- POV DINHO –
Já tínhamos escolhido a música, era Pelados em Santos. Nos encontramos na porta do estúdio, com a ansiedade lá em cima, entramos e demos de cara com o produtor que já esperava a gente.
Produtor: Vocês chegaram! Vem, entrem, não podemos perder tempo. - Apenas seguimos ele até a sala de gravação. - Esse é o diretor da rádio da região, mostrei a música de vocês e ele achou incrível!
Diretor: Gostaria de tocá-la na minha rádio, se concordarem, é só ler e alguma pessoa da banda assinar o contrato.
Decidimos que iriamos assinar o contrato, assumi o papel de representante, li e assinei.
Produtor: O que estão esperando? Vamos gravar isso!
Ficamos quase o dia inteiro pra gravar, eu confesso foi cansativo e muito! O resultado ficou incrível, nosso sonho de ter alguma música gravada estava se realizando, aos poucos, mas estava.
Produtor: Ficou ótimo meninos, bom trabalho...
Diretor: Digo o mesmo! Vamos ver no que dá... vou mandar tocarem hoje mesmo.
Agradecemos muito e nos reunimos na casa dos Reoli para comemorar e esperar tocar na rádio.
- POV AYLA –
Era umas 16:45 e estava ajudando minha avó com o serviço doméstico enquanto ela fazia uma deliciosa torta de sardinha que eu amava. Para me distrair um pouco enquanto varria e passava pano na casa, liguei o rádio e sintonizei em uma rádio local que no momento tocava a música Bohemian Rhapsody, do Queen, uma de minhas favoritas.
Eu cantava fazendo o cabo de vassoura como microfone, a senhorinha ficava só olhando e rindo da minha performance. A música acaba e o radialista passa algumas propagandas típicas do rádio, elas são um tédio! Até que escuto-o dizer que teria um lançamento, paro de varrer e fico esperando a música começar. Quando começou demorei uns dois segundos para perceber que eu conhecia ela de algum lugar...espera, era a música dos meninos!?
Ayla: Vó do céu! A senhora não acredita, essa música é dos meus amigos das fotos - Digo eufórica e feliz. Penso: Estou orgulhosa deles...
Vó: Nossa! Eles tocam bem, fia... É aquela que você cantou né?
Ayla: Sim! – Começo cantar e performar a música, que nem fiz com a anterior.
Nossa, ainda não acreditava naquilo... continuo limpando a casa para minha avó. Quando terminei, fui até o telefone do meu quarto e liguei para Dinho... nada de me atender. Tentei ligar para Samuel... depois de muita espera fui atendida. Ele estava falando praticamente gritando, parecia que estava dando uma festa com música nas alturas.
Samuel: Alô? Quem é?
Ayla: Meu deus, por que não me contou que a música de vocês ia tocar na rádio? Estava incrível, Sam!
Samuel: Mil perdões xuxu, eu esqueci..., mas você gostou?
Ayla: Muito, foi por acaso que liguei o rádio e estava tocando... Vocês arrasaram, estou orgulhosa de vocês!
Samuel: Ah, que isso, não é pra tanto! – Depois de falar dá uma risada nasal.
Ayla: Acho que vocês estão comemorando aí né? Não vou atrapalhar mais...
Samuel: Acha você não atrapalha, você faz até falta aqui!
Ayla: To com saudades de vocês..., mas tenho que desligar, manda beijo pros meninos e fala que estou muito feliz por vocês, ok?
Samuel: Ta bom pitchula, fica bem e saudades. - Desliga a chamada.
Acho tão bom falar com o Sam, ele me faz bem... Estamos conversando bastante desde que o Dinho passou meu número pros meninos, mas apenas um deles não me telefonou, a flor japonesa, era assim que eu sempre chamava Bento. Estava estranhando, mas achava que era só coisa da minha cabeça e logo ele ligaria.
Antes de dormir estava organizando as fotos minhas e dos meninos que minha vó tinha enquadrado pra mim. Pendurei-as na parede e algumas eu coloquei em cima da cômoda de roupas que se localizava ao lado da minha cama. Nela eu coloquei uma foto com cada menino e algum momento importante que passei com eles. Toda vez que olhava as fotos ficava com saudades deles.
- POV DINHO –
{Quebra de tempo}
Havia passado uma semana desde que nossa música foi no ar e nossa carreira começou a ir para frente, a música foi se espalhando de rádio em rádio e já tocava no Brasil inteiro, não conseguíamos nem sair na rua direito, ainda mais que a cidade era pequena e todo mundo nos conhecia. Fomos chamados para gravar as outras músicas e fazer um disco. Recebemos algumas propostas de shows na região. Nossa vida mudou de uma maneira que não sei explicar...
Com toda essa correria não tive tempo para ligar para Ayla, o único que conversava com ela todo dia e nos atualizava de como ela estava era o Samuel.
{Quebra de tempo}
Faz um mês que nosso sucesso tinha estourado, gravamos nossos discos e já tivemos mais de 100.000 cópias vendidas, isso era inacreditável.
Estávamos indo para nossa primeira viagem de show, iriamos fazer um show em uma cidade que era meio distante daqui e depois íamos para São Paulo gravar um programa de TV. Subimos na van e seguimos por 3 horas até nosso destino.
O hotel estava lotado de pessoas querendo autógrafos e fotos. Entramos para os quartos que se dividiam em Eu e minha namorada que havia vindo junto conosco, o nome dela é Valéria. Bento e sua namorada, ela chama Ana, eles estavam namorando faz um mês e uma semana, por aí. E por último, Julio, Sérgio e Samuel.
Decidimos ir almoçar em um restaurante que falaram bem na recepção do hotel. Chegamos lá e nos acomodamos em uma mesa. O restaurante era no meio de um bairro residencial, não tinha comercio naquela região.
- POV AYLA –
Faz um mês que só o Samuel me liga... o que aconteceu com os outros? Em minha cabeça eu achava que eles haviam me esquecido... o que eu mais temia.
Eu acordei um pouco tarde hoje, umas 10:30. Tomei um banho, escovei os dentes e troquei de roupa, coloquei um short de malha coladinho que ia até a metade da coxa e uma blusa dos Beatles que eu havia roubado de Dinho quando morava na outra cidade, ela fica meio larga em mim. Quando olhei no relógio já era 11:45, como estava sem fome fui varrer a calçada que estava cheia de folhas e olhar o movimento do restaurante que dava de frente para a nossa casa.
Fico observando e vejo um homem com aspecto jovem me encarar de dentro do restaurante, ele aparentava ter entre 20 e 28 anos e tinha os cabelos tingidos com um tom meio alaranjado que aparentava estar meio desbotado. Não conseguia ver a feição do rapaz pois ele estava sentado mais no fundo do restaurante.
Terminei de varrer as folhas e entrei para almoçar com minha vó. Quando terminamos, chamei a senhorinha para ficar sentada na calçada comendo uma fruta e lá fomos nós. Olhei para o restaurante de novo e aquele rapaz ainda estava lá, só esperando o grupo de pessoas que ele estava acompanhados pagar a conta. Minha vó disse que ele estava nos encarando e cutucando um dos amigos dele com o cotovelo, como se quisesse chamar a atenção dele para mim.
Vó: Aquele cabelo de fogo tá tentando chamar o amigo dele pra olhar pra "nois".
Ayla: Deixa ele vó, ele tava me encarando antes do almoço também. - Digo cascando umas laranjas.
Vó: Olha, agora o outro tá olhando aqui.
Ayla: O povo não tem nada pra fazer né, parece que nunca viu umas pessoas na calçada de casa?
Vó: Então... mudando de assunto, e seus amigos lá? Falou com eles?
Ayla: O único que liga pra mim é o Samuel, vó. Será que os outros me esqueceram?
Vó: Claro que não minha fia, eu tenho certeza que não. Acho que estão só muito ocupados.
Ayla: É... deve ser. – Dou um suspiro logo quando termino de falar.
Ficou uns cinco minutos de silêncio, até que aquele grupo de pessoas saem do restaurante e minha vó quebra o silêncio falando um pouquinho alto demais.
Vó: Fia, aqueles não são aqueles seus amigos das fotos? – Ela fala em um tom alto, parecendo que ela queria que ouvissem e um deles olha para trás.
Ayla: Claro que nã... - Sou interrompida com alguém me abraçando forte e depois segurando meu rosto.
Xxx: Ayla... eu não acredito! - Olho para frente e...
Ayla: Dinho? - Falo olhando surpresa para eles e logo em seguida olho para o lado e todos os meninos estavam lá e uma pessoa que eu não conhecia. – Que saudades de vocês...
Vou cumprimentar um por um, Julio, Sérgio e Val me dão um abraço, Samuel me dá um abraço bem apertado e um beijo na testa, até que chega a hora de eu falar com Bento.
Ayla: Oii flor japonesa, tudo bem? - Digo indo abraçar ele só que ele impede o abraço e me dá só um aperto de mão. Que porra tá acontecendo com ele?
Bento: Oi, to bem sim. – Ele fala seco, sem nenhuma expressão em seu rosto, o que era estranho pois o japa vivia sorrindo quando ele estava comigo.
Ayla: Ah... que bom - Dou um sorriso amarelo e vou até a garota que eu não conhecia. – Você eu não conheço. - Falo sorrindo.
Ana: Oii, eu sou Ana, mas pode me chamar de Aninha. Sou namorada do Bento. Ele nunca me contou que tinha uma amiga tão bonita como você – Ela diz em um tom amigável e sorrindo.
Ayla: Ele não tinha me contado que estavam namorando, fico feliz por vocês... Obrigada pelo elogio, você é muito bonita também. - Dou um sorriso sem mostrar os dentes.
Ficamos um tempo conversando e apresento minha vó a eles. Dinho me fala sobre o show que terá e deixou eu ficar atrás do palco junto com Val e Aninha. Estou feliz de me reencontrar com eles, mas alguma coisa está me incomodando... a atitude do Bento, o que eu fiz pra ele?
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Continua...
Oioii, td bem xuxus?
Queria agradecer pelos comentários falando que adoravam minha fic, isso é muito gratificante <3
Eu juro que vou tentar postar mais capítulos essa semana
Fiquem bem e bebam água :)