Minha Pessoa Infectada - Livr...

By autorakdepaula

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Após quase serem descobertos por Hellers, Haley e Arthur começam a praticar encantos Heller e a abrir canais... More

Quarto livro
Capítulo 1
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30 - Final
E agora?

Capítulo 2

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By autorakdepaula

11:32 p.m.

Sinto uma pressão gostosa nos meus pés e respiro mais forte. Adoro massagem nos pés, mas quase nunca recebo. Dean massageou ambos quando viemos ao apartamento de Shane com Cass no semestre passado e eu quase tive um orgasmo com o carinho dele porque além de alta, eu também estava chapada. Naquela noite, quando Dean foi ao banheiro, confessei aos meus amigos que tinha ficado excitada com o toque de Dean e eles logo se enfiaram no quarto para deixar que eu e Dean ficássemos sozinhos na sala.

Um dedo se pressiona e desliza pelo centro do meu pé, arrancando um gemido de mim. Abro os olhos na mesma hora e me deparo com Jake sem camisa, com as mãos debaixo do cobertor e um semblante que já vi cem mil vezes. Tal semblante é praticamente um botão que ao ser ativado me deixa pulsando entre as pernas. Como agora.

Já sei o que ele está fazendo. Até porque, um dos 126 post-its que Jake colocou no potinho de vidro que ele levou para mim no dia de ação de graças dizia justamente "Deixar a Haley excitada com massagem nos pés". Shane certamente contou a ele sobre isso e eu não me dei conta até este exato momento.

Meus melhores amigos não valem nada, nada, nada. Jake menos ainda porque ele nunca tocou nos meus pés, já que ele tem certo nojinho de pés. Tudo bem, estou de meias, mas nunca imaginei que um dia eu receberia uma massagem dessas justamente dele.

– Está gostoso? – ele pergunta com uma pressão forte no meu calcanhar que quase me desmancha.

– Ahan...

Analiso o seu peito desnudo e depois levanto a cabeça para Shane, que finge não ver. Exceto pelos baixos gemidos que emito, fico quieta até o final do filme, curtindo essas imensas mãos se arrastando pelas solas dos meus pés. Mal Shane desliga a TV, ele põe um travesseiro debaixo da minha cabeça e se ergue do sofá.

– Vou deitar – Shane boceja e olha o seu relógio. – Você vem, Bro?

– Vou ficar aqui mais um pouquinho.

– Beleza. Boa noite para vocês aí.

Shane entra no quarto, nos deixando a sós no sofá, e eu me viro para Jake com uma sobrancelha erguida.

– Por que você está tentando me deixar excitada, Jake? – pergunto.

Ele sequer para de fazer a massagem antes de responder. Só abre um sorrisinho.

– Você está ficando excitada? – a mão dele sobe pelo meu calcanhar e eu desmascaro o meu Enon já que Jake está tocando diretamente a minha pele e eu quero entender o que está passando na cabeça dele.

– Estou. Eu quero saber por que você acha que é uma boa ideia me deixar excitada a essa hora da noite com uma massagem nos pés se nós não estamos juntos.

– Eu queria te fazer uma pergunta e te deixar no humor certo para responder.

Nossa empatia não me passa com exatidão que pergunta é essa, mas fica na cara que tem cunho sexual. Eu preferia mil vezes que ele só tivesse perguntado em vez de ter me seduzido para perguntar.

Tiro os pés de cima de Jake e me sento de pernas cruzadas no sofá de frente para ele.

– Tirar a camisa também foi para me deixar no humor certo? – pergunto.

– Não, eu estava com calor por causa do cobertor e tirei. Te deixou no humor certo?

A pergunta vem com tanta malícia que desvio o olhar para não me afetar por ela.

– Você não precisava me deixar desse jeito para eu responder a sua pergunta. Eu te disse mais cedo que vou te contar o que você quiser saber. E você não está sendo responsável com os meus sentimentos quando me deixa excitada à toa.

– Desculpa – ele diz com o olhar baixo e dois dedos deslizando pela pele do meu joelho.

Apesar das desculpas sinceras, reparo através da nossa empatia que ele também está excitado. Eu só não consigo ver essa excitação porque o cobertor ainda está sobre as pernas dele, graças ao Universo. Não quero nem pensar na besteira que eu poderia fazer vendo pau de Jake duro sob o seu shortinho agora.

– Desculpas aceitas. Pode perguntar.

Ele umedece os lábios e abre um sorriso sem vergonha.

– Eu estava conferindo as mensagens que a gente trocava durante o namoro no Instagram e no Facebook e eu achei uma sequência de quatro áudios seus.

– E o que eu disse nesses áudios?

– Dizer mesmo, nada muito elaborado além do meu nome. Foram quatro áudios seus gemendo enquanto você se masturbava pensando em mim, mas você não chegou a descrever no que estava pensando e eu fiquei curioso.

Capto que Jake passou a semana inteira ouvindo esses áudios sozinho, como ficou 2 anos atrás quando eu os enviei a ele. Jake torna a minha vida tão difícil quando menciona o nosso relacionamento, especialmente episódios como esse, porque só de lembrar do que me fez sentir tamanho tesão a ponto de eu precisar me resolver sozinha sabendo que o encontraria na manhã seguinte, eu já sinto a pulsação entre as minhas pernas retornando.

Não vou perguntar o motivo de tanto interesse porque eu sei o motivo. Preciso evitar fazer mais perguntas para não alongar o papo. O melhor agora é eu responder, ele se dar por satisfeito, se trancar no banheiro por alguns minutos e me deixar dormir na sala, enfim.

– Eu não me lembro exatamente no que eu estava pensando na hora.

– Você costumava pensar no que quando se masturbava?

Jake está claramente querendo algo comigo e eu estou me controlando o quanto posso para não ser levada por essa conversinha mole dele já que ele está seminu, de pau duro e sorrindo para mim de um jeito que eu nunca resisti antes. Era para a nossa falta de compatibilidade me ajudar a pensar, não para não fazer diferença nenhuma.

Socorro.

– Eu não costumava me masturbar porque a gente transava três vezes por semana pelo menos, Jake. Não sou muito de fantasiar. Prefiro transar mesmo. Só me masturbo quando não tenho essa opção.

Os dois dedos dele sobre o meu joelho se tornam uma mão inteira. Ele descansa a cabeça no encosto do sofá, esquadrinhando todo o meu corpo enquanto mil besteiras fluem dele para mim. Inclusive lembranças da vez que transamos na casa do meu pai.

– E por que você não teve essa opção neste dia?

– Eu tive. Várias vezes, inclusive. Você passou o dia inteiro me provocando e quando nós íamos transar na caminhonete, o seu pai te ligou e disse que precisava de ajuda urgente para levar a sua avó ao hospital ou algo assim, e você foi embora.

– Eu te fodi no dia seguinte, pelo menos?

Se Jake continuar me fazendo lembrar do passado, quem vai ter que ficar no banheiro por um tempo antes de dormir serei eu. E o pior é que nem posso usar a minha ladainha de "deixa o passado para trás", como fiz por mais de um mês com ele e com Shane porque só não estamos transando neste exato momento porque sou eu quem não conseguiu ainda deixar o passado para trás.

– Fodeu. Duas vezes.

– E foi bom?

– Foi ótimo, como sempre.

Ele quer me perguntar se eu estou aberta ao mesmo agora e quando ele o fizer, vou dizer que não, me levantar e ir direto para o banheiro. Fim de papo. Não tenho autocontrole para falar sobre sexo com Jake e sair incólume da discussão.

A mão dele sobe pela minha coxa e eu dou graças ao Universo por só ter tomado uma taça de vinho e não estar sentindo nem um pouquinho os efeitos do álcool agora. Reparo que ele está olhando para os meus seios que, depois de sei lá quanto tempo de massagem nos pés, estão com os bicos rígidos.

Inferno.

– Você já fez sexo casual? – ele pergunta.

– Já. Com o Dean sempre foi casual, já que éramos amigos coloridos. E você?

– Também. Poucas vezes, mas já.

Sua mão desliza para a parte interna da minha coxa. Jake está bem ansioso enquanto me toca e eu mais ainda porque, por mais que eu saiba que tenho que interromper o papo e tirar a mão de Jake de mim, não consigo. Posso não ter processado totalmente tudo o que aconteceu entre ele e Jenny, mas depois que Raj me explicou que Jake não tinha como ter controle do que fazia e sentia em relação a ela com apenas 1 ponto de Enon, e que a minha parte não pensante funciona exatamente igual à dele, não consigo sentir raiva dele o suficiente para mantê-lo longe de mim.

Porque não quero ele longe de mim. E o toque dele na minha pele só me deixa com mais vontade de ser tocada. Em outras partes.

– Eu estava pensando se você gostaria de... – ele começa.

– Não vou transar com você, Jake.

Me sinto muito controlada e poderosa ao dizer isso. Agora está na hora de levantar, ir para o banheiro e dormir. Só que a forma com que Jake aperta a minha coxa não me permite levar o meu plano adiante.

– Okay. Você pode me dar uma mão com uma coisa, então? – ele pergunta.

– Que coisa?

Jake tira o cobertor de cima das pernas e minha atenção é imediatamente capturada pelo volume dentro do seu shortinho. Já vi que a minha vida sendo amiga de Jake será absolutamente infernal. Não posso dormir mais aqui com ele. Sem condições.

Ele alisa o próprio pau sob o tecido do short, delineando perfeitamente o seu formato e comprimento. Involuntariamente suspiro com a visão, o que o faz se aproximar um pouco mais. Estou começando a ficar com calor aqui e não tem nada a ver com a nossa compatibilidade.

– Eu queria te ouvir gemendo de novo – Jake informa. – E como você está excitada e não tem a opção de transar agora, pensei que talvez você pudesse se masturbar e me deixar te assistir.

– Amigos não fazem esse tipo de coisa, Jake.

– Não foi você que acabou de dizer que fazia sexo casual com o seu amigo colorido? – ele pergunta.

– Eu e você não somos amigos coloridos. Nós somos ex-namorados.

– E melhores amigos que se amam como mais do que melhores amigos. Eu não estou te pedindo nada além do que você fazia com a Cass para um monte de gente que você nem conhece. Eu só quero te ouvir gemendo. Você não precisa nem se masturbar se não quiser.

Pela nossa empatia, percebo que essa insistência toda é por saudade. Bom, talvez "saudade'' não seja a palavra mais adequada porque o seu sentimento é similar ao de estar em abstinência de alguma droga. A falta que ele sente de mim não é apenas emocional e sim física. Por causa da merda da compatibilidade. E conforme ele move a mão sobre o seu short, me pergunto se ele é o único em abstinência aqui.

Acho que não porque só de imaginá-lo se masturbando enquanto gemo em seu ouvido escorro um pouquinho entre as pernas.

Okay. Vou fechar os olhos, fingir alguns gemidos no ouvido de Jake e deixar ele se masturbar durante uns dois minutos. Assim ele sossega e vai dormir. Não é como se eu nunca tivesse feito isso antes. Digo, nunca fingi gemer, até porque nunca precisei. Mas todo o resto eu tiro de letra. Dois minutos serão suficientes com certeza.

– Tudo bem – digo, enfim, e mudo de posição. Não quero e não posso ver o que Jake vai fazer, então deito a cabeça no encosto do sofá, bem perto de onde Jake está, e encaro o teto.

Como o meu foco está no andar de cima, apenas ouço quando ele baixa o short e tira o pau de lá. Que o Universo me dê força suficiente para encarar os próximos dois minutos sem fazer besteira.

Finjo um gemido, mas acho estranho e pouco natural porque nunca fiz isso antes. Depois de tanto tempo sendo amiga de Cass, eu deveria ter aprendido pelo menos a gemer sob pressão. Ela finge gemidos com maestria. Teria sido uma boa ideia pedir umas dicas a ela. Mas quando é que eu iria imaginar que o meu ex-namorado Heller iria querer me ouvir gemendo pra gozar? Nunca.

Decido tocar os meus seios enquanto Jake se masturba porque eu faria isso de qualquer maneira caso estivesse sozinha. É mais fácil gemer quando estou sentindo um pouquinho de prazer. Prendo meu mamilo entre os dedos e o manipulo delicadamente sobre o pijama. A sensação não é a mesma de pele na pele, mas me relaxa um pouco, junto com a mão de Jake que não saiu da minha coxa nem depois de eu mudar de posição. Ele a arrasta para baixo e depois volta para cima, indo até a perna do meu short. Acidentalmente vejo o que ele está fazendo e, pelo canto dos olhos, me pego admirando a pegada cheia que Jake tem ao redor do próprio pau. Gemo mais do que gostaria com essa visão.

Nossos peitos sobem e descem conforme nos tocamos. Jake está respirando alto com o próprio prazer e é quando eu me recordo do que ele queria saber mais cedo.

– Acabei de me lembrar no que eu estava pensando naquela noite – digo virando o rosto para ele. Estou com os lábios praticamente colados em sua orelha. Jake olha para como eu toco os meus seios com a boca entreaberta. – Você ainda quer saber?

– Quero.

Umedeço os lábios com o coração acelerado, sem tirar os olhos de Jake.

– Eu imaginei que eu estava no meu quarto dormindo e você me acordou com a boca nos meus seios – conto e passo a mão de um seio para o outro, ficando ainda mais úmida com a lembrança. – Você sugava os meus mamilos com força e arrastava a barba por fazer no meu colo. Eu adoro a sensação da sua barba curtinha na minha pele, me enche de arrepios.

– Ah é? – Jake murmura ao suspirar. – Vem mais pra perto. Deixa eu passar ela no seu pescoço.

Eu não deveria fazer isso, mas vou lá e faço. Jake roça a barba primeiro no meu ombro e depois vai subindo pelo meu pescoço. Fico com os pelinhos dos braços todos de pé.

– E o que mais eu fazia?

– Você beijava o meu colo e ia subindo os beijos até chegar na minha orelha. – Jake solta uma respiração quente na região que me obriga a tirar a mão do meu seio e levar para dentro do meu short. Se ele molhar os lábios e tocar a minha orelha, estarei encrencada aqui. Ainda mais com a calcinha úmida desse jeito.

– E depois?

– Depois você sussurrava no meu ouvido como pretendia me foder. Você amava me foder de quatro. – Os lábios úmidos de Jake beijam o meu pescoço e a minha mão livre vai para a perna dele. Estou a dois palmos do pau de Jake e com muita vontade de chupá-lo.

– Como você gostava de ser fodida? – ele pergunta sem parar os movimentos de sua mão.

– Eu gostava de ficar por cima, rebolando no seu pau enquanto você me assistia gemendo e estimulava o meu clitóris com o polegar. Era tão gostoso. Eu gozava só de ver o tesão nos seus olhos.

Jake sobe a boca para a minha orelha e usa a mão esquerda para segurar o meu rosto no lugar. Me controlo para não gemer muito alto ao senti-lo chupando o meu lóbulo e em seguida assoprando uma respiração fria ali que me faz ter mais calafrios.

– Mas na minha imaginação, você disse que queria me foder contra o armário e eu fui até lá com a bunda bem empinada porque você adorava dar uns tapas estalados nela.

Me lembro da sensação ardida da mão dele na minha bunda depois de levar três, quatro tapas seguidos em uma de nossas transas. Eu me molhava inteira quando ele fazia isso.

Quero muito um tapa desses agora e Jake está doido para realizar essa vontade.

– Você me fodia e me apertava enquanto eu mal respirava com o seu pau saindo e entrando de mim. Sem parar. Cada vez mais rápido e mais forte porque você sempre me fodia com força e eu ia ao delírio.

Jake tira a mão de si e sobrepõe a minha em sua coxa, fechando os dedos entre os meus. Ele não está mais aguentando e eu muito menos. Estou zonza com a vontade de transar e todos os sentimentos de Jake me invadindo sem me dar tempo de entender o que são. Acelero os dedos no meu short quando Jake passa a arfar na minha orelha.

– Me deixa te foder como você gosta – ele pede e beija o meu rosto.

Filho da puta. Não acredito que eu caí na dele DE NOVO. Eu já deveria estar vacinada contra isso.

Deixo Jake contornar o meu rosto com beijos até seus lábios tocarem os meus. Mal tenho tempo para tirar a mão de dentro do meu short e Jake já vem com a palma aberta no meu seio direito. Perco um pouco do ar quando a língua dele adentra a minha boca cheia de vontade. Com a mão melada da minha própria umidade, manipulo Jake em uma pegada firme e rápida. O desejo desmedido que ele passa para mim não vai deixá-lo durar muito se eu continuar nesse ritmo, mas não consigo parar. Acho que ele já estava quase gozando antes de me beijar. Por isso, Jake tira a minha mão de si e rodeia o meu tronco com os braços, me forçando a sentar sobre suas coxas. Ao me acomodar com as pernas por fora das dele, Jake se livra da regata do meu pijama e a joga longe.

Seus lábios grossos sugam os meus mamilos, um de cada vez. Não demora quase nada para o meu colo avermelhar graças ao arrastar da barba por fazer de Jake na região. Ele me olha ao fazê-lo e dá um tapa na minha bunda que me faz trincar os dentes ao puxar o ar para dentro. Aperto seus braços fortes quando a boca de Jake volta para a minha. Sinto que nós dois estamos afobados e nos atropelando já que estamos muito excitados e nada do que está acontecendo foi planejado. Para evitar que acabemos um minuto depois de começar, levo os braços de Jake para as minhas costas e envolvo o seu pescoço, o beijando com um pouco mais de calma.

Está muito gostoso para acabar rápido. Quero aproveitar um pouquinho mais esse erro com ele porque possivelmente será o último erro que cometeremos em bastante tempo já que ao acordar, irei para casa me arrumar para sair com Arthur. A agitação de Jake é justamente por este motivo porque através da nossa empatia, noto vindo dele o receio de que essa será a última chance que ele terá de ser perdoado e me ter de volta.

Quando saímos do ritmo dele e entramos no meu, me ponho de pé para tirar o resto da minha roupa. Jake faz o mesmo com o seu shortinho. Fico muito tentada a abocanhá-lo e chupá-lo até ele gozar nos meus lábios, porém decido ir até a mochila de Jake, que está ao lado da minha, e buscar a sua carteira.

– O que está fazendo? – ele pergunta do sofá-cama.

– Pegando uma camisinha.

– Mas vai rasgar.

– Não vai, não.

Com os nossos Enons Heller inativos não há renovação para destruir o preservativo. Portanto, ao encontrar a carteira dele e abri-la, retiro de lá o quadradinho laminado que eu buscava. Jogo para ele de longe e ele pega no ar.

Quando Jake já está com a camisinha em si, peço para ele descer um pouco mais no sofá para ficar com os pés no chão, e monto em cima dele. Mal começo a me mover, Jake leva o polegar ao meu clitóris como eu disse que fantasiei. Confesso que queria beijá-lo enquanto cavalgo sobre ele, mas não me desagrada nem um pouco vê-lo relaxado no sofá, completamente nu e me observando fascinado como se eu fosse a mulher mais linda do mundo. De alguma maneira, é assim que ele faz eu me sentir. A mais linda, a mais gostosa, a mais amada e desejada do mundo. Durante todo o nosso namoro foi assim que ele me olhou e eu não tenho dúvidas de que é isso que ele sente.

Seus dedos e palmas tateiam todo o meu corpo conforme o empurro para dentro e para fora de mim com o quadril. Meu pescoço fica úmido com o passar dos minutos e apesar de sentir pela nossa empatia que ele quer que eu acelere, não o faço. Não ainda, pelo menos. Em vez disso, inclino o corpo sobre o de Jake e o beijo sem deixar de me mover. Lambo o seu pescoço, gemo em seu ouvido enquanto ele espreme a minha bunda com as mãos e quando não aguento mais, me entrego ao orgasmo.

Ainda relaxada e em êxtase, Jake me deita sobre o sofá-cama e em seu ritmo volta a me beijar, me apertar e me foder até que ele mesmo caia sobre o meu corpo, cansado e realizado. Nos abraçamos com carinho agora que a afobação já passou e que ele é tomado pela calmaria momentânea pós-gozo.

Não demora muito, Jake fixa o olhar no meu.

– Foi diferente dessa vez – ele diz e eu assinto.

– Era desse jeito quando a gente namorava.

Fico esperando ele me dizer se achou melhor ou pior do que quando entramos em renovação, mas em vez disso, ele fala:

– Você sentiu algo diferente então, duas semanas atrás. Não foi só saudade.

Jake se desencaixa de mim e puxa de si uma camisinha cheia e intacta.

– Como você sabia que não iria rasgar? – ele pergunta.

– Eu te disse que as camisinhas não rasgavam – digo de imediato. – Usamos uma camisinha ruim da última vez. Não tinha por que rasgar de novo.

– Não foi isso o que aconteceu. – Jake se senta no sofá e dá um nó na camisinha.

Antes que ele se levante para jogá-la fora, vou até ele e toco o seu ombro afetuosamente. Estar com Jake sempre vai levantar mil questões sobre os nossos Enons, então preciso despistar o quanto antes.

– Jake, eu sei que muita coisa tem acontecido com você nos últimos meses e que você está tentando se agarrar a algo que te ofereça respostas ou que te conecte com a família que você perdeu. O Shane e eu vamos te dar todo o suporte que você precisar até você se sentir bem de novo. Até você encontrar conforto na sua crença ou no que faz sentido para você. – Dou a mão a ele e Jake me encara atento. – Eu não vou dizer que não acredito nessa coisa toda de compatibilidade, eu ter virado Hile por causa de uma tatuagem e canais que engolem pessoas, porque eu acredito. De verdade. – Espalmo a mão no meu peito. – Se isso é verdade para você, então é verdade para mim também. Mas camisinhas rasgam de vez em quando. Aconteceu antes comigo e com o Dean, e ele não é um Hile. Acho que ele é cristão.

– Ele deveria ser um Hile – Jake diz um pouco frustrado. – Porque eu também senti a minha compatibilidade com ele das duas vezes que o vi.

Me pergunto como é possível que não tenham caído de amor um pelo outro quando se viram já que são compatíveis. Deve ser a falta de vínculo.

– De qualquer maneira, pelo menos você reparou que nós não estamos ensopados como das outras vezes, não reparou? – ele pergunta.

– Estava mais quente duas semanas atrás. Já estamos no final de outubro, Jake. Daqui uma semana já vai ter neve na rua – digo a primeira coisa que me vem à mente. Ele nega com a cabeça baixa.

– O suor é um dos sinais de renovação de Enon entre pessoas muito compatíveis – Jake explica e eu engulo em seco, mais uma vez temerosa com o que ele sabe. – Só que como não houve renovação dessa vez, não sei por que, não suamos do mesmo jeito. E a sensação não foi igual a das outras vezes.

Serei obrigada a "hipnotizar" Jake de novo para entender melhor o que ele sabe e o que ele não sabe. Fui descoberta por ele no passado por uma besteira como o cheiro de magia. Não posso arriscar que o mesmo aconteça de novo.

– Foi ruim agora que não somos mais compatíveis? – pergunto, pois para mim a sensação em si não mudou. O que mudou foi a intensidade e o envolvimento.

– Não – Jake passa o braço pela minha cintura e me traz para perto de si. Com um beijo terno, ele sorri para mim. – Continua sendo uma delícia, apesar da camisinha.

– Quem sabe, então, sem a compatibilidade, você consiga descobrir o que realmente sente por mim – suponho e ele não gosta nem um pouco do que eu digo. – Você falou que iria me amar com ou sem compatibilidade e que não conseguia pensar em outra pessoa. De repente você...

– Haley – ele não me deixa terminar. – Compatibilidade só mostra o que às vezes não conseguimos ver. É como os seus óculos de miopia. Sem eles você não me enxerga como eu sou, mas ao vesti-los, você me vê perfeitamente. E eu vejo você. Sempre vi. – Jake beija a minha mão e sinto o meu coração amolecendo um pouquinho. – Eu teria me apaixonado por você mesmo sem compatibilidade, como me apaixonei sei lá quantos anos atrás. Eu ainda sinto aquela paz e ansiedade misturadas que eu te falei antes, só não tenho a mesma sensação quando eu te toco ou quando estou perto de você que me faz querer ficar grudado em você o tempo todo. Não é desesperador ou uma tortura estar perto de você. É só onde eu quero estar.

Minha resposta à sua declaração é um pequeno sorriso e um beijo suave nos lábios. O que ele fala sobre a compatibilidade nos fazendo enxergar o que não veríamos normalmente deve acontecer apenas com o nosso Enon de iniciação, não quando somos infectados. Afinal, não consigo enxergar como duas pessoas tão diferentes quanto Jake e Dean possam ser compatíveis em um cenário de pessoas comuns onde um não tentou matar o outro. Eu não acho que eles seriam sequer amigos, apesar de terem alguns gostos similares. Mas talvez eu esteja errada já que a amizade de Dean com Trevor sempre foi um mistério para mim e os dois se adoram.

– Você realmente acredita em mim? – ele pergunta acariciando com o polegar o dorso da minha mão.

Faço que sim com a cabeça.

– Então você acredita no que eu te contei quando conversamos sobre a Jenny nessa sala? Sobre o que pode acontecer com um Hile quando ele encontra outro Hile com quem tem compatibilidade alta?

Eu sei exatamente todas as coisas idiotas que a compatibilidade Hile alta pode nos levar a fazer. Assim como sei como ter pouco Enon nos deixa suscetíveis a todos os tipos de emoção. Raj já me convenceu que nossos hormônios ficam bagunçados por causa da compatibilidade, que não é só uma questão energética e sim fisiológica. E a verdade é que já senti na pele o que é passar por essa enxurrada de sentimentos absurdamente intensos provenientes da compatibilidade que não nos deixa raciocinar direito. Nem com o Enon Heller inativo, aliás. Porque eu poderia ter evitado transar com Jake quinze minutos atrás.

Ou não poderia coisa nenhuma. Em qualquer outro momento da nossa história, se ele tivesse feito o que fez, eu teria transado com ele. É surreal constatar que o meu sentimento por ele seja cego ao ponto de duas vezes eu passar por cima da dor que ele me causou. É como se de fato fôssemos compatíveis desde sempre. Desde antes de ele ser iniciado.

Parando para pensar, acho que uma possível compatibilidade durante o namoro possa ter sido o motivo de eu não ter sentido nada anormal quando fui infectada. Mas como Jake não tinha Enon Mijin, essa compatibilidade nunca foi aparente para mim. Talvez até fosse, mas não passou pela minha cabeça aferir a minha compatibilidade com uma pessoa comum na época.

Será que éramos mais compatíveis do que ele e Jenny, mas pela existência de Enons opostos só achávamos que era uma paixão muito intensa? E por isso ele transou com ela durante o namoro em vez de terminar comigo?

Não pode ser isso.

– Se você não acredita ainda, conversa com o Raj – Jake diz, me tirando dos meus pensamentos. – Ele vai saber te explicar melhor do que eu.

– Não precisa. Eu acredito em você.

Ao ouvir isso, sinto pela nossa empatia que acabei de tirar uma tonelada dos ombros dele. Até a forma que Jake respira se transforma junto com o sorriso que brota em seu rosto. Ele volta a me beijar tão apaixonadamente que me impede de continuar o que eu pretendia falar. Menos de dez segundos depois, estou deitada no meio do sofá-cama com o corpo dele sobre o meu enquanto ele faz menção a se meter dentro de mim mais uma vez. Até tento lutar contra para finalizar que acredito nele, mas isso não significa que estamos juntos novamente, só que ele enfia dois dedos entre as minhas pernas e eu desisto.

-

7:42 a.m.

– Bro, tô indo pro trabalho – ouço a voz de Shane baixinho, mas não abro os olhos. Estou exausta demais para abrir. Meu corpo se move quando Jake muda de posição embaixo de mim e ele me cobre com um lençol.

– Bom trabalho. – Sua voz sai mais grossa do que de costume.

– Se for usar o meu quarto, forra uma roupa de cama limpa depois, okay? – Shane diz e eu abro os olhos, enfim, me deparando com uma troca de sorrisos ardilosos entre os dois.

– Pode deixar – Jake responde com uma risadinha curta.

Um pouco emburrada por ter sido acordada mal quatro horas depois de ir dormir, me viro de costas para Jake, que logo fica do lado de fora de uma conchinha comigo. Quando seu corpo nu encosta no meu, me dou conta do porquê ele me cobriu quando Shane apareceu. Estou tão nua quanto ele. Assim que Shane fecha e tranca a porta ao sair, a mão de Jake começa a percorrer o meu corpo e não muito tempo depois, sua boca vem para a minha orelha.

– Não – digo antes que ele se anime demais. – Eu estou com sono.

– Vamos então para a cama do Shane que é mais confortável? – ele pergunta.

– Eu não quero levantar...

– Eu te levo no colo.

Não digo nada porque só quero dormir, mas meu silêncio é interpretado como consentimento porque logo Jake se põe de pé e me coloca nos braços. Apesar de um pouco bruto ao me segurar, Jake toma cuidado para eu não bater as pernas e nem a cabeça nas paredes enquanto me carrega até o quarto de Shane.

Assim que a minha perna passa para o lado de dentro, sinto o meu Enon Heller ressurgindo e me dou conta de que esqueci de colocar o encanto que o anula no quarto de Shane também. Me debato nos braços de Jake, o fazendo voltar para trás para me colocar no chão. Quase passei pelo mesmo problema de madrugada, quando Jake quis tomar banho comigo, mas como entrei no banheiro primeiro, ativei o encanto por lá antes de ele ir me acompanhar.

– Tudo bem? – ele pergunta confuso ao me botar no chão.

– Eu preciso fazer xixi. Já venho.

Ao dizer isso, entoo o encanto para o quarto de Shane e só vou para o banheiro quando Jake já está lá dentro. Foi por muito pouco. Se eu me metesse no quarto com Jake sem essa proteção, ele não iria me largar até segunda-feira de manhã. Da semana que vem.

Perco o sono ao passar uma água no rosto. Apesar de muito bom, não quero que Jake ache que vamos ficar fazendo sexo casualmente como esta noite. Não é esse o tipo de relacionamento que quero ter com ele e não estou pronta para ter o relacionamento que eu quero ter. Eu não deveria ter transado com ele. Preciso perguntar ao meu pai ou ao Raj se existe algum encanto para acabar com a minha libido porque só faço merda quando estou excitada e Jake é e sempre foi a pessoa que mais mexeu comigo.

Entendo totalmente o desespero que ele passava com Jenny, mesmo magoada por ele ter cedido. Eu cedi sem nem estar com a compatibilidade ativa. Que situação ridícula.

Passo uma água no corpo e escovo os dentes determinada a ter uma conversa séria com Jake sobre isso e depois ir para casa para, enfim, dormir. Quando saio do banheiro, não tenho certeza se estou bem o suficiente para ter uma discussão muito intensa com ele. Primeiro porque odeio discussões e segundo porque vou acabar falando alguma besteira por estar cansada. Talvez seja melhor eu ligar para ele amanhã e aí conversamos.

Isso. Boa ideia.

Antes de ir para o quarto, recolho as minhas roupas na sala e as visto. De repente isso dá conta do recado. Jake me observa deitar ao seu lado em silêncio na cama de Shane e fechar os olhos.

Ao abri-los de novo, estou sozinha na cama e já são 11:45 da manhã. Me espreguiço agora que tenho a cama só para mim e noto o som do chuveiro ligado já que Jake deixou a porta aberta ao sair. Vou até a sala para pegar roupas na minha mochila e me visto para voltar para casa antes mesmo de Jake sair do banho. Quando estou calçando os sapatos, Jake sai do banheiro com uma toalha amarrada na cintura e o cheiro delicioso do seu sabonete preferido o acompanha porta afora.

– Você já vai? – ele pergunta.

– Preciso fazer o meu almoço e me arrumar para mais tarde – explico.

Ele assente três vezes crispando os lábios.

– Okay. Eu vou com você, então. Acho que a Zoey vai passar a noite aqui com o Shane de qualquer forma. Me dá dois minutos e a gente vai.

Jake entra no quarto e tira a toalha da cintura, o que me dá uma visão incrível dessa bunda mais incrível ainda que ele tem. Viro o rosto antes que ele note que estou olhando e fique se exibindo para mim para que eu esteja no humor certo para alguma outra coisa. Tiro o lençol do sofá de Shane e o coloco no cesto de roupas sujas enquanto aguardo. Deixo os travesseiros sobre a cadeira da mesa de jantar e alcanço a minha mochila no hall.

Nos dois minutos pedidos, estamos prontos para sair. Jake abre a porta e sai de lá com a sua mochila nas costas. Eu ainda confiro se está tudo arrumado e se todas as luzes foram apagadas antes de botar o pé do lado de fora. Quando o faço, me dou conta da burrada estratosférica que eu cometi quando decidi esperar Jake para voltar para casa. Aqui fora não tem nenhum encanto que anule o nosso Enon Heller.

Que merda.

– Me dá um segundo, esqueci uma coisa. Vai chamando o elevador – digo e fecho a porta, deixando Jake no corredor do andar.

Agora vou ter que tirar o encanto da casa inteira de Shane e do porão porque se não tirar, Jake vai perceber que tem algo errado. Toco a parede da sala, do quarto e do banheiro, cancelando os encantos e saio de novo do apartamento ciente de que o caminho para casa será um bocado árduo.

Jake está segurando a porta do elevador para mim com um sorriso vitorioso. Ele já percebeu que a compatibilidade ressurgiu do além. Após trancar o apartamento, passo por ele sentindo o calor violento que seu corpo emana e evito fazer contato visual enquanto estamos juntos e sozinhos descendo no elevador.

Está fazendo cerca de 7 graus positivos do lado de fora, mas a sensação que tenho por caminhar perto de Jake deve ser de pelo uns 18. Eu poderia andar na rua só de camiseta agora sem passar frio.

– Você percebeu? – Jake pergunta.

– Percebi o que? – devolvo.

– Que somos compatíveis de novo – ele responde ainda sem deixar de sorrir. – Deve ter baixado antes e subido agora para uma porcentagem que conseguimos sentir como antes.

Sua frase me faz questionar mais uma vez o que Jake sabe sobre ser um Hile. Não quero perder mais tempo com essa dúvida e não posso "hipnotizá-lo" no meio da rua, então decido tentar uma abordagem mais amigável.

– Você pode me contar mais sobre essa questão toda de compatibilidade, ser um Hile, canais devoradores de gente, renovação de Enon, etc? Acho que vai ser meio estranho perguntar para o Raj, até porque não estou tendo aulas presenciais com ele. Eu quero entender mais sobre esse assunto.

– Eu não sei muita coisa. Como eu disse, eu sempre tentei me afastar disso.

– Eu sei. Mas eu quero saber o que você sabe. Tudo o que você sabe. Se você quiser me contar, claro.

Jake fica contente por eu estar interessada em algo tão pessoal e, para a minha alegria e alívio, ele começa a falar.

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