Dan acordou com o celular tocando em um número desconhecido. Quando ele atendeu a voz de Jake soava totalmente desesperada.
- Dan você pode vir para cá? Rápido ? - Dan sentiu seu sangue congelar em suas veias.
- Minha prima está bem? - ele perguntou e Jake não respondeu, então ele teve certeza que havia alguma coisa errada. - O que você fez Jake?
- Vem rápido - a voz dele soou trêmula e Dan se levantou em um pulo. Merda, algo estava fodidamente errado. Ele foi o mais rápido que pode e quando chegou ao aurora Jake estava com os olhos vermelhos.
- Jake? O que você fez homem hacker? - Dan perguntou e Jake entregou um computador para ele que tinha um plano para conquistar sua prima, dúvida passou pelos olhos de Dan quando ele entendeu - Você estava usando ela? - então Dan partir para cima dele, cego de raiva e deu alguns socos no rosto do Hacker
- Eu mereci, mas tem outra coisa - então ele pegou o celular de Mari e colocou a mensagem na tela. Uma vida por outra, venha para a floresta e eu solto o mecânico. O chão desapareceu sob os pés de Dan. Ele estava caindo em um abismo. Era um pesadelo, tinha que ser. Principalmente por saber que a prima faria isso. Ela faria de tudo para tentar salvar o Richy. Ela faria de tudo para tentar salvar qualquer um deles
- Você deixou ela ir? - Dan gritou passando as mãos pelo cabelo em um tom que deixava claro o quanto o Hacker havia sido idiota.
- Eu não sabia, só vi a mensagem depois de meia hora que ela havia saído! - Jake parecia totalmente desesperado. Tão desesperado quanto Dan. Para alguém que estava manipulando todo mundo esse tempo todo, ele realmente merecia um Oscar de melhor ator.
- Você deixou ela sair sozinha de noite? qual a porra do seu problema Jake- ele deu um empurrão no peito do hacker.
- Agora realmente não é o momento para brigarmos - Jake falou e Dan se afastou suspirando e segurando a raiva, a prima o ensinou a algum tempo atrás que controlar o temperamento era a melhor opção para momentos de raiva. Porque o que Dan sentia naquele momento era a vontade de socar o Hacker até que ele ficasse irreconhecível
- E agora? O que fazemos? - Dan falou tentando se controlar o máximo que conseguiu.
- Eu não sei Dan. Se nós formos até lá podemos colocar eles em risco. Mas se não formos, quem sabe o que ele pode fazer?
Pov Mari:
Eu caminhava pelas ruas de Duskwood antes de me dirigir totalmente para a floresta, o som da trovoada me fez erguer os olhos para céu. Mais uma vez eu me encontrava quebrada, despedaçada. Mais uma vez havia confiado e me machucado.
Quando as pequenas gotas de chuva tocam meu rosto, eu paro por alguns segundos, sentindo as minhas lágrimas se misturarem com a chuva. O cabelo grudava em meu rosto e as roupas em meu corpo.
Usada. Eu amo você , ela ouviu a voz dele em sua mente. De todas as mentiras que você me contou, Jake. Essa sem dúvida foi a que mais doeu.
Ele estava me usando e iria me descartar depois de tudo. Ela desejou se socar por ter confiado nele. Todos meus amigos tinham me avisado, Eu defendi Jake para todos eles. Ignorei os sinais de aviso que minha mente me deu. Cega. Burra. Usada. Ele estava apenas brincando comigo. Enquanto eu o amava com todo meu coração, eu era apenas uma brincadeira que ele faria fim quando tivesse o que realmente queria.
Depois de algumas voltas nas ruas ela chegou na orla da floresta e a encarou. Não tinha nada a perder. Assim que entrou na floresta sentiu alguém a segurando e colocando um pano em sua boca e nariz, fazendo com que imediatamente tudo ficasse escuro.
Pov Dan
Ao ouvir os barulhos Phil abriu a porta com tudo e os olhos do Barman se arregalaram ao ver a situação em que Dan havia deixado o rosto dele.
- O que caralhos você fez Jake? - Phil perguntou e Dan passou as mãos pelo rosto novamente.
- Esse desgraçado filha da puta estava usando minha prima esse tempo todo.
- Foi só no começo, eu me apaixonei por ela - o hacker tentou falar mas Dan o interrompeu.
- Quem se apaixona não mente caralho, você sabe por tudo que ela passou, você sabe o quanto foi difícil confiar em alguém novamente, e você foi lá e traiu ela da pior maneira que tinha, novamente, qual a porra do seu problema?
- Nós temos que fazer alguma coisa, brigar comigo não é a solução - Jake falou e Dan viu Phil andar até bem perto dele, então o barman fez algo que surpreendeu Dan. Ele deu um soco no maxilar do Hacker.
- Acho que você já fez demais, saia do meu porão, se vira pra arrumar outro lugar para se esconder - Phil falou com os olhos frios na direção de Jake. Espera, ele e Phil se conheciam? Não era hora para perguntas agora. Jake fechou os olhos.
- Você sabe que não tenho para onde ir, Phil.
- Te dou dois dias para você arrumar um lugar e sumir daqui - o barman disse e virou as costas para sair e Dan o seguiu. Ele já havia perdido a prima uma vez, não poderia perder ela de novo.
- Como você conhece o Jake? - Dan perguntou para Phil que somente suspirou.
- Não é momento para perguntas - o barman falou servindo um drink para Dan. - O que podemos fazer agora?
- Nada, se bem conheço minha prima ela tem um plano, provavelmente vai dar um jeito nisso tudo. Agora é sentar e esperar. Se ela não voltar com o Richy em 1 dia a gente entra na floresta. Phil, não fale pra Jessy. Não sei se ela aguenta o fato de Mari ter sumido também.
Pov Mari
Ela acordou e percebeu que os pés e mãos estavam acorrentados com uma corrente de ferro, ela observou o ambiente ao seu redor, chão sujo, paredes descascadas, ambiente escuro iluminado por velas, ela contou as janelas. 4, mas aparentemente só uma saída. Quando olhou no outro canto da sala ela viu os cabelos loiros de Richy e o peito dele se movendo ela suspirou aliviada. Vivo. Ele estava vivo, quando ela tentou se mexer o ar faltou e ela percebeu que estava machucada, possivelmente as costelas estavam trincadas. Não havia chance dela e o Richy saírem vivos dali. Não com ela acorrentada e machucada assim. Mari tentou se levantar mas não conseguiu.
Ela se arrastou em suas correntes para perto de Richy, ele estava tão machucado quanto a mesma, ele a olhou e seus olhos adquiriram um olhar surpreso ao olhar para a mulher e ela rapidamente o analisou, estava com manchas roxas pelo corpo mas parecia ser capaz de correr, uma vantagem era que ele estava preso com cordas enquanto a mesma tinha correntes ao redor dos pés e das mãos.
- Richy! - ela começou e o loiro olhou para a mulher - Você está bem?
- Mari? O que você está fazendo aqui? Meu Deus, eu...
- Bem. Escuta eu tenho um plano, mas você tem que me prometer que vai fugir daqui assim que der. - ela o interrompeu
- E deixar você sozinha? - o mecânico a olhava como se ela fosse louca
- Richy, se ele perceber que eu amo mais a você e me importo mais com que acontece com você do que comigo, ele vai te matar. Vai te ferir para me abalar. Ele não vai medir esforços. Vai torturar você! - Mari falou e sentiu seus olhos lacrimejarem.
- Eu não vou deixar você - a mulher o olhou com olhos suplicantes e pleno desespero em seu olhar.
- Richy, eu tô te implorando - uma lágrima escorreu do rosto dela - saia daqui assim que tiver a chance. Eu tenho um plano.
- Qual seu plano? - ele perguntou parecendo em dúvida
- Irritar ele - Mari deu de ombros e se arrependeu assim que sentiu a dor percorrer todo seu corpo.
- Ótimo, qual frase você quer que eu coloque na sua cova? - ele a encarou como se a mulher fosse maluca.
- Ele tem o temperamento colérico. O que eu vou fazer é fingir ser fraca para o ego dele subir, ele vai se tornar arrogante e vai baixar a guarda, então eu vou pegar uma dessas correntes e enrolar na garganta dele.
- Mari, você mal consegue ficar em pé. Veio se arrastando até mim.
- Richy por favor, você precisa me prometer que vai sair daqui assim que perceber uma oportunidade. - Richy a olhou e Mari encarou desesperada aqueles olhos. - Richy, eu consigo lidar com ele sozinha. Mas se ele te machucar, eu não conseguiria, eu não...
- Mari, seja razoável. Jake vai me matar se eu te deixar aqui sozinha. - ele interrompeu a mulher.
- Eu não tenho nada com o Jake. Se ele perguntar algo, fale que eu o mandei para o inferno, e desejei boa sorte com o castelo de mentiras deles - ela falou e o coração doeu ao pronunciar as palavras. O coração doeu tanto, que ela suspeitava que ele pudesse parar a qualquer momento.
- Mari, o que aconteceu? - o mecânico franziu o cenho confuso
- Ele fez um plano, estava só me usando para encontrar a Hanna esse tempo todo. - ela suspirou e enviou esses pensamentos para o fundo da mente enquanto tentava desesperadamente montar um plano para salvar o mecânico.
- Não, o que?! - ele ficou tão chocado quando Mari. O hacker era realmente bom em fingir.
- Sabe o pior? Tinha algo que me dizia que alguma coisa estava errada, mas eu ignorei. Agora Richy. Vamos montar nosso plano - Mari não tinha interesse nenhum em sair viva dali, era uma missão suicida para ela, e a mesma sabia disso. Mas o Richy tinha que sair dali.
- Ele está voltando - a mulher se arrastou de volta para onde ela estava. - Se ele me bater, finja que não se importa, eu vou fazer o mesmo com você - ela sussurrou e o pleno desespero corria por suas veias. O corpo dolorido a matando e sua mente a torturando.
- É muito bom ter vocês aqui jovenzinhos - ele começou a retirar o modificador de voz - Eu esperei muito pela minha vingança - não, ela reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Não, não, não podia ser. Ele retirou a máscara. E todos os membros de Mari paralisaram, seu pior pesadelo estava diante dela.
- Pai?