O TOQUE PROFANO - Livro II

Von Ameliatalentosa

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Este é o segundo livro da trilogia: Irmãos Meirelles, pode ser lido separadamente, mas para um melhor enten... Mehr

Personagens principais
1 Maldito cruzamento
2 - Harpócrates
3 - Voltando a viver
4 - Jogando limpo
5 ‐ Pista de dança
6 - Virgem ou viúva?
7- Te vejo mais tarde?
8 - O preço da mentira.
9 - Na margem do rio
10 - Chuva de prata
11 - Vinho ruim
12 - O banheiro da Casa nova
13 - Nao sou seu amor
14 - Amigos com benefícios
15 - Voyeurismo
16 - Ex namorada
17 - Obsessão
18 - O Oasis
19 - O toque profano
21- O peso da decisão II
22 - Quem é ela?
23 - Pesadelos
24 - Culpa sua, Sara.
25 - Viagem sabática
26 - Eu não sou assassina
27 - você?
28 - Nunca foi amor
29 - O inferno da Sara I
30 - O inferno da Sara II
31 - O melhor abraço
32 - Seguir sozinha
33 - Primos para Valentim
34 - São nossos padrinhos
35 - Você quer me enlouquecer? (Fim)

20 - O peso da decisão I

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Von Ameliatalentosa

Bruno

Esses meses longe da Sara foram difíceis. De fato estou sentindo falta dela.

Converso com a Lorena e ela fala para eu procura-la para resolver nossa situação. Ela foi tão madura em me aconselhar. Assumiu que estava gostando de mim mas que percebeu que eu gosto da Sara.

Ela me abriu os olhos para algo que eu estava negação. Eu de fato estou gostando da baixinha, mas estou disposto a abrir mão da minha vida para viver um relacionamento monogâmico com ela? Isso eu não sei.

A Sara está na cidade e tomei a decisão de procura-la, preciso resolver essa situação de uma vez. Logo que ela chegou em meu apartamento. Eu não resisti e acabei atacando sua boca e transamos alí mesmo, na sala. E pela primeira vez, eu entrei nela sem preservativo, foi uma sensação incrível.

Tivemos uma noite deliciosa de sexo e resolvo convida-la para conhecer um clube. Preciso disso, antes de me decidir. Ela aceita e assim, chegamos ao Oasis. Antes eu liguei para meus amigos Simone e João e pedi que também fossem. A ideia era uma noite divertida e leve, para ela acabar com o preconceito do que é esse estilo de vida.

Ela está linda, num vestido que eu encomendei especialmente para a noite. Chegamos ao clube e ela está curiosa. E pareceu mais a vontade do que eu esperava.

Seguimos para o bar e resolvo brincar um pouco para ver sua reação. Ela fica tímida no início, mas aceita minha carícia publica. Deixei claro que ela poderia sinalizar, se não estivesse a vontade.

Marco, um colega de longa data e que inclusive já jogou comigo e Lorena, se aproxima e começamos a conversar.

Sara aparentemente não se incomoda mais com meu carinho em seu mamilo, mesmo na frente dele.

Eu queria parar o ato imediatamente, vendo ele olha-la com tanto desejo, me incomodou mas deixei que ela tomasse a iniciativa.

Desde muito jovem eu convivo com esses ambientes, sempre me senti a vontade em lugares assim.

Nunca escondi o meu apreço pelo sexo livre. E desde que conheci a Sara, sua inocência, mesmo sendo uma mulher madura e que já foi casada, me mostrou que as pessoas ainda tem muito tabu em relação a isso.

Com tanto a experimentar, eu me senti atraído, sua beleza delicada, seu jeito transparente de demonstrar o que sente. A lealdade com quem ela ama os amigos.

Sara é uma doce surpresa que de alguma forma me cativou, além de ser linda e inteligente.

A ideia é deixar que ela diga até onde eu posso ir. Em um certo momento, ela virá a bebida de uma vez, parece nervosa. Vai ao banheiro e na volta se senta em meu colo, está mais relaxada.

Enquanto ela está no banheiro eu converso com o Marco, que aparentemente está encantado com a Sara.

— De onde você a conhece? — Ele pergunta interessado.

— Ela é alguém que estou saindo. Mas ela não é desse universo.

— Não foi o que eu percebi. Deixa a mulher decidir, Bruno.

Sempre jogamos assim. Quem decide até onde ir são elas. Nós apenas fazemos o que nos é permitido. Mas não quero mais continuar com a brincadeira. Não sei qual é a intenção da Sara. Não tive a chance de perguntar.

De fato, as coisas sempre são assim com os meus jogos. A mulher dita as regras que quer jogar, mas eu não estou entendendo o jogo dela. Ou o que ela está querendo me provar.

A ideia de trazê-la aqui nunca foi de dividí-la com alguém, mas de quebrar um pouco da ideia deturpada que ela possa ter de ambientes como esse.

Tenho amigos que não participam de nada relacionado a sexo, mas gostam de frequentar o lugar pela sua atmosfera.

É um Voyeurismo pra muita gente, estar em um clube assim, mesmo quando não participando de nenhuma cena ou jogo, já é o suficiente para esquentar a relação.

Meus amigos Simone e João, por exemplo, não tem interação sexual com outras pessoas. Em clubes, ele usam mascaras para esconder suas identidades, já que não é um ambiente tão restrito como as festas dos Harpócrates. Mas lá sim, eles tem a liberdade de brincarem com seus fetiches mais abertamente.

João é submisso da Simone. Mas fora dessas paredes, eles são um casal como outro qualquer. Ele um juiz respeitado, e ela uma artista plástica e um casal querido por muitos. Mas poucos sabem de suas predileções.

Mas e eu? Seria capaz de dividir a Sara, se ela assim desejasse? Eu teria esse sangue frio do Raul, por exemplo?

Antes, as minhas parceiras e namoradas, não existia amor, era desejo cru, algo carnal, mas nada igual ao que eu sinto pela Pequena.

Eu tentei me enganar, fugir, mas de fato estou muito envolvido com ela. Eu não sei direito o que estou sentindo, mas é muito diferente do que tinha com a Lorena, por exemplo.

Estamos conversando e vejo a Luana e Raul se aproximando. Me arruma no sofá, não quero parecer disponível para ambos, e nem que ela se sinta íntima, me agarrando, e corra o risco de a Sara nós ver assim. Não saberia como me explicar a ela.

— Boa noite, cavalheiros. Como estão? — Raul nós cumprimenta da forma calorosa de sempre.

— Boa noite, Raul, Luana. Tudo bem com vocês? — Espero que eles não se sentem aqui.

Quero tirar a Sara o mais rápido desse ambiente. Isso se ela quiser. Mas não a quero perto da Luana, uma mulher que se tornou enjoativa com sua insinuações exageradas e que provavelmente não perderá a chance de destilar seu veneno e arrogância com ela, como faz com qualquer mulher que ela veja em minha companhia.

Ultimamente, Ela não está mais nem conseguindo disfarçar seu interesse em mim, na frente do Raul. E isso pode ser um problema.

O Raul é um cuckeold, ele sente prazer em ver sua esposa com outro. Ou que ela saia com alguém sem ele e depois conte a ele o que fez no encontro.

Raul gosta de humilhação. De que a esposa diga o quanto ele é fraco e ruim de cama, enquanto a assiste transado com outro, as vezes ele até participa, tomando o sêmen, colocando o preservativo no homem, e até mesmo segurando sua esposa em determinada posição para que ela seja penetrada por outro.

Pode parecer contraditório, mas uma coisa é o consentimento do marido em vê-la com outro, isso é de alguma forma, prazeroso, mas algo feito por suas costas é considerado desleal, ele se considera traído.

E o Raul não parece ser uma pessoa que lida bem com isso. Tanto que quando a Luana tentou mais uma vez me abordar, eu avisei que contaria a ele e ela imediatamente se retraiu. Ela sabe que ele não a perdoaria.

E ela tem muito a ganhar com esse casamento. Até onde se sabe, ela era uma prostituta, e ele se apaixonou e a tirou do prostíbulo. Mas não sei até onde essa história se confirma.

Tanto eu como Marco já participamos de jogos com o casal. Mas agora, olhando para ela, seu corpo, cabelo, é uma mulher muito bonita, mas não sinto nada, nem tesão, desejo, parece sem graça, hoje nada nela me agrada mais.

Felizmente o casal estava somente de passagem e logo se despediu, saindo, e em seguida a Sara volta e se senta em meu colo. E me surpreende ao vê-la sorrir para o Marco.

O que ela pensa estar fazendo. Porra, ela quer que ele a toque. Que merda Sara. Essa não era a ideia. Penso. Estou em Pânico. O que eu vou fazer? Olho para seu rosto e não consigo ler suas feições.

Estou sem conseguir decifrar seu comportamento. Ela vai permiti-lo colocar a boca em seu mamilo? Eu sinto um desconforto que nunca experimentei na vida. Só eu deveria toca-la assim.

Meu coração da um pulo. Eu quero esmurrar Marco, mas Sara o incentiva erguendo seu vestido. Ela só pode estar brincando comigo.

Que porra de jogo é esse que ela está fazendo? O que ela quer me provar? Ela vai deixa-lo sentir seu gosto, mas era somente a minha boca que deveria ter esse direito.

Estou desesperado, preciso interromper essa merda, mas ela me olha de um jeito que eu não entendo eu me quebro por dentro em vê-la ser tocada por outro. Isso não deveria estar acontecendo. Não era isso que eu queria como resultado da noite.

Ela é minha, caralho. Travo minha respiração. Eu preciso agir, acabar com essa merda, mas sou covarde e não faço.

Então ouço um soluço dela e só agora entendo o que eu acabei de permiti acontecer.

Ela me testou, e eu não soube interpretar o que ela queria de mim. Eu só tinha que ter interrompido, mas não fiz.

Eu a perdi. Eu sei disso. Ela se levanta e sinto seu cuspe atingir minha face. Daria minha vida para não ver a decepção que ela estampa em seu rosto.

Eu sou um merda, um covarde. Ela estava me testando. Como eu não percebi isso, porra, eu sou advogado, eu sei lê a postura das pessoas, mas o que deu de errado comigo?

Perdi meu prumo. Estou desesperado. Como eu vou consertar isso? Como vou receber o perdão dela. Eu a amo, meu Deus, eu a amo mais que tudo, como pude deixar as coisas chegarem nesse ponto? Eu precisei deixar um homem chegar onde chegou para eu perceber que a amo.

— Pelo amor de Deus, Sara, não faça isso. — Me levanto com tanto pavor. Não vejo nada. Minha respiração está pesada, meu peito se aperta.

O que será isso que estou sentindo? Parece que vou explodir por dentro. Nunca vivi esse tipo de sentimentos antes.

A vejo andando como se estivesse perdida. — Sara, por favor, me escuta. — Ela me olha tão fria que tenho medo. Preciso me explicar.

Meu chão se abre e me engole quando ela diz que tem nojo de mim. Isso não. Por favor. Sinta raiva, grite, me bata, mas não faça eu sentir esse medo que estou sentindo.

Lágrimas tapam minha visão. Meu estômago está uma verdadeira tempestade.

Me aproximo dela, que se vira pra mim, está tão ferida, tão magoada que não sei se tem conserto. A minha pequena está decepcionada comigo.

Ela fala, assume seu amor, e as verdades que ela diz tem um peso tão grande, que duvido ser capaz de suportar.

Ela sai andando e some em meio a fumaça do lugar. Estou sem direção. Preciso fazer alguma coisa. Ouço alguém em chamando.

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