivo de acesso remoto, só assim o Jungkook vai conseguir monitorar vocês o tempo todo. E Yug, como sempre, ficará posicionado em qualquer lugar de estratégia, observando qualquer movimento suspeito. 

— Chefe, desculpe a interrupção mas, não sei se entendi direito... Nós devemos esperar que o Sr. Kim consiga algo nesse evento, em específico? — Hyunjin, por ser o mais novo, sempre teve mais tato em falar com qualquer um de nós.

— Nós sempre esperamos por avanço, mas inicialmente a intenção é que o Taehyung faça uma espécie de "sala" 'pra ele. Queremos que ele seja visto e notado pelo Siwon — Hyunjin concordou em silêncio — Mas só 'pra que fique claro, o objetivo geral é coletar o máximo de informações que conseguimos para chegar no Heechul, nosso alvo principal... Eu, pelo San e Taehyung, por Siwon. Já temos um bom material recolhido, quando for a hora certa, Jungkook passará tudo mastigado, mas por enquanto, foquem em realizar os comandos que foram passados 'pra vocês, fui claro?

Respondi, recebendo a confirmação muda de todos.

Até Yoongi dar sua voz.

— 'Tá, mas eu só acho que é risco demais 'pra ele, tendo a chance de não conseguirmos nada. Jungkook um dia desses 'tava especulando que o cara 'tá envolvido em esquemas de desvio e lavagem de dinheiro, empresa fantasma, comando de gangue e o caralho a quatro... Beleza, fodase. Mas que diferença faria 'pra nós, reunir provas suficientes sobre isso? Um cara do tamanho dele não vai ser derrubado por conta dessas coisas ridículas... Até nós lavamos dinheiro.

Todos se entreolharam, atônitos ao comportamento de Yoongi. Ele não tinha o costume de sequer falar nas reuniões, quem dirá, contestar fatores de risco mínimo, justamente por ser um dos mais confiantes.

Despertamos daquela bolha de tensão ao ouvir uma risada desacreditada de Jungkook, que demonstrava realmente não compreender onde Min queria chegar.

Mas talvez, só talvez, eu soubesse o que essa preocupação infundada significava.

— Yoon, do que você 'tá falando? A questão não é essa... Estamos ligando o foda-se se o cara desvia dinheiro e soca no rabo dele... O Siwon e o filho dele 'tão sendo usados 'pra gente chegar no Heechul, apenas. E se ele precisar cair por conta disso, ninguém aqui vai esperar que o derrubem, nem inimigos dele, muito menos poder público... Faremos por conta própria, pensei que soubesse como as coisas funcionam.

Yoongi ao ouvir Jeon dizer aquelas coisas, provavelmente se deu conta do argumento descabido, permanecendo em silêncio, encarando as próprias mãos que descansavam nas coxas.

— Exatamente, pasión... — Chamá-lo daquela maneira fez meu corpo inteiro ser arremessado às lembranças das noites que tivemos... E mesmo não tendo nem cinco dias, tornava-se cada vez mais difícil manter a promessa que fiz a mim mesmo — Siwon é nosso alvo por ser um peixe grande... Derrubar ele, significa derrubar quem 'tiver trabalhando 'pra ele.

— 'Tá certo... — Levantou as mãos, rendendo-se àquela contestação um pouco... Falha?

— Bom, era basicamente isso que precisávamos repassar, todo o esquema já 'tá montado e não quero nenhum de vocês cometendo erro de principiante — Finalizei a reunião ali, observando cada um deles retirar-se pouco a pouco. 

Talvez eu estivesse ficando louco, mas em um relance, jurei ter visto Taehyung segurar o queixo de Yoongi, sorrindo enquanto olhava para sua boca.

Não. Eu devo ter delirado.

— Hoseok — A voz repentina de Jimin, me pegou de surpresa.

— Que susto, cabrón... Porra — Afaguei levemente o peito, tentando me recompor para que ele não percebesse o motivo de meu sobressalto.

— Eu hein, o que foi? Você não é de tomar susto assim — Recebi um tapa leve nas costas.

— É que eu 'tava distraído, pensei que tivesse saído... Fala, o que você quer?

— Nada demais... Só 'tava pensando aqui 'numas coisas durante a reunião. Poxa hermano, sinto falta das nossas missões juntos, sabia? — Quando Park falava desse jeito, é porque essa era a última coisa que ele gostaria de dizer realmente.

— Hm... Eu também, Park Jimin. Agora fala de uma vez — Ergui uma das sobrancelhas, curioso pelo que ele tinha a dizer.

— Porra Seok... Eu acho que essa 'parada' do Taehyung se envolver diretamente com o Siwon não era assunto dele... Isso quem faz, sou eu — Sabia que seria algo do gênero.

— 'Tô ligado. Mas aí você pretende tomar o lugar dele, sabendo que o Heechul te conhece? Esqueceu que ele quem te pôs na prisão?

— Não, hermano... — O vi rolar os olhos, como se fosse muito óbvio esse detalhe — Sei que não posso. Mas de um dia 'pro outro, o Taehyung decidiu que iria fazer isso e todo mundo concordou sem nem falar nada... Tirando você e o Yoongi.

— É, mas ele 'tá confiante e acima de tudo o cara é esperto, Jimin... Ele faz parte da inteligência da organização há anos, vai saber como agir — Dei de ombros, abrindo o maço de cigarros, oferecendo um a ele, que recusou.

— Exatamente... Ele nunca entrou em missão como linha de frente... Se dá uma merda ali? O que ele faz? Até ele pensar no que fazer, já levou um tiro no peito.

— Ele não é idiota — Ri nasalado — Era da mesma academia de polícia do Jungkook. Sabe quando e como deve usar uma arma... Além disso, esse homem tem sangue mais frio do que qualquer um de nós aqui.

— Não é isso que 'tô dizendo, sua anta. Ele é médico! Não foi treinado 'pra missão — Vi Jimin perder um pouco da paciência, jogando os ombros em sinal de irritação.

— Tá bom caralho, quer que eu faça o quê? O treinamento dele? Nem fodendo! Capaz de na primeira oportunidade ele acertar minha cabeça com uma bala.

Jimin gargalhou, sentando ao meu lado.

— Eu não seria louco de sugerir que vocês treinassem juntos, relaxa... Mas ele precisa sim passar por treinamento, mesmo que tenha um conhecimento extenso... A prática é diferente. Ele nunca enfrentou uma missão como nós dois...

— Tem razão... Fala com o Jungkook sobre isso — Conclui, dando mais um trago.

— Tem certeza? — Jimin apoiou as mãos na cintura, como se esperasse por algo.

— Ah é, esqueci que seu príncipe te odeia. 'Tá, amanhã eu falo com ele... Mas provavelmente vão botar você 'pra treinar ele. 

— E por que eu? — Afinou a voz, inconformado. 

— Cabrón... Se você quer que o Taehyung seja bom como nós... Ele precisa ser treinado por um de nós. Se eu não vou, você vai — Falei debochado, dando leves tapinhas em seu ombro. 

— Isso tudo é medo dele? 

— Não... É medo de mim mesmo.  

X  X  X 

DIA DO EVENTO

Taehyung olhou-se pela última vez no espelho de seu quarto, orgulhoso da própria aparência. Mesmo que não gostasse de usar ternos, precisava admitir que a modelagem slim valorizou seu corpo até mais do que esperava. A blusa social branca interposta no paletó azul de prússia, realçou na pele do rapaz, que fez questão de escolher um número menor que o seu para que as curvas fossem evidenciadas.

Dolce & Gabbana era sempre tão assertiva, pensou.

Olhou para trás, notando a presença do irmão e sua esposa escorados no batente da porta, aguardando por ele.

— Estão aí há quanto tempo? — Perguntou, reposicionando a pistola na cintura, deixando-a invisível.

— Há tempo suficiente 'pra ver você encarando sua própria bunda, cunhadinho — Irene quem o respondeu e caramba, estava bonita. Como sempre. — Vamos que sua acompanhante já deve estar te esperando.

O mais novo se limitou a rir baixo, passando pelo casal que o acompanhou em seguida.

Sunmi fumava um cigarro, encostada na porta do veículo que os levaria. Trajada por um clássico Dior vermelho longo tomara-que-caia, a Lee exalava poder e beleza. O brilho da lua competia seriamente com as pequenas pedras de diamante enfileiradas na discreta fenda em sua perna direita. Taehyung repensou o fato daquela noite ser tão ruim assim.

— Uau... Desse jeito ninguém vai acreditar que você é mesmo a esposa submissa dele... — Seokjin disse, brincando com a situação.

— Prometo compensar no teatro, chefinho... — Devolveu, entrando no carro após jogar o cigarro para longe.

O caminho foi tranquilo. Os quatro conversavam mais uma vez sobre o que fariam no evento, pontuando o que havia de mais importante.

— Estamos chegando. Os outros já devem estar aí, né? — Irene perguntou diretamente ao marido, que assentiu positivamente.

Como em toda cerimônia de pessoas influentes, a entrada era composta por um excessivo número de repórteres, paparazzis e os próprios fotógrafos da festa, dentre eles, Jessica e Taemin, que a esta altura, já deveriam ter cumprido a primeira parte da missão e Jungkook provavelmente os via nesse exato momento.

Os dois casais foram recebidos por diversos cliques, pausas para fotos e perguntas desnecessárias, na opinião deles. Mas ao finalmente adentrarem o espaço, não fora preciso mais do que cinco minutos para que viessem cumprimentar Taehyung e Seokjin.

— Nossa! Capricharam na produção... Orgulho dos meus patrões — E é claro que o primeiro seria Seojoon. Ninguém viu, mas Taehyung revirou os olhos antes de apertar sua mão.

— Como vai, Seojoon? — Seokjin fez uma breve reverência, sorrindo para o homem.

— Melhor agora que vocês chegaram, Sr. Kim — Ele virou-se para cumprimentar as moças — Sra. Kim... — Abaixou-se educadamente — Sra...? Desculpe, ainda não fomos apresentados, creio eu.

— Sunmi, Lee Sunmi. É minha noiva — Taehyung prontamente respondeu, sabendo que Park Seojoon era um dos que desconfiaria da situação.

— Meus parabéns, não fazia ideia de que estava noivo, Mr. Kim — Apesar de sua expressão portar estranhamento, o rapaz não mostrou tanto interesse na veracidade daquele comunicado.

— Pois é, preferi deixar 'pra anunciar em uma ocasião mais especial...

— É, até porque se antes alguém não sabia, agora não corre mais esse risco, os paparazzis não param de seguir vocês.

Taehyung só queria sair daquela conversa chata e ir direto ao seu objetivo, mas como Hoseok havia ressaltado algumas boas vezes, teria que agir o mais natural possível, sem dar a entender que estava ali para outra coisa a não ser a festa.

Após ignorar discretamente todas as trivialidades que Seojoon falava, por vezes, acenando apenas com a cabeça e dando pequenos sorrisos, avistou a figura que tanto procurava ali.

Siwon estava rodeado de alguns outros homens e aparentemente não tinha uma acompanhante. Não viu o filho do homem em lugar algum, presumindo que tudo estava saindo como planejado. Hoseok agora certamente estaria com ele.

— Meu bem, vamos dar uma volta pelo salão? — Falou para Sunmi, que prontamente entendeu o recado, despedindo-se temporariamente dos outros e segurando a mão do noivo.

Seokjin também havia notado, assim como Irene.

— Ele 'tá ali... Só não sei como chamar a atenção dele agora. Tem um monte de gente em volta e pode parecer sugestivo demais — Taehyung balbuciou no ouvido da mulher, fingindo beijar seu rosto.

Sunmi o envolveu pelo pescoço, devolvendo o sussurro.

— Nós acabamos de chegar, ainda 'tá cedo 'pra isso, mas essa é a tática. É necessário estar rodeado de pessoas 'pra que seja percebido por outros. Tem várias pessoas aqui que se submeteriam a qualquer coisa 'pra trocar algumas palavras com o senhor, ou seja, tente ao máximo aguardar que ele venha até nós.

Não é novidade que Sunmi é uma das mulheres mais belas que já conheceu, mas o que realmente chamava atenção na garota, era sua capacidade de identificar cenários, seu raciocínio rápido. Não é à toa que fazia parte da equipe de inteligência e estratégia da organização.

— Realmente... Então faz o seguinte: eu vou até aquele grupo de otários ali. Eles babam o meu pau e do meu irmão toda vez que nos vêem... Pega duas taças pra nós de qualquer coisa e leva até lá. Tem garçons saindo ali perto de onde o Siwon está, tenta escutar alguma coisa.

— Certo, agora me beija na boca — Pediu, sem abandonar o disfarce.

— Como? — Taehyung a encarou confuso.

— Tem um monte de gente olhando 'pra nós dois, se você me beijar, vão pensar que estamos apenas em um momento íntimo e não bolando uma estratégia 'pra pegar um bandido. — Sunmi explicava, sorrindo para ele como se estivessem conversando sobre qualquer clichê típico de um casal recém unido.

Taehyung segurou o rosto da mulher, incomodado com toda aquela cena, mas compreendendo ser necessário. Arrastou seus lábios pelos outros finos, tentando ser singelo. Até que não era ruim.

Separaram-se não muito tempo depois.

— Pensei que você gostasse de mulher... — Brincou.

— E eu pensei que o senhor gostasse de homens...

Os dois acabaram por rir daquilo. Se estivessem em outro ambiente, quem sabe não continuariam aquela brincadeira.

O rapaz caminhou lentamente pelo salão, cumprimentando os rostos conhecidos com quem trombava, até por fim e infelizmente chegar na roda de homens que faziam parte da equipe de colaboradores da empresa.

— Olha só quem está aqui! Agora sim a noite está completa! — So Jisub foi quem o viu primeiro, atraindo a atenção dos outros para a sua chegada.

Taehyung foi recebido de braços abertos pelos rapazes, acompanhados de suas respectivas esposas, creia ele. Sua intuição nunca foi exatamente algo que lhe impulsionasse a fazer escolhas, mas tinha um péssimo pressentimento em relação a dois daqueles homens.

Gong Yoo, Song Joonki e Wi Haajon conhecem o legado da família Kim há uns bons anos. Apesar de serem um tanto inconvenientes, não sentia-se mal perto deles, pelo contrário, até que os assuntos fluíam de forma mais congruente. Já não diria a mesma coisa de So Jisub e Jang Hyuk.

Mas ali, não podia exatamente escolher com quem se juntaria. Sabia que naquele dia, todos eles configuravam-se como uma parte de sua estratégia, então, se tivesse de aguentar Hyuk e Jisub falando milhões de merdas por segundo, faria.

Sentia pena das esposas desses homens.

— Oi, meu bem! — Sunmi chegou um pouco retraída com as duas taças, entregando uma ao falso noivo e em seguida, cumprimentando todos devidamente.

— Pessoal, essa é Sunmi, minha noiva!

Todos espantaram-se de imediato, abrindo grandes sorrisos que Taehyung suspeitava não serem direcionados somente ao seu suposto noivado, e sim para a própria mulher.

— Que incrível, garoto! Meus parabéns... É uma bela moça... — Sem sequer pedir permissão, Hyuk pegou uma das mãos de Sunmi, beijando-a. Sua esposa estava ali, literalmente do seu lado.

— Pois é! Sempre fui de fazer boas escolhas — Respondeu, tentando ao máximo não demonstrar sua raiva para com o olhar insinuante daquele animal.

Quando aquele clima impertinente se dissipou, voltaram a conversar sobre os mais diversos assuntos, tendo as mulheres postas em seus lados como enfeites, troféus e até mesmo pautas em alguns momentos do diálogo. Taehyung ignorava a sensação de merda para manter seu foco no objetivo, vez ou outra, passando o olhar virtuosamente pelo salão, esperando esbarrar com o de Siwon.

E como Sunmi havia dito, não demorou tanto para que o alvo daquela noite e seus colegas se juntassem ao seu grupo.

Taehyung puxou seu celular rapidamente, passando o primeiro sinal para Jeon.

"Jungkook, capta o rosto de todos esses que estão com o Siwon".

Tão rápido quanto digitou, bloqueou o aparelho e voltou a prestar atenção nos novos participantes daquela conversa coletiva, não sem antes cumprimentar cada um adequadamente.

Obviamente já conheciam Taehyung.

Aquele papo todo se prolongava demais na opinião do Kim. Já havia trocado centenas de olhares com o irmão, que falava agora com um outro homem, sem a companhia de Irene.

— Eu estou procurando parceiros para um projeto novo meu, inclusive é um dos motivos de eu estar aqui hoje — Siwon disse, despertando a atenção de Taehyung naquele segundo.

— Qual seria o tipo de projeto? — Perguntou.

— Bom, 'pra isso precisávamos ter tempo de conversar, não é tão simples 'pra ser explicado casualmente, mas, posso dizer que é algo relacionado a arrecadação de fundos para ajudar jovens a terem um futuro mais promissor.

A mente do rapaz deu uma cambalhota ali mesmo. Aquele homem estaria sugerindo algo... Bom? Estranho.

— Me parece muito interessante... Não vejo porquê não marcarmos uma reunião. Se precisar, estou à disposição.

— Você não me parece muito do tipo que gosta desse estilo de projeto — Respondeu um pouco incisivo, mas não menos educado.

— Talvez isso se dê pelo fato de não nos conhecermos muito bem... O que pode ser modificado facilmente — Siwon levantou uma sobrancelha, sorrindo interessado — Eu sou um cara que gosta de investir e minha empresa direciona focos 'pra vários nichos...

A conversa antes misturada entre os homens, agora limitava-se dentro da bolha criada pelos dois.

E Siwon definitivamente não esperava ter ficado tão curioso.

— Apesar de jovem, vejo que você demonstra muito empenho com seu negócio, isso é bom.

— É, 'pra chegar onde eu e meu irmão chegamos e fazer jus ao legado que nossos pais deixaram, é necessário ter muito empenho mesmo — Comentou, não deixando de observar a feição levemente deslumbrada do outro.

— Concordo... Queria que meu filho tivesse a mesma visão — Respirou fundo, dando mais um gole no champanhe.

— Você tem um filho? Não sabia.

— Sim, e ele me lembra muito você, apesar das opiniões claramente diferentes.

— Sério? Mas presumo que ele não tenha a minha idade, ou talvez o senhor esteja muito bem conservado.

Siwon riu sincero. Taehyung sentiu que a partir daquele momento, talvez o plano estivesse realmente começando a funcionar.

— Não, não, ele vai fazer vinte e um anos ainda.

— Ah, entendi... Bom, daqui a pouco vai começar a distribuição de prêmios e não quero tomar tanto seu tempo todo, mas não esqueça do que eu disse...

— Gostei de você, garoto... Vou pedir à minha secretária 'pra marcar um horário 'pra nós ainda essa semana.

— Maravilha, fico no seu aguardo.

Mais um sorriso fora trocado entre os dois, antes de Taehyung afastar-se, puxando delicadamente Sunmi consigo.

O falso casal não precisava se comunicar mais do que com olhares, pois a mulher havia escutado perfeitamente toda a conversa.

Agora caminhavam dispersos pelo espaço, procurando por Seokjin.

— O que foi? — Taehyung perguntou ao encontrar o irmão, que parecia procurar alguém pelo lugar.

— Irene disse que ia ao banheiro e até agora não voltou.

— Relaxa, chefinho, ela deve estar retocando a maquiagem, algo assim... — Sunmi falou tranquila.

— Mesmo assim, 'tá demorando demais... Mi, pode ir conferir se ela 'tá bem? — Pediu, mais desconfiado do que gostaria.

— Claro... Se isso acalmará o senhor.

— 'Pra que isso tudo? Desde quando você se importa com o tempo que a Irene fica no banheiro? — O irmão mais novo perguntou, quando Sunmi já estava há uma boa distância dos dois.

— Desde quando ela começou a me dar motivos 'pra isso.

— Como assim?

— Naquele dia que você me perguntou se alguma coisa 'tava acontecendo, era isso. Irene 'tá muito esquisita. Saindo sozinha sem dizer 'pra onde vai, quando eu pergunto ela diz que foi fazer compras... E eu nunca vejo essas compras, sendo que a gente divide um closet.

— E o que 'tá passando na sua cabeça?

— Por enquanto nada... Só espero que eu não precise me preocupar em desconfiar dela.

— A Irene é uma das mulheres mais inteligentes que eu conheço Jin, 'pra ela usar a desculpa das compras com você, não é porque 'tá traindo a organização... Ela tá é traindo você.

— 'Tá me dizendo que a essa altura do campeonato, eu virei corno? — Perguntou exasperado, incrédulo pela possibilidade que o irmão levantava.

— Só uma suposição... — Taehyung levantou as mãos, se livrando da responsabilidade de ter posto isso na cabeça de Seokjin.

— Mas... Se ela tá demorando agora... Ela tá me traindo aqui? Com alguém que eu conheço? — Olhou ao redor, tomando o cuidado em ser discreto, porém procurando-a.

— Ah Seokjin, dá um tempo... Você não 'tá nem aí se ela está com outra pessoa ou não — Taehyung estalou os dentes, servindo-se de uma taça de espumante que passava por ali naquele exato momento.

— Claro que eu 'tô! Eu gosto dela.

— Não é porque vocês fodem todo dia que há sentimento nisso que vocês chamam de casamento. — O mais novo falou com desdém, antes de tomar um gole da bebida e fazer uma careta.

Não entendia como algo tão caro, tinha um gosto tão ruim, em sua opinião.

— Falando em foder... Vai me contar o que 'tá rolando entre você e o Yoongi?

— Nada... A gente só transou mesmo — Sendo ruim ou não, agora aquele líquido já não existia mais dentro da taça.

— Qual foi, Taehyung? Acha que eu nasci ontem? — O fitou incrédulo pelo rapaz realmente achar que conseguia mentir na sua cara — Até uns dias atrás você evitava a qualquer custo esse tipo de contato com ele, aí agora não só comeu o cara como fez questão de anunciar 'pra mansão inteira.

— Um dia antes eu tinha ido ao quarto dele, achei que ele 'tivesse chateado porque parece que o Hoseok "terminou" o que eles tinham... Aí cheguei lá e ele tava bebendo. Me provocou demais, acabei cedendo um pouco e até fiz ele gozar... Só que não fomos até os finalmente e no dia seguinte terminei o que tínhamos começado. Satisfeito? — Deu de ombros, falando rápido e tentando não transparecer que se importava com isso.

— Não. E por que não fizeram tudo no dia anterior mesmo? — Seokjin não era do tipo que comprava histórias fáceis, principalmente daqueles que conhecia como a palma de sua mão.

— Ah... Porque ele tava bêbado e eu não me senti tão confortável... Meio que tomei um choque de realidade e saí de lá — Sem que percebesse, encolheu os ombros, olhando singelamente ao redor.

— Beleza então, você tá me dizendo que chegou lá, fez o cara gozar, aí do nada teve um choque de realidade porque ele não 'tava sóbrio e no dia seguinte voltou e fodeu com ele? — Jin agora segurava o riso, não vendo qualquer sentido no que lhe foi contado.

— É! — Respondeu de maneira simples, ignorando o deboche de seu irmão.

— Se você não fosse o meu irmão eu até acreditaria nessa história ridícula, mas tá bom, se não quer me contar, não vou forçar. 

Taehyung permaneceu em silêncio alguns segundos, talvez pensando se teria coragem de expôr ao irmão aquele pequeno detalhe.

— Eu saí de lá porque ele sem querer gemeu o nome do Hoseok comigo... Mas não lembra disso e aí fiz questão de voltar 'pra fazer ele engolir essa merda. Mas não foi só por isso, que fique bem claro — Terminou a confissão um tanto na defensiva, pela primeira vez na noite sentindo algum tipo de constrangimento em falar sobre o assunto.

Seokjin arregalou os olhos, levantando as sobrancelhas junto, como se dissesse o quão complicada era aquela situação, mas ao ouvir o irmão dizer que Yoongi havia feito sem querer e não lembrava, caiu na gargalhada.

— Do que você 'tá rindo? 'Tá vendo, por isso eu não queria te contar...

— Não cara, é porque você me surpreende ainda! Como você acreditou que isso foi sem querer, seu imbecil? — Jin colocou a destra sobre a boca, tentando se recompor.

— Quê?

— Taehyung, pelo amor de deus! Não me envergonhe a essa altura do campeonato! Yoongi fez de propósito, 'pra te provocar... Não consegue ver isso? — Moveu a cabeça numa negação, pasmo com a ingenuidade do mais novo.

— Como assim? Ele não parecia se lembrar disso... — Franziu o cenho, tentando compreender exatamente o que era insinuado.

— Ah, mas das outras coisas ele lembra com clareza. Esquisito, 'né? Não é possível que você tenha caído nessa história. Naquele dia na cozinha eu ainda te avisei, o Yoongi não é otário... Quando você pensa que 'tá um passo à frente dele, o cara já queimou a largada e 'tá só te observando — Acabou deixando uma risada escapar, pegando a taça do irmão e finalizando seu drink.

— Filho da puta...

— Você é um hipócrita, isso sim. O cara tá mais do que certo em fazer você e o Hoseok de idiota.

— 'Tá do lado de quem? — Perguntou com indignação, lhe lançando um olhar sisudo.

— De ninguém...

— Bom, pelo menos a gente fica bem juntos, né... Os irmãos corno e trouxa.

— Corno é o seu pai!

— Não deixa de ser... Já virou genética, sabe?

— Eu não sei nem porque tô dando trela 'pra esse seu papo, moleque... Agora cala a boca que elas estão vindo aí — Apontou com o olhar e ambos observaram as mulheres se aproximarem.

Os irmãos mudaram rapidamente de assunto quando Irene e Sunmi juntaram-se a eles novamente.

— Onde você 'tava? — O mais velho perguntou, soando mais autoritário do que gostaria.

— No banheiro, ué... Ajeitando minha maquiagem, por quê? — Respondeu, aproximando-se do marido e lhe dando um beijo na bochecha.

— Por nada... — Respirou fundo, ignorando os pensamentos que invadiam sua mente.

— Então, vamos embora? Acho que já deu 'pra gente por hoje — Taehyung falou.

Todos concordaram e Seokjin mandou uma mensagem para os dois comandantes presentes, os informando para aguardarem o evento acabar e coletarem mais qualquer coisa que fosse útil.

X  X  X 

DURANTE O EVENTO

Jungkook ouvia atentamente a conversa de Taehyung com Siwon. Um pouco atrás de si, Yoongi também escutava, tentando captar qualquer informação que fosse realmente útil naquele primeiro contato entre os dois.

Da mesma forma, Namjoon acompanhava o andamento do diálogo, mas observando as telas dos computadores, compenetrado às movimentações do salão.

— Não entra na minha cabeça um cara como ele estar envolvido em um projeto desse... Qual o sentido? — Jungkook falou alto, como se perguntasse a si mesmo.

— Não... Tem algo errado nisso, Jeon — Yoongi respondeu, coçando a cabeça — É só prestar atenção na ordem dos fatos e no que nós temos até agora.

— Como assim? — O mais novo questionou, ainda sem doar-lhe total atenção.

— Que papo esquisito é esse de "não dá 'pra explicar tão casualmente"? — Repetiu a fala de Siwon — Qual é o problema de falar sobre o projeto dele 'num evento? Na verdade, o que eu mais vejo são esses caras usando reuniões como essa 'pra conseguir aliados, investidores, sei lá... — Os três desviaram um pouco a concentração quando Taehyung e Seokjin se encontraram novamente, desligando a escuta por um momento — JK, Lembra que você encontrou aqueles documentos de empresas fantasmas? Isso não sai da minha cabeça... 'Tá me cheirando a golpe.

Se tinha algo que Yoongi conhecia bem, muito bem, eram as estratégias de um golpista.

— Sim, é uma possibilidade alta... Mas de qualquer jeito, temos que esperar a reunião deles acontecer 'pra tirar algo mais concreto como teoria — Namjoon falou, tirando os pequenos fones do ouvido.

Os três ficaram um tempo em silêncio, cientes que apesar de suposições, era cedo para afirmar qualquer coisa.

Jungkook, com o olhar fixo nos monitores, estreitou os olhos, aproximando-se de um deles.

— Desde quando a Irene conhece o Seojoon? Quer dizer, desde quando são colegas? — Perguntou.

— Como assim? — Namjoon rapidamente pôs-se ao seu lado para enxergar melhor.

— Aqui, não dá 'pra ver direito porque 'tá com pouca luminosidade, mas são eles, 'né? — Apontou para o canto da tela, mostrando os dois localizados ao lado do banheiro feminino.

— Estranho... Deveríamos perguntar a ela? — Yoongi falou, não dando tanta importância.

— Não. Deixa isso 'pra lá — Namjoon quem respondeu, agora mantendo-se aéreo pelo resto do tempo que ficaram ali. 

🐿 🐿 🐿

Estávamos deitados no sofá grande, assistindo um filme que sabe-se lá qual era o assunto, já que minha cabeça não parava de pensar no que podia estar acontecendo naquela festa.

O corpo de San relaxava esparramado sobre o meu, as poucas pipocas espalhadas e os carinhos dados de tempos em tempos, eram o cenário típico de um casal. Exatamente do jeito que eu queria que ele pensasse.

Tudo bem que nesse momento isso não me ajudaria a avançar com o plano, em contrapartida, a paciência é uma virtude que jamais podemos negligenciar.

Finalmente aquele filme acabou e o garoto se espreguiçou, me agarrando pelo pescoço, roubando mais um beijo molhado naquela noite.

— Eu 'tava com saudades, sabia? — Ele disse, sorrindo feito um bobo, com os olhos quase fechando ao fazer, idêntico aos de sua mãe.

— É mesmo? Eu também 'tava, 'mi dulce... O trabalho tem consumido muito do meu tempo e eu mal consegui te ver esses dias — Não tinha muitos dias que eu havia dito a ele que trabalhava em uma empresa de exportação.

— Eu entendo... Também fiquei enrolado com coisas da faculdade...

Assenti, juntando nossos rostos e selando seus lábios calmamente. 

— Sabe, esses dias eu 'tava pensando em como a gente se aproximou rápido... Ao mesmo tempo que fico feliz, tenho medo.

— Medo? Por quê? — Puxei o corpo magro para perto do meu, deitando sua cabeça em meu peito.

— Você é mais velho, Santiago... Tem um trabalho fixo, que te proporciona uma vida não só estável mas muito confortável, tem planos diferentes dos meus... Estou acostumado a ser apenas diversão 'pra homens como você — Falou sincero.

— Eu te entendo, mas seres humanos são diferentes, San... E isso é inevitável. É claro que pessoas com planos completamente distintos podem acabar não se dando bem no futuro, mas é algo que infelizmente não conseguimos prever... E se você quer saber, eu 'tô acostumado a ser uma espécie de Sugar Daddy 'pra garotos como você... Não é como se alguém já tivesse realmente ficado comigo por querer... Genuinamente — Fingi frustração, o sensibilizando de modo certeiro.

— Eu sei disso... 'Tô sendo injusto, né? — Seus olhos miraram os meus, debaixo.

— Não... É realmente compreensível que você tenha suas inseguranças... Nos conhecemos 'num cassino e em menos de uma hora estávamos transando... Acredite, é compreensível.

O garoto riu, colocando as mãos no rosto, mais uma vez envergonhado. San me mostrava uma face mais tímida, diferente da que conheci em Royal Suerte. Suas roupas casuais eram o oposto dos trajes brutos, coberto por brilhos e jóias. E era isso que eu queria. Conhecer e experimentar suas fraquezas. Queria me tornar uma delas.

— Se eu te fizer uma pergunta, promete não ficar assustado? — Perguntou receoso, ainda mirando meus olhos.

— É muito difícil algo me assustar, então acho que nem preciso prometer... — Respondi, dessa vez sendo sincero.

— Mesmo nesse pouco tempo... Você vê algum futuro nisso que estamos fazendo? Não quero te pressionar a nada — Quase ri com a forma como ele transparecia o medo em sua fala e olhar.

— Posso ser sincero? Na primeira vez que saímos, pensei que fosse ser algo de uma noite, quem sabe duas... Mas isso mudou desde o dia em que fomos jantar, e você se abriu comigo, assim como me abri com você... Sabe, 'mi dulce, eu não sou um velho de quarenta anos mas tenho uma estrada um pouco cansativa... E a sensação que eu tenho é que faltava alguém como você 'pra eu voltar a ter o ânimo de antes. Você me faz muito bem — Nem eu sei como consegui pensar em um absurdo desses tão rápido.

— Hm... Você fala tão bonito — Disse, esbanjando um sorriso largo, praticamente derretendo em cima de mim. Quem tinha me dito que isso seria difícil mesmo?

— E falo a verdade também. Eu 'tô realmente gostando do que estamos tendo, e... Não acho difícil que daqui a um tempo, eu queira te incluir nos meus planos futuros. Claro, se você 'tiver disposto.

Era o que faltava para o rosto, antes claro, ser tomado pela tonalidade rosada. Choi San, tão adorável, mesmo que misterioso. A sinceridade e ternura em seu olhar comoveria qualquer um.

Mas não a mim. Na verdade, estava longe de me encantar por características dóceis.

— Você não deve ser real... Meus amigos falam que homens como você são a personificação do caos.

— Hm... Falou de mim 'pra eles então? — Sorri ladino.

— Falei... E o meu melhor amigo não gosta de você...

— Ah é? E por quê? — Levantei uma das sobrancelhas, fingindo preocupação.

— Porque diz que você é misterioso demais, apareceu do nada na minha vida, enfim... — San olhou para baixo, envergonhado por me confessar aquilo.

— Seu melhor amigo, quem é? Aquele que te beijou no Cassino?

— Ele mesmo — Apesar de ser só um garoto, ficarei atento em relação a isso. Não quero ninguém atrapalhando meus planos.

— Bom, infelizmente eu não pude mandar um recado antes de te conhecer e acho que esse "não gostar de mim" 'tá mais 'pra um ciúmes.

— Pode ser... — Concordou levemente, deitando o queixo em meu peito.

— De qualquer forma, espero que tenhamos muito tempo 'pra eu fazer ele gostar de mim.

— Você quer conhecer meus amigos? — Voltou a erguer a cabeça, demonstrando em seu rosto que minha atitude certamente não era esperada.

— Quero conhecer tudo que venha de você... É meu assunto favorito.

— Galanteador a troco de nada... Mas vou confessar que se você continuar assim, vou ser obrigado a me render aos encantos do Colombiano.

— E eu aos do Coreano com olhos de gato — Esses olhos de gato... Não eram os meus preferidos, mas eram os que me interessavam agora.

MAIS TARDE

ROYAL SUERTE

X  X  X

Com a primeira parte do plano concluída, não existia outro lugar a não ser, Royal Suerte, digno de uma boa comemoração. Já tinha virado tradição.

Jimin e Hoseok neste dia decidiram fechar o espaço apenas para os membros da organização e convidados, estes, escolhidos a dedo.

Ninguém encontrava-se exatamente alcoolizado. Digamos que apenas uma aura letárgica e relaxante os consumia o suficiente para trocarem diálogos mais brandos e se observarem com menos foco. Ali, naquele momento, esqueceram, pelo menos um pouco, o porquê de serem quem são.

Cabrón, eu vou admitir uma coisa...'Tá sendo difícil ficar tanto tempo sem transar — Hoseok olhou para Namjoon sentado ao seu lado, rindo.

— Ué... Pensei que você e a ninfetinha fodiam toda vez que se encontravam — Respondeu, jogando sua cabeça para trás, apoiando-a no estofado.

— Nem sempre. Preciso mostrar a ele que minhas intenções não são apenas sexuais, senão não ganho confiança e muito menos consigo arrancar o que eu quero — Assim como o amigo, Jung também recostou a nuca, respirando cansado ao falar de San.

— Hm, isso que é realmente foda... Mas eu não sabia que você e o Yoongi tinham parado de ficar. Se me falou, não lembro...

— É, às vezes precisamos fazer algumas escolhas 'pra um bem coletivo... Só que sendo muito sincero, 'tô quase pedindo um remember 'pra ele.

— 'Tu 'tá é apaixonado por ele, fala a verdade — Namjoon o empurrou com o ombro, provocando.

— Apaixonado? Eu? Achei que me conhecesse — Respondeu despreocupado.

— Te conheço sim, mas não sou só eu que acho isso não, 'tá?

— Vocês confundem amor de pica com paixão porque são um bando de emocionados... — Tomou um gole do Whisky antes de continuar — Te falar que de vez em quando eu até queria mesmo estar apaixonado, gostar de alguém, sentir aquelas coisas, sabe?

— Não queria não. Te garanto que não — Namjoon riu.

— Queria... Passei minha vida praticamente inteira vivendo 'pra servir bandido, matar bandido, fugir de bandido e ser bandido. Fico pensando que amar alguém desse jeito me traria um pouco de proximidade com uma vida normal — Sem perceber, sua voz tornou-se melancólica. Efeito do álcool.

— Isso se você não se apaixonar por um bandido, né?

Os dois se olharam, caindo na risada pelo comentário do mais novo.

— Tá, mas então por que você não pede o tal remember 'pro Yoon, porra? — Namjoon voltou no assunto, ainda rindo da situação ridícula do amigo.

— Até pediria, mas hoje não... Repara só como ele e o Taehyung estão... Não sou eu quem vou interromper — Apontou com o queixo para os dois do outro lado do espaço, conversavam perto demais, com expressões tiranas demais. Tinha algo acontecendo ali e Hoseok estava curioso. Mas não interferiria. Pelo menos não agora.

— Ah, então foda-se... Vai morrer na punheta hoje, eu hein, parece que só tem Yoongi e Taehyung aqui dentro.

— É porque 'tô acostumado a procurar eles, mas não tenho o menor problema em mudar um pouco o cardápio — Hoseok virou o rosto na direção do amigo, sorrindo sugestivo quando ele compreendeu suas intenções.

— Sério isso, Hoseok?

— Ué, por que não? Ia ser bonito 'pra caralho... Já olhou 'pra nós dois?

— Problema não é esse, seu imbecil. Mas eu sei que você não seria passivo 'pra mim... — Namjoon disse, suspirando fundo.

— Não mesmo, mas ainda não vejo grandes problemas — Hoseok continuou, chegando mais perto de Namjoon.

— 'Tá desesperado mesmo, hein... Por que não pede pro Jimin? Ele dá a bunda.

— Até poderia, mas quando tentamos deu muito errado. Parece que com ele isso não rola. Eu nem sinto essa vontade, 'pra ser sincero.

— Ah, e comigo você sente? — Tomou mais um gole para disfarçar as leves reações que o rumo daquela conversa estava lhe causando.

— Lógico, cabrón. Experimenta, 'tu não vai se arrepender...

— Nem fodendo, não vou deixar você me comer.

Jung riu mais alto, sabendo que apesar de Namjoon ser seu amigo, não podia negar que o cara era bonito demais para não tirar uma casquinha sequer.

— Beleza, então deixa eu te beijar.

— Por que eu faria isso?

— Porque tá esfregando uma perna na outra. Vai, se solta um pouquinho. Não foi você que disse que não existe apenas Taehyung e Yoongi aqui? Então, não tem só o Seokjin também — Hoseok deixou o copo em cima de uma mesa qualquer, aproximando-se mais do Kim, sussurrando em seu ouvido.

Namjoon sorriu de lado, pegando Hoseok pelo pescoço, acabando de vez com aquela tensão que pairava entre os dois, sabe-se lá porquê.

Eles eram agressivos. Ali não existia qualquer cuidado, e nem gostariam que tivesse.

Movimentavam as bocas com certa pressa, sem perderem tempo ao explorarem o corpo um do outro. Hoseok apalpava o abdômen definido de Namjoon, apertando-o e trazendo cada vez mais para perto de si. As mãos habilidosas desceram para o meio das pernas do mais alto, que chiou baixo pelo prazer.

E o Kim, também consumido pelo tesão, empurrava as coxas de Hoseok para os lados, tentando ganhar mais espaço para tocá-lo naquele meio.

— Porra... Te deixei assim tão rápido? — Namjoon balbuciou contra os lábios dele, apertando a ereção com mais força.

— Deixou... Não 'tá afim de resolver isso 'pra mim não, cabrón? — Devolveu a provocação, agarrando o pulso do amigo e colocando a mão grande por dentro de sua própria calça.

— Hm... Que pau gostoso você tem, nunca que eu ia imaginar... — Namjoon deu uma risadinha esperta, esfregando seu polegar na cabeça do pau de Hoseok.

— Quer saber se o gosto é bom também? Eu ia amar ver você me mamando com essa boquinha vermelha — Hoseok era devasso e Namjoon sabia muito bem, mas nunca pensou que isso um dia seria direcionado a si.

— Não dispensaria...Vamos 'pra mansão. Lá eu prometo te fazer gozar do jeito que você tanto quer — Beijos eram distribuídos pelo pescoço de Jung, que gemia baixo com os movimentos gostosos que o outro fazia por dentro de sua roupa.

— Será que consegue? — Os dois se separaram por um momento, encarando-se quase letárgicos.

— Tenho certeza... 

— Essa eu quero ver... — Mais um selar foi deixado na boca inchada — Me espera aqui, só preciso ir ao banheiro.

Hoseok jamais deixaria Namjoon esperando em uma situação como esta. Realmente ficou muito curioso para saber o que o amigo de longa data teria a lhe mostrar. Conhecia quase todas as suas faces, e ter a honra de experimentar essa, seria irrecusável.

No entanto, enquanto se derretia nos toques agressivos do Kim, viu perfeitamente quando Yoongi e Taehyung caminharam em direção ao banheiro, rodeados por uma aura sexual. E quando seus olhares encontraram os de Hoseok, Jung soube que antes de sair dali, precisava conferir o que estavam querendo lhe dizer.

Se é que aquilo era algum tipo de mensagem.

Abrindo a porta devagar, ouviu os chiados um pouco longe. Ao mesmo tempo que desconfiava que os dois sabiam que estava ali, não gostaria de atrapalhar qualquer coisa que pudesse estar acontecendo.

Eles se beijavam com afinco nos fundos do toalete. Taehyung praticamente engolia o mais velho, o prensando na parede. Hoseok observava um tanto escondido, e se antes estava excitado, agora a mão que não segurava o copo, massageava o pau marcado.

Sorriu desacreditado quando Taehyung enfiou a mão por dentro da calça de Yoongi, pela parte de trás, aproveitando os sons graves e ainda baixos dos gemidos dos dois. Min jogava sua cabeça para trás, com os olhos fechados e apertados, empurrava-se contra a mão grande que lhe tocava, e Hoseok não podia ver, mas sabia que acariciava aquele ponto em específico.

Permaneceram assim por um tempo, balbuciando xingamentos e elogios misturados, bêbados de tesão e presos naquela bolha. A bebida de Hoseok já estava no final, e ficava cada vez mais difícil respirar naquele espaço. Yoongi levou suas mãos com dificuldade até a calça de Taehyung, desabotoando-a com pressa.

— Eu quero muito te chupar aqui... Sentir seu piercing na minha língua... Quero que goze na minha boca, Tae.

 Taehyung sentiu seu corpo entrar em chamas, e Hoseok também.

Ele não sabia que seu corazón tinha um piercing no pau, e isso fez sua imaginação borbulhar.

E como Yoongi sabia disso? Eles estavam nesse nível?

— Quer, gatinho? Que delícia, meu bem... Então chupa, mas chupa bem gostoso — Taehyung lhe respondeu, e quando Yoongi ameaçou descer, Hoseok soube que era a hora de interrompê-los, ou não aguentaria.

— Eu ficaria horas só observando vocês dois... Mas preciso mesmo lavar as mãos... — Hoseok tossiu, fingindo sentir muito pela situação.

— Você é inacreditável... — Yoongi pôs as mãos na cintura, encarando o chão e rindo em escárnio.

— Imagina, pasión... Vocês que são lindos e inacreditáveis, principalmente quando se exibem desse jeito 'pra mim — Taehyung, antes ignorando a presença de Jung, direcionou sua atenção para ele, lhe encarando com as sobrancelhas franzidas e uma careta. 

— Hoseok, eu queria entender o que te fez pensar que isso é sobre você, aliás, por que acha que tudo se trata de você? — Deixou um suspiro escapar, o encarando com desgosto.

— Não acho isso, corazón... Mas se vocês quiserem, pode se tornar sobre nós três. O que me dizem? — Se aproximava aos poucos, com um sorriso de lado.

— Você é ridículo — Mais uma vez, Yoongi cuspiu as palavras, sem humor nenhum — Qual é o seu problema? Você e o Namjoon tavam se comendo não tem nem cinco minutos e agora, além de nos interromper, propõe um ménage, depois de ter dito na minha cara que não deveríamos misturar as coisas? Aprende a segurar seu pau dentro da calça — Disse ríspido, virando-se para a pia.

Jung o encarou incrédulo sem abandonar o sorriso, dando mais um gole em sua bebida.

Taehyung riu alto, fechando o zíper da calça antes de voltar a falar.

— O que um ego ferido não faz, 'né? Diz 'pra ele Hoseok, que você só faz isso porque não suporta o fato de nos ver juntos sem você, que é narcisista ao ponto de jogar esse 'papinho de "não vamos misturar as coisas" e ao mesmo tempo não quer que ele se satisfaça tão bem com outra pessoa... — Agora estava apoiado na parede e com os braços cruzados, debochando da situação.

E Hoseok continuava sorrindo, voltando a caminhar para perto dos dois, encarando-os a todo momento.

— Primeiro de tudo, pasión, não seja ciumento... Isso não combina muito com você, 'já falei mil vezes que 'papi está disponible para todos' — Em sincronia, os dois reviraram os olhos, balançando a cabeça negativamente — E corazón, me diz apenas uma coisa, por que tem feito tanta questão de esfregar na minha cara que estão juntos?

— Você é tão egocêntrico que cria coisas na sua cabeça, meu bem... E mesmo se eu estivesse fazendo isso, teria dado certo, pelo visto.

— Não, bebê... Sabe por quê? Porque no momento em que eu entrei aqui, quis vocês dois de uma vez, e mesmo que digam com todas as letras que não querem a mesma coisa, não se afastaram um milímetro quando me aproximei, e continuam com os paus duros igual pedra... Sempre falo, não sou eu quem crio coisas na minha cabeça, são vocês que dão sinais claros daquilo que não querem que eu perceba. Mas é meu charme ser observador — Riu alto ao notar os rostos desconcertados após sua fala.

— Falou isso tudo... Mas ainda assim, quem correu e corre atrás de nós como um desesperado é sempre você... Além de ter levado um fora. Que péssimo dia 'pra ser o grande Jung Hoseok — Yoongi o provocou.

— Levar fora faz parte, tenho confiança suficiente 'pra lidar, e é por isso que eu não costumo esconder e nem negar meus desejos... Aconselho vocês a um dia fazerem o mesmo, certeza que aproveitarão muito mais.

E Hoseok virou-se após jogar um beijo para os dois que ali ficaram. Estáticos. Com raiva. Mas conformados de que esse era mesmo Jung Hoseok e que por incrível que pareça, apaixonaram-se por ele assim, desse jeito.

Inclusive Yoongi, que ao finalmente assumir isso para si, se perguntou o que tinha feito de tão errado para merecer esse fardo. 

...

— Porra... Demorou né — Namjoon reclamou quando Jung finalmente apareceu em sua frente.

— Quanta pressa... Isso tudo é saudade? — Brincou.

— Vai à merda, Hoseok.

Os dois acharam graça da situação, não só por ser inesperada, mas porque com o Kim, os joguinhos de sedução de Hoseok funcionam até um certo ponto. Sempre bom lembrar que acima de tudo, eram praticamente melhores amigos. 

Caminhavam até a saída, despedindo-se informalmente daqueles que encontravam. Namjoon viu quando Seokjin lhe lançou um olhar cortante. Estava sozinho.

Não soube se quis rir ou chorar. 

Ao chegarem próximo ao estacionamento, ouviram uma voz fina, que o Kim reconheceu rapidamente ser de Irene. Parecia estar conversando com alguém, mas ainda não tinham visto a mulher.

"Não posso falar muito agora, já disse que depois te ligo".

A fala macia demais intrigou os dois homens, que continuavam seu trajeto, até finalmente a encontrarem apoiada no carro do casal.

E se Namjoon achava que tinha motivos para desconfiar dela, após Irene desligar rapidamente o aparelho e fingir que nada tinha acontecido, teve completa certeza.

Só não sabia o que fazer com essa informação. 



Oieeee!! Sentiram saudade? O que acharam da att de hoje? Quero saber das teorias de vocêssss!! Não esqueçam dos votinhos e comentários p incentivar a autora sempre! Me contem qual o team de vocês até agora! Até a próxima! 

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