Uma CEO inalcançável.

By Mila_Sn

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Julieta Delvecchio é a irmã mais velha das quatro irmãs Delvecchio. Criada em uma família típica italiana po... More

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By Mila_Sn

Martín

No sábado, em frente a mansão dos Delvecchio, aguardo pacientemente Julieta, faltam dez minutos para as duas da tarde, mas eu sei que boa parte das mulheres se atrasam, então ajeito o cabelo no retrovisor enquanto espero.

Estou bem, não estou? Reparo na camiseta florida com um fundo verde escuro, bermuda jeans preta e os tênis pretos. Bom, tudo ok.

Dou uma olhada na rua tranquila, o dia ensolarado e bonito compõem uma linda paisagem.

Ouço algumas batidinhas no vidro, passo os olhos no relógio do painel do carro, notando ser exatamente duas horas da tarde, pontual só pra fazer eu me contradizer. sorrio destravando a porta e observando a ruiva.

Ela está linda, com os cabelos presos em um tipo rabo de cavalo alto e trançado, usando um macaquinho de mangas curtas mediano, de tecido liso e fino na cor mostarda, calçando tênis brancos. Me surpreendo ao ver que fiz essa análise em segundos enquanto ela adentrava e sentava ao meu lado.

— Olá, boa tarde. — Julieta saúda um tanto formal ajeitando uma bolsa lateral, que eu não havia notado, em seu colo.

— Oi, boa tarde. — Me aproximo e a cumprimento com um beijo na bochecha, notando seu jeito acanhado.

Já percebi, que se eu não for até ela, ela não vem. Sorrio dando partida no carro.

— Como está sua família? — Pergunto como ela fez ontem e ligo o rádio deixando em uma estação num volume baixo.

— Todos muito bem, ontem houve alguma desavença no campus e Elizabeth não pôde vir esse final de semana, ela está revoltada pois não teve nada a ver, mas todas foram prejudicadas. — Julieta dá de ombros.  — E a sua?

— Essas injustiças. — Sorrio — Todos muito bem, essa é a primeira semana que passamos juntos, tudo anda muito bem, até a mama me convocar para uma reunião com suas amigas — Digo rindo.

— Ah, sempre tem confusão com as senhoras fofoqueiras. — Ela afirma abrindo a janela.

— E que confusão, né? — dou risada virando a esquina e chegando no prédio. — Chegamos! Abro a minha porta, saindo e indo abrir a dela.

— Uau, que lugar bonito! — Julieta elogia o prédio enquanto adentramos no elevador. — hm...Elevador privativo. — Dá risada e eu a acompanho rindo também.

— Você está animada, hein! — Alfineto.

A porta se abre e ela desce primeiro indo em direção ao pequeno hall.

— O que pensa em fazer nesse espaço?

— Pensei que poderia ser um bom lugar para uma antessala, um banco, um aparador com armários, acho que pode ser bem útil, o que acha? — Busco sua opinião.

— Eu acho ótimo, é um espaço pequeno mas funciona muito bem como uma antessala.

Afirmo com a cabeça e andamos até a sala de estar.

— Nossa! É enorme! São quantos metros? — Julieta exclama olhando ao redor. encantada

— Trezentos. — Digo e ela faz um O com a boca.

— É bem grande, né? — Julieta observa os outros cômodos. — O que pretende nesse cômodo? — Ela aponta para um quarto menor ao lado do hall.

— Pensei em fazer um escritório, algumas estantes formando uma pequena biblioteca, algo assim. — Observo o cômodo com atenção.

— Você parece ter tudo em mente. — A ruiva me olha com um sorriso de canto.

— Um pouquinho. — Ando pela sala, caminhando pela sala de jantar e me debruçando na ilha da cozinha.

— Nossa! — Ela se debruça sobre a ilha surpresa. — É tão linda!

— Acho que eu nunca te vi tão à vontade, principalmente com uma ilha. — Alfineto rindo

— Martín, vai caçar o que fazer! — Resmunga me deixando sozinho, caminhando para os outros ambientes.

Dou risada e a acompanho, revendo todos os cômodos em silêncio.

— É bem espaçoso, você pensa em algum estilo? — Nos encontramos na sacada do terraço

— Ah, algo moderno, meio amadeirado meio quente, sabe? Mas com personalidade, acha que eu to falando muita baboseira? — dou risada

— Você fala sempre, mas isso tem certo sentido. — Ela diz rindo e olhando ao redor.

— Eii! — Dou risada — depois não vem choramingar

— Eu não choramingo mais! — Aponta — Você tem a planta? Posso fazer uns desenhos em cima dela.

— Tenho uma cópia digital e em papel, qual você prefere? — Olho pra ela e olho pra mesa da sala, onde está a planta.

— Digital, ai jogo pro tablet e te mando uns modelos.

— Perfeito. — Sorrio observando ela entrar em seu mundinho com um olhar pensativo, me ignorando completamente.  — Ei, tudo bem? — Me preocupo quando uma ruguinha surge em sua testa.

— Ah! Desculpa, coisas da empresa. — Ela balança a cabeça. — É que eu estava repassando a agenda, desculpa mesmo.

— Acho que você está meio sobrecarregada.— Observo

— Não costuma ser assim, mas essa semana eu estou um pouco sim… — Julieta suspira.

— Vem comigo! — Digo em certo lapso de loucura.

— Aonde? — Vejo ela pegando sua bolsa e me acompanhando.

— Dar um jeito nesse seu cansaço! Dou risada entrando no elevador e puxando ela.

Depois de uns dez minutos, chegamos ao parque Indro Montanelli, um lugar em que sempre vínhamos quando éramos mais novos.

Caminhamos em silêncio observando as pessoas passeiam tranquilamente, o dia está bonito e o parque está relativamente movimentado, mas nada desconfortável.

Andamos por mais alguns minutos, sem saber exatamente para onde estávamos indo, como se os nossos pés estivessem levando a gente por conta própria.

— Eu amo esse lugar. — Julieta sussurra quando paramos de andar e noto ser uma parte um pouco afastada do centro do parque. — Aqui era o lugar que brincávamos quando vínhamos aqui.

O ambiente está como sempre foi, pedras de cascalhos cobrindo o chão produzindo um som gostoso quando andamos, árvores altas criando sombras e no meio uma antiga fonte.

— Sim, nós corríamos por todo esse parque e você sempre se escondia atrás da fonte.

— Verdade, a fonte! — Ela eleva o tom indo até a parte de trás da fonte. — olha aqui, Martín! — Me aproximo ao seu lado. — Nossos nomes! Você lembra?

— Sim, você caiu bem ali dez minutos depois, machucando o braço e se acabou de chorar. — zombo olhando para seu braço e sentando na grama oposta ao cascalho

— A cicatriz ainda está aqui! — Revira os olhos se sentando ao meu lado.

— Tudo é parte da sua história. — deito na grama aproveitando a sombra olhando para o céu azul.

— É verdade, obrigada — Ela diz deitando ao meu lado. — Obrigada por me trazer aqui. — sorri olhando para o céu também.

Aproveito essa pequena distração para observá-la, a franja um pouco solta, passando nos olhos e seu perfume constante de flores ao meu redor.

Porque ela me deixa tão atado assim? Quase hipnotizado.

— Obrigada por hoje, Martín! — Julieta sorri quando chegamos à mansão Delvecchio, no fim do dia. —  Me fez muito bem esse tempo! — ela diz ajeitando a bolsa.

— Obrigado eu, por poder tomar um ar e aproveitar esse dia ensolarado.

Estamos fora do carro, de frente ao portão e sinto que nenhum dos dois deseja ir realmente embora, mas ao mesmo tempo precisamos ir, é quase como um impasse.

— Martín! — ouço a voz de Enrico no jardim da mansão.

— Enrico! Aceno num cumprimento.

— Entre, jante conosco! — Ele sentencia para minha alegria.

— Lá vamos nós. — Julieta sussurra e eu dou risada.

— Vai ter que me aturar por mais um tempinho. — Cutuco sua cintura e ela me estapeia. — Eii!

— Humpf! — ela suspira andando na frente e entrando na mansão.

Entro no carro, ligando-o  e entrando na mansão, estaciono na frente da porta principal e saio do carro, notando Julieta de braços cruzados.

— Meu avô falou pra eu te esperar. — Diz emburrada se virando e entrando na mansão.

— Tão gentil! — ironizo abraço seus ombros seguindo ela.

— Juli!!! — as gêmeas entoam em uníssono quando entramos.

— Irmãs!!! — A ruiva se aproxima e as abraça com carinho. — Como passaram o dia?

— Muito bem! — Uma delas responde.

— Olá, Martín — a outra diz desconfiada.

— Olá...Clarisse? — Sugiro

— Caroline! — Alfineta mostrando a língua

— Olá, Caroline! — Corrijo notando a risada de Julieta.

— Olá. — Diz orgulhosa.

— Olá, Clarisse! — Saúdo a outra irmã.

— Vamos jogar banco imobiliário? — a ruivinha me pergunta logo de cara.

— Claro, por quê não? Eu amo banco imobiliário! — respondo empolgado notando Julieta sussurrar um "nãooo!"  e balançar a cabeça, mas já era.

— Lá vamos nós! — Caroline sentencia.

Depois de três rodadas, o jogo se perde, Caroline jura que Clarisse roubou, e ela diz que não roubou e de repente tudo virou uma confusão!

— Eu te avisei! — Julieta sussurra ao meu lado quando as gêmeas finalmente escolhem um filme em troca do jogo e se sentam no tapete.

— Não, você não me avisou. — Aponto atento a abertura do filme.

— Bom, agora você sabe, é sempre assim. — Julieta suspira assistindo também. —  E é sempre esse filme. — Ela se ajeita ao meu lado, deixando claro sua presença a todo instante

— Elas são meio repetitivas, né?

— Meio? — Ironiza e eu dou risada.

Nós mantemos em silêncio, assistindo ao filme infantil, parece ser Barbie, mas tem uns doze tipos de barbie ou algo assim.

— Por que tantas meninas? — Sussurro para Julieta que noto ter se assustado.

— Porque é barbie e as doze princesas bailarinas. — Ela diz como se fosse óbvio.

— Ah! — Finjo entender e encosto a cabeça no seu ombro.

— Para de folga, Martín! — Sussurra tentando me empurrar.

— Está me dando sono, deixa eu ficar aqui! — Digo preguiçoso me ajeitando e mexendo em uma mechinha de cabelo dela.

— Humpf! — Julieta resmunga e eu dou risada baixinho.

— Juli — Uma senhora baixinha aparece na sala. — O jantar está servido.  — Ela diz depois de vinte minutos de filme

O jantar corre tranquilo, todos sentamos à mesa, Enrico na ponta, Julieta ao seu lado e as gêmeas do outro lado, eu ao lado de Julieta e as senhoras Rosa e Gertrude também estão na mesa.

Todos conversam tranquilamente, sobre o cotidiano, acabo me sentindo parte disso, logo quando Enrico perguntou-me sobre minha família e sobre o projeto de extensão. Foi um clima bem agradável.

— Pronto, acabei! — Clarisse diz se levantando.

— Podemos terminar o filme? — Caroline perguntou se levantando também.

— Sim, podem ir. — Julieta diz. — Mas depois dormir, vamos à missa amanhã bem cedo. — as gêmeas afirmam e saem correndo para a sala.

— Aceita um licor, Martín? — Enrico oferece também se levantando.

— Claro. — Me levanto e acompanho o patriarca.

Na pequena antessala, sentamos eu e Juli no pequeno sofá e ele em sua poltrona após nos servir com um delicioso licor de uva, no qual noto que a ruiva ao meu lado aprova.

— Como andam as coisas, meninos? — O avô pergunta bebericando seu licor.

— Muito bem. — início olhando para Julieta confirmando se posso começar. — Tivemos algumas reuniões analisando a Infraestrutura do projeto, alguns contatos, possíveis lugares para começarmos a filial. Acho que estamos bem.

— Sim, é verdade. — Julieta afirma, tomando um gole do licor. — Estamos caminhando bem nesse início.

— Isso é maravilhoso! — Enrico diz com um sorriso. — Parece que vocês trabalham muito bem, estão mais rápidos do que eu pensava.  O que achou do prédio da empresa, Martín? — Ele me direciona e eu vejo Julieta torcer os lábios.

— Acredita que sua neta ainda não me deixou ir lá? — Faço um certo drama.

— O que? É sério isso? — O velho olha para Julieta e para mim.

— Ele queria comer hambúrgueres nas reuniões, vovô. — Julieta aponta.

— Eu? Você que não quis me apresentar a empresa. Enrico, acho que sua neta tem coisas a esconder! — Digo fazendo suspense e sinto Julieta me beliscar no braço. — Eii!! Isso dói! Veja só, ela está me agredindo! — Dou risada fazendo drama.

— Eu quase levei vocês a sério. — Enrico dá risada. — Meninos eu irei me retirar — diz depois que as meninas subiram para seus quartos e terminamos nosso licor — Boa noite, Martín. Sinta-se à vontade, é que os velhos dormem cedo! — Ele ri se levantando.

— Obrigada e boa noite. — Respondo cortês. — eu também já vou indo.

— Juli, o acompanhe, por favor. — O homem diz do alto da escada e Julieta assente.

— Pode deixar, vovô. — Ela se levanta e eu também seguindo para fora da sala.

Caminhamos lentamente em direção à porta principal e por um momento, reparando nas situações, e sinto que o clima se tornou um tanto íntimo, mais do que antes.

Observo seu jeito um tanto acanhado, com os braços atrás do corpo, fico pensando porque reparo tanto em seus gestos.

— Bom...— Julieta inicia assim que passamos da porta e paramos no terraço do lado de fora. — Obrigada por tudo hoje, Martín, espero que tenha gostado do jantar! — Ela cruza os braços na frente do corpo encolhendo os ombros de modo acanhado.

— Obrigado eu, novamente — Me aproximo puxando rapidamente seu braço e abraçando, beijando sua bochecha levemente, notando suas pequenas sardas saltadas, que me levam a loucura de tocá-las de modo suave com as pontas dos dedos. — Gosto muito delas. — Sussurro sentindo meu coração acelerar ao perceber o que estou fazendo. — Até segunda, Juli. — Tento me afastar o mais rápido esperando alguma repreensão, que não acontece.

— Até segunda, Martín! — Ela sussurra com sorriso leve nos lábios e as bochechas vermelhas.




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