○ DARE YOU TO MOVE

Por calliequeiroz

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[EM HIATO] Sinopse Para ela, a dança são movimentos levados pelo som de uma canção. Para ele, as armas de f... Mais

Sinopse
SOBRE O LIVRO
EXTRA
Prólogo
Capítulo 1 -- Good Morning, Miami!
Capítulo 2 - Spring Break Miami! - Parte I
Capítulo 3 - Spring Break Miami! - Parte II
Capítulo 4 - Spring Break Miami! - Parte III
Capítulo 6 - Reconexão
Capítulo 7 - O passado de volta ao presente.
𝐋𝐀𝐍Ç𝐀𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎 𝐁𝐑𝐎𝐊𝐄𝐍 𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌𝐒

Capítulo 5 - Spring Break Miami! - Parte IV

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Por calliequeiroz

§ Nathan's pov.

Eu nunca achei que seria tão difícil voltar para casa, e também nunca achei que meu corpo reagiria dessa maneira quando visse Summer novamente.

Eu prometi, assim que fugi e fui resgatado daquele maldito cativeiro, que jamais voltaria para a América. Eu passei anos da minha vida sentindo ódio e sede de vingança. Eu queria destruir todos, um por um, vingar a morte de meu "irmão" Matteo, vingar todo aquele ano de inferno em que vivi, e por me afastarem de tudo que eu mais amava. Eles destruíram meu futuro e eu destruiria suas vidas sem um pingo de remorso ou piedade. No entanto, o destino brincou comigo e me fez voltar as minhas origens. E justamente para proteger a pessoa que salvou minha vida, a pessoa que me salvou da insanidade, a pessoa ao qual eu pensei em todos os malditos dias nesses dez anos. A minhababy belle... Summer Johansson Maciello.

Um dia antes da minha volta, liguei para Leonardo, de Munique na Alemanha, onde estava, e pedi que me buscasse no aeroporto. Leo ficou chocado com a notícia. Ninguém jamais pensou que eu voltaria, inclusive eu. Mas era necessário, extremamente necessário. Um dia eu prometi a Matteo que cuidaria de sua irmã caso lhe acontecesse algo. Eu não estive com ela durante esses anos, Isso não queria dizer que eu não sabia cada passo que ela dava, mas eu não pude estar por perto. Eu tinha meus próprios demônios para confrontar. Porém, agora, ela precisava de mim.

Eu pensei que todos estivessem em Nova York, onde tanto minha família quanto a família Maciello moram, mas Leonardo me avisou que estavam passando um tempo em Miami. Eu deveria saber disso, mas passei os últimos dias preparando minha volta, então não verifiquei Summer. Erro grave diante das circunstâncias. Notifiquei Leonardo que chegaria pela tarde, mas me esquivei quando ele tentou sondar o motivo de eu voltar para os Estados Unidos.

Antes de ligar para o Maciello, falei com Pierro e Filipe. Combinei de nos encontrarmos em Munique para irmos juntos para Miami. Pierro estava na Itália cuidando de sua clínica e Filipe tinha acabado de completar uma missão na Hungria.

O voo foi um pouco cansativo, principalmente porque minha cabeça estava a mil, então não pude dormir nem um pouco sequer.

Para me distrair, passei todo o tempo trabalhando em meu notebook, checando alguns vídeos de segurança e de Summer.

Uau! Ela tinha se tornado uma linda mulher. Não era à toa que tantos caras a queriam. Não era à toa que eu a queria. Talvez eu sempre a tenha querido, mas além de ser muito jovem e imaturo naquela época, Summer era praticamente uma criança. Mas, hoje, meus desejos eram claros. Eu a queria, eu a desejava. Desejava ter seu corpo embaixo do meu enquanto a beijava, saboreava e a acariciava enquanto me enterrava dentro dela com toda devoção que ela merecia.

Era um pouco estranho ter esses sentimentos, já que eu não a conhecia mais. Todavia, por algum motivo, eu sentia como se a conhecesse melhor agora do que antes quando a tinha por perto. Talvez por toda a investigação que eu fazia sobre sua vida... Eu não sei. Eu só sabia que a desejava tanto quanto desejava sua segurança.

-- Nathan, você ainda não nos disse por que está aqui. - perguntou Pierro pela vigésima vez enquanto caminhávamos pela praia até chegarmos à festa.

Depois que nos pegaram no aeroporto, fomos direto para nossa casa em Miami. Filipe e Pierro passaram a tarde descansando. Eu fingi fazer o mesmo, mas aproveitei o tempo para fazer uma boa vistoria na casa e trabalhar em algumas evidencias e pistas sobre o caso que me trouxe de volta a esse país.

-- Apenas senti que era hora de voltar. - dei-lhe uma resposta curta antes de levar minha cerveja aos lábios.

-- Você disse que nunca voltaria, Nate. - eu mantive a mesma feição indiferente. -- Mas não vou te pressionar, amigo. - falou Lipe.

-- Não coloque coisas demais na sua cabeça, Lipe. - o olhei sorrindo. -- Não tenho uma explicação para dar. Apenas quis voltar. - sorri misteriosamente.

Filipe e Pierro apenas me olhavam desconfiados. Não os culpava. Eu mesmo estava surpreso por estar ali. Se não fosse pela gravidade da situação e pelo desespero de ver uma loira incrível, talvez jamais voltasse.

De repente, Pierro abriu um sorriso largo.

-- Aquela ali não é a Summer? - Pier apontou o dedo em direção a uma roda que se formava em volta de uma espreguiçadeira.

Lipe rosnou imediatamente.

-- Acalme-se, amigo. Sem crises de ciúme. - Pierro brincou.

Filipe olhava ferozmente em direção a garota de cabelos roxos que dançava em cima de uma espreguiçadeira, sensualmente para Ethan.

Summer...

Eu permaneci quieto quando Pierro provocou Lipe. Eu estava ocupado demais olhando a garota ao qual sonhei em rever nos últimos dez anos.

-- Nathan, se lembra da pequena Maciello? A princesinha do Matteo? - perguntou Pier.

Como se eu não soubesse quem ela era. Tudo bem que ninguém fazia ideia de que eu sempre estive atento a tudo o que acontecia com a "Princesinha do Matteo", como disse Pierro. Mas eu queria que as coisas continuassem assim. Que pensassem que eu estava alheio a tudo o que ocorria.

-- Ela está linda. - sussurrei mais para mim mesmo do que para eles.

Eu poderia ter me irritado ao vê-la tão exposta na frente de todos, praticamente nua e se insinuando sexualmente para Ethan. Entretanto, eu estava mais preocupado em estudar cada um de seus movimentos, gravar em minha mente cada pequena parte do seu corpo.

Deus, ela tinha a mesma sensualidade de antes. O mesmo olhar feroz. A mesma imponência e arrogância. Como se tivesse a plena certeza de que era o centro do mundo e que todos a aplaudiam. E eu concordava com ela. Ela era o centro do mundo. Pelo menos do meu mundo. Summer continuava sendo o mesmo sol de antes. Ela iluminava o lugar em que estava.

Eu saí do transe em que estava assim que a vi beijar Ethan. Meu corpo todo reagiu. Eu não estava com raiva dele. Eu não tinha motivos e nem direito para isso, mas eu queria estar em seu lugar naquele momento.

Será que sua boca tinha o mesmo gosto de dez anos atrás?

Eu iria descobrir em breve. Talvez mais breve do que pensei.

-- Nate...

Ouvi uma voz me chamar. Olhei para o lado e vi Nicolas com um sorriso cafajeste no rosto.

-- Nem bem chegou e já está hipnotizado por uma de nossas musas, meu amigo? - deu dois tapinhas em minhas costas.

Sorri.

-- E tem como não ficar? Summer está... incrível.

-- É, mas fique longe. Ela é minha ex-namorada, e eu sou muito ciumento. - brincou Nico.

Falou bem, meu amigo... Ex-namorada.

Eu tinha voltado com um propósito, e Summer fazia parte dele. Aliás, ela era atualmente a parte principal. Minha prioridade. E eu não me importaria em ter que passar por cima de ninguém para conseguir o queria. Independentemente de quem fosse.

Nathan Blane Woodsen não era mais o mesmo, apesar de mostrar o contrário. Isso fazia parte do jogo que eu tinha que jogar. Ninguém poderia saber qual era o meu propósito aqui. A não ser os irmãos e primos de Summer. Não que eu achasse que os outros poderiam fazer mal a ela ou que estavam envolvidos no que me aconteceu no passado, mas se tinha uma coisa que eu aprendi em cativeiro e em regime militar é que deve-se desconfiar de todos, principalmente quando envolve a segurança de quem amamos. Primeiro observe, e então conseguirá chegar até seu inimigo antes que ele chegue até você. Eu era um Ranger, e era isso que os Rangers faziam. Encurralavam seus inimigos sem que eles ao menos percebessem.

Summer se levantou da espreguiçadeira rindo alegremente. Estava orgulhosa do que tinha feito com Ethan. Ela parecia despreocupada, inocente, inconsequente, mas eu a conhecia bem. Eu a peguei em momentos tristes, solitários e isolados. Sabia que essa garota que ela demonstrava ser, não era ela. Pelo menos não uma parte.

Dei um sorriso presunçoso e confiante enquanto a encarava. Eu estava próximo de tê-la. Eu sabia disso, meu corpo sabia disso, e ele estava tão ansioso quanto minha mente estava.

Era uma atitude estranha para meus amigos, eu estar extremamente focado em Summer dessa maneira. Eles falaram comigo algumas vezes, mas eu não respondi. Minha mente estava ocupada demais processando tudo. E agora, minha única vontade era que ela me visse. Foi então que dei um passo à frente, ficando próximo de sua visão. Eu não estava muito perto dela, mas de onde Sum estava, ela poderia me ver perfeitamente. E se minha belle ainda fosse a mesma garota que eu conhecia, ela me reconheceria de imediato.

Os olhos de Summer finalmente vagaram pela plateia que a assistia. Primeiro ela focou sua visão em Pierro, depois Filipe e, em seguida, Nicolas. Ela estava bêbada, eu pude notar seus olhos ardentes e brilhantes como no dia em que a beijei pela primeira vez. Então, finalmente ela me olhou. Meu sangue percorreu minhas veias aceleradamente na mesma velocidade em que meu coração batia. Eu não sabia que seria assim, não sabia que vê-la depois de tanto tempo causaria essa reação. Não sabia que meu olhar se perderia no dela e que tudo em volta sumiria em questão de segundos. Nada mais existia, eu só a via, tão linda, exuberante, sensual e graciosa.

Minha.

Minha mente gritou.

Um rugido primitivo retumbou dentro de mim como se quisesse marcá-la de algum modo. Meu coração gritou sem que eu ao menos percebesse. Aparentemente eu estava transmitindo todas as minhas emoções com o olhar, porque Summer parecia hipnotizada enquanto me encarava. Ela tinha a mesma intensidade nos olhos. E cada vez que minha mente gritava "Você é minha.", seus olhos me respondiam com uma submissão que nem ela mesma podia notar. Summer entendeu minha mensagem. Ela entendeu, em breves segundos, que não poderia fugir de mim. Eu voltei para reivindicar o que era meu. E agora, minha belle estava ciente disso.

-- Parece que Summer te reconheceu, Nathan. - falou Pierro, incerto.

-- Sua volta vai fazer mal a ela. - Filipe suspirou.

Eu não os respondi. Mantive minha posição e meu olhar na loira, atualmente com os cabelos roxos, que me encarava inconscientemente de sua reação.

Lentamente caminhei em sua direção. Summer estava espantada, assustada e incrédula. Mas eu não perdi o fio de brilho que surgiu em sua íris. Era a mesma reação que tinha antigamente cada vez que me via, os mesmos olhos brilhantes, o mesmo movimentos suave dos lábios cheios. Até sua respiração era a mesma. Eu não me esqueci de nada sobre ela. Summer desde pequena sempre me intrigou. Eu achava interessante estuda-la. Suas feições e reações mantinham minha atenção. Na época eu achava que sua obsessão por mim fosse irrelevante, coisa de menina. Achava que ela estava apenas encantada por mim, já que era o melhor amigo do seu irmão e mais velho do que ela. Atitude normal de criança e adolescente. Hoje, aqui estava eu, olhando-a, depois de dez anos, e sabia que essa garota realmente me amou, e ainda me amava.

Summer arregalou os olhos quando cheguei até ela.

-- Boa noite. - sorri, sem deixar de olhá-la.

Notei seu corpo tremer.

-- Nathan? O que faz aqui? - perguntou Ethan, obviamente surpreso em me ver.

-- Olá, Eth! - ignorei sua pergunta.

Em nenhum momento larguei meu olhar do que Summer. Ela estava imóvel.

-- Olá, baby belle.

Eu queria abraçá-la. Queria dizer o quanto tinha sentido sua falta. Queria que soubesse que ela era a razão por eu estar aqui, e a razão por eu estar vivo. Mas esse não era o momento.

-- Nathan... - ela murmurou, trêmula.

Meu coração deu um salto ao ouvir sua voz. Ao ouvi-la dizer o meu nome.

-- Oi, belle! - meu olhar caiu pelo seu corpo, estudando-o minuciosamente. -- Deus, como você está linda, Summer.

Sem poder me conter, aproximei-me um pouco mais e deslizei minha mão até seu cabelo. Summer tremeu e pareceu tentar recuar, mas não se moveu. Tirei a franja molhada de seu rosto e coloquei atrás da orelha. Ela prendeu a respiração enquanto a tocava.

-- Nathan? É você?

Procurei pela voz feminina que me chamava. Quando a encontrei, franzi a testa tentando me lembrar que era. Depois de alguns segundos, finalmente a recordei. Era Lana. Uma das melhores amigas de Summer. E ao seu lado estava Nicole, a irmã de Filipe.

-- Lana! Quase não te reconheci. A última vez que te vi ainda era uma menina. - sorri, tentando ser simpático, o mais agradável possível. Não queria levantar suspeitas sobre a minha volta.

Meu sorriso nos últimos anos era mera formalidade. Eu não sabia mais sorrir. Pelo menos não por prazer. Eu era um idiota sarcástico e debochado, assim como dizia meu amigo Stephen Ambler. Um companheiro Ranger. Um dos poucos amigos que tive nos últimos anos.

-- Não acredito que é mesmo você, Nathan. - Nicole estava com a mão na boca, me olhando espantada como se tivesse vendo um fantasma. Talvez eu fosse um. O fantasma do antigo Nathan.

Ao lado de Nicole, se aproximou uma garota linda, de olhos azuis, cabelo violeta, com uma expressão firme e irritada. Expressão que eu conhecia muito bem.

-- Oi, Senny. - me aproximei de minha prima a modo de cumprimentá-la. No entanto, Sienna levantou a mão imediatamente e me deu dois tapas no rosto, fazendo minha pele arder. Lana e Nicole darem um pequeno grito pelo susto. Eu podia ter intervindo, tinha excelentes reflexos por conta do meu treinamento militar, mas ela precisava disso, e eu sabia que merecia.

Sienna me encarou por alguns segundos, com os olhos brilhando pelas lágrimas, todavia, não disse uma só palavra. Virou-se e puxou Summer pela mão antes de sair arrastando-a para longe de mim. Notei minha belle no mesmo estado de quando me viu. Estava em choque, em transe. E Sienna tê-la tirado de perto de mim, me irritou profundamente. Não que eu fosse demonstrar, mas me controlei ao máximo para não sair rugindo como um animal idiota, colocando-a por cima dos meus ombros e levando-a para longe de todos. Eu mesmo estava surpreso pela minha reação e pensamentos.

-- Nathan! - o chamado autoritário de Leonardo ecoou atrás de mim.

Me virei lentamente, tentando manter o autocontrole.

-- Eu te falei para não abordar Summer dessa maneira. Te disse que precisava preveni-la antes. Ela não é a mesma garota que você conheceu.

Eu já estava esperando por essa reação de Leonardo. Ele sempre foi controlador e superprotetor com Summer. Diferente de Matteo que apesar de protege-la, não tentava moldá-la.

-- Isso eu pude notar. Ela estava praticamente transando com o Ethan na cara de todos vocês. - sorri ironicamente.

-- Ficou com inveja, Nate? - Ethan brincou.

O olhei de soslaio, sorri presunçosamente, mas não o respondi. Esperava que Ethan tivesse aproveitado bastante porque daqui pra frente as coisas mudariam.

-- Você não tem o direito de fazer reclamações, Nathan. - Leo grunhiu.

O olhei com a feição tranquila e paciente.

-- Eu não fiz uma reclamação. Apenas uma constatação.

Seu olhar foi mortal.

-- Minha irmã sofreu demais por você nos últimos dez anos, Nathan. Não vou tolerar que a faça sofrer mais uma vez.

-- Não estou aqui para fazê-la sofrer, Leo. Pelo contrário. Acho que está na hora de Summer voltar a ser feliz. - respondi.

-- E o que te faz pensar que ela não é? - Christopher apareceu ao lado de Leonardo, com um olhar duro e furioso. Diferente de Leonardo, Christopher perdia a estribeira com facilidade, e se eu o conhecia bem, ele estava pronto para me golpear.

-- Para mim está muito claro. - olhei para Chris e depois para Leo -- Vocês sabem muito bem que estou certo. E é por isso que a deixam fazer o que quer. Mas não é assim que vão impedi-la de sofrer mais. - falei.

Christopher apertou os olhos, tentando manter seu gênio. Mas para ser sincero, eu não estava nem aí para a opinião de nenhum deles. Deixei que fizessem o que queriam com ela durante esses dez anos. Agora eu estava de volta, e tudo seria a minha maneira. Prometi isso a Matteo, e finalmente estava pronto para cumprir essa promessa.

-- As coisas não são tão simples como parecem, Nate. - Raffaello argumentou, porém tranquilamente. -- Summer tem alguns sérios problemas.

Raffa parecia ser o único a não estar preocupado com Summer por causa da minha volta.

-- Pois eu estou aqui para consertar as coisas, cara. Respeito todos vocês. Principalmente vocês três, por serem a família dela, mas eu fiz uma promessa a Matteo e irei cumpri-la.

-- O que você está fazendo aqui afinal, Nathan? - perguntou Christopher impaciente.

Eu me aproximei de uma mesa, peguei outra garrafa de cerveja, a abri e dei um gole.

-- Aqui não é hora e nem lugar para discutirmos minha volta. Eu já disse a todos, achei que era o momento de voltar.

-- As coisas aqui não são mais as mesmas, Nate. - retrucou Filipe.

-- Ótimo, Lipe! Porque eu também não sou mais o mesmo.

Sem deixá-los responder, saí sem olhar para trás.

Eu não tinha voltado para ser interrogado ou para perder meu tempo com homens ciumentos em cima de Summer. Entendia a preocupação deles, principalmente Leonardo por achar que era responsável por ela, por ser seu irmão mais velho, mas eu disse que passaria por cima de todos para atingir meus objetivos, e alguns deles era protege-la e fazê-la feliz. No fundo, eu sabia que era o único que poderia trazer felicidade a ela. E eu tinha os meus motivos para pensar assim.

-- Nathan! Você está de volta. Estou tão feliz.

Senti alguém me abraçar, me tirando de meus pensamentos.

Olhei para a garota e franzi a testa. Ela era uma loira bonita, mas eu não a estava reconhecendo.

-- Não está me reconhecendo, não é? A última vez que nos vimos eu ainda era uma menina e você nem me notava. - ela sorriu e revirou os olhos. Foi então que me lembrei. Era a irmã de Lana.

-- Tori? - ela sorriu alegremente. -- Como você mudou. Está muito bonita. - curvei meus lábios para o lado em um sorriso.

-- Eu tenho que dizer o mesmo. - Ela me olhou de cima abaixo com um olhar provocador.

Sorri educadamente.

-- Tem alguém aqui que está morrendo de saudades de você.

Eu respirei fundo, impaciente.

Eu tinha que manter a minha pose serena. Mostrar que estava interessado no que me diziam. Tentando fazê-los acreditar que estava ali para curtir tanto quanto eles. Ninguém podia notar que por trás de meu sorriso, tinha um olhar clinico observando cada convidado da festa. Eu tinha uma missão aqui, e me disfarçar do antigo Nathan fazia parte dela.

-- Nate! - ouvi uma voz doce e animada.

Quando me dei conta de quem era, sorri imediatamente. Dessa vez não era um disfarce. Eu conhecia muito bem aquela garotinha.

-- Thea! Deus, como você está linda, menina. - segurei sua mão e a fiz dar uma volta ao redor de si para que pudesse vê-la melhor.

Matteo e eu sempre fomos muito carinhosos com Thea. Não que os outros não fossem, mas nós dois éramos diferentes. Queríamos sempre mostrar que ela era parte de nossas famílias, mesmo não sendo uma Maciello de sangue. Entretanto, para nós, ela era uma autentica Maciello, de coração. Por isso, Thea se apegou demais a nós dois.

Eu sabia que a morte de Teo a tinha afetado demais. Lipe me contou que Thea mudou da água para o vinho. Disse que hoje ela odiava Summer por acreditar que ela era a culpada pela morte do irmão. Isso porque antes Summer era sua grande paixão. Ela sonhava em ser como a irmã um dia. Mas eu sabia que no fundo Thea era uma boa pessoa. Apenas uma garota no caminho errado. Uma garota que sofria por dentro e ao invés de se consolar em sua família que a amava, se consolava nos braços de pessoas que não eram boas influências, assim como Tori, que pelo que fiquei sabendo, tinha se tornado a perfeita líder de torcida malvada do colégio.

-- Não sabe como estou feliz em te ver. - seus olhos se encheram de lágrimas.

Antes que eu pudesse responder, Thea já estava em meus braços, me apertando com toda sua força. Ela estava carente, precisava de proteção. Eu entendi de imediato que ela viu a minha volta como sua salvação. Era como se Matteo estivesse aqui novamente. Será que era assim que Summer também me via?

Eu faria de tudo para que tanto ela quanto Summer fossem felizes e unidas de novo. Eu sabia o quanto Sum sofria por Thea, e eu faria o impossível para mudar isso.

-- Eu estava com saudades de você, menina. - sorri ao afastá-la de mim enquanto afagava seus cabelos castanhos claros.

-- Eu pensei que nunca te veria de novo. Por que não voltou para casa, Nate? Eu precisei tanto de você. - sua voz era melancolia e um pouco arrastada demais.

Olhei para Tori e a vi segurando uma garrafa de vodca e um pequeno saquinho com um pó branco.

Respirei fundo.

Eu teria que ter paciência se queria ajudá-la.

-- Precisei me reestabelecer antes de voltar, querida. - acariciei seu rosto ternamente sem deixar de sorrir. Eu precisava reconquistar sua confiança.

-- Você não vai mais embora, não é? - antes que eu pudesse respondê-la, a voz que ficou plantada em minha mente durante esses dez anos soou em meus ouvidos fazendo meu peito estufar de excitação. Ela estava mexendo comigo muito mais do que eu imaginava que aconteceria.

-- O que você está fazendo aqui, Thea? - a voz de Summer era de reprovação e preocupação ao mesmo tempo. Muito diferente de minutos atrás quando estava em choque por me ver.

Eu respirei fundo triste pelo rosto amoroso de Thea se transformar em ódio.

Summer não era culpada pelo morte de Matteo. Nunca foi. Eu faria com que Thea entendesse isso.

Thea se virou e encarou a irmã com raiva, arrogância e indiferença.

Suspirei.

Não será um trabalho fácil.

§ Summer's pov.

Sienna ter me tirado de perto de Nathan foi a melhor coisa que aconteceu. Ela parecia ter lido meus pensamentos.

Eu estava tão atordoada, desorientada e em choque que nem ao menos conseguia me mover.

Quando ouvi a voz de Nate, me lembrei de quando me elogiava ou quando estava tentando me seduzir. Era o mesmo timbre de antes, apenas a voz um pouco mais áspera. Meu corpo todo tremeu em desespero, excitação, saudades, necessidade.

Eu queria sair desesperadamente de perto dele. Principalmente quando senti sua mão tocar meu cabelo. Meu coração disparou tão forte que eu pensei que fosse saltar para fora. Eu só me senti assim uma vez na vida, quando Nathan estava prestes a me beijar, dez anos atrás.

-- Eu não acredito que ele teve a capacidade de manter aquele sorriso presunçoso e tranquilo como se tivesse nos visto ainda ontem. - dizia Sienna furiosa depois de ter me arrastado até outro canto da praia.

Eu ainda estava imóvel.

-- Sum... Você está bem? - ela deslizou a mão pelo meu braço.

-- Era o Nathan, Senny. - sussurrei. A voz trêmula. - Era ele, não era?

Sienna respirou fundo ao se dar conta do estado em que eu estava.

Ela me abraçou.

-- Não ouse chorar por ele. Não agora. - sua voz foi firme. E eu precisava que ela fosse firme comigo, caso contrário, desmoronaria.

-- Obrigada por me tirar de lá. - sussurrei assim que me afastei do seu abraço.

-- Não se preocupe. Eu fiquei tão em choque quanto você. Eu percebi que você estava desesperada para correr dali. Eu também estava.

Eu olhava para o mar, mas não enxergava nada. Nem ao menos ouvia o barulho da música ou das pessoas. Estava apenas tentando entender o que tinha acabado de acontecer.

Deus, Nathan está aqui.

-- Você bateu nele. - sussurrei ainda olhando para o mesmo ponto.

Sienna deu uma risada. O choque havia travado o meu cérebro e parecia estar a ponto de entrar em erupção.

-- Bati. Era o mínimo que ele merecia por se aproximar da gente com aquele sorriso arrogante como se nada tivesse acontecido. Como se não tivesse sumido por dez anos. - ela bufou. -- Como a senhorita parecia um boneco de cera, tomei a liberdade de dar um tapa por você. Por isso foram dois.

Mesmo atordoada não pude deixar de rir. Era a única coisa que eu poderia fazer naquele momento, rir. Caso contrário, eu choraria, e não era algo que eu gostaria de fazer na frente de todos, muito menos na frente dele.

-- Quer saber... - encarei Senny. -- Se ele quer agir como se nada tivesse acontecido, deveríamos fazer o mesmo. Foda-se que ele está aqui. Nossa festa ainda não acabou. - um garçom passou, eu peguei duas garrafas de uísque na mão, dei uma para Sienna e fiquei com a outra.

Senny riu alegremente concordando comigo.

-- Vamos nos divertir, gata. A noite é uma criança, e a vodca, a melhor arma contra os problemas.

Sorri ao ouvi-la. Batemos uma garrafa na outra em um brinde, então bebemos um longo gole.

------ x ------

Como tinha muita gente na festa eu pensei que pudesse me esquivar de Nathan por um bom tempo, mas minhas preces não foram ouvidas.

Enquanto bebia e me divertia com alguns amigos, meus olhos se depararam com uma cena não muito próxima de onde eu estava.

Não demorei a identificar Nathan. Ele estava abraçado a uma mulher.

Aquilo me chamou atenção. Acabou de chegar e já estava se agarrando com alguém? Pelo jeito ele não tinha mudado em nada.

Olhei mais atentamente querendo descobrir quem era a mulher, até que meu corpo enrijeceu ao identifica-la. Eu não tinha gostado nada do que tinha visto. E não era por ela estar com Nathan.

Caminhei em passos firmes até onde eles estavam.

-- O que você está fazendo aqui, Thea? - minha voz saiu autoritária.

Thea estava de costas para mim, colada ao corpo de Nathan. Percebi-a enrijecer e, então, bufar antes de se virar.

-- Desde quando eu tenho que dar satisfação a você? - seu olhar era mortal. Suas mãos foram até sua cintura.

-- Desde quando você é uma garotinha irresponsável que nesse instante deveria estar na França, estudando. - meu olhar era tão firme quanto o dela. Thea não me intimidava. Ela podia fazer o que fosse comigo, mas não a deixava me intimidar.

-- Eu não tenho que te dar explicações do que eu faço ou não.

-- Thea! - a voz de Nathan saiu demasiadamente autoritária.

-- Não vai começar a defendê-la, vai, Nate? Você não sabe mais quem é a senhorita Summer Maciello. - ironizou.

Eu revirei os olhos e respirei fundo tentando de todas as maneiras ficar tranquila.

-- Não importa T. Ela é sua irmã. Ela te ama e só está preocupada com você.

Thea riu. Seus olhos estavam vermelhos. Ela estava bêbada e drogada. Como sempre.

-- Eu quero que ela se foda! Você vai saber quem ela é muito em breve, Nate. Uma verdadeira vagabunda. - Thea gritou, e então, saiu, arrastando Tori que me dava um sorriso de vitória.

Notei as veias do pescoço de Nathan pulsarem e seus olhos ficarem ferozes. Mas segurou suas palavras assim como eu fiz.

-- Eu tenho certeza que ela não quis dizer isso, Sum. - ele se aproximou de mim. Automaticamente dei um passo para trás.

-- Sim, ela quis! - falei simplesmente. -- E talvez ela esteja certa.

O olhei desafiadoramente com a esperança de que ele ficasse perplexo por eu assumir ser o que Thea acusara. Entretanto, sua expressão continuou a mesma, mas seus lábios se curvaram sedutoramente em um sorriso perigoso.

-- Você não vai conseguir fazer com que eu acredite nisso, Summer.

Eu suspirei impaciente. Queria ficar longe dele.

-- Você não me conhece mais, Nathan. Para mim você é apenas um estranho, então não finja saber quem eu sou. - eu não sabia se queria me convencer disso, ou convencer a ele. -- Não me importa se você acredita ou não. Apenas cuidado para não se decepcionar.

-- Isso não vai acontecer, belle. - me irritou ouvi-lo me chamar assim. Ele continuava agindo naturalmente, como se conversássemos todos os dias.

-- Dê tempo ao tempo e você verá que está enganado. - o desafiei.

Nathan sorriu.

Seus olhos desceram pelo meu corpo o analisando profundamente. Me senti nua. Eu odiava que me olhasse assim.

-- Eu tenho todo o tempo do mundo, baby belle.

Ri ironicamente.

-- É mesmo? Dez anos de férias foram o suficiente pra você?

Ele ficou sério imediatamente.

Antes que Nathan pudesse responder e iniciássemos uma conversa ou briga que eu não queria ter, saí a passos largos.

Se ele pensava que eu era a mesma garotinha que o idolatrava, estava enganado. Eu nunca fui santa, mas hoje eu ia mostrar quem eu era de verdade. E se eu tivesse sorte, ele ficaria revoltado e iria embora pelo mesmo caminho em que veio.

Meu coração se apertou só com o pensamento de vê-lo ir embora mais uma vez.

§ Nathan's pov.

Eu sabia que não seria fácil ganhar seu afeto. Summer sempre foi arisca. Ela não me perdoaria tão facilmente por eu ter sumido por todos esses anos. Mas eu a faria começar a mudar de ideia ainda esta noite.

Summer pensava que eu não sabia que tipo de pessoa ela era hoje. Mas eu sabia muito bem. Sabia o quanto gostava de se divertir, de provocar os homens, mas não os levava a sério. Ela tinha namorado Rylee, meu primo, e Nico, porém eu tinha a absoluta certeza de que Summer nunca amou ninguém em sua vida além de mim. Ela continuava me amando. Seus olhos me diziam isso.

Eu passei algumas horas conversando com os caras, principalmente com meus grandes amigos Garrett Von Dohren e JT Williams. Nos conhecemos na época que Gary estava ativo na Marinha e JT na Força Aérea. O único que realmente parecia irritado com a minha volta era Rylee que mantinha com uma pequena carranca no rosto. Ciúmes de Summer, com certeza.

-- Nathan! - Thea me assustou ao se jogar em meu colo.

Nós todos estávamos sentados em um círculo, bebendo e conversando. Menos Garrett que precisou ir embora afirmando que ele e Skye tinham um compromisso logo cedo, e JT que comentou ter que dormir cedo para uma maratona de shows com sua banda.

-- Vem dançar comigo. - ela fez biquinho enquanto me abraçava pelo pescoço. - Eu sei que você dança muito bem. Vem... - ela tentou me puxar.

-- Me desculpe, linda, mas eu estou um pouco cansado da viagem e do trabalho. Prometo que outro dia, okay? - dei um beijo em sua testa.

-- Thea! Deixe Nathan em paz. - ordenou Leonardo que ainda estava irritado com a súbita aparição de Thea na festa.

-- Não enche. Já não basta o sermão que me deu agora pouco por eu estar aqui? - ela bufou.

-- Você queria o quê? Sai do nada de Paris, engana os seus seguranças particulares e vem parar em Miami sem ninguém saber. Amanhã ligarei para nossos pais. Eles dirão o que tenho que fazer com você. - Leo sorriu diabolicamente como se estivesse louco para castigá-la.

-- Está vendo, Nate? Eles me maltratam. - ela fazia uma carinha triste com beicinho.

Eu não pude deixar de rir.

-- Seu irmão está certo, querida. Você não pode simplesmente sumir sem avisar ninguém.

-- Summer faz isso! - ela grunhiu.

-- Summer é adulta e responsável pelos seus atos, T. - respondi.

-- Lá vem você também defender a coitadinha da minha irmã.

-- Thea, chega! - dessa vez foi Christopher quem se irritou, e ele irritado, era de assustar.

Notei Rylee se levantar e ir até outro grupo que o estava chamando.

-- Não! Tudo pra vocês é "Summer". Estou cansada disso. Nate vai ser diferente, não é? - Thea estava tão bêbada que escorregava em meu colo. Se eu não a segurasse, cairia de cara na areia.

-- Vocês duas são especiais para mim. - sorri.

Ela gargalhou do nada.

-- Está vendo, seus bando de idiotas. - Leonardo revirou os olhos impaciente. Eu o compreendia. Não era fácil lidar com uma universitária bêbada. -- Nathan me ama. Não preciso de nenhum de vocês.

-- Você está ultrapassando os limites, Thea. - falou Raffaello, já alterado. Eu mantinha meu rosto sereno e um sorriso nos lábios. Eles sempre se irritaram comigo e Matteo por acharmos graça das coisas que Summer, Sienna e minha irmã Mikaela faziam. Thea estava igual... Okay, talvez um pouco pior.

-- Você é um mala, Raffaello. - ela bufou.

-- Vocês só se safam porque são extremamente gostosos. - Tori apareceu tão bêbada quanto Thea.

-- Concordo! - Thea gargalhou e jogou seu corpo para trás. Eu a segurei em meu colo antes que caísse na areia. - Mas tenho que exaltar que Nathan está incrível. -- Thea me olhou da mesma maneira que Tori, minutos atrás.

Para mim ela era uma menina. Jamais a olharia de outra maneira.

-- Acho que você bebeu demais, não é? - brinquei.

-- Eu acho que você está delicioso. - mordeu o meu queixo.

-- Thea! - Leonardo gritou dessa vez. No entanto, ela o ignorou.

-- Thea, você está linda também, menina. Mas você é uma garotinha pra mim. Lembre-se disso. - falei sem tirar meu sorriso do rosto. Não queria ser ríspido com ela. Além disso, não adiantaria nada. Amanhã, ela não se lembraria de nada.

Thea bufou, mas logo desfez a carranca e empeçou a brincar com a minha camiseta regata.

-- Sabia que antigamente eu era apaixonada por você? - ela riu sozinha. Eu apenas a olhava. -- É verdade, Nate. Eu amava quando você ia em casa com Teo. Eu sonhava que um dia ia me casar com você. - ela riu novamente. Eu prestava atenção no que ela me dizia. - Mas a idiota da minha irmã -- Thea ficou carrancuda novamente. - também era apaixonada por você, e isso me atrapalhava. - ela fez bico. - Você acha que eu estou atraente hoje, Nate? - ela se afastou um pouco em meu colo para que eu a visse. O único que fiz foi segurar sua cintura antes que caísse para trás.

-- Eu acho que já passou da hora de você ir para cama. Você exagerou na bebida, T. - ela cruzou os braços em atitude birrenta.

-- Claro! Para que Summer possa se jogar para cima de você como sempre fez. Ela não é mais atraente do que eu, okay?

Eu arqueei uma sobrancelha. Conversar com bêbados e drogados não era uma boa.

-- Esquece Summer, Thea. Vocês duas são lindas. Cada uma em sua idade.

-- Summer é uma vadia. - Thea riu ao ouvir Tori.

Eu fechei a cara imediatamente. Thea eu tolerava, pois no fundo sabia que ela amava a irmã. Mas outra pessoa eu não aceitaria. Entretanto, não precisei defende-la. Nico interviu.

-- Não fale assim dela, Tori. Você só tem despeito.

-- E vocês só a defendem porque todos já comeram ela. - retrucou Thea.

Leonardo se levantou irritado e gritou. Aí estava um lado dos Maciello que ninguém gostaria de ver.

-- Você passou dos limites, Thea! Já chega de falar assim de sua irmã. Mais um pio e eu não respondo pelos meus atos. - Thea encolheu um pouco assustada pela atitude do irmão. Leonardo era um cara amedrontador.

-- Relaxa, Leo. Você é irmão dela, mas do jeito que sua irmã é, daria pra você também. - Tori completou rindo.

Quando percebi que Leonardo ia explodir, eu intervi.

-- Thea, querida, acho que você deveria ir dançar. Soube que é uma incrível dançarina. - sorri.

T se animou, esquecendo o assunto de antes, e saiu do meu colo como uma criança prestes a ganhar um brinquedo.

-- Sim! Eu quero dançar.

Ela segurou Tori pelo braço e foi se afastando. Mas antes de ir, correu até mim, beijou meus lábios levemente e depois correu antes que alguém chamasse sua atenção.

Eu franzi a testa e olhei para Leonardo e Christopher que estavam furiosos.

-- Relaxa. Ela acabou de sair da adolescência. Tem dezoito anos, mas ainda é uma menina. - comentei.

-- Ela é muito inconsequente, Nate. Não sei mais o que fazer com ela. Thea faz de nossas vidas um inferno. Sobretudo de Summer. - Leonardo voltou a se sentar, e então, respirou fundo enquanto passava a mão pelo rosto.

Ao meu lado, Pierro e Filipe estavam quietos. Pier tinha uma expressão misteriosa. Ele olhou Thea até ela sair de sua visão. Já Filipe parecia estudar tudo o que estava acontecendo. Ele não era um cara de muitas palavras. Sempre foi o mais quieto de todos nós, e também o mais tranquilo. Nunca vi Lipe se exaltar.

-- Acho que no fundo, Leo... Ela quer chamar atenção de vocês. Tudo o que aconteceu no passado a afetou demais. - falei.

-- Sem dúvida é isso. - comentou Chris. -- Mas não sabemos mais o que fazer com ela. Summer pelo menos é adulta. Não é tão inconsequente e irresponsável. O que ela faz é com ela mesma, não prejudica ninguém. Thea gosta de nos ferir.

-- Summer se sente culpada por Thea ser assim. - comentou Raffaello. -- E não adianta convencê-la do contrário. Ela é muito condescendente com ela. Deixa-a humilhá-la, e nunca diz nada.

-- Eu já presenciei um momento desses, agora pouco. - comentei. -- Thea pega pesado nas ofensas contra Sum.

-- E pelo o que acabei de perceber, você é sua nova arma, Nathan. - disse Filipe. -- Thea vai usar você para agredir Summer.

Eu suspirei.

Eu também tinha percebido isso.

-- Ela não vai conseguir o que quer. Vou tentar ajudá-la. Vou aproveitar a confiança que está depositando em mim.

-- Eu espero que sim, Nate. Realmente espero. - completou Leo. -- Meu pai está louco. Thea aparece em todas as revistas do país, e isso é péssimo para sua reputação política. E o pior, é que ela faz de propósito.

-- Tudo o que ela quer, é chamar a atenção de vocês. Só precisam descobrir o porquê.

Christopher que ia comentar, foi cortado por alguns gritos e aglomerações vindas perto do palco do DJ, onde as pessoas dançavam.

Thea estava ali, dançando sensualmente para Rylee. Ela era uma garotinha provocante. Eu tinha que confessar que Thea, apesar de não ser irmã de sangue de Summer, era muito parecida com ela. Difícil para um homem resistir a uma mulher assim.

-- Olá, meninos!

Summer e Sienna falaram ao mesmo tempo ao aparecem completamente bêbadas. Elas tropeçavam uma na outra e riam enquanto se aproximavam.

-- Olha só o estado de vocês duas. - disse Pierro, rindo.

-- O que foi, Pier? Nunca ficou bêbado antes? - perguntou Sienna.

Pierro apenas deu um sorriso levado.

-- Acho que já beberam o suficiente, não? - Leonardo fechou a cara.

-- Ah, maninho, você está um pé no saco hoje! - Summer fez beicinho ao provocar seu irmão.

-- Acho que isso é falta de alguma coisa, Sr. Maciello. - completou Sienna enquanto se aproximava de Leonardo pelas costas da cadeira e deslizava suas mãos pelo seu ombro.

-- Por favor, Sienna. Eu não sou obrigado a ver você dando em cima de um dos meus melhores amigos. - reclamei. -- Poupe-me.

Sienna e Summer se entreolharam e franziram a testa.

-- Senny, acho que seu primo voltou com pinta de macho alfa. - Summer riu antes de sentar, ou praticamente cair, no colo de Pierro.

A encarei firmemente.

Eu vou lhe mostrar o macho alfa muito em breve, garota. Aproveite essa festa para dar em cima de quem quiser, porque será a última vez.

-- Não enche, Nathan. Você perdeu o direito de ser superprotetor há muito tempo. - resmungou Sienna. Eu a ignorei.

-- Vocês estão tão isolados. - Summer começou a beijar o pescoço de Pierro.

-- Summer, por favor! - reclamou Christopher. -- Na nossa frente não, caralho!

Chris não tinha mudado nada. Era ciumento ao extremo com sua irmã.

-- Hummm! Caralho... Eu gosto de caralhos! - Summer falou e mordeu o lábio inferior.

Sienna e ela gargalharam alto. Acho que "bêbadas" não era mais a definição certa para as duas. Já tinham ultrapassado essa linha.

Christopher revirou os olhos como quem diz "Desisto".

-- Leo, você podia me dar o seu, não acha? - brincou Sienna.

As duas não paravam de rir.

Senny mordeu o lóbulo da orelha de Leonardo. O notei contrair seu corpo por excitação e raiva ao mesmo tempo. Eu sabia como era a sensação. Ter que resistir a uma mulher assim.

Summer imediatamente parou de rir, não gostando da brincadeira.

-- Hey! Com meu irmão não. - ela grunhiu.

Sum ficava linda irritada. Sempre adorei provoca-la. Ela franzia o nariz e emburrava de um jeito que deixava-me louco para beijá-la.

Sienna revirou os olhos.

Leonardo estava estático. Parecendo furioso por Sienna estar tentando provoca-lo. Eu riria se a situação não envolvesse minha prima.

-- Não vou nem comentar o que você fez com meu irmão há algumas horas. - Senny retrucou enciumada.

-- Não fiz nada ao qual ele não tenha implorado para eu fazer. - Sum lhe devolveu um sorriso provocativo.

-- Já chega desse assunto, porra! - Raffaello se levantou, irritado. Italianos são temperamentais. -- Summer, levante já daí. Você está exagerando.

Minha belle fez carinha de choro e beicinho. Eu me segurei para não rir. Ela era a mesma garotinha provocadora e manipuladora de antes.

-- Não quero! - resmungou como uma criança. - Pier, fala para ele me deixar aqui. - pediu.

-- Summer, por favor, tenha piedade de mim. Eu sou homem e você está amassando o meu pau. - Pier suplicou.

-- Mantenha seus pensamentos para si, palhaço! - resmungou Christopher.

-- Não é o seu pau que está sendo amassado pela bunda dela, então não me enche o saco, cara! - retrucou Pierro visivelmente perturbado.

Summer e Sienna apenas se divertiam. Percebi então que estavam acostumadas a agirem assim.

-- Você sabe que médico é o fetiche de toda mulher, não sabe, Pier? - provocou Sienna que já estava se enroscando no coitado do Leonardo.

-- E paciente é o fetiche de todo médico. - Pierro respondeu já quase implorando por misericórdia.

Eu apenas observava tudo. Summer provocava Pierro, mas eu percebia seu olhar em cima de mim. Ela estava me provocando. Ela queria uma reação minha, mas eu não lhe daria esse gosto. Eu apenas sorria e a ignorava. Ela estava acostumada a ter o que queria, o cara que queria. Comigo as coisas seriam diferentes.

Em meio a essa brincadeira Filipe, que estava tão quieto me fazendo esquecer de sua presença, levantou, pediu licença e saiu.

-- Shiii, acho que ele se irritou. - Sienna fez uma careta engraçada.

-- Você também não mede as consequências dos seus atos, Summer. Sabe que ele é apaixonado por você. Custa respeitar? - advertiu Leonardo.

-- Você quer que eu faça o quê? Deixe de viver por causa dele? - Summer revirou os olhos. -- Eu nunca lhe dei esperanças, eu não o provoco e nem nunca dei em cima dele, mesmo ele sendo fodidamente bonito, porque não o quero machucar depois. Mas também não posso virar freira cada vez que ele está por perto.

Summer se levantou impaciente do colo de Pierro. O mesmo gemeu de alivio. Se não fosse por ser Summer em cima dele, eu teria rido de sua reação.

-- Você poderia pegar leve na frente dele, Sum. - comentou Eth enquanto bebia seu uísque.

-- Você não se preocupou com isso enquanto estava ocupado me lambendo ou sendo lambido por mim. -- ela o olhou debochadamente, mas seus olhos brilhavam de raiva. Talvez o assunto fosse mais sério do que eu pensava. Summer se enfureceu as acusações.

Ethan, como sempre, não levou a sério e riu.

-- Sai de cima do meu irmão! - Summer puxou Sienna pela mão fazendo-as quase caírem de bunda na areia.

Não consegui segurar o riso. Minha belle estava tão bonita, tão bêbada e tão infantil ao mesmo tempo. Por alguma razão aquilo mexeu comigo.

-- Posso saber por que está rindo? - Summer me encarou com as mãos na cintura.

Eu vou cometer um pecado hoje, mas devorarei cada parte do seu belíssimo corpo, mesmo você estando alcoolizada, baby.

-- Porque você não mudou nada. Continua birrenta, mimada e incrivelmente linda. - a olhei fixamente, intimidando-a com meu olhar.

Summer não se envergonhava com facilidade, mas eu a fiz ficar muda e perder a pose arrogante. Suas bochechas ficaram levemente rosadas. Certas coisas nunca mudam.

Antes que pudéssemos falar mais alguma coisa, ouvimos um grito de Sienna, assustando a todos.

§ Summer's pov.

Sienna olhava fixamente para onde as pessoas dançavam. De repente, se levantou do colo de meu irmão com bruscalidade e apontou para o lugar onde olhava.

-- O que essa cretina está fazendo aqui? Ainda por cima agarrada ao meu irmão!

Todos nós olhamos em direção a Rylee que dançava com uma garota. Minha irmã caçula.

-- Thea? - falou Lana surpresa.

Nem percebi ela e Nicole se aproximarem.

-- O que T faz aqui? - perguntou Nicole confusa.

Nem eu sabia ao certo o que minha irmã estava fazendo em Miami, ela não teve a gentileza de me contar. Mas ouvir Sienna ofendendo-a me irritou. No entanto, permaneci calada. Eu sabia que muitas vezes Thea merecia a raiva das pessoas, mas ela era a minha irmã, eu a amava muito e não podia deixar de me chatear.

-- Eu vou lá! - disse Sienna, irada. Mas antes que ela pudesse se mover, Raffaello a segurou por trás, pela cintura. Não foi nada difícil para ele imobilizá-la.

-- Me solte, Raffaello! Eu não quero essa vadia estúpida perto da minha família! - gritou com ele enquanto se debatia.

Eu sabia o quanto Sienna estava bêbada. Sabia o quanto ela odiava Thea por problemas que tiveram no passado envolvendo a família de Senny e o envolvimento dela com meu irmão Leonardo, mas eu era uma Maciello e ninguém mexia com os Maciello.

-- Já chega! - se levantou Christopher claramente furioso. -- Eu não sou obrigado a ficar escutando isso. Melhor eu sair antes que faça uma besteira.

Nossa família era muito unida. Sempre respeitávamos e protegíamos uns aos outros. Nenhum de nós estava contente com os xingamentos de Senny.

Nathan parecendo perceber nosso desagrado, tentou intervir.

-- Senny, acho melhor você se acalmar. Eles só estão dançando, você está bêbada e vai se arrepender depois dos seus atos.

Nathan se aproximou da prima e pediu para que Raffaello que a soltasse. No entanto, ele a manteve presa.

-- Não me venha dizer o que eu devo ou não fazer, Nathan. Você não tem mais esse direito. E você não sabe o que ela fez comigo. - seus olhos se encheram de água.

Nate a olhou com compreensão e afeto.

-- Não, talvez eu não saiba, mas ela é apenas uma garota problemática. Seja você a adulta. - ele a olhou sério, mas não tinha reprovação ou irritação nos olhos.

Algo me chamou atenção em Nathan. Ele não mudava de expressão. Estava sempre muito sereno e ponderado. Muito diferente de antes. Não que fosse emotivo ou temperamental, mas seus olhos sempre expressavam o que estava sentindo, e no momento eles não tinham expressão nenhuma. Por mais tranquilo que estivesse, eu notei sua frieza.

-- Você não sabe do que essa "garota problemática" é capaz. - uma lagrima deslizou por seu rosto. Era culpa do álcool. -- Por mim ela podia morrer.

-- Sienna! Cuidado com o que fala. - Raffaello advertiu.

Pier veio até mim, passou o braço pelos meus ombros em conforto.

Leonardo estava sério. Apenas observando tudo. Ele respirou fundo tentando controlar seu temperamento. Estava cansado de ter toda a responsabilidade da família em suas costas.

-- Ah, Raffaello! Ela nem da família é. Não a defenda. - Sienna continuava alterada.

Eu tentei me controlar o máximo que pude. Assunto Thea e Sienna sempre acabava em briga. Mas ouvi-la falando que T não fazia parte de nossa família fez com que o extinto de proteção falasse mais alto. Ela já tinha feito essa besteira uma vez, e lhe custou o homem que amava, meu irmão Leonardo. Se continuasse assim, também me perderia, sua melhor amiga.

Eu já não me contive.

-- Já chega, Sienna. - ela me olhou surpresa. -- Acho bom medir suas palavras. Thea é minha irmã, e nenhum de nós se importa se ela tem nosso sangue ou não. - meu olhar era tão severo que Raffa segurou meu braço ponderadamente.

-- Se acalme, Sum. - sussurrou perto de meu ouvido.

-- Sua irmã é uma puta invejosa. Me espanta defende-la sendo que tudo o que ela sabe fazer é te humilhar e mostrar o quanto te despreza. - retrucou Sienna, com raiva.

Nathan a segurou com mais firmeza pelo braço.

-- Chega, Sienna - ele ordenou.

Ela o ignorou.

-- Puta? Que moral você tem para chama-la assim? A puta que estava se esfregando no meu irmão até agora? - respirei fundo. Nem ao menos olhei para Leonardo, sabia que ele estaria furioso com Sienna. -- Não quero mais discutir isso. Não quero que fale mal dela perto de mim outra vez. Se fizer, pode esquecer que eu existo.

Eu estava tão irritada que comecei a tremer. Meus olhos se encheram de lágrimas.

Meu ponto fraco era minha família. Se alguém quisesse me ferir era falar de qualquer um deles. Em especial, Matteo e Thea.

Sienna pareceu não perceber ou estava irritada e bêbada demais para entender a seriedade de minhas palavras. Eu não estava brincando. Ela perderia minha amizade se continuasse agindo assim.

-- Já que ela é sua irmã, então se vire para tirá-la de perto de Rylee antes que eu faça alguma besteira. E você sabe que eu faço.

A encarei seriamente.

-- Rylee é adulto e vacinado, sabe muito bem o que faz. Quer vê-la longe dele? Tire-a você mesma. - me virei e sai de perto em direção ao palco, mas antes pude ouvir Leonardo grunhir e se afastar assim que Senny tocou seu braço.

-- Não me toque. Eu não quero nem ao menos olhar para você nesse momento. - então saiu em direção a nossa casa.

------ x ------

Passei algum tempo no palco junto com o DJ amigo de Rylee. Eu gostava de tocar, havia aprendido com meu primo Raffaello. Por isso me deixaram brincar de DJ por um tempinho. Duas músicas, para ser mais específica. Depois voltei para a pista. Precisava dançar. Sempre ajudava a acalmar meus nervos.

-- Summer... - ouvi a voz de Sienna se aproximar.

Eu ainda não estava pronta para falar com ela. Estava chateada, precisava de um tempo. Eu sabia que ela ia se desculpar, como sempre fazia, mas isso não queria dizer que eu tinha que fingir que estava tudo bem apenas para poder agradá-la. Ela precisava entender a gravidade de suas palavras. Mesmo sabendo o quanto Thea a magoou no passado, ela era minha irmã, e eu não podia aceitar tamanhas ofensas. Eu esperava que um dia, ela e Sienna, se entendessem, mas não sei se seria possível. Thea havia pegado pesado com Senny.

Quando estávamos no final do colégio, praticamente formadas, fizemos uma festa na casa de Senny, com nossos amigos, para comemorar. Naquela época, eu namorava Nicolas e Sienna e Leonardo estavam mais próximos. Apesar de Leo ficar pouco em casa por estar ativo no exército. A diferença de idade entre Senny e Leo era grande. Ela estava com dezessete, quase dezoito, assim como eu, e ele com vinte e quatro. Leonardo sempre foi muito responsável, por isso jamais teria nada com ela até que completasse dezoito anos. No entanto, o dia da nossa festa, era também o aniversário de Senny, e meu irmão estando interessado nela, fez questão de aparecer. O único problema é que Sienna não sabia. Leo foi fazer uma surpresa. Procurou Senny por todos os cantos da casa dos seus pais, onde foi à festa, mas não a encontrou. Até que ouviu um barulho vindo da garagem que ficava no subsolo. Eram gritos, gritos de Sienna. Ele me contou que quando chegou perto da porta ouviu Senny xingando Thea, ofendendo-a, dizendo que ela não passava de uma filha de empregada rejeitada, que jamais seria uma Maciello, que sua mãe estava morta e seu pai nunca a quis, que ela estava sozinha no mundo e nada faria com que ela fosse realmente parte de nossa família. Leo entrou na garagem e Sienna ficou branca quando o viu. Eu imagino o olhar mortal de indignação e desaprovação que deve ter dado a ela. Nesse momento, Senny soube que qualquer chance que pudesse ter com Leo, tinha desaparecido. Ele sempre foi muito protetor com nossa família, e mexer com Thea foi demais para ele. Eu só sei que Leo tirou Thea, que chorava, do local, e a levou embora. Sienna quis se explicar, mas ele deixou claro que jamais a perdoaria por isso. Desde então eles não se viram mais, até ontem no supermercado. A única coisa que Leonardo não sabia é que Thea havia provocado essa discussão usando um tema muito sério para Sienna. A morte do seu pai. Ninguém falava sobre isso. Aquela tragédia foi apagada, mas era uma ferida para a família Woodsen que jamais se cicatrizaria.

Sienna me contou tudo o que aconteceu depois que a confrontei sobre Thea. Eu acreditei nela. Entendi que Thea pegou pesado. Mas ela revidou no mesmo nível. Nem que Leonardo acreditasse nela, não a perdoaria. Ele pensou que Senny estivesse madura o suficiente para estar com ele, mas se enganou. Pelo menos foi como ele me disse que se sentiu.

Antes que Sienna pudesse se aproximar mais de mim, eu caminhei rapidamente em direção ao grupo dos meninos. Eu queria dançar, mas desde que estive no palco, meus olhos não se desgrudavam de Nathan. Ele estava incrivelmente bonito. Eu não queria ter percebido isso, mas não era algo que conseguia controlar. Principalmente depois do tanto que já havia bebido. Ele vestia uma camiseta branca com listras azul marinho e alguns botões na frente, - o primeiro e o segundo estavam abertos deixando uma parte do seu peito à mostra. - uma bermuda jeans vermelha e um tênis bege.

Utilizando a bebida como desculpa, resolvi fazer algo que não deveria, mas não estava me contendo.

-- Você ainda dança, Nathan?

O olhei fixamente ao me aproximar, cortando a conversa dos garotos.

Nate me olhou durante algum tempo com a testa franzida, estranhando minha pergunta. Não o culpava. Eu também estava surpresa por ir atrás dele.

-- Não. - respondeu simplesmente, sem me dar atenção.

-- Por que não? Você dançava muito bem. - insisti.

Ele permaneceu quieto.

Eu não entendi sua atitude. Uma hora me elogiava e me comia com os olhos, na outra me ignorava ou me olhava como se eu estivesse enchendo o saco.

Sua indiferença estava começando a me irritar, por isso resolvi provoca-lo. Não me perguntem o porquê, mas eu tinha que ter sua atenção de qualquer maneira. Por isso, aproximei-me lentamente. Ele me olhou nos olhos. Aqueles olhos azuis misteriosos. Eu não conseguia saber o que ele estava pensando. Isso me frustrava. Deslizei minha mão direita pelo seu peito, por cima de sua camiseta. Nathan não se moveu. Continuou na mesma posição, porém seu olhar desceu até onde minha mão estava.

A cor dos seus olhos mudou imediatamente. Eu podia jurar que estavam mais escuros. Sorri por dentro por atingir meu objetivo. Esse olhar, sim, eu conhecia. Foi o mesmo olhar que me deu na única vez em que me beijou há dez anos.

Finalmente me respondeu.

-- Eu estive um pouco ocupado nos últimos dez anos. - ironizou.

Eu sorri.

-- Então, vem! - o olhei sensualmente e ao mesmo tempo alegre enquanto me afastava e estendia a mão em sua direção.

Nathan arqueou uma de suas sobrancelhas.

-- Acho que você está muito bêbada para conseguir dançar comigo. - seus lábios se curvaram sensualmente.

Eu ri alto, jogando a cabeça para trás.

-- Baby, eu posso estar em coma, mas ainda assim dançaria perfeitamente bem. - pisquei.

Nathan sorriu.

Esse era um desafio, e ele parecia gostar de desafios.

-- Vamos... - respondeu.

Eu peguei um vestido branco curto que deixei jogado em uma das mesas e o coloquei. Então segurei em seu pulso e fui arrastando-o até o centro da praia, onde todos dançavam.

Raffaello que agora estava no som, percebendo minha presença e de Nathan, já que trocou a música para uma ao qual nós pudéssemos dançar, Hip Hop, uma de minhas especialidades e o estilo preferido de Nate. Pelo menos costumava ser. A música era Here me Coming de Yung Joc.

Algumas pessoas se aproximaram de nós ao perceberem que eu faria uma apresentação. Ser considerada três vezes a melhor dançarina de Hip Hop do mundo tinha suas vantagens.

Olhei para Nathan com um sorriso desafiante no rosto. Ele me estudava minuciosamente, porém também sorria daquela maneira prepotente de sempre.

Comecei a fazer passos leves, apenas mexendo o meu corpo. Entretanto, eu queria brincar com ele, então fiz alguns passos de iniciantes e alguns um pouco desajeitados. Nathan arqueou uma sobrancelha sarcasticamente ao me assistir. Parei de dançar e o encarei sorrindo.

-- O que achou? - segurei o riso.

Arrogantemente, ele se aproximou de mim.

-- Horrível! Achei que dançasse melhor.

Eu sabia que Nathan falaria isso. Ele sempre foi um cara direto, sem muita enrolação, mas como ele estava diferente do Nate que eu conheci, quis ver sua reação. Descobrir sua nova personalidade parecia ser meu novo hobby. Não deveria, mas novamente, vamos culpar o álcool.

Eu coloquei a mão na cintura e o olhei soberbamente. Sem dizer nada, caminhei até ele no ritmo da música, requebrando meus quadris como se estive desfilando em uma passarela. Nathan me encarou enquanto eu me aproximava dele. Quase em câmera lenta comecei a rebolar, girando meus quadris, fazendo minha bunda empinar para trás. Repeti esse movimento algumas vezes, misturando com alguns movimentos de Break, olhando-o sensualmente enquanto passava minhas mãos pelo meu corpo e jogava meu cabelo. Por fim, me aproximei do seu corpo, passei um de meus braços pelo seu pescoço e joguei meu corpo até o chão abrindo um espacate fazendo-o inclinar a cabeça para baixo para que pudesse me segurar. Todos gritaram para mim. Nate me levantou com apenas um impulso em seu pescoço, sem usar as mãos. Eu o olhei com um sorriso presunçoso. Nathan finalmente sorriu satisfeito ao me ver dançar da maneira que ele se lembrava.

-- Okay! Agora é a sua vez. - sorri desafiadoramente ao me afastar, dando espaço a ele.

Nathan deu mais um sorriso presunçoso antes de começar a fazer alguns passos de Break. Todos começaram a gritar. Eu fiquei paralisada, encantada por vê-lo dançar perfeitamente bem. Ele parecia profissional. Tudo bem que Nathan dançou sua vida inteira, já que sua mãe é dançarina e coreógrafa. Ele sempre amou Hip Hop, principalmente Break. Assim como meu irmão Matteo.

Ele era bom, muito bom para quem ficou ocupado por dez anos sem praticar. Eu não imaginava que ele fosse tão incrível quanto eu estava vendo agora.

Quando Nathan terminou sua coreografia, assoprou em cima de mim um pouco de areia que estava em sua mão, em provocação e desafio.

Todos gritavam para ele.

Eu sorri satisfeita e encantada.

Se algum dia eu o achei maravilhoso, hoje eu o achava perfeito. Nada como um homem que saiba dançar.

-- Acho que eu ainda sei alguns passos. - ele piscou e sorriu ironicamente.

-- É! Deu pro gasto. - brinquei.

Nathan riu. Sabia que eu estava mentindo.

Me aproximei dele para dançarmos juntos. Ele fazia alguns de seus passos enquanto eu deslizava meu corpo pelo seu sensualmente.

A multidão gritava cada vez mais.

Ele agachou, eu movi meu corpo de frente para trás, quase me encostando em seu membro. Nate apertou meu quadril com força e o puxou contra ele em resposta. Minhas mãos foram para o seu pescoço e meu corpo deslizou para trás, quase encostando-se ao chão. Nathan pousou suas mãos em minhas coxas e as apertou enquanto subia levemente meu vestido, depois pousou seus lábios em minha barriga, por cima da roupa, e foi subindo até o vão dos meus seios, onde depositou um beijo forte me fazendo tremer. Suas mãos saíram de minhas pernas e foram até minhas costas. Ele as pressionou no local e levantou meu corpo fazendo com que me chocasse em seu peito com força. Uma de minhas pernas ficaram entre as suas pressionando seu membro que eu já podia sentir endurecer. Então, meu rosto colou-se ao seu, nossas testas e narizes se tocaram, nossas bocas ficaram a milímetros de distância uma da outra.

A música acabou, todos gritavam e assoviavam. Mas nós dois continuávamos na mesma posição. Um olhando para o outro, com a respiração acelerada e um desejo visível em nossos olhos.

Eu queria beijá-lo. Não, eu queria ser beijada por ele. Queria sentir sua boca. Meu corpo implorava por isso, e pela maneira que me olhava, o dele também.

Nossos lábios se tocaram e meus olhos se fecharam.

Oh, Deus! Eu o sentiria de novo. Depois de dez anos, depois de ter sonhado com isso todas as noites, eu o sentiria me tocar novamente.

-- Você não disse que não estava afim de dançar, Nate?

O momento foi quebrado assim que ouvimos a voz de Thea. Nos afastamos.

Merda.

Tá reclamando do que, Summer? Você não tinha nada que beijá-lo, sua estúpida. Ele vai pensar que você continua de quatro por ele.

Me bati mentalmente.

-- Thea... - ela me cortou.

-- Qual o seu problema, Summer? Quer chamar atenção? Não consegue suportar a ideia de alguém possa estar em evidencia além de você?

Eu revirei os olhos.

Tudo que eu fazia, para Thea, era motivo de provocação. Apenas porque resolvi dançar, como ela estava fazendo minutos atrás, achou que foi de propósito.

Nathan me cortou antes que eu fosse responder.

-- Eu não queria dançar, querida. Mas sua irmã me desafiou. Eu gosto de desafios. - ela olhou para Nathan e sorriu.

Ela sorria para ele como antigamente. Ela não sorria mais assim para ninguém.

-- Dá próxima vez vou me lembrar de te desafiar.

Ele riu e a abraçou.

-- Prometo que danço com você outro dia. Já tive minha cota por hoje. - Nate piscou para ela e se virou para mim.

-- Foi um prazer dançar com você, Summer. Continua sendo a maravilhosa dançarina de sempre. - deu um sorriso presunçoso e sedutor. Em seguida, se foi.

Era uma frase simples, mas seu tom de voz dizia "Foi um prazer dançar com você, baby. Quero te foder da próxima vez." Ou talvez fosse o que eu estava desejando que ele dissesse.

-- Fique longe dele, Summer.

Arqueei a sobrancelha ao ouvir Thea.

-- Não me diga o que fazer, pirralha.

Sempre odiei receber ordens, e ela sabia disso. Eu a amava e a defendia de todos, mas nunca fui uma pessoa muito paciente para má-criações.

Thea tentou retrucar. Eu a cortei.

-- Nem tente! Acho que você está ultrapassando os limites. Nathan é adulto e eu também. Não precisamos de uma pirralha ciumenta e egoísta dizendo o que devemos ou não fazer. Isso não é assunto seu, Thea. - respirei fundo. Ela me encarava com raiva. -- Me faça um grande favor... Pare de infernizar minha vida. - virei as costas e a deixei reclamando sozinha. Paciência tem limites.

------ x ------

-- Hey! - ouvi Sienna.

Eu estava debruçada no balcão de um dos quiosques pedindo uma Marguerita a um bartender.

-- Hey! - respondi assim que peguei minha bebida e o agradeci. Sienna aproveitou para fazer seu pedido. Logo, se virou para mim.

-- Sum... Me desculpe. Não queria magoá-la. Eu estava chateada. Não deveria ter falado assim de sua irmã. Sei o quanto você a ama.

-- Eu também sei o quanto você odeia Thea, mas você sabe que nunca vou deixar ninguém ofendê-la. Ela é minha irmã independentemente do que faz ou de ter meu sangue. - eu não a olhava, apenas bebericava minha Marguerita. -- Estou cansada disso, Sienna. Todo seu ódio por ela custou seu relacionamento com meu irmão.

Ouvi Sienna suspirar.

-- Nunca houve um relacionamento.

-- Haveria se você não estivesse tão preocupada com Thea. Se focasse em Leonardo.

-- Tudo isso aconteceu há anos. Já é tarde.

Respirei fundo.

-- Você quem sabe. Mas não acho que deveria dar atenção a uma menina com tantos problemas como Thea. Ignore-a, assim como eu faço. Ela apenas quer chamar atenção.

Sienna ficou quieta por alguns segundos enquanto bebericava sua bebida que o bartender trouxe.

-- Me perdoa? - disse ela, com a voz carregada de culpa.

Eu continuei quieta.

-- Não vai me dizer nada? Eu odeio ficar brigada com você, Summer.

Depois de algum tempo, percebendo que estava realmente arrependida, dei um sorriso de canto.

-- Die, bitch! ¹ - Senny gargalhou ao me ouvir. Nós sempre dizíamos isso uma para a outra, desde adolescentes.

Sienna me abraçou forte, quase derrubando minha bebida.

-- Cadê o seu discurso de "não me toque e não me rele"? - eu brinquei. Senny não era uma garota de muitos abraços e beijos.

-- Eu estou bêbada! - respondeu.

Gargalhamos as duas.

§ Nathan's pov.

Fazia muito tempo que eu não dançava. Dez anos para ser mais específico. E eu não fazia ideia do porquê ter aceitado o desafio de Summer. Minha vida tinha mudado completamente. Eu não era mais o mesmo. Mas Summer em tão pouco tempo estava me fazendo sentir como o antigo Nathan. E isso não poderia acontecer. Primeiro porque o antigo Nathan morreu naquele cativeiro, e segundo porque eu não estava aqui a passeio. Eu tinha uma missão. Eu precisava do meu foco.

Quando voltei para a nossa mesa, Leonardo, Raffaello, Christopher, Nicolas, Filipe e Rylee estavam unidos novamente, conversando. Me juntei a eles por um bom tempo. Nem parecia que quase não nos víamos. Era como nos velhos tempos, só faltava meu "irmão" ... Matteo.

Em meio a nossa conversa ouvimos gritos vindos na direção do palco, que não ficava muito longe de onde estávamos.

De início não entendemos o motivo da gritaria. Até que Summer, Sienna, Lana e Nicole subiram ao palco acompanhadas de algumas dançarinas. Meu queixo caiu quando vi Summer vestida como a rainha de um bordel de alto padrão. Ela vestia uma lingerie e cinta-liga preta e branca, saltos bem altos prateados e meias brancas que percorriam suas belas e torneadas coxas, deixando-a incrivelmente sensual.

Deus, que mulher é essa?

Confesso que fiquei hipnotizado. Eu sabia que Summer era linda, mas não imaginava que pudesse ficar mais linda do que era. Meu pau endureceu de imediato.

Uau! Simplesmente, Uau!

-- O que elas estão fazendo? - perguntou Leonardo visivelmente irritado.

A música Run the World da cantora Beyoncé começou a tocar.

-- Você ainda pergunta, cara? Summer e as meninas sempre apresentam uma coreografia de dança em todas as festas.

Eu não prestava atenção em nada do que diziam. Estava com minha atenção focada em Summer.

Ela era uma dançarina incrível. Não era nenhuma surpresa que fosse tão prestigiada em sua área, sendo tão nova.

Eu adorava vê-la dançar. Sempre adorei. Fui em muitas apresentações suas sem que ela soubesse. De alguma forma me tranquilizava. Ela era um anjo sensual.

-- Nathan! Você está estático, meu amigo. - brincou Ethan. -- Isso é efeito, Summer? - ele riu.

-- Quando foi que ela se tornou tão sensual? - perguntei totalmente vidrado. Não conseguia desviar meus olhos de cima dela.

-- Desde os seus dezesseis anos. Ela se descobriu nessa idade. Foi quando resolveu voltar a dançar, e com isso sua autoconfiança também voltou. - explicou Pierro.

Eu sabia que Summer havia desistido da dança por alguns anos. Eu apenas não conhecia os detalhes, mas meu palpite era que a morte de Matteo tinha tudo a ver com isso.

-- Ela é uma gostosa, isso sim. - brincou Ethan.

-- Mais respeito com Summer! - Filipe reagiu.

Eth revirou os olhos.

Eu estava pouco me fodendo para todos ali. Eu só queria olhá-la, devorá-la com meus olhos. Deus, eu queria minhas mãos e minha boca nela. A necessidade era tão grande que estava tomado em ir até o palco, arrancá-la de lá, botá-la em meus ombros e leva-la para o quarto mais próximo.

Summer pareceu sentir o meu olhar. Ela se virou em minha direção, ainda concentrada em sua coreográfica, mas me encarou com a mesma fome que eu sentia por ela.

Maldita!

Essa garota ia me levar a loucura se eu não tomasse as rédeas. Eu estava no controle, não ela.

Ao longo da performance a dança começou a ficar mais sensual. Eu já podia sentir meu pau pulsar em minha bermuda. Eu teria que exercer um grande esforço para não fazer um estrago nessa garota essa noite. Tudo que eu queria era me enterrar nela enquanto inalava seu cheiro delicioso.

Summer estava me levando ao extremo. Sempre a achei atraente, sempre mexeu comigo. Passei todos esses anos com ela na cabeça, louco para tê-la próxima a mim, e agora eu descobria que além de ter sido minha salvação, ela também seria a minha perdição. Eu me perguntava o que aconteceria comigo daqui em diante. Eu não estava preparado para essa avalanche de emoções quando cheguei aqui, e fazia apenas algumas horas. Como aguentaria passar tanto tempo perto de Summer e ao mesmo tempo me manter frio o suficiente para protege-la? Ela era uma maldita distração. Eu sabia disso. Só não imaginava que era tanto.

Quando a música acabou, ouvimos a gritaria das pessoas, principalmente na área masculina. Summer me olhou, e então sorriu satisfeita. Ela queria chamar minha atenção e sabia que havia sucedido. Como não poderia?

-- Essas garotas ainda vão enfartar alguns caras hoje. - Nico revirou os olhos.

Acho que eu podia nos incluir nesses infartos. Até Leonardo estava atordoado. No caso dele por dois motivos. Um por sua irmã estar sendo assediada por todos os caras da festa e outro por Sienna estar lá em cima. Eu não era imbecil. Notei a tensão sexual entre eles de imediato. Leo parecia sempre tentar se controlar quando ela estava perto, e a atitude que ele teve quando Senny ofendeu Thea, me mostrou que algo ruim aconteceu entre os dois no passado.

Ethan se levantou, acordando-me de meus pensamentos.

-- Acho que preciso de uma mulher para acalmar o meu pau. Com licença, meus caros. - comentou Eth, em seu jeito sarcástico e engraçado de sempre.

Rimos quando ele se foi.

-- Bem, e eu vou até o quiosque. Já volto. - falei ao também me levantar.

-- Precisando esfriar a cabeça, Nathan? - perguntou Raffa. Notei o tom provocador em sua voz.

Eu o encarei com um sorriso leviano no rosto.

-- Depende de qual cabeça você está falando, cara.

Raffa me deu um pequeno sorriso cúmplice.

Era impressão minha ou ele estava me jogando para Summer?

-- Espero que não esteja falando isso por causa da minha irmã, Nate. - advertiu-me Christopher.

-- Desculpe-me, Chris, mas sua irmã quase me fez perder a cabeça agora, e estou falando das duas. - os outros riram, menos Leo, Lipe e Chris obviamente.

-- Vou fingir que não ouvi isso. - ele me olhou seriamente.

-- E eu vou fingir que você não estava babando em minha prima tanto quanto Leonardo. - sorri sarcasticamente e saí em direção ao quiosque.

Eu realmente precisava esfriar a cabeça... As duas.

------ x ------

Eu estava sentado no quiosque, bebendo uma cerveja bem gelada, tentando fazer com que meus hormônios se acalmassem, quando Thea apareceu do meu lado.

-- Minha irmã só me envergonha. - ela bufou, se sentou no banco e pegou a cerveja de minha mão.

Eu sorri alegremente.

Thea dizia que odiava Summer, mas seu foco estava em sua irmã em todos os momentos. Nem ao menos percebia que na verdade Sum era sua grande paixão, e não suportava ficar longe dela. Só era teimosa, arrogante e orgulhosa demais para assumir a realidade. Summer não era culpada pela morte de Matteo, e Thea precisava parar de usa-la como desculpa para a sua própria dor.

-- Posso saber por quê? - peguei a cerveja de voltar de sua mão. -- Você não pode beber, Thea. Ainda não tem vinte e um.

Ela ignorou minha advertência.

-- Você não a viu dançar? Parecia uma prostituta de cabaré barato.

Para mim parecia mais uma incrível dançarina sensual, devoradora de homens.

Ri de meus próprios pensamentos.

-- Será que você não está com inveja da sua irmã, T?

-- Eu? Por que eu teria inveja dela? - ela me olhou incrédula.

Eu pedi outra cerveja para o garçom.

-- Porque sua irmã é uma mulher muito bonita que atrai todos homens ao seu redor.

E eu me incluía nessa.

-- Não vai me falar que você também já caiu de quatro por ela, Nate? - Thea me olhou horrorizada.

Dei-lhe um sorriso leviano.

-- Summer é muito bonita, e eu sou um homem admirador da beleza feminina. É humanamente impossível eu não me sentir atraído por ela, Thea.

-- Você tem coragem de dizer isso na minha cara? - ela se irritou.

Eu dei de ombros e ri.

-- Qual é o problema? Estou sendo sincero com você. - tomei um gole de minha cerveja.

-- Claro! Sempre Summer. Todos os homens sempre a querem. Todas querem ser amigas dela. Ela é a toda poderosa.

Aí estava o ciúme.

-- Você é muito bonita também, Thea. Não tente se comparar com sua irmã. Apenas têm idades diferentes.

Sua carranca sumiu e um sorriso surgiu no lugar. Thea se levantou de seu banco e se sentou em meu colo. Sua mão deslizou pela minha coxa.

-- Isso quer dizer que você também me deseja?

Seus lábios foram até meu pescoço, roçando-os levemente em minha pele.

Deus, não!

Thea era uma garotinha para mim. Era como uma irmã caçula. Além disso, Summer era o centro do meu mundo há muitos anos.

Eu a afastei até que a estivesse me olhando novamente.

-- Isso quer dizer que muitos garotos da sua idade a desejam, sem dúvida nenhuma. Mas pra mim você é uma menina, Thea.

Ela mais uma vez se irritou.

-- Claro! Summer, não é? Até você me rejeita por ela.

Thea tentou sair de meu colo, mas eu a segurei.

-- Querida, já disse para não se comparar a sua irmã. Você é mais nova do que ela. Você atrai os garotos da sua idade. Eu já estou um pouco velho pra você, T.

-- Ah, por favor, Nathan. Eu tenho dezoito anos. Você tem quase trinta e um. São treze anos de diferença. Isso não te faz um idoso. - ela me olhou severamente.

Eu suspirei. Não queria magoá-la, mas de maneira nenhuma lhe daria esperanças. Além disso, eu sabia que sua obsessão por mim era por causa de Matteo e por ser uma arma contra Summer.

-- Gatinha, eu sempre te amei, desde que era um bebê, e sempre vou te amar, mas não confunda as coisas. Você só acha que está interessada em mim porque sabe que é uma maneira de agredir sua irmã. Eu não vou permitir isso. Você não a odeia.

-- Sim, eu a odeio. Ela matou o Matteo.

A olhei rispidamente, perdendo a paciência pela primeira vez.

-- Nunca mais repita isso, Thea. Não existe ninguém no mundo que amasse Matteo mais do que Summer. E não existe ninguém que ame você mais do que ela. O que você faz com sua irmã é crueldade. Pare de acusa-la dessa maneira.

-- Eu sabia que você ia ficar do lado dela. Eu pensei que pudesse confiar em você. - seus olhos lacrimejaram.

Eu sabia que Thea estava bêbada e drogada. Por isso não adiantaria discutir com ela. Amanhã não se lembraria de nada.

-- O que você andou aprontando hoje, Thea? - perguntei enquanto verificava seus olhos.

Ela deu de ombros e saiu do meu colo.

-- Desde quando você se importa? Não esteve aqui nos últimos dez anos.

Grunhi já sem paciência.

-- Me desculpe, Thea, mas eu estive muito ocupado sendo torturado em cativeiro e depois tentando reconstruir minha vida e minha mente. - ironizei asperamente.

Ela ficou quieta por alguns segundos, antes de voltar a falar.

-- Eles te machucaram, Nate?

Seu olhar ficou triste. Sua mão subiu até meu rosto.

Suspirei pesadamente. Não gostava de falar desse assunto.

-- Chega de falar disso.

Eu estava perdendo a paciência, por isso achei melhor me afastar, mas antes que pudesse ir, Thea me puxou pela nuca e me beijou. No mesmo instante a afastei de mim.

-- O que pensa que está fazendo? - dei-lhe um olhar acusador.

Thea sorriu sedutoramente.

-- Estou lhe mostrando o quanto gosto de você. Eu vou te provar, Nate. Vou te provar que posso ser mais do que uma menininha pra você.

Ela mordeu o lóbulo da minha orelha.

-- Thea, não faça isso. Eu não quero magoá-la. - a afastei novamente.

-- Eu sei que você me deseja, Nathan. Vejo pela maneira que me olha.

Dessa vez ela foi mais ousada. Levou sua mão até meu pênis que ainda estava dolorido, mas era por Summer, e o apertou com firmeza.

Antes que pudesse ir adiante, segurei seu pulso rudemente e a afastei, fazendo-a cambalear para trás.

-- Nunca mais faça isso. - rosnei. -- Sei o quanto quer agredir Summer. Sei que pensa que achou a arma perfeita para isso usando os sentimentos de sua irmã por mim. Mas eu vou te avisar uma coisa, Thea. Eu não gosto de jogos, e nem estou aqui para perder tempo com essas coisas. Não ouse fazer algo assim novamente ou me perderá para sempre.

Minhas palavras pareceram atingi-la, pois Thea arregalou os olhos assustada.

-- Não quero que você vá embora. ­- murmurou com a voz embargada. Então, começou a chorar.

Suas emoções estavam alteradas demais. Em um momento com raiva, outro alegre e em seguida, triste. Tinha uma razão para isso.

Thea se jogou em meus braços tentando me abraçar. Eu a afastei segurando-a pelos braços, mas a mantive perto o suficiente para checar mais uma vez seus olhos.

-- O que você usou, Thea?

Não era uma pergunta. Era uma ordem.

-- Eu não usei nada. - ela bufou ainda choramingando.

Thea estava usando cocaína, eu sabia disso, mas não estava tão certo de que consumia apenas essa substância em seu dia a dia. Summer tinha razão por estar preocupada com ela.

A partir de agora, eu investigaria todos os passos de Thea. Descobriria onde andava e com quem. A ajudaria a sair dessa vida. Não ia deixá-la se afundar dessa maneira. Por Thea, por Summer e por Matteo.

-- A festa acabou para você, T. Agora vá se deitar, tomar um banho frio e descansar. Já aprontou muito por hoje.

-- Você me leva? - seu sorriso perverso se ampliou.

Era melhor eu levá-la até o quarto. Eu não era estupido para acreditar que me obedeceria assim tranquilamente. Principalmente tendo uma amiga de péssima influência como Tori.

Eu ia responde-la, mas o som alto da música Fever vindo do palco chamou minha atenção. Então, alguém apareceu dançando sensualmente, ameaçando fazer um strip-tease enquanto segurava uma garrafa de uísque na mão.

Summer.

Meu sangue ferveu de imediato.

-- Filha da puta. - resmunguei irritado.

Thea se virou e encarou sua irmã.

Algumas garotas dançavam atrás dela enquanto Summer fazia uma apresentação enlouquecedora. Ela estava pronta e bêbada o suficiente para tirar a roupa. E eu sabia que faria isso.

-- Eu te disse que ela é uma puta. Só não digo que é uma prostituta porque ela dá pra qualquer cara sem cobrar nada.

Eu olhei furioso para Thea, mas não ia discutir com uma garota drogada. Além disso, algo que dizia que ela estava totalmente enganada sobre sua irmã. Summer demonstrava ser algo que não era. E algo me dizia que hoje tudo isso era para mim. Para me mostrar que a Summer que eu conheci não existia mais. Mas durante esses anos eu aprendi a observar as pessoas. As aparências enganam. Aprendi isso da pior maneira possível.

Ignorando as reclamações de Thea, a peguei no colo e caminhei até a mesa onde seus irmãos estavam.

-- O que aconteceu?

Leonardo me olhou assustado ao me ver carregando sua irmã.

-- Ela está drogada. - falei sem rodeios. Enrolação não era minha praia. -- Ela deve tomar um banho e dormir.

Thea ria sem parar em meu colo enquanto beijava e mordiscava meu pescoço.

-- Vou levá-la até seu quarto. - Christopher se aproximou.

-- Não! Eu quero Nathan. Ele vai me levar para o quarto e ficar lá comigo, não é? - Thea me olhou.

-- Não, T. É melhor seu irmão cuidar de você.

E eu vou cuidar de Summer antes que ela arranque a roupa na frente de todos.

-- Deixe que eu a levo. - disse Pierro.

Eu o olhei um pouco confuso.

-- Eu sou psiquiatra. Tenho muitos pacientes dependentes químicos e tenho clinicas especializadas nisso. Acho que vou saber lidar melhor com a situação.

Eu concordei, os irmãos e primo de Thea também.

-- Só espero que você consiga controlá-la. Ela fica terrível quando está assim. - comentou Raffaello.

-- Quer dizer que já aconteceu outras vezes? - perguntei incrédulo.

Como eles podiam agir tão naturalmente quando Thea estava procurando por uma overdose e Summer estava caindo de bêbada e tirando a roupa na frente de estranhos?

-- Sim, aconteceu outras vezes, mas Thea não nos deixa ajuda-la. Ela está cada vez mais afastada de todos nós. Ela não nos escuta, não quer nem ao menos nos ver. Por isso nosso pai a mandou para a França para estudar. Achou que talvez melhores companhias a ajudaria de alguma maneira.

Leonardo passou a mão pelo rosto visivelmente cansado. Esgotado na verdade. Seu pai era o Secretário dos Estados Unidos. Não tinha muito tempo para cuidar de sua família. Então Leo foi o encarregado. Mas o fardo parecia grande demais. Ele amava Thea, eu sabia disso. Estava muito preocupado com sua saúde, mas eu o sentia derrotado. Sem saber mais o que fazer.

-- A bebezinha está drogada de novo? - Sienna se aproximou atrás de mim, mais uma vez debochando de T. Ela estava muito mais bêbada do que antes. Assim como Summer.

Eu a olhei seriamente. Senny deu de ombros enquanto entornava sua tequila. Vi o olhar mortal que Leonardo deu a ela. Algo me dizia que o afastamento dos dois tinha algo a ver com Thea.

-- Isso não é brincadeira, Sienna. - a adverti.

Mais uma vez, ela me ignorou.

-- Leve-a, Pier. - disse Leo.

Pierro pegou Thea no colo. A garota começou a espernear e se contorcer em seus braços. Não queria ir com ele. Estava me chamando desesperadamente como se eu fosse protege-la de algo ruim.

Essa cena me apertou o coração. Ela precisava de ajuda imediatamente.

Respirei fundo tentando controlar meus nervos enquanto esperava Pierro desaparecer com Thea de minha vista. Então, me virei em direção aos outros.

-- A partir de agora as coisas vão mudar por aqui. - falei severamente -- As coisas estão saindo do controle diante de vocês e nada é feito. Thea está doente, Summer enche a cara e tenta mostrar algo que eu sei que ela não é. - me virei para minha prima. -- Você está sendo uma vadia com todos, mostrando uma frieza que sei que não tem Sienna. - ela tentou retrucar, mas não dei chance. -- Nem tente me convencer do contrário. Eu não estive aqui nos últimos anos, mas conheço você e Summer como a palma da minha mão. - voltei a encarar todos. -- Muitas coisas sérias estão acontecendo por aqui, mais do que eu imaginava. Está na hora de botar ordem.

Por incrível que pareça, Leonardo não retrucou. Aliás, ninguém falou nada. Nem ao menos Christopher com seu temperamento explosivo.

Eles sabiam que eu estava certo. Sabiam que as coisas haviam fugido do controle. Matteo e eu éramos os mais velhos. Sempre cuidamos de tudo, com a ajuda deles, claro, mas agora tudo estava nas costas de Leonardo. Christopher não era presente. Ainda estava ativo no exército. Raffaello acabara de se mudar para os Estados Unidos. Vivia na Itália e seu trabalho o consumia demais. Rylee sempre cuidou apenas de si mesmo. Os outros não eram da família Maciello ou Woodsen, então apesar de serem como nossos irmãos não tinham a responsabilidade que nós tínhamos. Eu sabia que havia passado muito tempo longe, mas eu precisei. Não podia voltar sem ter forças para tomar o controle de nossas famílias. Para cumprir o que prometi a Matteo. Mas agora eu estava de volta, e as coisas seriam a minha maneira.

Sem dizer mais nada, saí em direção ao palco onde Summer ainda cantava e dançava.

Eu tinha voltado para protegê-la, mas não sabia que sua vida estava tão bagunçada. Agora eu tomaria conta da situação. Como Matteo e eu sempre fizemos. Sum precisava de limites, apoio, suporte. Estava perdida, e suas atitudes demonstravam que estava tentando chamar a atenção de alguma maneira. Querendo que alguém percebesse o quanto precisava de ajuda. Eu sabia que não seria fácil dominá-la. Summer tinha uma personalidade forte e não gostava de ser controlada. Mas se ela quisesse continuar viva teria que fazer tudo o que eu mandasse, e eu não daria uma opção a ela.

Infiltrei-me entre as pessoas até chegar perto do palco.

Summer dançava sensualmente, de costas, mostrando seu lindo traseiro a todos. Até agora eu tinha conseguido manter meu autocontrole, mas já estava de saco cheio de ver homens a olhando como se fosse um pedaço de carne, ou a tocando como se pertencessem a eles. Ela merecia muito mais do que isso. Ela era tão linda, tão perfeita que todos deveriam estar ajoelhados aos seus pés, não querendo enfiar o pau pra fora e se masturbar como se ela fosse uma atriz pornô de quinta categoria. Eu a deixei aproveitar sua última noite de farra, agora seus momentos de diversão seriam apenas comigo.

Assim que parei de frente para o palco, percebi um dos convidados alcoolizados, subir e se aproximar de minha belle.

Summer sorria alegremente enquanto dançava.

Assim que notou a presença do cara, se aproximou caminhando eroticamente e o empurrou pelo peito, o fazendo cair deitado no chão. Ela colocou uma perna de cada lado do seu corpo e começou a rebolar, descendo até quase tocar em seu membro. Aquela cena me fez rugir de raiva.

Todos continuaram gritando loucamente. Summer se afastou do cara que nem conseguia se levantar do chão de tão bêbado e virou de costas. Mais uma vez ela requebrou seus quadris. Foi então que senti meu sangue ferver e minhas veias saltarem. Summer soltou o fecho de seu sutiã e o jogou no palco. Os gritos aumentaram fazendo-a gargalhar. Sua mão cobria os seus seios provocativamente até que os liberou e se virou de frente para todos.

Eu sabia que ela seria capaz de fazer um strip-tease publicamente.

Maldita seja.

Velozmente, peguei uma toalha de um dos garçons que passavam distribuindo pelos convidados e subi até o palco. Eu já não consegui esconder minhas reações. Sabia que assustaria como o inferno qualquer maldito que se aproximasse de mim naquele momento.

Sem mais, peguei o sutiã de Summer do chão, a puxei para mim e enrolei a toalha em volta dos seus seios. Sum estava tão bêbada que demorou a notar minha presença. Alguns homens começaram a reclamar por tê-la coberto. Eles tinham sorte por eu não atirar em nenhum deles.

-- Nate! Veio dançar comigo? - ela gargalhou assim que me viu.

Eu a ignorei. Estava com tanta raiva que a trataria mal. Não que ela fosse se lembrar, no entanto. Rapidamente a peguei no colo assim que quase se desequilibrou. Então desci do palco e caminhei de volta para a sua casa.

-- Hey! Por que está me levando embora? Eu quero ficar. - ouvi Summer reclamar por alguns segundos. Mas graças ao efeito do álcool, calou-se logo, deitou sua cabeça em meu ombro e fechou os olhos.

Assim que entrei na casa, fui diretamente para as escadas. Foi quando ouvi passos me seguindo.

-- Nathan, aonde você vai? - perguntou Rylee.

Os outros se juntaram a ele, menos Pierro que provavelmente estava com Thea.

-- Levá-la para o seu quarto. - continuei caminhando até as escadas. Rylee me segurou pelo braço.

-- Deixe que eu a levo. Você hoje é um estranho para ela, Nathan. Quando recobrar a consciência vai se assustar ao te ver.

-- Não. Eu cuido dela. - fui incisivo.

-- Nathan, você não pode chegar aqui achando que Summer é sua propriedade. Você não esteve aqui nos últimos dez anos, nós estivemos. Ela é nossa responsabilidade. - reclamou Rylee.

Bufei impaciente.

-- Ótimo. Mas eu já estou aqui. Summer a partir de agora é minha responsabilidade, não sua.

-- Não, Nathan. - Leonardo interviu. -- Ela é minha responsabilidade. Minha e de todos os Maciello. Minha irmã sofreu muito por sua causa. Não pode simplesmente chegar e tomá-la como sua.

-- Eu já o fiz. - minha voz saiu forte e imponente. -- Vocês cuidaram dela até agora enquanto eu não estava. Agora eu estou, e as coisas serão do meu jeito. Já tiveram a oportunidade de vocês e falharam. - os encarei mostrando que não aceitaria um "não" como resposta. -- A brincadeira acabou. - subi as escadas enquanto ouvia Summer murmurar algo em meu pescoço. Rylee ficou gritando furioso comigo lá debaixo.

Foda-se ele e todos.

Eu tinha voltado por ela. Agora ninguém tomaria decisão nenhuma sobre sua vida além de mim. Ninguém, nem mesmo ela. Caso contrário, eu poderia perdê-la em muito pouco tempo. Um descuido apenas e Summer estaria morta. Um risco que eu não estava apto a correr.

¹ Die, Bitch - Morra, vadia.

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