Acompanhante de Luxo

By johnsonmayi

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Já passou da hora de Ana se casar e constituir família - pelo menos é isso que sua mãe acha. Mas se relaciona... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Epílogo

Capítulo 10

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By johnsonmayi




Depois do jantar, os dois caminharam pelas ruas ladeadas de lojas de departamento chiques e arranha-céus ostentando o nome de grandes instituições bancárias. O fluxo de pedestres — turistas, locais bem agasalhados e jovens em roupas de sair — entupia as calçadas e se espalhava pelas vias, por onde os veículos se arrastavam com vagar.

Ela nunca se dera ao trabalho de vivenciar a Bay Area à noite. Para sua surpresa, estava se divertindo. Em termos de acompanhante, Christian era o pacote completo. Ótimo na cama e fora dela. Suas demonstrações de carinho em público tinham tudo para deixá-la envergonhada, mas até então ela tinha adorado. Quem não gostaria de ser beijada por ele em locais públicos, para que as pessoas pudessem ver, admirar e morrer de inveja? Ele segurava sua mão sempre que podia, e a conversa fluía com facilidade. Em geral, ela não gostava de novidades, mas se sentia segura com Christian. Ao lado dele, Ana se sentia parte da agitada noite de San Francisco, não apenas uma espectadora. Era incrível estar em meio à multidão e não se sentir sozinha.

Eles se aproximaram das cordas de veludo onde mulheres com pouquíssima roupa e homens de terno aguardavam em uma longa fila. Um segurança esquadrinhou o corpo e o rosto de Ana, fazendo-a se inclinar contra Christian.

__É aqui o lugar? - ela perguntou, sentindo a ansiedade vir à tona.

Ele a abraçou e confirmou com a cabeça. Então falou para o segurança:

__A gente deve estar na lista. O nome é...

O segurança apontou com a cabeça raspada para a entrada.

__Podem entrar. - Christian deu um beijo de leve na têmpora de Ana, segurou-a pelo cotovelo e entrou com ela pela porta da frente da 212 Fahrenheit. Outro segurança, que cuidava da porta, acenou para ele.

__Deixaram a gente entrar porque acham que sua presença vai ser boa pros negócios, - Christian murmurou em seu ouvido.

Suas bochechas esquentaram, e ela tentou não deixar aquelas palavras subirem à sua cabeça. Ana havia se maquiado e arrumado o cabelo para aquela noite. Não era ela de verdade.

Um número razoável de pessoas circulava pelo lugar. Ana cerrou os punhos e tentou se preparar para o que viria. Já havia ido a jantares beneficentes e festas da empresa. Aquilo não seria problema. O ruído das conversas, misturado com a batida da música eletrônica, preencheu seus ouvidos. Por sorte, nada muito alto. Ela ainda conseguia pensar.

O espaço era amplo, decorado num estilo minimalista e moderno, com vigas metálicas expostas em ângulos agudos. Um bar enorme ocupava os fundos do recinto, e um DJ comandava a música de uma cabine no alto da parede adjacente. Havia poucos lugares onde sentar, só alguns sofazinhos dispostos ao redor de mesas baixas de metal. Havia quatro delas em toda a casa, duas já ocupadas.

__Quero uma dessas mesas. - A voz dela saiu convicta e firme, o que a tranquilizou, aliviando o buraco no estômago. Estava se saindo bem.

__Não são de graça.

Ela pegou o cartão de crédito da parte de cima do vestido justo safira e entregou para Christian, dando risada quando ele abriu um sorriso surpreso.

__Eu não tinha onde mais colocar.

Christian passou as mãos pelas suas costas e a puxou mais para perto.

__O que mais tem aí? - perguntou, espiando seu decote modesto.

__Minha carteira de motorista.

__Eu tenho bolsos, sabe? Posso guardar suas coisas.

__Nem pensei nisso. Deixei meu celular em casa porque não tinha onde enfiar. - Devia ser por motivos como aquele que as mulheres namoravam.

Só que ele não era seu namorado.

A ponta do dedo de Christian se insinuou para dentro do decote. Acabou esbarrando em um mamilo, fazendo o sangue dela disparar e o seio inchar antes que ele encontrasse e retirasse a carteira de motorista. Pelo brilho no olhar dele, Ana percebeu que não havia sido por acidente.

A expressão de Christian se amenizou enquanto passava o polegar por cima da fotografia no documento. Na imagem desatualizada, ela parecia mais jovem e extremamente tímida — uma descrição perfeita para a época em que foi tirada. Ana gostava de pensar na sofisticação que havia adquirido desde então. Era só ver onde ela estava agora.

__Isso foi logo depois de terminar o pós-
doutorado.

__Quantos anos você tinha?

__Vinte e cinco.

Os cantos da boca dele se curvaram num sorriso.

__Parece dezoito. E agora você não parece ter mais de vinte e um.

__Me deixa mostrar o contrário comprando bebidas. - Sentindo-se inebriada e empoderada, ela caminhou até uma das mesas, sentou e buscou com os olhos alguém para servi-los. Christian enfiou a mão no bolso e foi se aproximando como se desfilasse numa passarela. Ele inteiro era digno de uma passarela, mas o terno dava um toque especial. Parecia caríssimo e muito bem ajustado, mais chique que qualquer coisa que ela já tivesse visto um homem usar.

Ele se acomodou ao seu lado, perto o bastante para suas coxas se tocarem, e apoiou o braço no assento atrás dela. Ana gostou daquilo. E muito. Parecia que ele estava tomando posse dela em público.

__De que marca é esse terno? Adorei. - Com uma hesitação mínima, ela passou a mão pelas lapelas e pelos ombros impecáveis do paletó.

Procurando seus olhos, ele abriu um sorriso lento e bonito.

__É feito sob medida.

__Meus cumprimentos ao alfaiate. - Ana analisou o interior da peça e ficou ainda mais satisfeita ao não detectar nenhuma costura malfeita sob o forro fino de seda. Era um trabalho de primeira.

__Vou passar a ele.

__De repente posso ir lá também. Ele faz roupas femininas? É muito concorrido?
- Enquanto falava, ela não conseguia parar de passar a mão no peito de Christian, apreciando a firmeza daquele corpo sob a camisa de algodão engomado.

__Ele é bem ocupado.

Ana soltou um suspiro de decepção.

__Minha costureira é boa, mas me acha maluca. E vive me espetando. Não tenho certeza se é sem querer.

Os músculos de Christian se enrijeceram sob as mãos dela, e ele corrigiu a postura no assento. Com um tom de voz irritado, perguntou:

__Como assim? Ela espeta você de propósito?

Aquilo era... por causa do que a costureira fazia com ela? O pensamento fez o corpo de Ana fervilhar. O ressentimento que guardava em relação à mulher ficou para trás.

__Em defesa dela, eu sou bem exigente. Ela diz que sou uma diva, - Ana comentou.

__Isso não justifica. Ela deveria controlar melhor os alfinetes. Não é tão difícil assim. Mesmo quando era pequeno eu... - Ele cerrou os lábios e passou a mão nos cabelos. __Você é exigente como?

__Ah, bom, eu... - Ela recolheu as mãos e as entrelaçou para não começar a tamborilar os dedos. __Sou bem implicante com coisas que ficam em contato com a pele. Etiquetas, costuras malfeitas e sobras que ficam pinicando, fios soltos, partes da roupa em que o tecido fica apertado ou folgado demais... Não sou uma diva, só...

__Uma diva, - ele repetiu com um sorriso provocador.

Ela franziu o nariz para Christian.

__Tudo bem, então.

Uma garçonete de saia preta curta e blusinha branca justa com o logo da casa apareceu ao lado da mesa.

Christian entregou a ela o cartão de crédito de Ana.

__Vamos ficar com esta mesa pelo resto da noite. Uma água para mim. Ana?

Ele não ia beber? Ela não sabia se queria ingerir álcool sozinha.

__Alguma coisa doce, por favor.

A garçonete levantou uma sobrancelha, mas assentiu com uma expressão profissional.

__Pode deixar.

Depois que ela se afastou, Christian se explicou.

__Eu dirijo na volta. - Ela sorriu.

__Gostei desse seu lado responsável.

__ Christian é muito responsável mesmo, não acha? - disse um desconhecido que surgiu do nada. Ana observou, perplexa, quando ele se acomodou no sofá diante deles. Usava uma camiseta preta justa sobre os ombros atarracados e tinha os cabelos bem curtinhos. Ela não queria correr o risco de parecer mal-educada e ficar olhando para as tatuagens muito elaboradas que decoravam os braços e o pescoço musculosos dele, mas era difícil. Nunca havia visto tantas juntas e tão de perto.

Christian se inclinou para a frente.

__Steve...

O desconhecido o encarou.

__Não, eu entendo. Você deve ter perdido o celular ou coisa do tipo. - Voltando a atenção para Ana, ele se apresentou: __Sou Steve, primo favorito e melhor amigo do Christian.

Primo. Melhor amigo. Ela estava toda tensa quando estendeu a mão sobre a mesa.

__ Ana Steele. Prazer.

Ele ficou olhando para a mão dela com uma expressão de divertimento antes de apertá-la e se esparramar de novo no sofá.

__Então Christian tem mesmo uma namorada. Me deixa adivinhar: você é médica.

Quando ela abriu a boca para corrigi-lo duplamente, Christian a abraçou e a puxou para mais perto.

__Ana é econometrista.

Ela o encarou com uma expressão confusa, até que se deu conta de que Christian estava com medo de que Ana revelasse ao primo que ele trabalhava como acompanhante. Ela revirou os olhos mentalmente. Seu traquejo social não era dos melhores, mas não era tão ruim quanto Christian pensava.

Steve a surpreendeu, inclinando-se em sua direção com um olhar curioso.

__Isso tem relação com economia, certo?

__Sim.

__Ela já conheceu Janie? - ele perguntou para Christian.

Quem era Janie?

Christian, porém, pareceu não ouvir a pergunta. Sua atenção estava voltada para uma loira baixinha sentada no bar. Quando ela deu um tapinha no banco ao lado, olhando para Christian, ele soltou um palavrão abafado e ficou de pé.

__Já volto.

O corpo de Ana ficou congelado enquanto o observava caminhar até o bar. Christian sentou no banquinho indicado, e a loira passou a mão em seu braço. Eles começaram a conversar, mas não dava para ouvir o que diziam, por causa da música e da quantidade cada vez maior de gente no lugar.

Quando foi que tinha chegado tanta gente? Havia o dobro de pessoas do que quando tinham entrado. Um fluxo contínuo de frequentadores chegando à casa noturna.

__A-aquela é Janie? - Ana perguntou.

__Não sei quem é, mas não é Janie. - Depois de dar uma olhada na cara de Ana, Steve abriu um sorriso sutil. __Ele claramente não está a fim de conversar com ela. Não precisa se preocupar.

Mas não parecia que ela não tinha com que se preocupar. A loira deu risada de alguma coisa que Christian falou e chegou ainda mais perto. Os seios grandes, de fazer inveja, roçaram nele. O que aconteceu em seguida foi bloqueado de sua visão pelas pessoas em torno do bar.

__Aqui costuma ser tão cheio? - Ana perguntou.

__Não. - Steve coçou a cabeça e olhou para um lado e depois para o outro. __Um DJ famosinho vai tocar hoje, deve ser por isso. A acústica é muito boa, se prepare pra ser sacudida.

Ela sentiu um nó na garganta, e um mau pressentimento se instalou em suas entranhas. Desde quando ser sacudida era uma coisa boa? Havia centenas de corpos no lugar. Bem mais do que ela previa.

Uma explosão eletrônica irrompeu dos alto-falantes embutidos no teto, e o coração de Ana disparou de tal forma que seu peito até doeu. O ambiente se tingiu de vermelho quando chamas começaram a dançar pelas paredes. A multidão gritou de empolgação, enquanto Ana lutava para conseguir respirar. Lasers e fumaça. O volume do murmurinho baixou, e sons orquestrais efêmeros se espalharam pela pista. Antes que ela pudesse pensar em relaxar, uma batida voltou a pulsar ao fundo, ganhando velocidade pouco a pouco.

__Não precisa ficar assustada, - Steve gritou. __Não é fogo de verdade. São só luzes e projetores de LED.

A garçonete se materializou do nada e colocou uma bebida sobre a mesa, então disse alguma coisa que Ana não conseguiu ouvir. Em um piscar de olhos, desapareceu na massa de corpos em movimento. A música avançava para uma espécie de clímax, e as pessoas iam ficando mais agitadas.

Ana pegou o copo e deu um bom gole. Limão, xerez e amaretto. O ideal seria que tivesse vodca, ou melhor, etanol puro. Faria efeito mais depressa.

Steve lançou um olhar de divertimento para ela.

__Está com sede? - Ana confirmou com um aceno de cabeça.

Sirenes altíssimas ressoaram, e um silêncio total recaiu sobre o lugar por uns
bons cinco segundos, então uma melodia saiu dos alto-falantes. Sem aviso, a batida do baixo voltou numa velocidade frenética. A plateia enlouqueceu.

O coração de Ana batia a mil por hora, e o medo ameaçava dominá-la. Barulho demais. Frenesi demais. Ela conteve suas emoções e as enterrou bem fundo, forçando-se a respirar mais devagar. Enquanto parecesse calma por fora, estaria ganhando o jogo. A música acelerava, mas o tempo se arrastava.

O movimento dos corpos permitiu uma visão direta do bar. A loira estava brincando com o colarinho da camisa de Christian, próxima demais.

Ela colou os lábios nos dele.

Ana se encolheu como se tivesse levado um tapa na cara. Esperou que ele se desvencilhasse da mulher pelo que lhe pareceram séculos, até que a multidão se redistribuiu e obstruiu sua visão.

Uma mistura de bile e amaretto subiu pela sua garganta.

Precisava vomitar. Ela abriu caminho na multidão, empurrando corpos em convulsão. A música continuava forte. As luzes piscavam em altíssima velocidade. O cheiro predominante era de suor azedo, perfume e álcool. A sensação era de estar em meio a músculos rígidos e articulações afiadas.

Christian ainda estaria beijando aquela mulher?

Seus olhos se encheram de lágrimas. Os corpos formavam uma jaula ao seu redor. Era impossível se mover. Era impossível gritar por socorro.

Uma mão se fechou em torno da sua.

Christian?

Não, era Steve.

Ele empurrou as pessoas mais próximas. Um cara devolveu o empurrão.Steve simplesmente afastou o sujeito com o cotovelo e continuou passando. O tempo todo o aperto dele em sua mão continuava seguro e firme. Ele a conduziu por entre a multidão, abriu uma porta, e um ar frio delicioso atingiu o rosto dela.

A porta se fechou com um clique, abafando a música. Alguém ofegava. As luzes piscantes desapareceram. Ela cobriu os olhos e sentou no cimento frio. Suas pernas trêmulas se recusavam a carregar seu peso.

__Obrigada, - Ana conseguiu dizer.

__Tudo bem com você?

__Estou passando mal. - Ela cravou as unhas na calçada enquanto procurava um
lugar apropriado para vomitar. O ar não entrava em seus pulmões em quantidade
suficiente.

__Calma, calma. Respira devagar. - Ele moveu a mão como se fosse tocá-la, fazendo com que se encolhesse toda. __Senta direito. Assim. Respira pelo nariz. Solta pela boca.

Quem estava ofegando daquele jeito? O som a estava deixando maluca.

__Aguenta firme. Vou buscar Christian.

__Não. - Ana agarrou o pulso dele. __Eu estou bem. Ela se apoiou e virou para a parede da construção. A frieza da superfície era agradável em seu corpo febril, o que servia de distração para os pensamentos relacionados a Christian e aquela mulher. Christian beijando aquela mulher.

Com sua boca quase encostando na parede, o som da respiração ofegante ficou mais alto. Só então Ana percebeu que vinha dela.

Cerrou os dentes e os punhos, retesando cada músculo do corpo. A respiração ofegante cessou.

__Quer alguma coisa? - Steve ofereceu.

__Estou bem. Só um pouco superestimulada.
- Ela estava de fato se sentindo melhor, mas suas têmporas latejavam.

Steve inclinou a cabeça para o lado.

__Meu irmão também fica superestimulado em situações assim. Ele é autista.

Ela sentiu seu peito se contrair ao ouvir aquelas palavras. Tinha sido um erro usar aquele termo. A maioria das pessoas não o utilizava. Por que utilizaria? Steve estreitou os olhos. Quase dava para ver as conexões sendo feitas, o questionamento se formando.

Ana prendeu a respiração e torceu para que ele não dissesse nada. Ela sabia ocultar a verdade, mas não era capaz de mentir.

__Você também é?

Seus ombros desabaram e sua garganta ardeu. Envergonhada, ela se forçou a confirmar com um aceno de cabeça.

__ Christian não sabe, né? Ou jamais teria trazido você aqui. É melhor contar para ele.

Ela só conseguiu sacudir negativamente a cabeça. Sempre que as pessoas descobriam a verdade, começavam a pisar em ovos em sua companhia. Aquilo só tornava as coisas tensas, e no fim elas davam um jeito de se afastar. Era o motivo pelo qual Ana evitava contar. Mas as pessoas podiam descobrir sozinhas.

__Você me empresta cem dólares, por favor? Quero ir para casa. - O cartão de crédito dela estava lá dentro.

__Já vai embora? Christian deve estar procurando você.

Ana duvidava muito. Ele estava ocupado. Enquanto ficava de pé, se surpreendeu com a falta de conexão entre seu corpo e seu estado mental. Como seus membros ainda a obedeciam enquanto em sua cabeça se sentia tão cansada e exaurida?

__Prometo que pago depois.

__É porque aquela garota deu um beijo nele? Não sei se você viu, mas Christian tentou se livrar dela. Ele não é muito bom nisso.

Uma faísca de esperança se acendeu, tola e brilhante.

__Sério?

A porta se abriu, e uma batida tecno acelerada escapou lá de dentro.

__Ah, vocês estão aqui. - A porta se fechou atrás de Christian,silenciando a música. Seu olhar se alternou entre ela e Steve. __O que aconteceu? Está tudo bem?

__Eu precisava tomar um ar.

Steve franziu a testa como se fosse dizer alguma coisa. Ana prendeu a respiração.

Não conta pra ele. Não conta pra ele. Não conta pra ele.

Christian mudaria. Tudo mudaria. E ela ainda não queria que aquilo acontecesse.

__Ela me pediu dinheiro para o táxi. Viu você beijando aquela loira e quer dar no pé, - Steve contou.

O estômago de Ana parecia não saber se relaxava ou se comprimia com ainda mais força diante daquelas palavras. Steve a fizera parecer emotiva e possessiva. Ela gostaria que aquilo não fosse verdade.

__Você ia embora? Assim do nada? - Christian perguntou, com incredulidade na voz.

Ela olhou para o chão.

__Pensei que você e ela... que vocês...

__Não. Com você logo ali ao lado? Que tal confiar um pouquinho em mim? Minha nossa, Ana.

Ele a segurou pela cintura e a puxou para junto de si. Aquele cheiro, aqueles braços em torno dela, aquela presença sólida. Um paraíso. Ana fechou os olhos e se deixou cair sobre ele.

__Quer entrar? - ele perguntou.

__Não. - A adrenalina disparou pelo corpo dela, enrijecendo cada músculo que o abraço relaxara. Em seguida, Ana acrescentou: __Por favor.

__Vamos para casa então.

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