Quando Harry voltou pra casa ele encontrou Draco sentado no sofá, com uma perna dobrada sobre a outra e uma cara que fazia o moreno duvidar se tudo estava indo bem, ou tinha desmoronado de vez.
Ele torcia pela primeira.
— Onde esteve? – Draco levantou num sobressalto ao ver o namorado cruzar as portas da frente. Harry sorriu e o abraçou brevemente sentindo a respiração aliviada do loiro a sua frente.
— O que houve? – Harry fez outra pergunta segurando os ombros de Draco — Cadê nosso filho?
— Com o papai.. Harry, onde esteve?
O moreno riu.
— Draco, o que é isso?! Eu fui dar uma volta, eu pedi pra Winky te avisar.. – Malfoy suspirou — Ei, amor.. 'Tá tudo bem, eu estou bem, só queria pensar um pouco.. – Draco franziu o cenho.
— Em que? O que você anda arquitetando, Potter? – perguntou num tom divertido vendo o namorado torcer o nariz —Não gosto de te deixar sozinho babe.. – o loiro acariciou o rosto do mais baixo e então sorriu tentando ajustar as enormes mechas de seu cabelo atrás da orelha — Não quero que fique sozinho por nada nesse mundo, não quero que fique longe de mim.
— Que possessivo Draco.– ambos riram — Não precisa se preocupar – disse de novo — Eu só fui até a esquina respirar esse ventinho frio de começo de inverno. – o loiro sorriu assentindo — Me desculpe se te deixei preocupado, mas confie em mim, eu estou bem.
— Okay – Draco selou seus lábios — Confio em você. Mas na proxima,me chame pra ir junto. – Harry assentiu — Embora essa próxima seja em Hogwarts dentro de algumas horas. –ambos riram de novo.
— Papa! – a voz de Scorpius soou enquanto pernas minúsculas tentavam alcançá-los inutilmente. O coração de Harry parecia ter errado as batidas, definitivamente ele não estava bem e não podia estar ouvindo seu filho chamando de papai.
— Amor?! – Draco chamou o balançando enquanto Lucius sorria pegando o garoto do chão e o erguia no braço levando-o até onde o casal estava. Só fazia uma hora que ele estivera fora e Harry sentia como se fosse uma vida.
Lucius Malfoy não podia estar rindo, não da forma que estava fazendo agora, alguma coisa de errada tinha acontecido e talvez por isso, Draco estivesse preocupado minutos antes. Ele estava nervoso que Harry descobrisse alguma coisa.
Ele só não sabia o que era.
— Eu tentei segurá-lo o máximo de tempo possível até que os dois estivessem juntos. – a voz do matriarca soou parecendo por fim, trazer Harry a tona. — Foi preciso muito esforço pra transformar o "da da" em "papa". – disse por fim e Draco riu.
— Valeu a surpresa pai.. – ele virou para o lado ainda vendo Harry estático — Eu te procurei hoje cedo e o papai já estava cuidando do Scorp. – ele comentou.
— Talvez eu não vá conseguir me desculpar ou receber o perdão de vocês, mas peço que não afastem o meu único neto de mim. – Harry piscou algumas vezes — Eu não sou o melhor ser humano, melhor pai e não tenho vergonha de admitir isso, mas eu quero me esforçar, quero dar o amor e carinho que essa criança merece, o amor que em partes, o Draco não teve. – Harry engoliu seco e piscou algumas vezes sem conseguir fazer movimento algum com seu corpo. —Se o Sirius conseguiu abrigar meu filho em sua casa, eu posso fazer o mesmo com o dele. – Draco sorriu — Uma trégua senhor Potter, é só disso que precisamos a partir de agora.
— Me desculpe, mas.. O senhor bebeu ou fumou alguma coisa?
— Harry! – Draco o repreendeu vendo ele dar de ombros e ainda com o neto nos braços, Lucius riu.
— 'Tá tudo bem, Draco, ele tem razão de achar tudo isso estranho.. Ainda é estranho pra mim também.
— Desculpe mas é que realmente não posso.. – Harry fez uma pausa e mordeu o próprio lábio por alguns segundos — O senhor não quer tirar o Scorpius de nós, quer? – dessa vez Draco não pode deixar de aparentar preocupação e fixou o olhar no pai esperando respostas que não tardaram em chegar.
— Eu jamais faria isso.. Bom, talvez, o velho Lucius, mas agora não. Eu ainda acho estúpida a ideia de irem morar com o Black. – o patriarca estendeu a mão quando o filho fez menção de falar — Mas eu respeito e aceito que façam como acharem melhor, vocês já fizeram dezoito, já sabem o que querem da vida e por mais que estar aqui conosco seja melhor, podem ir morar com.. Bom, com o Black. – Harry sorriu — Mas serão bem-vindos aqui quando quiserem. – ambos assentiram — Agora eu preciso sair. – disse por fim e então Draco travou o maxilar pegando o filho de seus braços, ele sabia o que significavam aquelas "saídas" e novamente a conversa com sua mãe veio a tona e o medo o percorreu por completo. — Vocês voltam pra Hogwarts hoje então creio que eu não vá estar aqui a tempo de os verem partir. Mandarei corujas em breve.
— Tudo bem senhor. E obrigado por ter cuidado do nosso filho. – Harry se antecipou vendo o homem passar ao seu lado e então aparatar para um lugar desconhecido.
Ao menos, desconhecido pra Harry.
— Draco?
— Oi.
— Nós.. Precisamos voltar pro Sirius.. – disse meio inseguro por não saber o que dizer ou como dizer algo naquele momento. Ele não sabia como eram as rotinas dos Malfoy,não sabia com que frequência Lucius saía de casa ou pra onde saía, mas independente do que fosse, ele sabia que afetava Draco imensamente.
E Harry também se preocupava com o namorado.
— Eu sei, já está tudo pronto. – sorriu minutos depois e então virou-se de frente para o moreno — Só estava esperando você voltar pra nos despedirmos da mamãe e Winky.. Nosso "último dia" com o Sirius, e ele com certeza vai nos matar se demorarmos um minuto a mais.– e assim que assentiu ambos se despediram de Narcisa com a mesma proposta de rertorno e então como já sabiam, o cabeludo já os esperava de pé na sala de sua casa e com cara de poucos amigos assim que avistou o casal entrar.
— Exatamente uma hora e meia de pegarem o trem, e vocês chegam aqui com essas caras?! – Harry tentou ocultar um riso enquanto Scorpius se agitava nos braços de Draco. — Não precisavam ter voltado, podiam ter pedido ao Lucius pra levar vocês até Kings Cross e depois mandavam corujas pra cá, quem se importa com um velho ranzinza e sozinho, andem, vão encontrar os Weasley e sigam de volta a Hogwarts. – Draco encarou o namorado enquanto ouviam as reclamações do outro e assim que acabou, eles sorriram entre si e caminharam até o homem dando-lhe um abraço triplo enquanto ele ainda resmungava para se afastarem.
— Não seja ciumento, Padfoot. – o homem torceu o nariz com o apelido trazido de volta —Nós dissemos que estaríamos aqui antes de irmos embora. – ele os ignorou pegando finalmente o neto dos braços do pai, o apertando contra seu peito.
— Só você que realmente sentiu saudades do vovô, não foi meu amor? – Harry riu balançando a cabeça enquanto Draco repousava a cabeça em seu ombro — Eu sei, eu sei, você queria ter visto o vovô antes mas não podia vir sozinho...
— Sirius, nós já pedimos desculpas.. Nós só.. tivemos uns contratempos antes de sairmos de casa. – Malfoy disse e finalmente eles receberam a tão conhecida cara de fúria e curiosidade do cabeludo.
— O que aquele imbecil... Desculpe, Malfoy. – o loiro seu de ombros — O que o Lucius fez com vocês?
— Na verdade, nada. Ele conversou conosco e pediu que voltássemos quando possível.
Harry nunca desejou tanto uma máquina fotográfica quanto naquele momento em que Sirius esboçava sem dúvidas, sua melhor cara de paisagem, Colin fazia uma enorme falta no fim das contas, pensou. Sirius permaneceu encarando-os como se algo ainda precisasse ser dito, como se no final da frase ele fosse ouvir uma risada informando que tudo era uma piada e que na verdade, Lucius os tinha expulsado de casa.
Mais nada veio.
— Bom, amor, eu vou lá pra cima terminar de arrumar nossos malões.. – ele encarou Sirius mais uma vez e sorriu sem graça— Ainda temos tempo pra um café da manhã?
— Claro que sim, seus idiotas. Eu deixei tudo pronto há horas.. Quando terminar aí em cima, desça pra comermos. – Draco assentiu e sorriu aliviado antes de dar as costas e sumir no andar de cima.
— Ele não precisa arrumar os mapões ne? – perguntou por fim e Harry riu negando com a cabeça.
— Não, não precisa. Ele só queria nos deixar a sós pra conversarmos.. E Sirius, eu falei sério quando disse que o Lucius não fez nada com a gente. Como acha que teríamos encarado duas semanas lá se algo tivesse errado?! – ele deu de ombros e então cheirou os enormes cabelos do neto antes de dar atenção a Harry outra vez.
— É difícil acreditar quando se trata daquela família.. – Harry assentiu — Mas fico feliz que ele tenha tratado você bem, ao menos, terei se poupar energia e feitiços contra aquela doninha velha.
— Sirius! – Harry repreendeu vendo ele rir sem graça.
— Desculpe. Mas então, vamos tomar café? Precisamos chegar a tempo na estação, você não vai querer enfrentar um carro voador outra vez, vai?! – Harry sentiu o rosto corar e praguejou os gêmeos por terem contado aquela história ao padrinho.
Ele acertaria as contas com eles em breve.
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Att agora só pra notarem a capinha nova da fic kkkkk
Desculpem a demora, não esqueçam de votar e comentar o que estão achando. Preparem-se pra morrer de amores com o pequeno Scorpius
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