Worship Of Chaos and Night (W...

By Lolozinha17

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Algumas pessoas diriam que ter a atenção do Rei era uma bênção. Mas para S/N seria o começo de tudo que poder... More

Cast
Prólogo
Capítulo 1 - A Masmorra (in)Visível
Capítulo 2 - Entre Demônios
Capítulo 4 - Acordo
Capítulo 5 - Khaleesi
Capítulo 6 - Deusa Materna
Capítulo Intermediário
Capítulo 7 - Primeiro Treino

Capítulo 3 - Twyla

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By Lolozinha17

Eu tô ansiosa pra caralho pra esse capítulo, demorei pra postar por que queria deixar ele do jeito que queria. Muito obrigada EuropaChan pela ajuda kkkkkk

Desculpem a demora. Aproveitem! E qualquer erro, me avisem.

Boa leitura, COMENTEM!!!!!

*       *       *

P.O.V. S/N 

Muitas coisas mudaram nesses quase oito anos. Sim, oito anos se passaram desde aquele noite com Percival, e eu tenho comprido com minha palavra. Não é a toa que me tornei alguém que os servos do castelo recorrem quando tem problemas, pelo menos os que eu posso resolver. Nem sempre são coisas boas, mas é um preço a se pagar. Uma das coisas que valem a pena nesse castelo, é poder ver Emrys crescer, não queria admitir que me importo com ela, principalmente por que tenho planos de matar seu pai, e tudo que ele representa. 

Mas ainda parece um sonho distante, não me admira que Percival tenha demorado a vida inteira para tentar descobrir algo, não é fácil conseguir a confiança das pessoas, alguém que seja realmente útil. Principalmente com a fama que tenho pelo castelo, mesmo que ninguém tenha visto o meu rosto, sempre estou com o rosto coberto, apenas Eroda e Delroy sabem meu rosto, o resto dos guardas sumiram misteriosamente, e ainda me chamam de "mercenária do Rei", como se eu ganhasse alguma coisa. 

Falando nele, tenho que ir ao castelo para que aquele desgraçado me mande para alguma cidade que tenha alguma coisa que queira tentar me matar. Drystan estava dormindo quando sai de casa, já perto do castelo, pelo caminho conhecido de terra e pedras, ao chegar perto da árvore, cubro o rosto deixando apenas meus olhos visíveis, minha roupa habitual de caça, minha bolsa, arco e adaga. Minutos depois, dois guardas aparecem, mas sem o documento que trazem normalmente.

- O Rei ordena sua presença na sala dele. - Estreitei meus olhos para os mesmos, mas não falei nada apenas os segui.

 Depois de três lances de escadas e corredores intermináveis, chegamos em uma porta de madeira, pintada de vermelho com detalhes nas pontas em dourado, deram dois toques na porta e se ouviu a permissão de Calix para que entrássemos, mas apenas eu entrei. Lá estava Calix, e Declan, o cachorrinho de estimação do rei.

- Gatuna, tenho um trabalho especial para você. - Calix anunciou desviando os olhos dos papéis de suas mãos. Odeio esse apelido, e ele sabe disso. Seu olhar frio sempre direcionado a mim, mesmo após todos esses anos, mas algo estava diferente, uma sombra de divertimento estava ali. - Bom, quais não foram?  

- Apenas diga o que é, Eroda. - Reclamo de braços cruzados.

- Recebi relatos de ataques em Twyla, tem pessoas morrendo, você irá ver o que está atacando a cidade, vai matar e depois voltar. Nada demais, não? - Sorriu simples. O encaro séria.

- Nunca é nada demais. - Suspiro revirando os olhos. - Posso ir embora? Twyla fica longe. 

- Está dispensada. - Declan diz pelo rei que volta a me ignorar.

Viro para a porta, mas quando abro a porta, alguém que estava prestes a entrar perde o equilíbrio, não indo ao chão por eu ter segurado. Olhos castanhos escuros, fazia bastante tempo que não os via.

- Emrys! - Calix se levanta da cadeira ao ver sua filha. - Filha, já avisei para não vir aqui quando estou trabalhando. - Reclamou indo até nós. A coloquei de pé, e voltei a sair. Não ficaria para ver o sermão que a garota iria levar, alguma coisa havia acontecido para essa mudança. Calix sempre foi amoroso com a filha, somente com ela, não sei o por que da mudança repentina. Ainda.

Fui até o estabulo, montando em um dos cavalos que estava de cela e comecei meu caminho até a cidade destino.

*       *       *

P.O.V Narradora

Twyla era uma cidade mercante, era uma das maiores fornecedoras de Alora, principalmente de matéria-prima. Não que a distancia importasse para o rei. 

O sol daquele dia não estava dando tréguas, mas S/N não podia arriscar de verem seu rosto, por causa das ordens que recebeu do rei ao longo dos anos, já tinha ida aquela cidade várias vezes, tentava não relembrar dos motivos. Já na entrada de Twyla, pegou o papel com os detalhes e começou a ler. Tinha que ir até o encarregado, fazer o teatrinho de sempre, e então trabalhar de verdade. Se dirigiu ao local já conhecido, ao entrar na casa do intendente, viu que o mesmo discutia com alguém. 

- Parece que alguém chegou primeiro. - Brincou chamando a atenção dos dois. 

- Era só quem faltava mesmo. - O intendente exclamou suspirando. 

- Vejo que ainda se lembra de mim, intendente. - Retrucou o olhando, desviando para a mulher que lhe encarava curiosa. Cabelos longos ruivos acastanhados, grandes olhos verdes, roupas em vários tons de vermelho, e uma beleza de enfeitiçar qualquer um. S/N sentiu os efeitos do olhar da mulher. - Agora deixe de enrolar e conte dos ataques. - Foi a vez de S/N reclamar.

- Pelo visto, estamos aqui pelo menos motivo. - A mulher chamou sua atenção, tinha o tom de voz sério. S/N deu um leve aceno de cabeça em confirmação. 

- Dois senhores e mais alguns membros da família da Elite da cidade foram mortos por alguma coisa, alguns criados dizem ter ouvido uivos e barulhos estranhos em um dos caminhos para Twyla. - Começou suspirando. - Não acreditei em suas palavras até ver com meus olhos o que sobrou dos senhores e seus acompanhantes. Ninguém está permitido ir para a área oeste. Se resolverem, dividirei a recompensa. - S/N ergueu a sobrancelha, era a primeira vez que seria paga. Se viraram para irem atrás da coisa. - Mais uma coisa, eles só atacam a noite. - S/N sorriu com a informação. 

*     *     *  

Ainda tinham boas horas do dia pela frente, S/N preferiu ir ao local dos ataques para ver se achava pistas do que poderia ser. Planejava ficar na floresta até que a noite chegasse, estaria mais perto.

No local, tinha pedaços de madeira espalhados e até o que foram carruagens de mercadorias todas quebradas manchadas de sangue seco dos pedaços de restos mortais que estavam sobre o chão. Em algumas tábuas de madeira, eram possível ver garras e sangue que parecia da noite anterior, S/N pensou que se tivesse vindo na noite anterior poderia ter impedido aquele ataque, pelo menos impediria os futuros.

- Achou algo útil? - Escutou a ruiva perguntar ao se aproximar de onde estava.

- Veja por si mesma, ruiva. - Apontou para a cena.

Preferiu manter suas dúvidas para si. Escutaria a opinião da outra antes de compartilhar a sua.

- Eu tenho um nome, sabia? - Perguntou passando por ela, se aproximando da carnificina.

- E qual seria, ruiva? - Perguntou a olhando. Mas a mesma permaneceu em silêncio e sem olhar para a morena, essa que provocou novamente. - O sangue seco é mais interessante que me responder?

- Como não sei seu nome verdadeiro, você pode se referir a mim como Twyla. - Respondeu se virando e estreitando os olhos ao mira-la.

- Eu prefiro ruiva. - Respondeu sem desviar os olhos da mesma. - Alguma idéia?

- Não sei o que pode ter atacado essas pessoas. Eles deixam bastante estrago, mas não deixam rastros de onde passam para atacar, não tem marcas em nenhuma direção. - Falou se levantando. - Não são muitos. Eu diria uns quatro, talvez menos.

- Mas são inteligentes o suficiente para despistar seus rastros. - Suspirou fechando os olhos com força. - Só resta esperar a noite.

- É o único jeito.

*****

A noite já tinha chegado, tinham combinado que cada uma ficaria de um lado, para a emboscada. Apenas não contavam com viajantes desavisados, o plano quase foi perdido. S/N impediu que a ruiva fosse até a carroça atacada.

- O que está fazendo? Temos que ajudá-los! - Exclamou tentando se soltar do aperto em seu braços.

- Escute! - Exclamou em tom baixo a olhando nos olhos, afrouxou o aperto. E ela parou de resistir e escutou. Não havia nada. - Não tem mais ninguém para salvar. - Voltou seus olhos negros para a direção do ataque. A outra ainda estava abalada, focou sua visão na escuridão noturna. - Tem apenas um, se quiser, pode ficar aqui. Ainda irei dividir a recompensa com você.

- Não vou ficar sentada sem fazer nada. - Respondeu voltando a olha-la determinada. S/N sorriu pela máscara. Com um aceno de cabeça, as duas foram se aproximando devagar.

A respiração pesada podia ser ouvida pelos ouvidos sensíveis de S/N, junto com o barulho dos ossos das vítimas. A pelagem esbranquiçada brilhava em contraste a luz lunar, podia se notar os pequenos ramos em suas costas longas, parecia ocupado demais para notar a presença das duas atrás de si. Parecia ser um lobo, mas esse se apoiava nas patas traseiras, seus braços eram mais longos e mais inteligente que os outros.

S/N esperou que a ruiva fosse a frente, como linhas invisíveis, suas sombras foram enrolando-se pelas pernas da criatura, sem dar sinais de que estava percebendo. Era como se uma brisa fria batesse em seu pelo, nada para se alarmar. A outra se aproximava pela lateral esquerda, estranhou a outra estar para trás, se virou vendo a mesma fazendo movimentos similares as seus quando usava sua magia, mas diferente da sua, a dela era negra, assim como seus olhos e suas roupas.

Em um movimento não previsto, ela acaba pisando em um galho frágil, atraindo a atenção da criatura, olhos vermelhos encaram os verdes assustados. Antes que o grande lobo a atacasse, S/N aperta suas sombras no corpo da criatura. A fazendo cair e se debater no chão.

- Recomendo que o mate agora. - S/N sugeriu sem tirar os olhos da criatura.

Acordando do choque, nas mãos da ruiva bolas de energia vermelha surgem, seu olhar agora avermelhado tomando um tom sério e concentrado, usando de sua magia para quebrar o pescoço da criatura. O estalo foi baixo, mas o suficiente para que ambas escutassem pela proximidade. Mas tinha algo estranho.

- Tem apenas um. Onde estão os outros? - S/N perguntou olhando o corpo sem vida.

Antes que a outra tivesse a chance de responder, um borrão branco a arrastar para longe. Logo os outros três apareceram, dois foram atrás da "presa fácil" com o outro, enquanto um avança na bruxa.

A minha vida vale mais do que as desses velhos! Pensava S/N tentando se soltar dos pares de dentes e garras.

A mesma segurava o pescoço do que lhe atacou para que não a mordesse de novo, mas quando os outros se aproximavam rápido, percebeu que apenas sua força não adiantaria, e não seria nada justo.

- Eu vou me arrepender disso. - Rosnou entre dentes irritada. Soltou uma mão para alcançar a adaga na cintura, consequentemente, o lobo aproveitou e mordeu o outro braço, causando o grito de dor e mais raiva. - Filho da puta! - Passou a lâmina por todo o tronco da criatura, que se afastou rápido, dando tempo apenas para teleportar se afastando do ataque dos outros dois. - Eu não queria me sujar de sangue, mas com o de vocês, eu vou ter prazer. - Com uma mão imobilizou um com suas sombras e correu com sua adaga em mãos.

A bruxa teve um leve azar, pois o que tinha ficado para trás era rápido, muito rápido. Lhe causando cortes quando não conseguia desviar a tempo, ainda estava com raiva das mortes que não conseguiu impedir, estava motivada. A criatura não parava de avançar, ela usava de sua magia para se esquivar, estava esperando a oportunidade e o tempo certo, quando houve a brecha, quando a criatura se distraiu com o urro de dor de um dos seus, a dona dos olhos escarlate aproveitou o envolvendo com sua magia, afastando suas mãos no ar, o rasgando ao meio.

Com a respiração ofegante, sangue tanto seu quando da criatura sob si, ela correu para ajudar a outra. A mesma ficou surpresa e levemente assustada com a cena que estava vendo. O corpo de uma das criaturas estava jogado, sem cabeça e com vários cortes pelo corpo mais atrás da mulher encapuzada, que estava com as roupas rasgadas nos braços, seu capuz não estava mais ali, deixando amostra seus cabelos longos e negros, sangue por onde seu olhos batiam, a mesma estava retirando a adaga da garganta do segundo, e terceiro estava preso por sombras mais atrás. Saindo de cima dele, caminhou até o último, esse que tentava a todo custo a alcançar, Lorillis respirava profundamente para recuperar o fôlego, se abaixou a frente da criatura, e a estudou.

- Como faz isso? -. A ruiva perguntou se aproximando devagar. - Você tem magia? - S/N riu fraco.

- Não, ruiva. Sou apenas alguém amaldiçoado. - Respondeu sem olha-la.

- Mas parece que você controla as sombras. - Insistiu confusa. S/N Suspirou, seus ombros tensos.

- Viltarin. - Falou, deixando claro que não queria continuar aquela conversa.

- O que? - Perguntou se aproximando.

- Eles. - Apontou para a criatura.

- Como sabe?

- Não sei. É a primeira vez que os encontro, não acho que tenha em outro lugar, então eu escolhi um nome. - Explicou, controlando a sombra virando a cabeça da criatura, levando sua adaga até a lateral do pescoço e a introduzindo ali. - Espero que não apareça outros. Se não vou ter que procurar o ninho. - Limpou a adaga na pelagem branca suja, a guardou de volta, ficando de pé e se virando para a ruiva. - Vou dar um jeito nos corpos, pode voltar para a cidade. - Disse a olhando. A mesma tinha um olhar desconfiado. S/N revirou os olhos. - Tenho um amigo que se interessa por coisas assim, vou pedir para ele estudar as criaturas. - Esclareceu.

- Como vou provar ao intendente que fizemos o trabalho? - Mesmo não podendo ver, a bruxa vou que a outra sorria.

- Relaxa, ruiva. - Sua voz saiu arrastada pelo cansaço da luta. - Ele vai nos pagar.

*     *      *

- Mas que merda? Tira essa coisa daqui! - O intendente exclamou ao que S/N colocou a cabeça de um dos viltarin na mesa.

- Só queríamos provar que completamos o trabalho. - A ruiva respondeu séria de braços cruzados e sobrancelha erguida.

- Não precisa desse escândalo. - S/N falou rindo do homem. - Vou deixar aqui de presente. - Brincou fazendo carinho na cabeça da criatura. A ruiva segurou um riso fraco, mal sabia o velho o que tinham feito. - Agora, cadê a recompensa? - Perguntou séria. Vou precisar de roupas novas. Pensou.

O intendente pegou dois sacos pequenos e jogou para as duas.

- Agora saiam daqui, e levem essa coisa com vocês. - Ordenou com o rosto vermelho.

As duas saíram com o dinheiro, e a cabeça.

Lorillis não via a hora de poder tomar um banho, algo que a bruxa compartilhar.

- Desculpe a minha falta de confiança. Não falo meu nome para ninguém, ajuda a manter minha cabeça no lugar. - S/N falou assim que saíram.

- Tudo bem, eu entendo. - A ruiva respondeu calma.

- Foi bom trabalhar essas últimas horas com você, ruiva. - Estendeu a mão para a mesma.

- É. Ao menos nós rendeu mais alguma coisa. - Falou se referindo ao dinheiro, não só aos arranhões e as roupas rasgadas, e apertou a mão oferecida.

- Espero que sua viagem para casa ou próxima parada seja sem tantas emoções. - Brincou, fazendo as duas rirem.

- O mesmo para você. - Então se afastaram seguindo seus caminhos.

S/N foi atrás do cavalo que veio, e a outra também, acabaram percebendo que iriam para o mesmo caminho por um tempo.

- Então, você é uma bruxa? - Ambas já estavam a algum tempo cavalgando para fora da cidade. E S/N não podia segurar sua curiosidade.

- Não exatamente. - Respondeu rindo nervosa. - Não gosto do jeito que as pessoas falam das bruxas. Então, digo que sou uma, apenas para poder faze-los calarem a boca.

- Eu gostei dos seus poderes. De certa forma, ver que tem mais alguém com habilidades que pessoas temem, me deixa confortável. - Falou e a olhou rapidamente. - Faz sentido?

- Nunca é bom ser sozinho. - Falou a olhando de volta.

Ficaram em silêncio por um tempo, apenas olhavam a estrada de terra a frente, estavam chegando no ponto onde cada uma iria por um lado.

Apesar de ser cedo, o sol daquela manhã não estava dos mais fracos, S/N pegou seu cantil para tomar um pouco de água. Pensou que a ruiva ao seu lado também fosse querer.

- Está com sede? - S/N perguntou oferecendo seu cantil.

- Não. Mas obrigada. - Respondeu educada. Ao se virar, por poucos segundos pôde ver o rosto de S/N, e mesmo a memória sendo antiga, quando já tinha desistido. Ali estava ela, a pessoa que matou seu pai. Sua mente estava em conflito, a mesma mulher que a ajudou e salvou sua vida, era a mesma que tirou o último suspiro de seu familiar.

S/N percebeu a mudança na expressão da outra.

- Está tudo bem? - Perguntou a olhando, sua máscara já de volta ao lugar. Foi então que viu a mesma cor vermelha nos olhos da bruxa. - Ruiva? - Perguntou em alerta.

S/N foi envolta pela magia escarlate e arremessada para longe, batendo suas costas em uma das árvores. Seu cavalo correu para longe assustado. Usando de sua magia, a outra voou até ela rapidamente, S/N que se recuperava do ataque repentino se pôs de pé.

- Qual o seu problema? - Perguntou pegando sua adaga.

- Você. - Respondeu pousando a frente dela, puxando sua adaga e começaram a trocar golpes.

Mas S/N tinha muitas desvantagens. Ela estava cansada, havia usado seus poderes a noite inteira, seja transportando os viltarins ou se curando. Mas ainda assim os usava para se defender melhor. Ambas estavam com cortes pelo corpo, S/N tinha uma facada mais profundo em sua barriga, estava confusa pela revolta repentina da mulher.

A bruxa usou sua magia e a jogou para atrás, prendendo seus braços para trás e colocando a adaga da mesma em seu pescoço.

- Está tentando flertar comigo, ruiva? - S/N brincou rindo, mesmo que o aperto da faca em seu pescoço estivesse incomodando.

- Não vai poder fazer gracinhas, quando eu cortar a sua garganta. - Retrucou séria. 

Podendo olhar de perto, aqueles olhos eram familiares, mas o verde em questão estava com raiva, ódio, dor. Foi então que a morena  reconheceu, e Wanda pareceu perceber. Você também lê mentes. A lembrança da morte de Percival fresca como terra molhada depois da chuva, não parecia ter passado tanto tempo. A ruiva ficou confusa em como era a lembrança de seu pai na mente da estranha, mas a raiva não foi deixada de lado, as poucas lembranças alcançadas foram nescessárias para a confirmação da culpa. Foi pega de surpresa pelas palavras de S/N. 

- Me desculpe. Eu sinto muito. - Falava engasgada, a lâmina ainda em seu pescoço. 

- Diz como se sentisse alguma coisa. - Falou entre dentes. 

- Eu realmente sinto. - Falou sem desviar o olhar. Ambas olharam para a mesma direção ao escutar um som estridente, o som da fúria de Alkmene. A dragão vinha em disparada, sua altura já superior a de S/N, estava maior. - Me solte, ou ela vai matar você! - Exclamou voltando a olhar para a ruiva. 

- Não se eu matar primeiro. - Falou se afastando de S/N, mas usou de sua magia escarlate para a manter presa a árvore.

S/N entrou em desespero, ao ver a velocidade de Alkmene, o olhar de concentração e a magia se formando nas mãos da ruiva que a ameaçou, então fez o que estava ao seu alcance. Pegando a mulher de surpresa, a mesma transformou a magia do caos em suas sombras, a empurrou e recebeu o impacto da dragão, por sorte Alkmene não tinha usado de seu fogo.

Foi jogada a alguns metros de distancia das duas, sentia que tinha quebrado alguma coisa por dentro, ficou de pé com dificuldade indo até o dragão que a encarava com os olhos assustados.

 Abriu um portal de sombras com o pouco de poder que tinha, com um aceno de sua mão a mandou de volta para a caverna.

- Falo com você depois. - Disse baixo, mesmo que ela não pudesse escutar. Se virou para a ruiva que a encarava surpresa, mas logo raiva voltou ao seu olhar. S/N suspirou, sentiu seu abdômen doer, respirar era doloroso. 

- Depois nos falamos, bruxinha. - Acenando com uma mão, criou outro portal com a outra e se deixou cair para trás. 

- Não adianta correr, eu vou te caçar se for preciso. - A ruiva disse antes que o portal se fechasse.

Caiu contra uma parede, permanecendo imóvel e de olhos fechados, tentando respirar.

- Com licença, mas você está sangrando no meu tapete. - A voz fez com que abrisse os olhos rapidamente. Cabelos castanhos claros, olhos escuros, o rosto jovem de uma criança, algumas peças e ferramentas em sua cama. - Você é a mulher que estava no escritório do meu pai. - Não foi uma pergunta.

- Princesa Emrys. - Falou suspirando, logo tossindo. Evitou afirmar a frase da criança. - Me desculpe, não quis invadir seu quarto. - Mesmo que fizesse isso, ás vezes. Seu poder deve ter se esgotado no meio do caminho, parando na sombra mais próxima. - Me dê um minuto que eu sairei de seu quarto. 

- Não precisa ter pressa. Ninguém vai entrar no meu quarto nas próximas duas horas e meia. - Falou voltando as sucatas. 

- Você não tem aulas hoje? - Perguntou se sentando melhor no chão, causando uma careta de dor.

- Falei que estava cansada e que não conseguiria me concentrar. - Disse dando ombros. - Então foram embora. 

- Não deveria mentir. - Cochichou. 

- E você deveria parar de sangrar. - Falou com uma sobrancelha erguida. S/N suspirou, aquela garota seria igual aos pais. Emrys foi até sua gaveta, tirando de lá uma toalha branca e foi em direção a morena ensanguentada. - O que aconteceu com você? - Perguntou estendendo a toalha, mesmo não querendo, a Lorrilis aceitou. 

- Me meti em uma briga que não conseguiria ganhar. - Falou arrastado e trêmula, limpando as feridas externas. Sabia que as internas se resolveriam sozinhas nas próximas horas. 

- Você mente bem. - Falou a olhando. S/N franziu a testa. - Mas eu sei quando as pessoas mentem, chame de superpoder. - S/N ergueu uma sobrancelha. 

- Como descobriu seu superpoder? - Perguntou divertida, tentando não gemer de dor. Mesmo fodida, não perderia a oportunidade de falar com a menina.  

- Quando menti para os meus pais e eles não perceberam. Acho que é de família. - Depois daquela declaração, S/N percebeu que aquela criança não seria muito diferente de seus pais. Uma boa mentirosa.

- O que está fazendo? - Perguntou querendo desviar aquele assunto. 

- Meu pai disse que eu poderia voltar a treinar, se eu conseguisse consertar essa coisa. Mesmo não sabendo o que faz exatamente. - Pobre garota, pensou S/N.  

- Posso ajudar, se quiser. - Sugeriu.

- Apenas foque em parar de sangrar. - Falou sem desviar o olhar do objeto em sua mão. 

Mas S/N não sangrava mais, apenas estava com dor. Ficou observando a menina concertar o que fosse, que seu pai lhe deu apenas para testar suas capacidades. Em algum momento, seus poderes começaram a voltar, não quis atrapalhar a concentração da princesa, então apenas se deixou sumir na sombra que o quarto tinha, reaparecendo na caverna de Alkmene. A dragão andou rapidamente até ela, a enrolando em sua cauda e a puxando para perto. 

- Temos que conversar, Alk. - Sua voz era cautelosa. - Isso não pode acontecer de novo, você saiu a luz do dia, as pessoas não sabem que ainda existem dragões, então você está de castigo. - A dragão a olhou com raiva. - Pelo menos até esquecerem. Você foi irresponsável. - A criatura grunhiu em protesto. - Eu tinha tudo sobre controle! - Exclamou. A dragão fez um som parecido com uma risada. - Como se atreve a rir de mim? - Mesma revirou os olhos.

Mas a morena estava certa, Alkmene não foi nada discreta, muitas pessoas viram a criatura alada voando em plena luz do dia, e isso chegou aos ouvidos do rei.

*         *         * 

QUE COMECEM OS JOGOS!!!!

Que eu consiga escrever tudo que eu quero, amém.

Esse aqui é o bicho, o nome é Viltarin, é um lobisomem estranho, eu só coloquei o nome que eu queria hihi


Com a progressão dos capítulos, eu vou atualizar a aparecia de todos os personagens, fiquem ligados.

A Wanda tá com essa aparência.

Uma Lobinha.

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