Perverso

De Wennie_welley

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Obra inspirada em A bela e a fera đŸŒč Jade perdeu seus pais muito cedo. Engana por May, ela foi parar em um pa... Mais

Aesthetic + vibes
PrĂłlogo
CapĂ­tulo 02
CapĂ­tulo 03
CapĂ­tulo 04
CapĂ­tulo 05
CapĂ­tulo 06
CapĂ­tulo 07
CapĂ­tulo 08
CapĂ­tulo 09
CapĂ­tulo 10
CapĂ­tulo 11
CapĂ­tulo 12
CapĂ­tulo 13
CapĂ­tulo 14
CapĂ­tulo 15
CapĂ­tulo 16
CapĂ­tulo 17
CapĂ­tulo 18
CapĂ­tulo 19
CapĂ­tulo 20
CapĂ­tulo 21
CapĂ­tulo 22
CapĂ­tulo 23
CapĂ­tulo 24
CapĂ­tulo 25
CapĂ­tulo 26
CapĂ­tulo 28
CapĂ­tulo 29
CapĂ­tulo 30
CapĂ­tulo 31
CapĂ­tulo 32
CapĂ­tulo 33
CapĂ­tulo 34
CapĂ­tulo 35
CapĂ­tulo 36
CapĂ­tulo 37
CapĂ­tulo 38
CapĂ­tulo 39
CapĂ­tulo 40
CapĂ­tulo 41
CapĂ­tulo 42
CapĂ­tulo 43
CapĂ­tulo 44
CapĂ­tulo 45
CapĂ­tulo 46
CapĂ­tulo 47
CapĂ­tulo 48
CapĂ­tulo 49
CapĂ­tulo 50
CapĂ­tulo 51
CapĂ­tulo 52
CapĂ­tulo 53
CapĂ­tulo final
Agradecimentos + notas finais

CapĂ­tulo 27

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De Wennie_welley

Harry tomou a taça de mingau das minhas mãos e começou a comer, Bass bebeu todo o café da xícara sem nem ligar se era meu, porém eu queria deixar eles confortáveis o bastante para saber sobre a vida de Sebastian e a família Stan.
Michael permaneceu atrás de mim como um cão farejador. Sentia seu olhar em cima de mim.

— Vocês sabem sobre meu relacionamento com Sebastian? — Pergunto.

Bass dá de ombros.

— Fomos os primeiros a saber. — Afirmou ele. — Disse que precisava de qualquer mulher para casar.

Harry deu-lhe uma cotovelada na costela, Bass passou a mão no local fazendo careta.

— Ai! — Reclamou ele.

Faço um sinal com a mão.

— Já passamos por isso. Sei o que ele quer de mim. — Asseguro. Minha voz fraqueja, porém, tinha que me manter rígida a todo custo.

— Deve ter conseguido mais do que deveria. — Harry disse olhando para meu pescoço.

— Sebastian morceguinho. —  Bass zombou dando um tapa nas costas de Harry.

Encolho os ombros balançando a cabeça.

— Eles estão casados, esperava que fossem brincar de damas? — Michael indaga após bastante tempo quieto.

— Não tem nada a ver com... —  eles me lançam um olhar cético.  

Michael sorrir na minha direção.

— Seria ate estranho se ele não conseguisse nada. — Afirmou ele.

Minhas bochechas ardem. Marília observava a cena toda em silêncio, mas com uma expressão de insatisfação.

— São amigos de longa data, presumo.

Harry  empurra a taça de mingau na minha direção, estava vazia.

— Mais anos do que você imagina. 

Não vi eles no casamento, não teriam passados despercebidos agindo dessa forma. Eu nunca esqueceria eles.

— Por que não foram ao casamento?

Bass olhou para Michael como se esperasse que ele respondesse.

— Sebastian não queria que você nos visse. — Ele apoia seu antebraço na cadeira que eu estava sentada.

— Ele não queria nem que a gente viesse até aqui. — Harry disse.

Minhas sobrancelhas se encontram.

— Por minha causa?

— Sim. — Bass responde como se fosse óbvio. — Ele pensa que nós somos uns animais.

Olho para sua postura desmantelada na cadeira, com as pernas abertas e o braço apoiado na cadeira ao lado.

— Por que é tão importante pra ele que ninguém me conheça? Isso não faz sentido.

— Ele não quer que ninguém se acostume com você. É descartável como todos ao seu redor. — Respondeu Bass com indiferença. Ele parecia ainda mais cruel que Sebastian.

Michael sorrir.

— Temos que ir. Ele não vai gostar de saber que conversamos com sua bela esposa. — Anunciou Michael. — Você é a galinha de ovos dourados dele.

Os outros levantam das cadeiras.

— Podem vir quando quiserem.

Michael balançou a cabeça.

— Já sei o que você quer. — Inclinou-se ao meu lado chegando próximo ao meu rosto. — Não vamos te dar informações.

Levo a mão até o peito como se estivesse indignada, embora eu tivesse por ser tão ruim em disfarçar as coisas.

— Não é isso. Realmente adorei os trinta minutos que passamos juntos.

Um canto da sua boca de Bass elevou-se num sorriso malicioso.

— Quer mesmo nos usar para ter informações. — Ele e Harry gargalham. — Não seja ridícula.

Michael permanece olhando para mim.

— Se ele me obriga a ficar aqui devo pelo menos ter minha diversão, não acham? — Olho bem para seus olhos castanhos. Ele sorrir para mim como se tivesse tirado minha roupa.

— Além de bonita você é corajosa. — A ponta do seu indicador toca meu nariz. — Vamos logo, antes que Sebastian deseje chutar nossos sacos.

Eles vão embora. Não era difícil perceber suas presenças, falavam alto como se fossem os donos do mundo. Ouvi quando saíram da mansão e ligaram suas motos em seguida.
Soltei o suspiro nervoso que guardava.
Olhei para Marília, ela estava com uma carranca tão severa que cheguei a sentir medo, com certeza tinha mais medo dela do que do Sebastian.
Esfrego o rosto das mãos.
Não adiantou nada, eles não falavam quase nada. Na verdade, ressaltaram ainda mais o quanto eu era descartável.

Lembrei que um dia sairia daqui, quando o pai de Sebastian morresse e ele conquistasse o que tanto quer. Por outro lado, senti uma pontada pela forma que Bass falou. Como se eu fosse um objeto.
Sorrio amargurada.
Era isso que eu era. Sempre fui isso.
Todos queriam algo de mim, e depois me chutavam para fora de suas vidas.

— Vamos para o quarto. — Marília indaga com uma expressão fechada.

De volta no quarto me joguei na cama sem muitas opções do que fazer.
A noite de ontem já não parecia tão maravilhosa, ao invés disso, as palavras do Michael deram lugar: "seria até estranho se ele não conseguisse nada", todos sabiam que ele conseguiria algo de mim, mesmo que fosse apenas um maldito beijo.
Prometi a mim mesma que não me renderia as suas provocações e olha onde estou.
Não iria passar disso. Sebastian não teria mais nada de mim.

Dois dias depois ele estava de volta, eu soube porque Marília era mais rígida quando o mesmo estava presente.
Não pensei em como reagiria quando o visse novamente depois do beijo, então decidi demorar o máximo que pude no banho, passando sabonete mais de duas vezes e usando shampoo até sobrar apenas gotas no frasco. Meus dedos já estavam enrugadas quando decidi finalmente sair do banheiro. Marília esperava por mim com minha roupa ao lado, era um vestido de mangas compridas vermelho.

— Sebastian parece ter uma fixação com essa cor. — Resmungo.

Vesti e penteei os cabelos.
Não tinha mais o que fazer, agora eu tinha que descer e encará-lo.
Marília praticamente me arrastou até o andar de baixo. Descemos as escadas em completo silêncio.
Meu coração quase parou quando o avistei sentado à mesa, com um cigarro nos dedos. Quando percebeu minha presença, seus olhos pareciam querer corroer minha alma. A mesa estava repleta, mas nada havia sido tocado.
Sentei ao seu lado, ignorando o fato do meu coração bater tão forte que era possível ouvir.
Sirvo um pouco de chá ignorando seu olhar queimando sobre mim.

— Está me evitando? — Perguntou ele direto. Com a voz rouca matinal. Procurando pelos meus olhos.

Engulo a seco.

— Não. Não estou.

— Certo. Demorou para descer. — Ele pega a chaleira das minhas mãos fazendo questão de roçar sua pele na minha. — Resolvi esperá-la.

Sorrio amarelo.

— Como você é gentil. — Zombo.

Ele não cedeu a minha provocação, ao invés disso tinha algo diferente em seu olhar. Um misto de raiva, preocupação e qualquer outra coisa que não consegui decifrar.

— Sua viagem foi rápida dessa vez. — Comento antes de colocar um pedaço de pão inteiro na boca.

— Sentiu saudades? — Lançou um sorriso divertido nos lábios.

— Não. — Respondo de imediato.

Ele suspira olhando para algum lugar, parecia estar pensando.

— Deveria estar se sentindo muito sozinha, pois soube que meus amigos ficaram aqui por quase uma hora.

Limpei os lábios buscando uma forma de sair daquela situação.
Ele se inclinou para cima mesa fixando seus olhos em mim, tentei retribuir aquele olhar sádico, mas não consegui.

— Se sente entendiada, Jade? — Sua voz saiu quase em um sussurro. Aquilo não era uma pergunta, e sim uma provocação. — Quer que eu dê motivo suficiente para se sentir assim?

Largo a xícara no pires, sentindo raiva arder no meu rosto.

— Sim, conversei com seus amigos, mas eles não vieram atrás de mim. Você foi irresponsável o suficiente para não avisar que iria viajar após ter marcado algo com eles! — Seu olhar não cai, permanece rígido. — E é óbvio que eu me sinto entediada, você me mantém presa aqui fazem meses.

Ele arqueia as sobrancelhas rapidamente, então encosta suas costas na cadeira como se estivesse entregando a razão para mim, mas vindo de Sebastian eu nunca teria vitória.
Largou o guardanapo em cima do prato.

— Pois bem — levantou da cadeira batendo as mãos na mesa —, vou acabar seu tédio, querida.

A forma sugestiva que falou fez um calor percorrer minha espinha.
Observei ele empurrando a cadeira de volta para junto da mesa.

— Herald! — Gritou para o segurança que apareceu correndo na sala como se tivessem invadindo a casa. — Cancele todos os meus compromissos do dia. Vou tirar o tédio da minha linda esposa. Não é, meu amor?

°  °  °

Sebastian me arrastou até o carro, eu não sabia para onde estava indo, mas torcia para ser um lugar com mais pessoas ao redor.
Antes de saímos ele fez algumas ligações, deveria estar liberando algum lugar para nós.
Fomos o caminho inteiro em silêncio, percebi que ele olhava de relance para mim às vezes, mas não era com malícia, ele estava se divertindo em ver meu desespero querendo saber para aonde iríamos agora.

Esperava que fôssemos fazer qualquer outra coisa na cidade, porém ele nos estacionou o carro em frente a uma casa de dois pisos. Ela era pequena, comparado à mansão e ficava de frente para o lago, o mesmo lago que tinha vista pela janela do meu quarto.
O local inteiro era aberto, com flores, o céu parecia se abrir bem ali na margem daquele lago.
Sebastian saiu do carro esperando que eu fosse fazer o mesmo, quando ele percebeu que eu não faria abriu a porta para mim e me puxou para fora.

— Se me tirar do tédio significa me levar para outra casa, no meio do nada e me prender aqui, preferia ficar em onde estava. — Provoco puxando meu braço de volta.

Ele olhou-me por alguns instantes e revirou os olhos.

— Pare de tirar conclusões. 

Natacha apareceu, usava um vestido florido solto e tinha um sorriso largo nos lábios.
Perguntei-me porquê estávamos ali, naquele local.

— Olá, Jade! É bom vê-la novamente. — Falou de uma forma amigável. Amélia parecia muito com ela, até os olhos pareciam os mesmos.

— Natacha... — retribuo o abraço.

— Vamos entrar.

Ela passou seu braço ao redor da minha cintura e do Sebastian nos levando para dentro.

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