— Vamos lá, onde será que está o garotão do vovô? – Lucius andava pela sala a procura de seu neto enquanto brincavam de "me ache se puder", sim, Scorpius tinha criado aquele jogo e sempre que estava na casa dos avós, ele os forçava a brincar consigo.
O plano de revezarem as casas estava dando certo, e o casal queria que continuasse daquele jeito por pelo menos, mais cinco anos, já que Scorpius não conseguia ficar sem ver os avós por muito tempo; mesmo que o espaço de tempo fosse extremamente curto, agora que Lucius e Narcisa também frequentavam a casa de Sirius e vice-versa.
Harry e Draco tinham optado por não trabalharem, pelo menos, até que Scorpius fosse para a escola, eles não queriam perder a melhor fase do garoto e levando em conta todo o tempo que ficariam longe dele após os onze anos, a primeira opção era a melhor.
Lucius e Sirius não discordaram.
Assim que Harry chegou na casa do sogro, Winky o recebeu e sorriu animada ao ver que ele não estava só; Dobby fazia questão de acompanhar seu querido amigo em todas as visitas ou estadias na casa dos Malfoy. Os elfos se cumprimentaram e antes que a baixinha contasse onde estava seu filho, ele ouviu as risadas e os comentários do patriarca da família.
Dobby olhou pra cima, encarando Harry que franziu o cenho segurando o riso.
— Não pense que o vovô não será capaz de achar você... Você não vai ser o campeão dessa vez, meu rapaz... – ele continuou falando enquanto passava por debaixo das escadas, até notar a presença do genro e seu elfo. — Ah, Harry, n-não vi vocês chegando... – disse sem graça e abaixando a cabeça, Dobby tentou não rir na frente do homem.
— Desculpe chegar sem avisar, senhor Malfoy. – o moreno — O Draco ficou no beco diagonal com a Pansy e o Blaise, o Sirius saiu com o senhor Weasley, então decidir vir direto pra cá...
— Claro, claro, não se preocupe com isso, você sabe que essa casa também é sua... Hum, er, o Scorpius e eu estávamos jogando, a Narcisa também não está, então você sabe, a gente inventa de tudo um pouco pra entreter as crianças. – disse ainda sem graça e olhou ao redor. Dobby guardaria aquela imagem consigo para sempre. E Sirius com certeza iria adorar saber daquilo também. — Filhão, olha só quem chegou... Seu pai e o Dobby estão aqui. – Lucius continuou falando mas não houve nenhum barulho vindo de Scorpius e novamente o homem passou a mão na cabeça, olhando ao redor — Scorpius, já podemos fazer uma pausa, seu pai está aqui.
Antes mesmo que Harry começasse a demonstrar medo pelo "sumiço" do filho, o menor apareceu na frente de ambos, tirando a capa de invisibilidade de seu pai, vendo o moreno saltar dois passos atrás.
— Oi pai! – disse rindo.
— James Scorpius Potter-Malfoy... – o garoto recuou mordendo o próprio lábio. Harry só usava aquele tom de voz em uma única situação.
— Desculpe papai Haz. – o menor disse rápido.
— Quantas vezes o papai te disse pra não mexer nas nossas coisas?! – o loiro engoliu seco — Filho, você é um bruxo, mas ainda é novo, nem fez seis anos... – Harry suspirou tentando não soar rude demais — As coisas dos adultos podem te machucar, mesmo que você seja um bruxo. Nós já conversamos sobre isso, não foi?!
— Sim, pai.
— Então, porque andou mexendo nas minhas coisas?!
— Ora, vejamos, ele não fez por mal, Potter... – Lucius disse vendo as primeiras lágrimas do garoto começarem a surgir — Ele só queria brincar com o vovô, não foi, querido?! – Scorpius ficou em silencio, ainda encarando Harry. — Não precisa reclamar tanto, ele já sabe que não pode mais fazer isso...
— Desculpe, senhor Malfoy, mas o Draco e eu temos regras dentro e fora de casa, e ele sabe disso...
Por mais que doesse ver seu filho chorar, aquilo era preciso, Harry podia contar nos dedos todas as vezes que reclamou ou pôs seu filho de castigo; ele era um doce, educado e atencioso com todos, além de extremamente obediente, o que era um milagre pra alguém com os genes dele e Malfoy. Mas ainda assim, quando havia necessidade, tanto Harry, quanto Draco mantinham o pulso firme e faziam o que tinha de ser feito.
— Desculpe papai, mas é que a cama tava bagunçada e a capa ficou em cima do armarinho...
— Aquilo é uma cômoda, amor. E sim, eu sei que esqueci a capa lá em cima, eu estava com pressa pra sair com o seu pai, mas isso não é justificativa, você sabe que não pode pegar nada sem pedir permissão, pelo menos, não as nossas coisas de magia... – o menor assentiu. — O papai já prometeu que te dará ela de presente quando você for pro colégio, mas pra isso, vai ter de merecê-la.
— Eu sei. Eu só achei que seria legal fazer o vovô correr como bobo – Lucius fez uma careta mas acabou rindo, enquanto Harry permanecia impassível — Não faço mais isso, pai.
— Ótimo, agora venha aqui. – Harry sorriu se agachando pra abraçar o filho — O papai sempre dar o que você quer, não é?! – ele assentiu apertando o pescoço do pai — Odeio brigar com você, mas as vezes é necessário amor, queremos que tenha a melhor educação, pra que seja um grande homem quando ficar mais velho e nos encher de orgulho, mas do que já temos de você agora. – Scorpius soluçou — Não chore amor, tá tudo bem, o papai não tá bravo.
— Sinto muito. – o menor disse.
— Nós amamos você, pequeno, te amamos mais que tudo nesse mundo...
— Também amo vocês. – Harry então se afastou e sorriu secando as lagrimas de seu rosto. — Você é o melhor pai do mundo... – Harry sorriu bobo.
— Não deixe o papai Draco ouvir isso – o moreno sussurrou brincando enquanto o filho ria — E você é o melhor filho do mundo. Agora vem, vamos ver aqui as coisas novas que o papai trouxe pra você.
— Oba!! – o menor pulou encarando o avô em seguida —Desculpa vovô, a gente brinca depois.
— Claro, claro, não posso disputar com os presentes... – Scorpius riu e sentou no sofá, abrindo as sacolas que Dobby trouxe em seus rotineiros estalar de dedos.