Da guerra ao Amor

By VGOliverAutora

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No início das guerras, forjado no calor da batalha, sem nenhum tipo de pudor, onde a violência impera e o san... More

AVISOS E EXPLICAÇÕES!
Personagens
Sinopse
Prólogo
A Guerra
O Demônio
O Começo do Tormento
Uma noite sem estrelas
Novos Caminhos
A Ira do Demônio
Assuntos de Guerra
Rio de Sangue
Intrigas - Parte I
Intrigas - Parte II
O Retorno
Saudade
Desejo
Os Visitantes
Olhos de Mar
Jardim do Entardecer
Declínio no Horizonte
Memórias
Encontros ao Acaso
Traições
Planos
Dor
Desamor
Despertar
Não me deixes
Desolação
Mentiras e Verdades
Distorções
Lírios de Sangue
Pensamentos sem fim
As flores pelas quais sangrei
Meu paraíso em sua escuridão

O Grande Torneio

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By VGOliverAutora

"Pauper est amor, qui metiri potest" (É um amor pobre aquele que se pode medir)

— William Shakespeare 


Kassandra

Se passaram alguns dias desde o embate do imperador com o primo, Ninsina contou – me que o homem estava com a mão e os cinco dedos quebrados. Esse foi o castigo do imperador por seu primo ousar tocar – me. Ele mesmo quebrou destruiu a mão de seu primo.

Essa possessividade do imperador, às vezes, me assustava muito, temia que por ser tão intenso e por vezes descontrolado. Esse sentimento de posse que tinha por mim poderia me colocar em apuros. A cada dia que passava ficava mais temerosa de como ele reagiria a minha gravidez.

As vezes eu sentia a criança mexer levemente dentro de mim, minha barriga não cresceu, segundo Ninsina a criança estava alojada nos meus quadris, pois eles aumentaram significativamente, meu ventre está levemente inchado, Amaranta achava que eu estava com quase quatro luas, logo a criança nasceria pelas minhas contas no primeiro dia do solstício de verão.

Suspirei alisando meu ventre timidamente, as vezes, conversava com a minha menina. Independente dos o que os ritos antigos diziam eu sentia dentro de mim que esperava uma menina. Apesar do medo estava feliz em ter um laço familiar com alguém, sentia falta da minha família, pensava se ela se pareceria comigo, se teria a cor dos meus olhos ou cabelos.

Ou se pareceria com o seu pai, uma menina gorducha de pele azeitonada e cabelos negros como os do imperador e com meus olhos, era a criança que permeava os meus sonhos, era essa a imagem que eu tinha da minha criança uma mistura de nós dois. A mais bela criança que eu já vi.

Retomei minha mente dos meus devaneios ajeitando o belo vestido vermelho no meu corpo hoje seria o grande torneio e o imperador ao que parece queria me exibir como um suvenir de guerra arrojado. A tiara em minha cabeça pesava um pouco toda feita de ouro a indumentária em forma de folha caiam pelos cachos soltos dos meus cabelos brincos enormes também em forma de folhas e com um rubi enorme no meio adornavam as minhas orelhas.

Braceletes cobriam meus antebraços e, por fim, um cinto com a ponta comprida pendendo para um lado marcava a minha cintura. Eu me sentia uma estátua em exposição, uma alegoria, o imperador queria demonstrar sua posse, talvez pela audácia do primo em mostrar interesse por sua concubina tão explicitamente.

Mardok entrou no quarto, ele iria me levar até o camarote principal que era destinado a ele e onde também ficariam Andreyna e Zirat. O soberano achou por bem eu ter companhia enquanto ele lutava, eu agradeci pela consideração dele pensar em mim. Estava assustada ter que encarar aquelas pessoas estranhas e soberbas sozinha era um medo real.

— Sua beleza é surreal, anat,tão pura e imaculada que me extasia. — Mardok acariciou meu rosto, os calos dos seus dedos arranhando a pele delicada.

— Lembre – se você não fala ou interage com ninguém, apenas com que lhe autorizei. — As vezes essa possessividade me dava um bolo na garganta. Eu vivia com medo, deixei a fome e as dificuldades para trás, mas em compensação era submetida a ameças e a seguir uma conduta rígida. Me aterrorizava que o imperador ficasse descontrolado me machucasse e consequentemente a minha criança.

— Entendo meu lugar, Soberano. — Falei baixando os olhos.

— Siga – me. — O segui até o corredor onde tinha uma escolta, fomos em uma ostentosa carruagem até a arena onde se daria o torneio. Olhei o imperador de esgoela e ele parecia – me extremamente relaxado para quem participaria de um competição tão sangrenta.

Era um grande evento pelo visto, eram variados jogos e demonstrações de destreza e força, caçada, habilidades com arco e flecha, estratégia para os que participariam das competições onde era necessário encontrar pistas para receber o grande prêmio e tinha o evento mais esperado, as eliminatórias em que os guerreiros demonstravam sua força e poder, lutando até a exaustão. Segundo o imperador não era uma luta até a morte, mas já havia acontecido mortes acidentais.

— Pequena... —  Falou baixo chamando minha atenção. Aproximei - me envergonhada a essa altura já estávamos no corredor que dava para grande arena de luta, os olhares lançados em nossa direção eram tão descarados e constrangedores que me davam calafrios.

Os homens olhavam - me com desejo mesmo estando ao lado do temível demônio Assírio, as mulheres com inveja. Estava constrangida não só pela quantidade de pessoas que me encaravam, mas também pela minha condição perante o império... Nunca me imaginei exposta a uma situação tão vergonhosa, que além de tudo não foi escolhida por mim e sim imposta.

— Pois não meu senhor. — Estiquei meu pescoço para conseguir encará-lo melhor.

— Ficaremos naquela bancada até que a primeira luta comece depois descerei para me preparar para lutar, não saia de lá até eu voltar.

— Aubalith e o garoto Nimari já estão a nossa espera com a sua amiga escrava e a jovem filha do traidor. Em hipótese alguma saia antes que eu chegue ouviste bem? — Ordenou levando a palma da minha mão aos lábios em um gesto de afeto público chocante. Pude ouvir os burburinhos surpresos dos nobres espalhados pelas arquibancadas próximas.

— Farei como queiras, meu senhor. Seus parentes não estarão lá, estarão? — Perguntei aflita.

— Não... Alaha ficou cuidando de seu filho ele ainda está em recuperação. — O desgosto ao falar sobre seus parentes era gritante.

Nuri, veja já estão a nossa espera. — Sibilou baixo para que apenas eu ouvisse.

Avistou o casal e sorri ao notar Andreyna tão linda e com uma aparência tão feliz, a garota Zirat também parecia deslumbrante, mas está última parecia incerta e levemente apreensiva, eu a entendei bem. Olhei o imperador e o vi me encarar satisfeito com o sorriso que brotou nos meus lábios.

Em pouco tempo tanto Aubalith, Andreyna e Zirat se chegaram a arquibancada destinada à família real. A bela morena sorriu sincera parecendo aliviada quando me viu sã e salva.

— Andreyna e Zirat estão lindas. — Falei ficando ao seu lado enquanto o imperador e seu primo tomavam seus assentos. Fui retribuída com abraços e elogios das duas.

Os jogos começaram assim que o imperador e Aubalith sentaram na arquibancada. Era interessante e surpreendente ver a destreza com que os soldados manejavam seus arcos e lanças.

— Logo chegará a minha vez de lutar, nuri. — Falou ao meu ouvido.

— Senhor, por favor, tome cuidado, não quero que se machuque. — Falei baixo assolada por um arroubo de preocupação com aquele homem conhecido por ser mais feroz que um demônio. Mardok pareceu surpreso com a minha fala.

— Não precisas temer por mim, feiticeira... — ele hesitou um pouco antes de continuar — mas aprecio realmente sua preocupação.

— Esperarei aqui como dissestes, meu senhor. — Mardok concordou com um firme aceno de cabeça.

Assim que acabou os jogos e disputas o Imperador levantou-se sendo acompanhado por Aubalith que beijou carinhosamente a testa de Andreyna. Observei atenta o cuidado que o temido general tinha com minha amiga e peguei – me querendo algo assim, observei as costas de Mardok que nem uma vez olhou para trás. Suspirei jogando esses pensamentos para longe, Mardok era o que tinha de ser, eu não poderia reclamar de nada.

Estava acomodada confortavelmente na cadeira quando senti uma mão em meu ombro. Olhei apreensiva para a pessoa que me falava e me dei conta que conhecia a face bonita que direcionava a mim um sorriso de desdém. Era a mulher bonita que não desgrudava do imperador na fatídica noite da apresentação dos parentes do Imperador.

— Olha o que os ventos de Assur me trouxeram, a jovem concubina de Mardok Uard II. Me intrigas, criança. Olhe para você não imagino o que em você atrairia Mardok.

— Acredito senhora, que isso não lhe diz respeito — Estreitei meus olhos para a mulher maldosa a minha frente.

— Como futura Rainha, obviamente, as concubinas de meu marido são do meu interesse. — Claramente a mulher estava fora da sua mente.

— Claramente a senhora é insana. Se retire daqui por gentileza. — Falei calma. Se ela me dissesse que era uma outra amante dele ou que o fodeu ontem provavelmente acreditaria, mas já sabia a jogada dela assim que ela falou futura Rainha. Se tinha uma coisa que eu tinha certeza era que Mardok Uard II não quer e nem precisa de uma Rainha ou de herdeiros. Eu tinha noção que era ingênua em alguns aspectos, mas não burra e não me deixaria intimidar ou enganar pelas mulheres que rondavam o Imperador.

— Sabe que eu sou, criança? Sou Elif, Filha de alto conselheiro Hani. Poderia mandar matá – la por tal afronta! — Falou com a voz esganiçada. Eu não precisei dizer mais nada um dos guardas que me vigiavam veio ao encontro dela.

— Peço que se retire ninguém alpem dos presentes estão autorizados a frequentar os camarote do Imperador. — Ela arregalou os olhos, humilhação transfigurando em seu bonito rosto.

— Isso é inadmissível eu sou... — O guerreiro a cortou de forma quase rude.

— Ninguém, não importa que você seja está abaixo as ordens do Soberano da Assíria! Saia! — Ela me olhou com ódio e antes de dar as costas e sair voltou – se para mim em tom de ameça.

— Isso não ficará assim cigana, irá me pagar essa humilhação com sangue. O seu sangue... Nunca será feliz, não permitirei. — E saiu jogando seu mal agouro em mim. Eu já estava amaldiçoada assim que pisei nesse palácio uma maldição a mais uma a menis não faria diferença. Era o que eu falava a mim mesmo para me convencer.

O imperador apareceu na arena arrancando gritos e assobios de todos. Apenas com as calças o peito desnudo e cicatrizado exposto evidenciando a sua poderosa estrutura. Os cabelos repuxados para trás com uma parte presa a uma tira de couro com alguns fios invadindo o rosto duro. Ele era tão másculo que parecia irreal.

Os expectadores batiam os pés e as mãos indo ao delírio por verem seu Soberano em pleno o apogeu. Era arrepiante de se ver a preliminar para a violenca.

Algo me dizia que as ameaças de Elif seria o começo do meu declínio.

Milhões de desculpas pela demora, mas estou tentando reescrever essa fic e nada saia como eu queria esse ficou o menos pior, rs. Não desistam de mim, to me reorganizando agora que voltei a trabalhar e tá pau! 

Espero que gostem e até a próxima! Bjs

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