࿓ Doctor Unbearable

Door louispoc

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࿓ Onde Harry é o enfermeiro chefe do hospital londrino St.George's e precisa lidar diariamente com as provoca... Meer

࿓ Intro
࿓ Um primeiro olhar
࿓ Algumas coisas nunca mudam
࿓ Pequenas surpresas
࿓ Eu acho que você me quer
࿓ A primeira vez, ou quase
࿓ Finalmente a primeira vez
࿓ Um dia especial
࿓ Acidente proposital
࿓ Mamãe
࿓ Ascaris lumbricoides
࿓ Eu realmente amo você
࿓ Baile
࿓ Desentendimentos que fortalecem
࿓ Te amo
࿓ Novas surpresas
࿓ A noite de halloween
࿓ Feliz aniversário
࿓ Despedida de solteiro
࿓ Os melhores padrinhos
࿓ Um belo final
࿓ Um belo final (2)
Aviso!
࿓ Pov: um primeiro olhar

࿓ Pov: Algumas coisas nunca mudam

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Door louispoc

Toda forma de interação com a história é sempre bem-vinda. É de muita ajuda que você curta ou comente aqui •

Mais um capítulo na versão do Louis :)

Mais um dia. Mais um dia de trabalho, vindo ao hospital em uma madrugada fria, onde meu dia começa realmente.

Empurro as portas de entrada do hospital. Por algum motivo eu não quis usar minha vaga no estacionamento particular hoje.

Achei que houvesse sido uma má ideia, até que eu avistasse o garoto de cachinhos e sorrisos de covinhas, frente aos elevadores.

Para começar esta conversa, no dia em que eu conheci ele, gostei deste de primeira, se é que deu para perceber...

Segundo, eu achava que meu "jeitinho" de ser o tinha convencido das intenções que eu tinha...e não foi bem assim.

Faz quatro anos que eu estou como um idiota apaixonado que nunca se declarou realmente, onde eu nunca fiz mais do que implicar com a vida dele, usando esse pretexto para tê-lo por perto.

Sei que é idiota, mas é realmente o máximo que posso fazer...até então.

- Bom dia, Styles - o digo, após chegar ao seu lado.

É bem claro que Harry me odeia, pela forma como este quis entrar de uma vez no elevador, sem nem olhar para trás. Muito bem, Louis.

Eu poderia ter deixado um pouco mais óbvias as minhas intenções com ele, mas isso parecia favorecimento e Harry é muito inteligente e há muito nele para se admirar. Não quero que ele seja resumido a ter uma "relação com o chefe".

Ele se tornou enfermeiro chefe por puro e total merecimento seu.

Não que ele fosse me aceitar...eu posso ter um ego grande, mas até eu sei que Harry é demais para mim...

- Eu não estou aqui - ele resmungou, após o elevador abrir e este entrar correndo.

Ótimo.

- Poxa, você não ia segurar a porta para mim? - pergunto por alto, eu sei que ele me deixaria do lado de fora, se pudesse.

A porta se fechou, com nós dois ficando a sós dentro do elevador.

- Está muito cedo para você começar a encher a minha paciência - Harry murmurou me  encarando com fastígio.

Gosto muito do modo como ele se expressa e foi ganhando mais confiança ao longo do tempo.

Ele é tão bonito e eu gosto como ele é sempre sério, porque minha personalidade contrária o tira do sério com muita facilidade...

- Você fica bonito sem roupa - foi mais forte que eu - de trabalho. Não pense besteiras, Styles.

A melhor parte da piada é essa carinha que ele faz. Harry fica completamente vermelho e finge que não se abalou. Ao menos assim eu tenho a atenção dele.

- Não fui eu quem pensou besteiras aqui. Você não pode sair por aí dizendo que eu fico bonito sem roupas, sendo que você sequer me viu sem roupa ainda.

Ainda? Ele disse ainda não é? Eu juro que eu escutei isso.

Sério, Louis? Vai me dizer que você alucinou de novo? Imagina ser o melhor neurocirurgião da Europa e não ter os neurônios funcionando?

- Ainda? - sorri com as segundas intenções que eram bem claras - e quando que isso vai acontecer, Styles? Preciso marcar uma hora ou você já planejou tudo?

Ai, Louis, você não tem jeito mesmo.

- Já chega - Harry resmungou, cruzando os braços, após apertar o botão do andar outra vez - durante os próximos segundos, fique quieto, ou eu vou acertar você com a mochila pesada.

Eu adoro quando esse homem manda em mim. Será que ele quer um cachorrinho? Eu não dou trabalho.

- Sabia que eu só recebo ordens de você? Adoro quando você me dá ordens, Styles.

Acho que meus divertidamente estão surtando agora, vou nomear um deles com o nome de "O Louis Cadelinha".

- Sabia que eu não gosto de você? - ele me encarou, dizendo as palavras.

Eu sei...mas prefiro não pensar nisso.

- E eu já pedi para você ficar quietinho.

Por um momento, eu quase cedi, quase deixei que ele fosse embora, mas algo me diz que há uma beleza na minha resistência.

- Quer um cafezinho?

Acho que ele vai me dar um soco...tudo bem eu sempre quis apanhar de homem bonito mesmo.

- Não!

Pare de me rejeitar, a gente ia fazer um casal tão lindo.

- Para de ser chato, Styles. Você sempre toma café no hospital, antes do seu turno da manhã - porra, Louis, assim você vai parecer algum doido.

Eu não sei se agradeço ou não, pela porta ter se aberto, no momento em que me veio mais algo a cabeça:

- Como primeira ordem do dia, você vai tomar café comigo.

O pior que pode acontecer é ele dizer não. Eu sei que é provável que diga, mas tudo bem, eu não desisto fácil.

Eu não esperei resposta e fui caminhando em direção a minha sala, enquanto Harry apenas ficava quieto e me observava sair.

A gente ainda vai casar.

- Louis, você ainda não desistiu? - Liam me disse, pela milionésima vez.

Para ele é muito fácil falar, começou a namorar com o Zayn no primeiro ano em que ele entrou aqui e faz pouco mais de um mês que pediu ele em casamento.

Enquanto isso, eu estou na estaca zero.

Queria realmente ter algo que fizesse com que Harry gostasse de mim, mas eu só tenho meu senso de humor e a minha inteligência.

E minha beleza esplêndida é única, obviamente.

- Liam, eu gosto dele. Sei que é chato ter que insistir tanto, mas eu sinto que vou conseguir e ele vai se interessar por mim. Vou parar no dia em que ele realmente se incomodar com isso e eu vou ter que me forçar entender que ele não foi feito para mim - o disse com um ar baixo.

- Louis tem razão, Liam. Eu sinto que vocês vão ficar juntos, Louis - Taylor pôs a mão no meu ombro, em conforto.

A vida de apaixonado não-recíproco é muito triste.

Mas, ainda assim, ele não disse "não" quando o chamei para tomar café comigo. Vou encontrar com ele agora e tentar de novo.

- O Zayn bem que poderia me ajudar com o Harry. Ele deve saber de coisas interessantes, que o Harry goste.

- Zayn não me conta nada sobre as conversas dos amigos dele. Ele é bem reservado com suas amizades, mas você pode tentar saber de algo e não me meter nisso. Quero que meu casamento aconteça - Liam suspirou, me fitando com um olhar divertido.

Eu sei que ele me ajudaria em tudo que eu o pedisse.

- Agora eu vou indo, tenho que fazer algo - comentei com eles, ao pôr uma pilha de fichas sobre a minha mesa e dar a volta nesta.

Os vejo permanecer conversando sobre algo e parecendo perdidos nisso. Aproveito para sair dali e dar a volta no setor cinco, para ir buscar Harry.

Acho lindo como ele é inteligente e ainda que o cargo de enfermeiro chefe já seja seu, ele tenta provar seu valor todos os dias.

Passando por cada uma das sessões e checando o movimento do local, eu pude ver Harry. Ele e Niall conversavam sobre algo.

Niall é outro que ganhou um lugarzinho na minha vida e eu acho que no inferno também, porque não falta nada para me deixar doido.

Finjo implicância mas ninguém precisa saber que eu tenho medo dele. Esse garoto é doido.

Assim que paro atrás de Harry, o ouço dizer algo sobre mim:

- ...você sabe que eu não estou mentindo. O Louis só fica desfilando pelo hospital com esse ar de "é isso mesmo, eu sou gostoso, o mundo precisa olhar para mim"

Acho que o coringa teria muita inveja do meu sorriso agora.

Ele disse que eu sou gostoso? Nem que fosse em entrelinhas, não é? Meu divertidamente o cadelinha do Harry tá' tocando fogo em tudo.

Você acha que eu sou gostoso? Eu sou mesmo, mas já que você disse isso gostaria de me levar para casa? Eu posso pôr um lacinho vermelho na minha cabeça.

Mas...voltando a pose séria:

- Eu não digo essas coisas, Style.

Diz sim, mentiroso.

- Droga - ouço ele murmurar - oi, doutor Tomlinson, que coincidência vê-lo por aqui.

Aham, sei.

- Nada demais. Não se preocupe. Eu e o meu complexo de "sou gostoso e todos precisam me olhar" estamos bem - um sorrisinho surge em meus lábios.

Ele fica corado com tanta facilidade.

- Não força. Eu não estava falando de você, ok? É outro Louis.

- Aham - me conte qual outro Louis Tomlinson tem nesse hospital, querido.

- Existem muitos outros Louis Tomlinson médicos e que trabalham nesse hospital.

Não, mas nessa ele foi pior do que eu. Ele não sabe disfarçar nada.

- Você está parecendo um retardado agora - Niall comentou com Harry.

As vezes Niall me ajuda, as vezes ele me dá uns toques sobre o Harry. Ele é prestativo, das vezes em que não sinto vontade de jogar uma pedra nele.

- Você tem um fraco por me fazer passar vergonhas - Harry suspirou, cruzando os braços ao me fitar.

E eu tenho um fraco por você, não é, gato? Tão fraco que eu nem sei como que eu ainda estou em pé aqui.

- Hm...acho que não. Mas eu tenho um fraco por cacheados mandões, sabia?

Pega ao menos essa direta, porque mais direto do que isso só se eu trouxer um padre e casar a gente aqui.

- Essa tensão sexual de vocês está quase me engravidando - Niall comentou, revirando os olhos para a situação.

Eu até lhe diria algo, mas tenho medo dele me ofender de trezentas maneiras diferentes.

Harry ignorou a mim e ao amigo, passando por nós dois para ir em direção as escadas, que era um pouco mais perto do que o elevador, agora. Ele estava lindo com o nariz empinado e um ar sério.

- Não íamos tomar café? Então vamos logo. Eu não tenho o dia todo, Dr. Tomlinson.

Olha como ele é. Falta pisar em mim e eu ainda agradeceria. Esse homem faria eu me humilhar por ele.

Harry continuou andando, ele ia até o elevador, mas suponho que pela fila, desistiu.

- Ele fica uma gracinha quando está irritado - suspiro por alto, pouco antes de ir até ele.

O sigo para as escadas. Harry parece estar bem concentrado em me ignorar o caminho todo. A porta se fecha atrás de nós e ele começou a sair degraus abaixo, sem sequer olhar para trás.

Eu tento realmente levar na esportiva que ele seja distante de mim. Sei que peguei muito em seu pé, mas eu fiz isso porque sei que ele pode dar o melhor de si.

Ele é tão talentoso.

- Harry - o chamei, porque na última curva de escadas estava tendo uma obra e ele iria se atrapalhar ao pisar no degrau errado.

Mas ainda assim, ele não quis me dar atenção e o vi quase escorregar, se não fosse pelo fato de eu estar próximo o suficiente para segurar sua mão.

Ele não hesitou em se agarrar no meu braço e esse momento pediria até uma câmera lenta e musiquinha, se não fosse pelo fato de eu ser o próximo a escorregar e nós dois cairmos.

Romântico.

Senti o peso do seu corpo sobre o meu. Não era do jeito que eu queria mas ok.

- Você me derrubou - Harry me encarou com um ar chateado como se realmente fosse verdade.

- Eu ia ajudar você a não cair - suspiro, ao me pôr de pés.

Não é como se ele tivesse muitas opções, mas eu estendi minha mão para ajudá-lo a ficar de pés e ele aceitou.

- Mas nós dois caímos - Harry me fitou ao dizer.

- Mas você não pode dizer que eu te derrubei de propósito, querido - argumento, o fazendo desviar o olhar por conta do apelido.

Seria o apelido mais fofo que eu poderia usar com ele agora, os outros não eram lá muito decentes.

- Você deve me adorar para me perseguir assim - o ouço dizer em um tom irônico.

Mas é isso mesmo, meu filho. Será que você não percebe?

Eu vou tatuar na minha teste "Ei, se você for o Harry styles, me adote, eu quero você".

- Vamos tomar esse café logo - Harry disse a mim, desviando do degrau para poder sair pela porta de emergência.

Enfiei as mãos nos bolsos do jaleco, sentindo que deveria avisar a ele sobre sua calça estar manchada com poeira de construção. Nem se quer eu pude disfarçar a risadinha.

- Styles, você está com-

- Louis, quer dar um tempo das suas piadas?

- Eu só ia dizer que você está-

- Sem mais palavras - Harry já me encarava com um ar de poucos amigos.

Veja bem consciência, não fui eu quem comecei com isso, foi ele. Eu ia fazer o meu trabalho de avisar, ele quem não quis.

Entramos no refeitório e fomos diretamente ao local onde haviam as opções de comida. Ele me olhou por um instante, como se quisesse saber o motivo do meu sorriso continuo.

- Por que é que você está com essa cara?

- Você quer saber mesmo ou vai me mandar calar a boca de novo? - o pergunto.

Ele pareceu meio envergonhado com o meu comentário. Aposto que não era sua intenção ser grosseiro. Ele sempre é amável.

- É que você está com pó de construção na sua bunda - comentei como quem não queria nada.

Sua feição mudou no mesmo instante e eu vi ele corar, batendo as mãos na calça de seu uniforme.

- Quer ajuda? - ofereço inocentemente.

- Eu dispenso - ele revira os olhos, após terminar - vou pegar uma salada de frutas.

- Tá' bem - aceno, indo atrás dele. Eu tento comer algo antes de sair de casa, alguma fruta ou panquecas.

Não faz meu tipo socializar muito com outros. Eu sou tranquilo, mas prefiro manter a minha postura séria frente aos outros.

Eu escolhi um cappuccino, porque a manhã era fria e eu queria algo quente.

- Deixa que eu pago - comento com ele, ao passar na frente.

- Não, obrigado - Harry sempre tem que estar na defensiva?

Tudo bem, eu entendo ele. Uma parte de mim acha que ele só não quer ser taxado como um aproveitador.

Por isso que eu não fui o mais permissivo com Harry durante esse tempo.

- Eu te convidei. O certo seria eu pagar. Não tem nada haver com orgulho, Styles. Só estou fazendo o certo - o digo com sinceridade.

Ele pareceu relutar um pouco, antes que este cedesse.

- Ok.

Harry foi para uma mesa próxima, enquanto eu terminava de pagar. Sempre que o vejo, torço para termos uma conversa produtiva.

- E então? Tem alguma cirurgia para hoje? - ele me pergunta, ao menos quer conversar.

- Duas pela manhã. Você deveria saber, Styles. Vai me auxiliar nas duas - comento, mexendo o cappuccino com calma.

- Achei que fosse querer outro apoio hoje.

Até parece. Você auxilia quase todas as minhas cirurgias a quatro anos.

- Não, continua sendo você o privilegiado - o fito por um instante e já é previsível ver os seus olhos se revirando.

Mas, o sorrisinho que vem depois vale sempre a pena.

- De verdade, você me odeia? - ele me pergunta e quase deixo meu copo cair.

Caralho, mas você é cego, meu filho? É bocó?

Eu me humilho todo dia por sua causa. Se eu te odiasse eu nem olharia na sua cara.

- Eu? Te odiar? É você quem me odeia, Styles.

- Eu não comecei com isso. Foi você! Desde o primeiro dia aqui, ok? Com aquela história de diamante bruto e talentoso.

Meu Deus, não me lembre dessa humilhação, por favor. Eu achei que estava conquistando você muito bem.

O lance do diamante quis fazer eu me jogar no meio da rua, depois de uma semana.

- Ah qual é? Você tem talento, Harry. A quatro anos você era um novato e agora você chegou a enfermeiro chefe. Eu ter pego no seu pé todo o tempo, te ajudou a dar seu melhor.

- Justo.

Ele é tão lindo. Pelo amor de Deus, aonde que eu preciso assinar os papéis para me casar com ele?

- Eu não teria como te odiar, Harry Styles. Eu até decorei o seu nome - comentou com um ar de cachorrinho apaixonado, como se já não lhe fosse bem claro.

Ele abriu um sorriso fofo. Meu Deus, será que eu vou morrer sem casar com esse homem?

- Te odiaria menos, se você não fosse tão convencido.

- Não sou convencido. Eu normalmente não socializo porque a minha personalidade real não é a mesma da profissional. Não misturo ambos.

Ainda assim, Harry me olhava descrente. Ok, ele me conhece um pouco.

- E eu também não gosto de ficar sendo todo tempo incomodado por internos - finalizo - cansei de ouvir "uau, é o doutor Tomlinson" e "nossa, é ele mesmo".

- Você é tão egocêntrico. Seu ego é muito grande, Louis.

Eu juro que pensei em coisas não muito educadas agora.

Ia retrucar o seu deboche, mas pude ouvir uns burburinhos próximos. Um grupo de novos residentes passava no pátio.

- Dr. Tomlinson, desculpe incomodar, mas eu sou muito seu fã. Você é incrível. Eu me chamo Erick e...oh! Desculpe, eu esqueci que o senhor não grava nomes.

Um garoto disse animado e havia uma menina ao seu lado.

- Ainda assim, eu me chamo Lisa. Eu sou sua fã também - ela comentou.

- Realmente não sou bom com nomes - os disse - só gravei um nome até hoje - meu olhar caiu sobre Harry.

Ele ladeou a cabeça, com um sorriso leve nos lábios.

- Não tem importância os nossos nomes. O senhor é tipo a maior lenda da neurocirurgia. Eu já falei que sou sua fã?

- É, acho que todo mundo já entendeu que você é fã dele - Harry comentou ao fitar a menina.

Você é meu fã favorito, Styles. No fundo eu sei que você é.

- Doutor Tomlinson, me desculpe. Eu perdi os internos de vista, mas lamento o incômodo - uma mulher se desculpou, ao ir buscá-los.

- Sem problemas - aceno com calma.

Quando eles nos deixam a sós de novo, dou um gole longo em minha bebida.

- Por que não pode ser igual aos meus fãs?

- Já fui seu fã, senhor fabuloso. Mas você e o seu ego me fizeram largar seu fã clube - ele me encarou de modo sarcástico.

- Inacreditável.

Harry franziu o cenho.

- O que?

Agora você tem oportunidade de falar algo, Louis. Coragem, homem.

- Com tantas possibilidades na vida, eu tinha que ter um fraco por enfermeiros com cachos e complexos de mandões, que fingem meu odiar.

Eu pude ver ele me encarar estático. Será que esse filhote de cruz credo entendeu finalmente que eu estou cadelando por ele?

Mas, como toda desgraça é pouca, seu pager soou alto:

- Primeiro atendimento do dia, tenho que ir - Harry se levantou rapidamente, sorrindo pequeno para mim.

Que desgraça de vida. Destino miserável.

- Tudo bem. Eu vejo você mais tarde, Styles - comento com se eu não quisesse me jogar no chão.

Ele me dedicou um sorriso mais, antes de sair pelo pátio.

Caminho por entre os setores, após sair de uma consulta, um pôs-operatório que eu fui checar. Entro no local aonde as pessoas são medicadas com injeções ou soros, após a receita.

Vejo Liam parado frente a Harry e Zayn. Eles dois parecem estar medicando uma garotinha:

- O que estamos olhando - o pergunto, ao parar ao seu lado.

- Eu vim checar minha nova paciente e me encontrei com essa cena - Liam me disse - cada dia eu me apaixono mais por ele.

Meu olhar recaiu sobre Harry ajoelhado frente a garota. Ele parece ser ainda mais incrível ao estar distraído.

- Eu entendo - suspiro por alto.

Louis para de ser uma cadela, para não.

Harry e Zayn conversavam calmamente com a menina, esta parecia se lamentar de algo.

- As vezes meninos tem modos estanhos de querer chamar a atenção da pessoa que eles gostam - Zayn suspirou ao dizê-la.

- Garotos são muito bobos, meu bem. As vezes eles acham que te provocar até que você perca a paciência é a maneira mais correta de chamar a sua atenção - ouço Harry a dizer.

Jura? Faltou só pôr meu nome no final da frase.

Seria melhor se ele fosse tão bom em entender indireta, do que é fazendo uma.

- Ou, há vezes em que a princesa se faz de difícil, só porque não quer assumir que gosta das provocações do príncipe - digo por alto.

Automaticamente ele se vira para mim, com um ar de deboche:

- Porque toda princesa adora ser provocada até ter vontade de jogar um sapato na cara do príncipe - ele disse ao me encarar.

Você é uma peste mesmo...mas eu quero você mesmo assim.

Ignorei meu pensamento, ao caminhar até a garotinha e me abaixar perto dela:

- As vezes você só precisa chegar nele e o perguntar o que ele quer. Não tenha medo e mostre que você não vai aguentar as coisas bobas que ele te disser. Há princesas muito incríveis pelo mundo e você é uma delas.

Ela me lembra a minha filha. Tenho esse lado paterno em mim e que me faz sempre lembrar de Riley.

- Ei, ele é seu príncipe? - ela perguntou a Zayn ao apontar para Liam e este acenou - quem é o seu? - perguntou a Harry.

- Ainda não achei - o ouço dizer.

Mas eu sou uma piada para você, Harry?

Você quer que eu faça mais o que, hein? Você quer o hospital e a minha casa?

- Porque você é cego - a voz de Niall ecoou do outro lado do vidro.

Obrigado, Niall, eu nunca te critiquei.

- Tem um aqui - a garota apontou para mim - ele pode ser seu príncipe.

Verdade, eu posso, por que você não me aceita?

A menina fez mais por mim do que eu mesmo em quatro anos.

- Ele não tem bom gosto - resmungo, ao cruzar os braços.

- Mas eu tenho bom senso.

Será que se eu der um grito aqui vão me achar doido? Porque eu estou a ponto de fazer isso.

- Obviamente você não tem - revirei os olhos - nem bom gosto e nem bom senso.

- Retire o que você disse - ele me fitou com irritação e eu neguei.

Em seguida, senti um beliscão em meu braço.

Esse homem vai me humilhar e ainda quer me bater? Por favor, pode me levar, Deus.

- Tô' nem aí. Não doeu - resmunguei.

Doeu sim.

- Minha melhor amiga, Jude, briga assim com o namoradinho dela - a garota comentou.

- Vão no terapeuta de casal - Niall outra vez disse.

Será que se eu der com essa prancheta nele, ele me processa?

Harry parecia envergonhado com o comentário ao que ele se recompôs:

- O que mesmo você veio fazer aqui?

Agora se vira em uma desculpa, Louis.

- Eu ia te avisar que a doutora Swift está te procurando - disse como quem não queria nada.

- Agora que já avisou, pode ir embora. Fora da minha enfermeira anda.

Ora mais esse filho da mãe acha que manda em mim...ele manda mesmo, mas não precisa saber disso ainda.

- Você não pode mandar em mim. Sou um neuro famoso e o chefe desse hospital e-

- Fora, Tomlinson.

Também não precisa gritar comigo. Eu sou sensível, tá' bom?

- Tô' indo - murmurei - mas é só porque eu quero é não porque você manda em mim.

Nem você acredita nisso, Louis.

E para piorar, todo mundo estava observado a discussão:

- Podem voltar a trabalhar - murmurei, ao ajeitar meu jaleco, saindo dali.

Tudo bem que eu me senti culpado por haver entrado em uma discussão boba com Harry. E para me redimir, aproveitei que nós iríamos ir juntos ver um atendimento novo, e comprei o milkshake favorito dele.

Assim que saio do elevador, bebendo o meu próprio milkshake, vejo Harry me encarando, com os braços cruzados:

- Eu não estou acreditando que você me chamou ao andar do pré-operatório para absolutamente nada.

Tão emburradinho.

- Comprei um Milkshake para você - o dei a bebida - a moça da cafeteria disse que você gosta de baunilha com caramelo.

- O que você botou aí dentro? 

Leite da fonte. Mentira, é só baunilha.

- Eu só quero ser legal e me desculpar pela nossa briga boba - o disse simples - somos profissionais adultos.

- E você quis fazer as pazes de sou modo adulto de comprar sorvete? - ele cruzou os braços, mas pouco a pouco cedeu - ok. Eu agradeço.

Eu sei que você me ama, lá no fundo.

- Ótimo - sorri para ele - temos que ver o caso de uma senhora. Ela vem com frequência aqui.

- Ok - Harry suspirou, bebendo o líquido do copo.

Ao entrarmos no quarto, vimos uma senhora na cama, com um quarto cheio de flores.

- Bom dia, doutor Tomlinson - ela sorriu.

- Bom dia, Amélia. Como estamos hoje? Posso saber o por quê mandaram a senhorita para o andar de pré-operatório?

- Hoje pela manhã eu estava cozinhando e por acidente, me abaixei para pegar a torta no forno e bati a lateral da minha cabeça ali, bem na hora que um dos meus gatos passou entre minhas pernas. Eu caí no chão depois disso.

- Vamos ver isso - a disse.

Usei minha lanterna para checar seus reflexos. Havia um machucado com sangue seco ali. O corte havia profundidade, o que para mim era preocupante com a idade da mesma.

- Você disse ter febre, dor de cabeça, tontura e sonolência - suspirei ao ver a tomografia que a mesma havia feito a pouco - Harry, pegue o outro exame.

Pude ver como ele se afastou, com um sorriso amável de sempre. A presença dele é incrível.

- Que jovem bonito - Amélia disse a Harry.

E não é? A beleza toda do mundo parou nele.

- Ele é mesmo, não é? - murmurou com um sorrisinho.

É meu futuro marido, senhora.

- São um casal?

Ai, a senhora não sabe como eu sofro por isso. Não me faça perguntas difíceis.

Na minha mente a gente tem três filhos e dois cachorros.

- Ainda não - neguei para ela.

- Aqui está - ouço Harry comentar, parando ao meu lado para me entregar o exame.

Quando abri o envelope, Harry parou ao meu lado, bem próximo. Pude sentir um pouco de seu perfume doce. Mais uma coisa na qual eu gosto nele.

Minha lista já tem milhões de itens.

- Foi uma concussão - ele afirmou ao meu lado - essa lesão no cérebro que aparece na área daqui, claramente faz ver que houve um pequeno dano nessa área e, considerando os sintomas, o dano foi leve.

Acho que eu já ouço a musiquinha de entrada do noivo na igreja. Tão próximo...

- Os sintomas não incluem vômito ou desmaio o que deixa ver que vamos entrar com um leve repouso e analgésicos em caso de dor - pude completar sua fala.

- É bom entrar com o Acetominofeno - Harry completou.

Acho que o nome do nosso primeiro filho deveria ser Leon, esse é bonito.

- Ok, Amélia. Não foi nada que deva ter muita preocupação. Repouse e fique a base do que foi solicitado e logo poderá ser liberada - a disse - repouso completo!

- Ok, doutor.

- Harry será o responsável por você. Ele vira verificar seus sinais a cada hora - finalizei o diagnóstico.

- Eu prometo que irei ter bastante cuidado e atenção em tudo. Sou uma ótima pessoa para se conversar também - ele a disse com um de seus sorrisos doces.

Por que você não me trata assim?

- Sei que sim, querido - ela sorriu amável - ei, vocês formam um casal tão gentil e bonito. Imaginem os filhos que sairiam?

Não é, senhora? Imagina só. Penso nisso sempre.

- Obrigado - Harry sorriu com as bochechas corando - eu preciso...hm...preciso ir comer agora. Meu horário vai acabar logo.

- Tudo bem. Pode ir. Eu termino aqui - disse a ele, com um meio sorriso.

- Tudo bem! Eu volto quando terminar de almoçar para checar ela - Harry completou.

- Bom almoço - o digo só mais uma vez.

Espero que sua salada faça você parar de ser cego e ver o penhasco que eu tenho por você.

Assim que ele saiu, fechando a porta, Amélia me encarou:

- Filhos é? - a perguntei.

- Ora! Eu só queria dar uma ajudinha - ela sorriu com inocência para mim.

- Sei... - eu ri, negando com a cabeça.

Todo mundo parecia querer ajudar.

Era a noite, já havia feito quatro operações hoje e visto mais pôs-operatórios do que eu poderia contar.

Era hora de ir para minha sala e finalizar as planilhas, para eu poder ir para casa.

Andei mais rápido pelo corredor tranquilo do quinto andar, querendo chegar mais rápido.

- Louis - meus passos pararam ao ouvir a voz de Harry.

Parei, me virando na direção deste, para poder vê-lo vir até mim, com suas roupas casuais. Ele é sempre tão lindo.

Eu adoro os cachos longos que caem sobre seus ombros, parece um leaozinho.

- O que houve?

- Hum...nada. Eu só queria avisar que já estou indo - ele colocou uma das mãos dentro do bolso, um tanto nervoso.

Harry não precisa me avisar a hora que vai ir embora, não sou nenhum tirano controlador. Sou um chefe bem tranquilo até.

- Ah, tudo bem - acenei lentamente.

- Eu ia passar na sua sala, para te avisar... - suas mãos estavam nos dois bolsos agora - só para você saber mesmo...

- Tudo bem - e não tá' nada bem não.

Eu não sei porque ele está agindo assim. Isso me deixa nervoso.

- Hm...mas se precisar de algo, pode chamar pelo pager - ele voltou a me dizer e um leve sorriso surgiu em seus lábios.

- Tudo bem, mas vai descansar. Você está aqui desde a madrugada - o disse com um ar mais leve.

Não queria que ele se sentisse mal por não ter um tempo para descansar.

- Você também deveria descansar, sabe? Você trabalha muito - Harry pôs a mão em meu ombro.

Ainda bem que estou perto da parede, para o caso de eu desmaiar do nada, com a emoção.

- Eu sou o dono do hospital. Trabalho é o que não me falta - sorrio para ele com calma, embora fosse verdade.

- É, eu sei - ele empurrou os cachos para trás e me olhou por mais um instante - hm...eu vou indo agora.

- Ok...boa noite, Harry - eu aceno para ele, o dizendo calmante.

O vejo sair calmante, andando como se fosse um desfile, com as mãos nos bolsos e o olhar vidrado no elevador.

Antes que eu pudesse ir, ele se virou para mim, ainda caminhado de costas:

- Ei, eu ainda sou seu fã, Dr. Tomlinson - ele disse em alto tom, usando o sorriso de covinhas.

Esse garoto me tem muito fácil.

- Eu sei, Styles - encolhi os ombros, sorrindo para ele também, a medida em que o via entrar no elevador.

A gente ainda vai casar.

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Aquela em que Magnus Bane recebe cartinhas secretas na escola. inspirado em "the shadowhunter chronicles" e "simon vs the homo sapiens agenda"