I'll Let You In (The Good Doc...

By esidois2

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(Long-Fic; M/M) "Shaun era inteligente, mas inocente. Eu era a pessoa ideal para ele. Nenhum outro se relacio... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8

Capítulo 5

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By esidois2


[Neil Melendez]

Depois de um voo ligeiramente cansativo, achar um táxi na saída do aeroporto até que foi rápido. Shaun já estava visivelmente cansado. Com certeza ele não era acostumado a todos esses processos que tínhamos que passar durante uma viagem. Dali até o hotel foram mais 40 minutos para a conta. E então finalmente chegamos ao nosso destino.

A entrada do hotel estava movimentada de funcionários, cuidando de estacionar os carros ou ajudar os clientes com suas bagagens.

Seguimos direto até uma recepção onde algumas pessoas já estavam sendo atendidas em outros guichês.

—Boa noite, eu tenho uma reserva.

—Sim, claro. Você poderia aguardar nesta fila? Nós já vamos te atender.

A mulher tentava sorrir carismática mas ela claramente estava atarefada demais para isso.

Melendez olhou para o lado onde a atendente tinha indicado. Como não tinha percebido aquele montante de gente?

—Uau, Shaun. Parece que não foi só eu que pensei em nos hospedar no hotel mais próximo ao congresso.

—Eu nunca vim para um hotel.

Ele estava olhando para o lustre na recepção. O local era bem iluminado e aconchegante, e Shaun estava deslumbrado.

—É a sua primeira vez se hospedando?

—Sim. Essa é a minha primeira vez.

E dessa forma tão simples, eu me senti extremamente feliz de ser eu a pessoa a proporcionar essa experiência nova na vida dele.

Percebi que estava o encarando, eu precisava falar algo.

—Bem, eu espero que você goste. Vou deixar você ficar com o quarto que tem vista para a avenida, então. E—levantei um dedo para enfatizar o que eu ia dizer- esse é o quarto que tem uma cama de casal. —Sorri satisfeito com a sua expressão de felicidade.

—E o seu quarto? É diferente?

—Sem janelas, e uma cama de solteiro.

—Próximo! -chamou a atendente anunciando a nossa vez.

—Olá, boa noite! Eu tenho duas reservas... Aqui está!

Entreguei os papéis de confirmação e os documentos.

A jovem atendente claramente não estava conseguindo dar conta da demanda de trabalho. Ela de repente pareceu ficar pálida ao checar os papéis e depois a tela do computador.

—Eerr... Senhor...??

—Melendez.

—Senhor Melendez, claro. U-um momento, por favor.

Ela se levantou e caminhou em direção a um homem um pouco careca e engravatado que aparentava ser o gerente daquele setor do hotel. Eu e Shaun assistimos a cena. O homem ajudava outro atendente num balcão mais afastado quando a jovem chegou até ele. Eles conversaram num tom baixo, o gerente de repente passou a lançar olhares furtivos para o local onde nós estávamos aguardando.

—Acho que temos um problema. -Shaun observou.

Eu não consegui lhe responder nada. A medida que a moça voltava, com o gerente lhe seguindo logo atrás, eu pude notar que ela tinha umas gotas de suor na testa, e seu rosto agora estava visivelmente sem cor. Os dois pararam em pé diante de nós.

—Senhor Melendez. Seja bem-vindo. - O homem estendeu a mão para me cumprimentar.

—Obrigado. Está tudo em ordem com o nosso check-in? -Perguntei, tentando entender de uma vez por todas o que estava acontecendo.

—Eu sou o gerente de atendimento, Matteo Rizzo. Em nome da Rede de Hotéis Esmeraldas, eu lhe peço mil desculpas pelo nosso erro. Acontece que, a nossa atendente -Ele apontou com as duas mãos para a jovem ao seu lado, Ela tinha as mãos para trás e a cabeça baixa, e seus ombros tremiam —é a mesma pessoa com quem você falou ao telefone para fazer sua reserva. Ela cometeu um erro ao lhe cadastrar no nosso sistema.

Senti um nervosismo crescer dentro de mim. Esse homem iria mesmo me falar que eu não tinha uma reserva neste hotel? Não. Não era possível. Eu estava responsável por Shaun nesta viagem, eu me sentia responsável, eu o garanti que teríamos estadia...! O que eu ia fazer agora?

—Marcela acabou por reservar apenas um quarto, o de casal. Me desculpe senhor, mas o outro quarto não está disponível.

O alívio que eu senti...

—Você está me dizendo que eu ainda tenho um quarto garantido aqui neste hotel?

—Isso mesmo, Senhor. Um quarto de cas-

Soltei um ar que eu não tinha percebido que prendia.

—Nós pedimos mil desculpas e asseguramos que isso não vai mais acontecer no futuro. Vamos tomar as devidas providênc-

—Senhor Rizzo, nenhum mal foi feito. -Tentei sorrir, depois de quase ter infartado. -Tenho certeza que Marcela, vai melhorar no futuro. É totalmente compreensível esse erro, olhe em volta.

Apontei para o saguão de entrada, onde algumas pessoas, umas com bagagens e outras não, ainda se reuniam ali antes de se dirigir ao balcão.

O homem pareceu surpreso com o meu comportamento, essa com certeza não era a resposta que ele estava esperando.

—Bem, se é assim, prossiga com o check-in dos senhores, Marcela. -Disse Matteo, enxugando as mãos suadas em seu terno. —E mais uma vez, desculpe-nos senhor.

A jovem apressou-se a sentar em sua cadeira e começar a digitar rapidamente os comandos em seu computador. Olhei para Shaun, ele sorria estranho para mim. Será que ele também tinha ficado com medo de não termos onde nos hospedar?

—Está tudo bem. -Eu lhe assegurei. Sorri, tentando o acalmar, minha mão acariciando seu braço de maneira natural. —Agora está tudo bem.

[•••s2]

______________________________________________


—Quarto... 505! Esse aqui.

Neil abre a porta e dá espaço para Shaun entrar primeiro.

Entraram para uma sala pequena de luz amarelada. Ao lado da porta de entrada havia uma pequena copa. Em frente, encontrava-se um sofá aconchegante, uma mesinha de madeira ao lado dele, onde estava o telefone. O cômodo em si era simples, mesmo com aquela TV de tamanho estravagante pendurada na parede em frente ao sofá.

Shaun abriu uma das duas portas que tinha do outro lado da sala. Era o quarto, então a outra porta só poderia ser o banheiro. Ele seguiu em automático para a cama, onde sentou-se numa das pontas. A sua mala de rodinhas parando ao seu lado. Neil o seguia, observando o quarto ao redor.

—Nada mal, huh? E olha- ele seguiu para o outro lado da cama onde tinha uma janela enorme coberta por uma cortina fina. Ao que ele abriu a cortina, Shaun pôde ver que a janela, na verdade era uma porta de vidro- Temos uma varanda.

No momento em que Neil abriu a porta, sentiram o ar fresco adentrar o quarto.

Shaun observou-o se apoiar no parapeito da varanda e aproveitar a vista que tinham. O quarto realmente não era ruim, a cama parecia ser muito boa e Shaun teria dado mais atenção ao fato de que estaria dividindo ela com o seu chefe em poucos minutos, se não estivesse tão cansado no momento. A brisa que soprava para dentro do quarto parecia colaborar para que todo o cansaço que sentiu durante a viagem viesse à tona agora.

Bocejou e fechou os olhos, sentindo seu corpo despencar sobre o edredom macio que cobria aquela cama. Estava confortável e se sentia seguro, afinal, Neil estava ali.


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[Neil Melendez]

Eu devo ter perdido a noção do tempo enquanto respirava um ar puro na varanda, porque quando voltei ao quarto, Shaun havia desmaiado de sono na cama (nossa cama, pensei). A viagem deve tê-lo cansado ao extremo para que ele nem ao menos tivesse trocado de roupa, ou tirado os sapatos.

Contornei a cama, tentando não fazer barulho para não acorda-lo.

Primeiro coloquei nossas malas juntas ao lado do armário que tinha ali para podermos guardar nossos pertences. Nós ajeitaríamos aquilo tudo depois. Abaixei-me diante dele e retirei seus sapados e meias alinhando-os com cuidado ao lado da cama.

Encaixei um braço abaixo de seus joelhos e o outro abaixo do pescoço e o levantei num só movimento, o posicionando melhor na cama, com a cabeça agora em cima do travesseiro. No mesmo momento que fiz isso, Shaun se virou para o outro lado, dobrando os joelhos e se aconchegado melhor.

Percebi que eu tinha um sorriso bobo em meu rosto enquanto eu observava se ele por acaso iria acordar. Mas quem ligava? Não tinha ninguém ali para ver a minha reação. Eu finalmente poderia ser eu mesmo, e se eu estava sorrindo daquela maneira por causa de Shaun, então que seja. A ideia de ir deitar também, só para ficar o assistindo dormir era tentadora, se não fosse meu estômago para roncar naquele momento.

Fui até a sala e sentei no sofá, ao que busquei o telefone na mesinha ao lado para pedir algo na cozinha do hotel. Pedi meu jantar e escolhi um lanche leve para o Shaun, caso ele acordasse mais tarde e sentisse fome. Enquanto a comida não chegava, eu decidi que iria tomar um banho.

Voltei ao quarto para pegar algumas roupas na minha mala e percebi que Shaun havia mudado de posição, agora virado na direção onde eu estava. Iluminei o interior da minha mala com a lanterna do meu celular, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Encontrei minha necessaire, e minha boxer. Mesmo com a mínima luz da lanterna, eu não consegui encontrar o meu pijama. Shaun estava dormindo, então, acho que só a minha boxer e o roupão do hotel por hora não iriam incomodar ninguém.

[Shaun Murphy]

Eu deveria estar mesmo exausto já que eu não lembrava de ter me deitado na cama para tirar um cochilo. Não lembrava nem ao menos de ter tirado os meus sapatos.

A cama era muito tentadora. Passei a mão sobre o tecido macio ao meu lado, sentindo o toque agradável em minha pele. A campainha do quarto tocou e eu escutei o barulho de água caindo no chuveiro do banheiro cessar de repente. A porta do quarto estava aberta, dando uma visão parcial da sala, e não demorou muito para eu ver Neil saindo do banheiro.

Escutei ele atender a porta e depois se despedir. Ele empurrava um carrinho de serviço, e o deixou próximo ao sofá.

Tentei fechar meus olhos rapidamente ao que Neil entrou no quarto apressado, indo em direção a sua mala. Bem, eu tentei, realmente. Mas a minha surpresa ao vê-lo daquela forma foi maior do que eu esperava, e sem querer, acabei reagindo.

—Mas o que significa isso?!

Neil parou bem em frente a cama, no caminho em direção ao armário.

—Ah, Shaun! Que bom que acordou. Eu pedi comida para nós dois e-

—P-porque você está sem roupa?!

Só agora ele pareceu notar que estava só de boxer e com um roupão aberto bem em minha frente. Com a meia luz que o quarto tinha, só sendo iluminado pela claridade que vinha do lado de fora da janela, eu pude ver seu cabelo ainda molhado, gotejar e escorrer pelo seu corpo. Eu segui uma gota brilhante em particular, essa descia pelo seu pescoço, até se perder em alguns pelos que ele tinha ali. Outra, eu percebi, desciam pelo seu abdomem e se perdiam no elástico de sua.. bem, de sua roupa de baixo.

Eu percebi que estava agarrando o cobertor contra o meu corpo, eu precisava respirar.

—Shaun, eu acabei de sair do banho— Ele se apressou a fechar o roupão —viu, agora eu estou vestido, problema resolvido.

Na verdade, não. Eu quis dizer. Mas provavelmente ele não tinha percebido a minha reação ao seu corpo, então eu preferi não insistir no assunto.

—Posso ligar a luz? Eu não consigo encontrar nada na minha mala.

Eu só acenei que sim com a cabeça, eu ainda estava muito nervoso com o que eu tinha visto.

O vi separar uma calça de moletom e uma camiseta.

—É melhor você tomar um banho também. Temos que comer e ir dormir cedo, amanhã teremos um grande dia. Eu vou te esperar para comermos juntos, ok? -E se eu estivesse enxergando mesmo bem, ele piscou para mim, logo depois de sorrir daquela maneira que me afetava de uma forma esquisita. E então simplesmente saiu do quarto fechando a porta.

Eu respirei fundo.

Não, não, não. —Não, Não! -Segurei minha cabeça entre minhas mãos. Eu ia ficar louco durante esses dois dias com ele neste quarto de hotel. A quem eu queria enganar?! Neil iria descobrir tudo o que eu sinto quando estou perto dele, toda essa... COISA! argh! E então estaria tudo acabado. Ele provavelmente iria me afastar. Eu iria perder o meu estágio e na melhor das hipoteses, eu seria transferido de setor. Mas não, Melendez com certeza não iria querer me ver nunca mais. E essa era a pior hipotese que existia para mim.

Eu já vi vários corpos, de homens, e vivos é claro. Mas ver o Neil ali diante de mim... Quando eu só havia visto ele daquela forma em minha imaginação... E a versão real era até melhor que a da minha imaginação, se é que isso era possível!

Sorri sozinho, confidencialmente. Eu tinha visto o Dr. Melendez... quase nu! Sorri de novo, diante da irrealidade daquele momento.

Mas eu precisava ter foco. Eu não poderia me mostrar afetado por ele, ou... Pelo corpo dele. O que seria bem difícil. Mas eu iria conseguir. Decidi que não estragaria a relação que nós temos, só por causa de um surto meu. Se me conter significava passar mais tempo com o Neil, então eu iria jogar pelas regras.

[Neil Melendez]

Depois de quase quinze minutos no banho, Shaun finalmente saiu do banheiro. Já vestido com seu pijama, e secando seu cabelo com uma toalha.

Indiquei o prato com a comida que eu havia reservado para ele e o vi se sentar ao meu lado e começar a comer. Eu havia ligado a TV, então fingi que estava prestando atenção ao noticiário que passava. Mas na verdade, era ele que tinha a minha total atenção.

Eu precisava cuidar das minhas ações perto de Shaun. Eu não podia o assustar com a intensidade dos meus sentimentos por ele. Quando eu entrei no quarto e o vi acordado... E a maneira como olhava para mim, para o meu corpo... Eu tive que me conter. As fisgadas que eu senti em meu abdomem, e o meu coração acelerar... Ele não podia saber, do contrário, eu iria o assustar. Shaun sairia dali correndo e desapareceria da minha vida. E isso, bem... Acho que com isso eu não poderia conviver. Eu conseguiria lidar com Murphy todos os dias, o desejar... Fantasiar uma vida com ele, tudo em minha cabeça. Mas quando chegava a hora da "vida real", eu deveria saber o meu limite, sempre.

Fechar o roupão bem forte ao redor da minha cintura, foi a decisão mais sábia no momento.

E agora ele estava ao meu lado. A pele numa textura tão convidativa ao toque. O cheiro do banho recém tomado... Os cabelos molhados. E.. Eu estava o encarando.

—A-hem! É melhor eu limpar isso aqui. -disse apressado, quando ele me pegou o observando.

Ele estava calmo, comendo devagar e assistindo ao noticiário.

Levei minha bandeja com os pratos e talheres que eu tinha usado para uma pequena copa que tinha do outro lado da sala, perto da porta. Ele ainda tinha uma toalha ao redor da nuca, e o cabelo ainda estava molhado. Ele poderia pegar um resfriado com esse cabelo molhado numa hora dessa da noite.

—Você viu que temos um secador? -Eu disse, já me dirigindo ao banheiro onde estava o secador.

Eu pequei o secador que estava pendurado num suporte na parede e desenrolei o fio até chegar ao sofá da sala.

—Eu ia fazer isso depois. Estava com muita fome.

—Eu te ajudo, então. Enquanto você come. Não quero que você adoeça.

Retirei a toalha molhada dele e joguei-a sobre um dos meus ombros. Liguei o secador e verifiquei a temperatura para que não estivesse tão quente para ele.

Passei o ar pelas pontas do cabelo, percebendo o quanto afinal tinha crescido.

—Nossa, seu cabelo cresceu muito!

Segurei umas mechas com meus dedos, enquanto a outra mão segurava o secador e direcionava o ar por pelas mexas. Toquei o couro cabeludo com a pontas dos meus dedos, fazendo uma leve massagem, e o vi estremecer. Ele não comia mais, tendo deixado de lado um pequeno pedaço do sanduíche que eu tinha pedido para ele mais cedo. Shaun abraçava seus próprios braços agora.

Eu continuei acariciando seus cabelos macios. O toque era viciante, e eu não queria parar. Mas quando eu voltei a sentir aquelas fisgadas em meu abdômen, e a minha mente começar a vagar por terras onde eu não deveria pisar, eu soube que era hora de parar.

Ao que desliguei o secador, escutei como estava pesada a respiração dele. E a minha também.

Eu afaguei seus cabelo uma última vez, e senti ele inclinar a cabeça em direção a minha mão, como que pedindo por mais.

Shaun queria que eu continuasse.

Enrolei o fio do secador e o guardei rapidamente de volta no banheiro. Aproveitei para deixar a toalha molhada dele esticada ali para secar naturalmente.

Quando retornei, Shaun estava na mesma posição, abraçando seus próprios braços, e fingia que estava assistindo TV quando na verdade ele estava me observando pela sua visão periférica. Eu quis sorrir e dizer que ele era muito ruim nisso, em fingir não me observar. Era fofo até, que ele tentasse o fazer.

Num ato não calculado meu. Me dirigi até ele, e fiquei de pé em sua frente. Penteei seus cabelos com as minhas mãos, meus dedos voltando a se enterrarem naqueles fios.

Ele olhou para mim, surpreso por eu voltar a toca-lo, agora sem nenhum motivo aparente.

—Shh.. Está tudo bem, Shaun. -Minha voz era apenas um sussurro calmo, o tanto que eu me surpreendi. Eu não havia planejado fazer aquilo, mas de alguma forma eu senti que era o certo, o necessário a se fazer.

—Está tudo bem.. - eu sussurrava, enquanto não deixava de olhar em seus olhos e de acariciar seus cabelos.

Aos poucos, ele foi soltando o braços e relaxando.

—Está tudo bem, mesmo? -A voz dele também não passava de um sussurro. E, oh, não Shaun! Porque você tem que me olhar dessa forma?! O meu lado protetor pareceu acordar e então tudo o que eu queria era que ele se sentisse bem comigo, seguro.

Me abaixei para ficar na mesma altura que ele.

—Sim..

Segurei seu rosto tão delicado em minhas mãos. E tudo o que eu conseguia ver era ele. Eu não me importava com mais nada.

Meu coração pareceu pular uma batida quando ele se inclinou para frente em minha direção e colocou sua testa sobre a minha.

Eu o vi fechar os olhos e soltar o ar, tão mais relaxado do que antes. E então eu também senti. Senti o quanto mais calmo eu instantaneamente havia ficado. Como se aquela simples troca de palavras tivesse um significado muito maior para ele e também para mim.

Shaun jogou os braços ao redor do meu pescoço e... Me abraçou.

Eu sorri surpreso com aquilo tudo, sem entender de onde tinha surgido aquele sentimento feliz dentro de mim tão de repente.

—Shaun! Você está me abraçando! -Eu disse sorrindo, ainda admirado com esse ato dele.

—Você disse que estava tudo bem... -Sua voz estava abafada, e eu sentia a leve respiração dele em meu pescoço.

—Sim! Sim... E está mesmo. Está tudo bem. -E dessa forma, eu apenas o abracei de volta. Shaun estava ali, comigo. Por algum motivo eu sentia que esse momento tinha sido um grande passo em direção a algo maior entre nós dois. Aquela troca de palavras realmente teve um significado maior para Shaun. Eu senti aquela ansiedade viva dentro de mim, aquela vontade urgente de descobrir tudo sobre ele, porque a cada segundo que se passava com ele ainda me apertando naquele abraço, eu tinha certeza que ele iria deixar. Shaun iria permitir que eu entrasse em sua vida dessa forma. E eu queria.

[•••s2]

Eu estava na copa, me ocupando de organizar qualquer coisa enquanto eu observava a porta do banheiro onde Shaun estava trancado há um bom tempo. Eu não queria me preocupar mas eu deveria checar se ele estava bem, certo?

Atravessei a sala em poucos passos e logo eu estava de frente para aquela porta.

Escutei um som que veio de dentro do banheiro, a minha mão parou no ar ao que eu estava pronto para bar duas batidinhas na porta. Um ofego, um som bem leve, e então um grunhido de frustração, foi o que eu escutei. E depois, tudo aconteceu muito rápido.

Ao que escutei o barulho da descarga sendo acionada, a porta do banheiro se abriu e Shaun quase esbarrou em mim, se não fosse por eu ter saído da frente bem em tempo.

—Shaun! Eu ia agora mesmo checar se você estava bem-

—EU ESTOU BEM. Estou indo dormir- ele parecia um tanto atordoado. E com uma pressa que não lhe cabia. Entrou no quarto e fechou a porta com descuidado, fazendo um estrondo soar por aquele cômodo.

O que tinha acabado de acontecer?!

Não poderia ser...

Eu fiquei ali, sem querer me aprofundar no que eu estava imaginando.

Levei a palma da minha mão à boca, naquele gesto meu espontâneo para esconder meu sorriso. Entrei no banheiro e automaticamente chequei cada canto do mesmo. Eu não queria pensar aquilo, eu não podia pensar... Eu estava prestes a ir me deitar na mesma cama que ele! Mas eu não conseguia impedir a minha mente de trabalhar em tais imagens. Shaun se tocando... Bem ali, naquele banheiro, com apenas uma porta nos separando...! Sim, porque o que eu deveria pensar daquele som tão específico que eu tinha escutado? E logo depois do momento que tivemos minutos antes dele largar do meu abraço, para quase correr até o quarto, voltando com uma necessaire nas mãos e se trancando naquele banheiro!

Foco, Neil.

Estava ficando tarde, e eu precisava ir dormir. Amanhã teríamos um longo dia pela frente.

Fiz minha higiene bucal e decidi cochilar um pouco no sofá até que eu pudesse entrar no quarto de madrugada, com mais certeza de que Shaun já estaria dormindo. Eu não queria que essa noite ficasse mais estranha do que ela já havia sido, então assim eu o fiz.


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N/A: Olá, obrigada por ler! (: Vejo vocês no próximo capítulo! s2

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