- POV JOSÉ –
Já se passava meses que Ayla havia sumido, mas ainda não desisti de achá-la. Ela me deu um baita de um prejuízo, eu tive que pagar uma multa altíssima por ela não comparecer ao trabalho. Estava sentado no sofá, vendo futebol na tv, até que ouço o telefone tocar.
José: Alô? Quem é?
Xxx: Oi seu José, tudo bem com o senhor?
José: Sim, mas quem é?
Xxx: Sou eu, o Felipe, colega de escola da Ayla.
José: Ah, quanto tempo camarada.
Felipe: Eu encontrei a Ayla na cidade da dona Cecília. – Obrigado Felipe, está ajudando muito, penso comigo mesmo.
José: Ela tá na casa da vó dela? Eu não vejo ela faz um tempo..., mas ela continua aí? - Quanto mais informações, é melhor.
Felipe: Ela estava, mas saiu daqui faz uns 10 minutos pra São Paulo com o bando de coleguinhas dela.
José: Entendi... por acaso os coleguinhas dela são um grupo de doidos com cabelo pintado e tem um cara que chama Dinho no meio? – Pergunto a ele com uma certa suspeita.
Felipe: Sim, são aqueles Mamonas Assassinas que estão fazendo maior sucesso, sabe?
José: Sei, sei... Felipe, vou ter que desligar, mas mantenha contato, ok?
Felipe: Pode deixar seu José... e parabéns pela filha linda que o senhor fez.
José: Obrigado, tchau. – Coloco o telefone no suporte e volto para o sofá só para terminar de tomar minha cerveja. Ligo a TV no SBT e vejo algo que me interessa.
"Veja hoje no Domingo Legal, o maior fenômeno do momento: Os Mamonas Assassinas!"
Ótimo, se Ayla saiu com eles da cidade da Cecília, é com eles que ela vai estar. Tomo o último gole de cerveja que restava e procuro as chaves do carro, tranco a casa e saio com destino a São Paulo.
- POV AYLA –
Descemos direto no estúdio do SBT, fizemos um tour lá dentro, pensa em um lugar grande, até praça de alimentação tem. Uns guias nos levaram até o camarim dos meninos, falaram que poderíamos descansar um pouco da viagem antes de entrar no ar. Logo que os guias saíram, a baderna começou, como sempre.
Dinho: O que "nois" faz agora?
Samuel: Não sei.
Naquele silencio levanto e pego o violão do Bento, começo a tocar e cantar, fazendo a atenção ser chamada para mim.
"Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor"
Sou interrompida com batidas na porta, Sérgio vai atender.
Sérgio: Pois não?
Xxx: Eu queria perguntar uma coisa, quem tá cantando?
Sérgio: É... ela. – Ele aponta para mim.
Xxx: Uau... ok... entregue esse cartão a ela e peça para entrar em contato. Desculpe o incômodo. – O homem sai sem nem mesmo se apresentar.
Sérgio: Ele mandou te entregar isso.
Leio em voz alta o que está escrito.
Ayla: Produtor musical. Estamos procurando novos talentos... entre em contato pelo número xx xxxx-xxxx. Espera, ele é produtor?
Bento: Acho que sim.
Ayla: Nossa... – Coloco o cartão na minha bolsa. Será que seria uma nova oportunidade?
Uma mulher chama os meninos para se produzirem, eu e as meninas ficamos no camarim conversando.
Valéria: Ainda não acredito que o Dinho vai participar dessa merda de banheira. – Diz bufando e balançando a perna com nervosismo.
Ayla: Bom, eu acho errado a produção obrigar ele participar, ele também não está nada confortável com isso.
Valéria: Porque escolheram justo o Alecsander? Tem meninos na banda que não tem um relacionamento.
Ana: Fica calma amiga, é só uma prova do programa, vai passar rápido e qualquer coisa eu e a Ay estamos aqui com você.
Ayla: Concordo com a Aninha.
Continuamos conversando até uma mulher nos chamar para nos produzirmos.
Chegando no lugar e falo que não entrarei no palco, mesmo assim arrumam meu cabelo e me passam maquiagem.
O clima tava meio estranho entre Dinho e Val, eu e Aninha se entreolhávamos por conta disso.
Um homem, acho que era o assistente vem chamar os meninos para entrar no palco. Aninha e Val ficam atrás do cenário e eu vou para a plateia.
Acho incrível a disposição dos meninos no palco, chegaram pulando e cantando e a plateia cantava a letra certinha. Isso era um máximo pra mim que vi eles quando nem faziam tanto sucesso. Apenas uma palavra para descrevê-los, orgulho.
O Gugu conversou um pouco com eles, fizeram umas provas com bexiga e adivinhação e a próxima prova seria a da banheira, na hora olhei para Val atrás do cenário que estava explodindo de raiva.
- POV DINHO –
Fui para o camarim me arrumar para a bendita prova da banheira, para falar a verdade não queria fazer essa coisa. Olho para trás e vejo Val vindo correndo até mim.
Valéria: É sério mesmo que vai fazer essa prova?
Dinho: Não tenho escolha meu amor, você acha que eu queria fazer isso?
Valéria: Eu não falo é nada Alecsander. – Ela sai pisando quente.
-POV JOSÉ –
Eu tinha acabado de chegar no SBT, me agarraram na portaria me perguntando documento, mas isso eu já me livrei. Até que eu sou barrado por um guia.
Guia: Olá, boa tarde... o senhor está perdido?
José: Eu sou parente de uma pessoa que está junto com os Mamonas Assassinas. Vim ver essa pessoa.
Guia: Mil perdões, mas eles tão gravando programa agora, se quiser eu os notifico após o programa.
José: Não precisa, eu espero aqui mesmo.
Guia: Ok, qualquer dúvida me chama.
Espero o guia sair do caminho e entro na parte de camarins. Acho um banheiro e fico escondido ali.
- POV AYLA –
Estava tendo a prova da banheira, dava para ver o desconforto no rosto de Dinho e raiva no de Val. Para falar a verdade, até eu estava ficando desconfortável com aquela situação.
A prova finalmente acaba e vão para o comercial, me junto com Aninha e ficamos no corredor conversando até que escutamos uma coisa.
Valéria: Alecsander, quando acabar esse programa eu não te acompanho mais ok? Acabou tudo.
Dinho: Mas amor...
Valéria: Mas amor nada, é isso e ponto. – Val bate a porta do camarim e sai sentido a praça de alimentação.
Ayla: Nossa... eles terminaram?
Ana: Pelo que parece sim.
Até que escutamos alguém bater na parede, entramos no camarim desesperadas e ouvimos que Dinho estava chorando, um choro que demonstrava tristeza.
Ayla: Amiga, vai atrás da Val, deixa que eu fico com o Dinho. – Aninha sai do camarim e eu bato na porta do banheiro onde Dinho estava chorando. – Dinho... abre aí, vamos conversar.
Não sou respondida.
Ayla: Sou eu, a Ayla, vamos conversar, por favor, não quero te ver assim. – Escuto o trinco da porta ser aberto, abro a porta e corro abraçar ele que estava chorando no chão e a mão vermelha de socar a parede. – Vai ficar tudo bem, tá?
Dinho: Não, não vai Ayla. – Diz soluçando. – Eu perdi o amor da minha vida... por causa de uma mísera prova.
Ayla: Espera os ânimos abaixarem e tenta conversar com ela. – Digo sentando no chão ao lado dele e abraçando-o de lado. – Se precisar de qualquer coisa, eu to aqui, ok? Lava o rosto que eu vou buscar uma água pra você se acalmar. Não sai daí hein.
Vou andando pelo corredor até que aviso Gugu de longe e tenho uma ideia. Me aproximo e puxo uma conversa.
Ayla: Oi Gugu, me chamo Ayla, sou amiga dos Mamonas. É um prazer te conhecer, viu!
Gugu: Oi, o prazer é meu! Você está gostando do programa?
Ayla: Eu to gostando muito! Eu posso te dar uma ideia?
Gugu: Dentro do possível, sim.
Ayla: Minha ideia é....
Digo minha ideia e ele concorda com ela, após isso vou buscar a água e levo para Dinho. Nos chamaram de novo para entrar no palco.
Ayla: Nossa, esse olho inchado não ta legal cabeção... pera, deixa eu pegar meus óculos. – Coloco os óculos nele. – Ó, ficou gatão. – Digo isso e arranco um riso murcho dele. – Agora vai pro palco e arrasa como sempre. – Dou um abraço nele, ele sai e eu volto pra plateia.
O programa começa.
Gugu: Como é o nome da gata ali, hein?
Dinho: Valéria Zoppello.
Gugu: Vem cá Valéria, vem cá. – Val se aproxima. – Muito prazer, tudo bem? – Diz apertando a mão da Val. – Deixa eu ver se faz um casal bonitinho. – Val chega perto de Dinho e ele a abraça de lado. – Faz tempo que você conhece ele Valéria?
Valéria: Não muito.
Gugu: Quanto tempo assim? Um mês? Dez meses?
Valéria: Não, faz três meses
Gugu: Três meses? Ele já era famoso quando você conheceu ele?
Valéria: Não, tava começando.
Gugu: E... como vocês se conheceram?
Valéria: Em uma danceteria na Serra da Cantareira.
Dinho: Ela tava viajando, eu tava nos Estados Unidos, ela chegou, não sabia quem eu era, eu fui contar vantagem e me lasquei. – Gugu ri.
O Gugu continuou fazendo perguntas sobre o namoro deles, a minha ideia estava funcionando.
Gugu: Já te aconteceu assim... de alguma fã fazer alguma coisa com ele, puxar a roupa dele, puxar o cabelo, já?
Valéria: Todo show né, é sempre assim, na saída é uma loucura, agarra, puxa, e tenta pegar alguma coisa dele...
Dinho: Elas brinca de ioiô comigo. – Dinho gesticula imitando as fãs.
[...]
Gugu: E agora porque vocês não... beija ou não beija?
Plateia: BEIJA!!
Gugu: Pera ai, pera ai, pera ai! Antes... vamos fazer o loucuras de amor tá? Ta legal? Faz de conta que não tem ninguém vendo você, você encontra com ele e faz aquela declaração, vamos lá.
Valéria: Dinho... Você é meu xuxuzinho, meu pitchulo, meu docinho de coco... ta me deixando louca!
Gugu: Aaaah! E pra ela agora a resposta?
Dinho: Brigado xuxu!
Gugu: Beija, beija! Música de beijo, música de beijo!
Dinho pega a Val no colo e começa a quase engolir ela inteira, fiquei chocada, parece que meu plano tinha dado certo. Ele não queria largar Val.
{Quebra de tempo}
O programa acaba e vou para o camarim com os meninos, mas antes vou no banheiro do lado do estúdio do programa.
Saio do banheiro e vou andando calmamente, até que sou agarrada pelo braço e me seguram pela barriga me puxando para trás, começo a gritar, mas ninguém escuta.
José: Achou que se livraria de mim, sua idiotinha?
Ayla: Me solta velho lazarento. – Ele me dá um tapa.
José: Você tinha que me agradecer, por ter uma vida que uma mulher precisa ter.
Ayla: SOCORRO! – Grito na esperança de me ouvirem e José tampa minha boca com a mão.
José: Não ouse dizer nenhum pio.
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Continua...
Oi xuxus, tudo bom?
Gostaram do capítulo?
Não tenho certeza, mas hoje ou amanhã eu posto mais um capítulo, não consigo deixar as coisas pela metade (enfim a ansiosa)
Deixem xingamentos para o José aqui. Sejam maldosos, a autora apoia essa causa!
Fiquem bem e beijinhos no coração <3