Serendipity of a dream

De Estrela_rana

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[ LIVRO FÍSICO EM BREVE PELA EDITORA SINGULARITY 📖 ] [Em andamento] Jeon Jungkook, um adolescente que tem s... Mais

AVISOS!
Lembranças
O loirinho bonito.
Sorvete de menta
Quase um encontro
Molho de pimenta
Rosa azul
Sombras do passado
Foi só um beijo bobo, né?
Cheirinho de morango
Viva sem medo
Verdade oculta
O meu único refúgio
Pelo teu sorriso
sinceridade
Foi tudo um sonho
Me apaixonando mais a cada dia
Um passo de cada vez
Perdido por você
Meu coração palpita por você
Eu sou você...
Você sou eu
Amizade em primeiro lugar
Mudanças
onde a verdade se revela (1)
uma palavra dá autora :)
Onde a verdade se revela (2)
Arrependimento
Ainda há esperança?
Memorias perdidas
Coração quebrado
NOVA TEMPORADA
Novo cronograma
Pesadelo
Sem forças
Desavenças
Um momento de paz
Uma volta no tempo
Confusão
Grupo novo no Instagram
Calmaria
Sofrimento
Mostrando as garras
A dor que sempre volta
"Nervos a flor da pele"
Melhor amigo
A última briga
Apenas Continue
Dores do passado
O seu lado da dor
Uma nova chance
Incerteza
Estou com você
Um momento só nosso
Me deixe ser feliz
A noite em que fizemos amor
O monstro se revelou

Tudo que sinto é... medo.

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De Estrela_rana

Quando estou longe de você
Fico mais feliz do que nunca
Queria poder explicar isso melhor
Queria que não fosse verdade
(Billie Eilish)

Tranco a porta do meu quarto antes de me virar para seguir caminho pelos corredores, desço as escadas de mármore e vou até à mesa do café da manhã onde minha mãe está sentada aguardando Rita, - uma das moças que trabalha na casa - servir seu chá.

Puxo uma cadeira do lado direito da mesa, e sento sem tirar minha mochila dos ombros, acordei um pouco tarde, não posso me dar o luxo de chegar atrasado na escola, hoje. Rita pergunta se quero alguma coisa, nego e peço que vá descansar, ela trabalha nessa casa desde que me entendo por gente, não sei como consegue. Após se curvar agradecendo, nós deixa a sós. Mamãe me deseja bom dia antes de levar sua xícara até a boca, digo o mesmo enquanto olho para a fartura de comida exposta na minha frente. Estou sem fome e ganhar mais calorias não vai me ajudar em nada. Com isso em mente tiro o celular da bolsa e mando uma mensagens para Hoseok, pedindo que me espere na porta da sua casa. - Poderia ir com o motorista do meu pai mas, prefiro andar a pé, ou até mesmo em Pitu - uma bicicleta velha que tenho guardado na garagem, - do que dar esse gostinho para o senhor Park.

Hoje não.

- Filho, você não vai comer? - Viro para olhá-la, e percebo que passei alguns segundos a mais vendo os memes que mandaram no grupo da escola, nem percebi que ela estava me observando.

- Estou sem fome, mãe - digo alongando meu pescoço que está um pouco dolorido, pela forma desajeitada que eu dormi.

- O que conversamos sobre sua alimentação, Park Jimin? - Eita, usou o nome completo me lasquei! Mamãe se preocupa muito comigo, principalmente depois que há dois anos atrás fui parar no hospital, lembro que naquela época comia o mínimo que podia porque não queria ser motivo de chacota na escola por conta do meu peso, minha dieta maluca acabou dando certo, perdi bastante peso, no entanto, quase custou minha vida.

- Relaxa mãe, comi bastante ontem à noite, por isso estou sem fome.

Ela semicerrou os olhos. - Espero que seja só isso mesmo. - Fiz um ok, com a mão. - Agora mudando de assunto, que horas o senhor chegou em casa ontem? Fiquei até às dez esperando.

- Não cheguei tão tarde, acho que era... uma da manhã. Antes que a senhora venha reclamar eu tava na casa do Hobi, então sem escândalos, dona Park. - Digo enquanto pego a jarra de suco de abacaxi e despejo o líquido no copo.

Amo o sabor do abacaxi, é refrescante!

- Querido, você acordou - ela fala de repente, quando me viro para olhar a quem está se referindo vejo meu pai de terno preto descendo as escadas vindo em nossa direção. Minha mãe se levanta e antes do homem sentar ela lhe dá um beijo.

Finalizo meu suco e levanto para sair de casa. - Mamãe já estou indo para a escola, hoje vou chegar um pouquinho tarde, mas não se preocupe, ok?

Ela assente com a cabeça.

Me viro para sair, mas sou impedido pela voz autoritária do homem presente na mesa.

- Vai continuar me ignorando, Jimin?

- Vou! Agora me dê licença, senhor, porque preciso correr para a escola.

Ele segura meu pulso forte com sua mão - Olha aqui Jimin, eu sempre faço suas vontades, deixei você fazer aquela porcaria de dança, que tanto queria, então não me trate como um desconhecido. Porque expulsei aquela coisa. - Incrédulo com sua fala puxo brutalmente meu braço das suas garras e olho diretamente em seus olhos.

- Coisa? O senhor não tem vergonha de chamar, seu filho dessa forma?

- Meu filho? - Solta uma risada sarcástica. - Entenda uma coisa Jimin, eu não tenho filho quebrado. Do que adianta ter criado ele para assumir nossas empresas e no final aquele... - Consigo ver o ódio em seu olhos. - Verme estragar tudo com essa de querer ser homossexual? Tenho nojo de dizer que ele é meu filho!

Meu peito sobe e desce enquanto pressiono meus próprios dedos contra a palma da mão, me segurando ao máximo para não explodir, como da última vez.

Respira Jimin, e só respirar e ir para a escola, não caia nesse joguinho novamente.

- E, porque vai chegar tarde? Conheceu mais uma garota? - pergunta animado.

Forço um sorriso de lábios contraídos. - Não é nada disso, pai, hoje vou finalmente começar a trabalhar, e mesmo que o salário não seja o melhor do mundo, farei de tudo para não precisar usar do seu dinheiro sujo!

- Já disse que não quero te ver trabalhar para outras pessoas, Jimin, não vou admitir que faça isso, quando se recusa a frequentar nossa própria empresa. - gritou batendo o punho na mesa.

Passo a língua entre os lábios e sorrio sarcástico. - Só pode ser brincadeira né? O senhor acha mesmo que vou trabalhar nas empresas, Park?

Sua empresa é a maior e melhor de engenharia de Incheon, que está há mais de vinte anos na indústria e blá, blá, blá...

Que se exploda!

Ele fica de pé, parando a centímetro de distância do meu rosto. - Não te criei para você, me tratar dessa forma, moleque! Aproveite enquanto dá tempo, porque logo, você terá que assumir nossa empresa! Querendo ou não, você não tem escolha. E se você negar, pode ter certeza - pressionou o dedo contra meu peito -, de que assim como aquele sem caráter do seu irmão, você vai deixar de ser meu filho! Porque filho meu faz o que mando fazer! - Cuspiu as palavras na minha cara.

Deixo o ar pesado escapar por minhas narinas, tento me controlar, para não colocar tudo o que sinto nesse momento para fora. Apesar de tudo ele ainda é meu pai, o homem que anos atrás eu admirava e sonhava ser igual. Como isso aconteceu, pai? Por que o senhor teve que mudar tanto comigo? Eu não sou mais o seu bolinho de arroz? Não sou um dos melhores presentes que ganhou na vida? Por que pai? Por que você não volta a ser o que era antes? Queria tanto que isso fosse um pesadelo e que quando acordasse chorando como sempre fazia quando criança, corresse para o seu quarto te abraçar bem forte e me sentir seguro em seu colo, mas tudo que vejo hoje... aqui, olhando para o senhor a forma que você repudia sua própria família, tudo que sinto é... medo.

Medo de nunca mais conseguir ver em você, o homem que tanto admirei um dia.

Uma súbita vontade de chorar me invade, mas tento não deixar transparente, preciso ser forte! Quando estava prestes a continuar a discussão, minha mãe levantou-se rapidamente da cadeira e caminhou até meu pai, ficando em sua frente implorando para que ele parasse e tomasse seu café para ir à empresa porque já estava passando do horário. Mesmo com a cabeça cheia foi nessa hora que percebi que também estava atrasado, por isso mesmo de contra a gosto das ordens do meu pai para que eu lhe desse uma explicação sobre esse meu emprego, eu simplesmente andei até a porta e saí de vez.

No jardim da casa em frente ao portão, respiro fundo, enquanto arrumo a gravata do meu uniforme que não é grande coisa, apenas um terno vermelho com uma camisa de botões branca por baixo que agora está com dois deles desbotados, o tempo está quente e essa roupa é um tanto sufocante, e claro uma, calça na mesma tonalidade do terno.

Olho para a mansão ao lado e vejo Hope sentado no gramado mexendo em seu celular.

Ele foi meu primeiro amigo desde do acidente.

Lembro até hoje do meu eu criança, sentado debaixo da árvore no bosque do condomínio, abraçado aos joelhos com olhos marejados depois de passar horas chorando, porque meu melhor amigo havia ido embora. Sem ao menos se despedir, talvez minhas bochechas gordinhas sejam consequências daquele dia. Mesmo Hoseok não me conhecendo, ele se sentou ao meu lado, não perguntou como me chamava ou se estava bem, simplesmente ficou ali aproveitando a leve brisa da manhã que pairava no ar. Não consigo explicar qual foi a sensação mas... olhar para o seu rosto calmo, no meu momento mais fragilizado, me passou tanta segurança, que por impulso o abracei, ele retribuiu o abraço como se estivesse esperando por isso, chorei, muito enquanto ele fazia um leve cafuné em minha cabeça, encharquei toda sua camisa com minhas lágrimas e catarro que escorreu pelo meu nariz. Foi muito engraçado sua cara de nojo olhando para a mancha que ficou no tecido, pedi desculpa tentando segurar o riso, mas foi impossível me conter quando ele começou a gargalhar também.

Naquela manhã depois de duas semanas me sentindo um completo lixo, Hoseok me fez sorrir verdadeiramente.

É incrível, como sempre que estou triste ele me traz alegria.

Aproveito sua distração, e me aproximo lentamente para lhe dar um susto. Quando faço, seu celular voa da sua mão quase indo parar no chão, mas seus reflexos rápidos salvam o objeto de se tornar pedacinhos.

- Se assustou, Hobi? - Pergunto sorrindo da sua cara de bravo.

Ele odeia tomar sustos.

- Não... imagina Jimin, fiz isso apenas para alongar a coluna - mente descaradamente fingindo um alongamento.

Dou língua para ele que faz o mesmo de volta, sei que parecemos duas crianças agora, mas foi ele quem começou!

- Vamos logo! Mais cinco minutos atrasados e o professor nos deixa para fora da sala.

- Você chega atrasado e eu que tenho que ser rápido? - questiona, se levantado e passando as mãos na calça para ter certeza de que não está suja, ele até vira esse popozão na minha direção e quando tem minha confirmação de que realmente não tem nenhuma sujeira na roupa, coloca sua mochila nos ombros.

- Vamos de carro? - pergunto quando ele se aproxima do veículo estacionado em frente a nós.

- Isso mesmo! O Rodolfo vai levar a gente, né, Rodolfo? - indaga para seu motorista, enquanto abre a porta do carro.

Dou de embros e entro no veículo também, sentando ao seu lado.

- Tenho uma pergunta, ontem você me disse que não está namorando ainda, isso quer dizer que pretende pedir o Yoongi em namo-

- Não! - responde me impedindo de terminar a frase.

- Por que não? Você não quer tentar algo sério com ele? Yoongi, é uma pessoa boa, vocês formam um casal bonito. Qual o problema?

- O problema é eu! Ele é maravilhoso, lindo, perfeito, chei-

- Por favor, né - atrapalho -, são sete e quarenta da manhã, sem boiolagem perto de mim. Vai direto ao ponto.

Faz cara de tédio e continua.

- Bom, como disse, eu sou o problema, porque Yoon é do tipo que fica com as pessoas, mas não se apega.

E você é um bebê coala.

- Entendi, mas assim, se você gosta dele e ele gosta de você, porque não aproveita? O que você tem a perder?

- Ele.

Respondeu me deixando sem palavras.

Queria poder dar um conselho, que mudaria a vida dele para sempre o fazendo repensar em toda sua trajetória como ser humano, mas não tenho essa capacidade evolutiva, implantado no meu cérebro, por isso tudo que eu digo é:

- Aí é foda!

[♡●♡]

O terceiro horário de aula acabou agora, estou sentado em minha cadeira preferida que fica próximo à janela onde posso admirar uma das melhores vistas existentes nesse planeta. O céu, um dos meus lugares preferidos, nunca me canso de admirar suas cores. Minha admiração por ele é como o meu amor pelas praias. Mesmo que depois de anos nunca consegui visitar uma novamente.

Sou despertado dos meus pensamentos filosóficos, quando sinto um toque no ombro, me viro e encontro Lisa.

Começamos a namorar no fundamental desde do nono ano, mas não durou muito tempo porque ela é um pouco grudenta demais, não curto muito isso, ficamos juntos até o primeiro ano do ensino médio, por uma decisão coerente disse a ela que seria melhor acabar tudo e continuar sendo amigos, ela aceitou bem, me surpreendi, estava esperando uma reação completamente oposta, mas fiquei feliz por Li, ter entendido. Hoje somos apenas bons amigos, que às vezes, só às vezes se beijam, bom, isso acontece quando vamos em alguma festa.

Falando em festas, no final do ano passado ela me convidou para ir em uma. No entanto, não consigo lembrar os detalhes desse dia porque bebi, mas Hoseok, me contou que Lisa foi embora depois de me ver beijando um, carinha que estava lá.

Julgo que ela ficou com raiva porque a deixei sozinha. Por isso me desculpei no dia seguinte.

- O que foi Li, está tudo bem?

- Não Ji, eu não estou nada bem. - Desligou o celular e sentou em seu lugar que fica logo ao meu lado. - Você acredita que aqueles sapatos que eu disse que seriam perfeitos para meu figurino do vídeo esgotaram?

Lisa faz vídeo de 'cover' de dança, para o YouTube, por isso está sempre comprando acessórios para montar seus figurinos. Não respondo sua pergunta retórica, apenas continuo a olhando.

- O que faço agora, Ji? - Faz cara de choro, apoiando a testa na mesa.

- Compra outro. - Sem retirar a cabeça da mesa, ela me olha como se fosse me matar. Dou um sorriso forçado, dizendo que foi só brincadeira, e mudo de assunto.

- Você sabe porque a Leia não veio, hoje? - Pergunto.

- Ela disse que estava com problemas em casa, falei que quando sair da escola vou até lá.

- Ummm.

A porta é aberta e alguns alunos que haviam saído para aproveitar o tempo livre, entram por ela, em seguida o professor de física com sua pasta em mãos, todos na sala o cumprimentam e ele inicia sua aula.

Estou com fome! Espero que o recreio chegue logo!

[♡●♡]

Saímos da sala e entramos na cantina, após comprarmos nossa comida, caminhamos entre os vários alunos até nos sentarmos na mesa do centro, que por algum motivo acabou se tornando nosso lugar de domínio, as vezes essa escola me parece uma monarquia, se for colocar dessa forma, eu e meus amigos estaríamos entre o topo! Agora a pergunta que me faço até hoje é, por que? Só por que nossos pais são bem sucedidos em seus negócios? Ou porque somos considerados bonitos? Sinceramente, isso é uma completa idiotice, quem se importa com esse tipo de coisa quando temos sorvete de menta na cantina? Por favor, só um louco não gostaria dessa preciosidade de sabores que explodem na boca de tanta leveza. Sério, se alguém dizer para mim que sorvete de menta é ruim, nunca mais falo com essa pessoa!

Respeitem meu sorvete, por ele eu dou minha vida, graças a Deus!

Enquanto me delicio com o meu bebê, no pote. Observo meus amigos com suas típicas brincadeiras, Hoseok está comendo macarrão e quando vai ingerir o alimento para dentro da boca rápido demais ele acaba se engasgando, enquanto ele tosse tentando retornar ao seu estado normal, levanto do assento e dou alguns tapinhas nas suas costas tentando ajudar.

- Eu já disse pra você tomar cuidado quando for comer Hobi - falo enquanto depois de retornar ao meu lugar, pego os meus hashis para comer meus bolinhos fritos.

- Eu tomei cuidado e... - Tossiu mais uma vez.

- Sei. - Semicerrei o olhar.

- Hobi, cadê o Yoongi, que não apareceu até agora? - Perguntou Lisa.

- Já mandei mensagem, ele falou que está vindo aí, tava só esperando o primo guardar os materiais.

- Humm, esse primo dele é aquele que eu não consegui ver no dia do show? - Pergunto limpando o canto da boca com o guardanapo.

- Ele mesmo! Sabe o que eu achei estranho? - perguntou Hobi. - Yoongi disse que ele estuda aqui desde antes de você começar a estudar, mas eu nunca tinha visto ele em nenhum corredor desse colégio, estranho porque eu conheço praticamente todo mundo dessa escola.

- Vai ver que ele não gosta muito de sair da sala, nem todo mundo se importa com a popularidade na escola. - Disse Lisa.

Concordei com a cabeça e peguei meu celular que está sobre a mesa para desligar o alarme.

- Pra que esse alarme Chimy? - Questiona Hobi.

- É que hoje eu começo o emprego no cyber café, e como sou meio esquecido coloquei o alarme para me lembrar a hora que o professor de dança termina a aula do meio-dia. Preciso falar com ele para mudar meu horário, já que meu turno no café, começa às seis que é justamente o horário que tenho minhas aulas particulares. - Explico os olhando com os cotovelos apoiados na mesa.

- Entendi! E seu pai? Não falou nada sobre esse emprego?

Não quero tocar nesse assunto agora, pensar nisso é como um dia de sol quente, me estressa pra um cassete! Por isso tudo que disse foi - Falamos disso uma outra hora Hobi, preciso ir antes que o intervalo acabe.

Ele me entende, por isso não insiste na conversa.

- Ok, então vai lá antes que o intervalo acabe. - Me levanto e vejo ele pegando seu celular, antes de me afastar ele diz que Yoon mandou mensagem dizendo que já está na entrada do refeitório. Peço que diga a Yoongi e seu primo que nos vemos depois, me viro caminhando em direção às portas traseiras do local, um atalho para o segundo prédio. Onde foi feito especificamente para os cursos extras e clubes da escola.

Subo as escadas enormes correndo e por sorte consigo encontrar o professor Yeonjun, no corredor.

Cansado de tanto correr, paro agachado em sua frente com a mão no peito tentando recuperar o fôlego.

- Que isso menino, tava fugindo da polícia? - Ele brinca enquanto me ergo.

- Que nada professor, é que eu preciso falar com o senhor.

- Diga!

- Então vou começar a trabalhar hoje, e quero saber se tem como mudar minhas aulas para o quarto horário? Assim dá tempo de eu estudar e ir pro emprego.

- Não vejo problema nisso, suas aulas são só 4 dias da semana. Então sim, meu jovem, pode ir tranquilo para seu emprego. E boa sorte.

O agradeço muito e me curvo antes de sair do prédio.

Quando volto para a cantina todos já não estão mais lá, o intervalo acabou por isso decidi ir ao banheiro antes de retornar para a sala. Quando entrei pedi desculpa pelo atraso, o professor de matemática que por sorte estava de bom humor hoje me disse que dessa vez ele deixaria passar, contanto que isso não se repita novamente.

- E aí como foi lá com o professor? - Hobi pergunta sentado na cadeira atrás da minha.

- Deu tudo certo! Pedi pra ele trocar o horário da aula e ele falou que tá de boa. - Disse retirando os materiais da mochila.

- Silêncio, agora é hora de estudar, se querem conversar vão para a casa. - Fomos repreendidos pelo professor, nos desculpamos e começamos a fazer o dever que estava no quadro.

[♡●♡]

- Então você só vai para casa às nove da noite? - Pergunta Lisa com o braço esquerdo ao redor do meu pescoço e o meu direito em sua cintura. Enquanto caminhamos para fora da escola.

- Isso! A cafeteria fica aberto até às dez, mas a dona disse que esse horário não tem quase ninguém, por isso vou embora mais cedo. - Respondo assim que nos separamos do meio abraço.

- E não vai ficar pesado demais para você Ji?

- Olha talvez no começo sim porque não estou acostumado com essa rotina, mas logo me acostumo e tudo certo. - Tranquilizo. Ela assentiu sorridente. Olho para os lados e noto que meu sol, não estava presente em nossa conversa, quando me viro na direção que viemos, vejo que o salafrário ficou parado no caminho mexendo em seu celular.

Novidade? Nenhuma.

O que deu nesses jovens de hoje que vivem sorrindo para a tela de um aparelho, hein? Que mundo é esse que vivemos? Muda sociedade por favor, muda!

Vendo o mesmo que eu, Lisa ri da situação. Negando com a cabeça grito pelo nome de Hoseok, quando escuta anda em nossa direção. Depois de me despedir deles sigo meu caminho até o meu novo emprego. Que para minha sorte não fica longe da escola!

Amém.

Quando abro a porta do estabelecimento o sininho avisa minha chegada chamando a atenção da senhora que me aguarda no balcão e das pessoas que estão mexendo nos computadores na parte direita onde fica o cyber, me aproximo do balcão com toda minha confiança e charme.

- Boa tarde senhora. - Faço uma reverência, para a mulher de idade a minha frente.

- Boa tarde meu rapazinho - responde sorridente, saindo de trás do balcão. - Estamos muito felizes em receber sua ajuda, seja muito bem-vindo! - Se aproximou segurando em minha bochecha.

- Você é realmente muito bonito! Olha essa pele, minha nossa ela brilha! - Sorrio de seu comentário, ela se afasta, voltando para atrás do balcão novamente, mas dessa vez tira de uma das gavetas um pacote transparente que contém meu uniforme de trabalho, recebo com ambas as mãos.

- Queria eu ter uma pele tão boa quanto a sua, mas o tempo não foi tão legal comigo.

- Não diga isso, a senhora é linda, e sua pele está ótima.

Percebo que seu rosto cora com meu comentário, ela coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha, e prossegue falando.

- Bom, creio que você entendeu todas as regras daquela outra vez, quando veio procurar trabalho, certo? - Concordo. - Perfeito! Tome conta de tudo, preciso sair agora para fazer umas compras antes que o esgote tudo. O mercado Junghoon, tem o melhor café da cidade.

- Pode deixar, senhora Lee, cuidarei de tudo perfeitamente! - Mesmo que, no fundo esteja nervoso. Estou contente com esse emprego, sinto que minha vida vai mudar a partir de hoje.

Nunca trabalhei antes, mas tem uma primeira vez para tudo não é mesmo?

- Você é uma gracinha sabia? - Diz antes de deixar o café. Nego levemente com a cabeça, vou para os fundos do estabelecimento onde fica o banheiro para trocar meu uniforme.

Volto o mais rápido possível, pois não posso deixar o local, sob supervisão dos dois adolescentes que jogam no computador, enquanto um, zomba da cara do outro. Tenho sorte que não estamos em época de campeonato escolar porque se estivéssemos, esse lugar estaria lotado de estudantes, precisaria me virar nos trinta para poder dar conta de todo, o serviço, onde tenho que limpar mesa, alugar os computadores, ajudar a encontrar livros na biblioteca do segundo andar. Organizar toda a bagunça que as pessoas deixam. Pode parecer pouca coisa falando mas, na prática, isso é cansativo.

Como não tenho nada para fazer no momento, pego meu celular que deixei no balcão, abro no único jogo que sou incrivelmente bom, piano musical. Nunca encontrei alguém melhor que eu nesse jogo.

Sou o rei!

A prova disso é que acabei de alcançar o nível infinito três vezes, na quarta não consegui porque senti uma coceira no nariz e quando fui coçar acabei me atrapalhando e perdendo.

- Que droga! - Bato os pés no chão - Mais uma vez, agora dessa eu ganho. - Falo selecionando outra música. Quando ia clicar em começar o jogo, ouço uma voz no timbre calmo falar:

- Licença.

Levanto meu olhar para ver a pessoa e nossa... morri e não percebi? Porque tenho quase certeza que estou na presença de um anjo, agora.

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