Ester
Acordo com o som de uma voz doce me chamando. Levanto a cabeça e vejo que é a Senhora Luciana, a secretária do Senhor Rodrigo.
— Me desculpe. — Peço com as bochechas coradas, enquanto discretamente passo minha mão direita no canto da minha boca para remover qualquer vestígio de baba.
— Tudo bem, querida. — Ela disse me olhando com carinho, a mesma sabe o quanto esses dois dias foram trabalhosos. — Vim avisar que você já está liberada para ir para casa.
— Como assim? — Pergunto sem entender.
— O Senhor Ferrari, exigiu que saía mais cedo hoje, ele sabe que durante esses dois dias você trabalhou muito. — Ela disse sorrindo.
Tenho certeza que foi o Senhor Rodrigo que falou para meu chefe que estou trabalhando muito.
Não posso nem reclamar, pois, isso seria uma falta de respeito contra o Senhor Ferrari na frente dos outros funcionários.
Respiro fundo e tento relaxar, a verdade e que fiquei tão preocupada em deixar tudo organizado que acabei esquecendo de mim.
Desligo o meu computador, entro no elevador e cinco minutos depois saio do mesmo.
Vejo as meninas da recepção, duas estava no telefone enquanto outra estava no computador.
Vejo que uma das que estava no telefone desligou e olhou para minha direção.
— Oi! Senhorita Ester. — Ela disse sorridente.
— Oi! — Digo dando um leve sorriso.
— Já vai sair? — Ela perguntou curiosa.
— Sim, o chefe me deu a tarde de folga. — Digo séria.
Quando estou quase saído da empresa, ouço a mesma que conversou comigo, falando para outra.
— Essa aí pode.
Apenas balanço minha cabeça em sinal de negação.
Em vez de espera o ônibus resolvo chama um Uber, que demorou cerca de dez minutos para chegar.
Respondo algumas mensagens das meninas enquanto estou no caminho indo para casa.
— Chegamos. — O moço do Uber disse parando o carro em frente do prédio.
— Quanto deu? — Pergunto enquanto abro minha bolsa.
— Deu quinze reais. — Entrego o dinheiro para ele e saio do carro.
Entrou no prédio não vejo o zelador, ele deve estar fazendo algo de importante porque ele normalmente não é de deixa seu posto assim.
Pego o elevador e aperto o botão do terceiro andar, saio do mesmo e entro no apartamento.
Como estou com fome, resolvo fazer alguma coisa para comer.
Faço duas tapiocas, vou até à geladeira e vejo que ainda tem leite condensado pego o mesmo e despejo o pouco que tinha sobre as tapiocas, também faço um pouco de café. Sei que fica com o gosto amargo por causa do doce do leite condensado, mais mesmo assim começo a comer.
[.....]
Depois de lavar as louças que sujei, tomei um bom banho e fiquei deitada na minha cama.
Até que me levanto pego minha bíblia e orei pedido para que Deus falasse comigo.
O Espírito Santo me direcionou a Mateus capítulo onze, versículo vinte e oito até trinta que fala sobre descansado no Senhor.
"Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração; e vocês acharão descanso para a sua alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve."
Enquanto leio esse versículo, sinto uma inquietação, o Espírito Santo começa a lembrar tudo aquilo no meu trabalho que tem se tornado um peso para mim.
Me ajoelho no chão e clamo ao Senhor pedido que tire todo o peso que estou sentindo, demorou um tempo até que sinto sua presença me envolvendo e tirando de mim todo o peso.
Choro pelas situações que passei em meu ambiente de trabalho, sinto o Espírito Santo me consolado e dizendo que vai ficar tudo bem.
Termino a oração agradecida por sentir Ele aqui. Pego minha bíblia e coloco sobre a estante de livros que tem perto da minha cama.
Saio do quarto, sento no sofá e ligo a Tv. Vejo que a novela da Record já tinha começado.
Não demora muito tempo e ouço os passos apressados de Laura, que se joga no sofá ao meu lado.
— Faz muito tempo que começou? — Ela me perguntou.
— Não agora que está no início. — Digo me ajeitando no sofá.
Estávamos no final da novela, quando ouvimos o som da campainha indicando que havia chegado alguém.
— Alguém ficou de vim aqui? — Pergunto para Laura que continua olhando para a televisão sem perde nenhum detalhe da novela.
— Não que eu saiba, mas pode ser as meninas. Você sabe como elas são. — Ela comenta sem desviar os olhos da Tv.
— Então, quem vai atender a porta? — Pergunto mesmo sabendo que vai ser eu no final. Por causa da bendita novela ao qual ela não pode perder nenhum capítulo.
— Eu que não vou. — Ela disse cruzando os braços.
— Você é folgada! — Digo olhando de forma incrédula para mesma. Pois, ela fez eu me levantar só para fazer a pipoca ainda agora. — Tudo bem. — Digo suspirando, sabia que no final ia sobrar para mim.
— Obrigada! Sabe que eu te amo né? — Laura disse me lançando um beijinho no ar.
Balanço a cabeça em sinal de negação, essa menina só Jesus na causa.
Me levanto do sofá e vou até à porta quando abro a mesma, vejo a Débora com uma pizza na mão.
— Olá! Débora, pensei que você ia estar cuidando dos meninos hoje. — Digo ao lembra de seu filho que é uma fofura.
— Fui liberada pelo Gabriel, ele disse que hoje era noite dos meninos. Aí, pensei em dar uma passada aqui e aproveitar o tempo livre com as minhas amigas. — Ela disse dando um sorriso, tenho certeza que esse sorriso e por causa do seu esposo.
— Fez muito bem, entre só não ligue para Laura e que ela está no seu modo de noveleira em ação. — Digo rindo junto com a mesma.
— Tudo bem. — Débora disse ainda rindo enquanto entrava, e eu fechava a porta. — aonde deixo essa pizza? — Ela perguntou.
— Deixa que levo, pode sentar e assistir alguma coisa com a Laura, já que a novela, já acabou. — Digo pegando a pizza de suas mãos e levando para a cozinha.
Coloco os copos e pratos na mesa, corto a pizza que é tem uma parte de queijo e outra de calabresa, coloco ketchup e maionese por toda a parte.
— Podem vir comer. — Digo em alto tom, escutando um já vou em resposta.
Já coloco o pedaço de pizza de queijo que é o meu preferido no meu prato. Vou até à geladeira, pego o refrigerante guaraná e coloco um pouco no copo para mim.
— Não tem coca-cola? —Débora pergunta enquanto lava as mãos, junta com Laura.
— Não, aqui em casa nos não compramos coca-cola, nenhuma de nos duas gosta. — Digo e logo em seguida, dou uma bela mordida na minha pizza.
Meu Deus! Esqueci da oração, me perdoe, pai.
Penso, ao engolir o pedaço de pizza lembrando que antes de comer devo agradecer pelo alimento.
— Ei, e a oração? — Débora diz ao ver Laura quase colocando a fatia da pizza de calabresa na boca.
— Quem vai orar? —Pergunto
— Eu vou. — Laura disse e logo em seguida todas nos fechamos os olhos.
— Pai, obrigada pelo dia que se passou na sua presença, obrigada por nos proteger e nos guarda de todo mal, obrigada pelo alimento, não deixe que falte para as outras pessoas, em nome de Jesus, Amém.
— Amém. — eu e Débora falamos juntas.
A janta foi muito boa, comemos até onde podíamos, agora a Laura está lavando a louça e eu estou enxugando.
— Vocês sabem como está a Hadassa? E que eu não vi ela esses dias. — Débora perguntou.
— Ela está um pouco ocupada por causa da universidade. — Laura responde.
— Está puxado para ela, mas graças a Deus, ela está no último ano e ano que vêm já vai, está trabalhando na área que se formou. — Digo feliz por minha amiga.
— falta só quinze dias para o retiro acontecer, vocês estão animadas? — Laura perguntou.
— Sim, estou ansiosa sinto que Deus vai fazer algo tremendo nesse tempo. — Digo sorrindo.
— Aonde vai ser mesmo? — Ela perguntou confusa.
— Vai ser na casa do irmão Fernando, que fica um pouco afastada da cidade. A casa dele e bem grande e tenho certeza que vai ser muito bom. — Comento sorrindo.
— Terminamos. — Comemoro assim que acabamos com a louça.
Ouço o som do toque do meu celular, corro até o mesmo e vejo que é o Senhor Ferrari que está ligando.
— Alô? — Digo ao atender a ligação.
— Boa noite, Senhorita Ester.
— Boa noite.
— Eu já falei que fora do trabalho, a senhorita pode me chama de Elias.
—Me desculpe, senhor... Que dizer Elias. — falo sentido minhas bochechas corarem.
— Bem, não foi para isso que liguei. Amanhã às 8 da manhã, quero que venha em minha casa, tenho uma surpresa para você.
—É oque é? — Pergunto curiosa.
— Se é surpresa e, porque não posso dizer. — Ele disse dando um pequeno riso por causa da minha curiosidade.
— Isso não se faz, Elias. — Digo de forma dramática.
— Até amanhã! Senhorita.
— Até amanhã! Senhor Ferrari.
Desligo o celular e vejo que as meninas estavam me olhando com aquela cara de conte tudo e não me esconda nada.