𝐴𝑏𝑜𝑢𝑡 𝐿𝑜𝑣𝑒

By esposadocharlie

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Nunca achei que fosse capaz de sentir algo tão arrebatador. Algo que tira seus pés do chão,que te faz questio... More

Prólogo ✨
Chapter 1 ✨
Chapter 2✨
Chapter 3✨
Chapter 4✨
Chapter 5✨
Chapter 6✨
Chapter 7✨
Chapter 8✨
Chapter 9✨
Chapter 10✨
Chapter 11✨
Chapter 12✨
Chapter 13✨
Chapter 14✨
Chapter 15 ✨
Chapter 16✨
Chapter 17✨
Chapter 18✨
Chapter 19✨
Chapter 20✨
Chapter 21✨
Chapter 22✨
chapter 24 ✨
Chapter 25 ✨
Chapter 26✨
Chapter 27✨
Chapter 28✨
chapter 29✨
Chapter 30 ✨
Chapter 31✨
Chapter 32✨
Chapter 33✨
Chapter 33 parte 2✨

Chapter 23✨

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By esposadocharlie

Ai meu santo Cristinho.

Por que a Julie está chegando tão perto de mim?

Ela  vai mesmo me beijar?

Por que eu estou levemente  nervoso com isso?

Tenho certeza de que estou parecendo um idiota diante dos olhos da cacheada e de sua amiga. Mas eu simplesmente não consigo evitar. De repente, minha boca secou, ficou difícil de engolir e até complicado de respirar. Quanto mais perto Molina chegava, mais nervoso eu ficava.

Quando Julie chegou mais perto,
apoiou cada um dos seus braços ao lado da minha cabeça que estava recostada no estofado da poltrona. Seu perfume de morango tomou conta das minhas narinas e quando nossos olhares se encontraram, eu agradeci por estar sentado, pois caso o contrário, tenho certeza de que teria caído no chão de tão fraco que fiquei.

— O que está fazendo? – perguntei com a voz rouca e trêmula. E sim, eu estou nervoso com a nossa proximidade.

— Vou dar o que você quer. – sussurrou ela. — Agora cala a boca e fecha os olhos.

— Por que?

— Porque eu vou te beijar né Patterson. – ela revirou os olhos. — Cara, você é burro?

Sou.

Eu não deveria obedece-la. Não deveria ter fechado os olhos e esperado seus lábios tocarem os meus feito um adolescente idiota. Mas adivinhem só o que eu fiz?

Isso mesmo, eu fechei os meus benditos olhos.

Quase no mesmo instante em que os fechei, me arrependi de o ter feito.

Admito que fechar os olhos foi uma péssima escolha já que ficar dessa forma me deixava  impossibilitado de fazer várias coisas, a mais óbvia entre elas era ver o rosto de Julie.

Será que ela está rindo de mim?

Será que ela está vendo o quão bonito eu sou de pertinho?

Será que ela vai mesmo me beijar?

Será que eu estou preparado para beijar outra pessoa?

Ai. Meu.Deus. Será que eu  ainda sei beijar alguém?.

Faz tanto tempo ...

Minutos se passaram e nada de eu sentir seus lábios carnudos encostando nos meus.

Lábios carnudos? Sério Luke?

Cansado de tanto esperar, resolvi abrir os olhos e encontrei a cacheada me encarando com os lábios comprimidos um no outro, se segurando para não rir.

Provavelmente devo estar fazendo a maior cara de idiota agora.

Será que estava fazendo  biquinho esperando ela me beijar?

Eu tenho certeza que estou passando vergonha.

E para a minha completa desgraça, antes que eu possa falar algo, Julie começa a rir. Rir não, ela está gargalhando de mim.

Bonita.

Bonita?

Ops, quis dizer, ridícula.

Julie riu tanto que tirou apoiou sua mãos que antes estavam apoiadas uma em cada lado da minha cabeça, e as apoiou em seus joelhos. Olhei para flynn que estava rindo feito uma hiena.

Duas sebosas.

— V-voce achou mesmo que eu fosse te beijar, Patterson? – Molina questionou e sorriu debochadamente pra mim após se recuperar da sua crise de riso.

Achei mesmo e daí?

Não posso mais sonhar?

Meu Deus que que eu tô pensando?

— Claro que não né Julie. – respondi e ajeitei a postura na poltrona, tentando não transparecer que sim, eu achei que ela fosse me beijar. Até dei meu sorriso de deboche pra parecer  mais descontraído.

— Aham tá bom, me engana que eu gosto. – ela revirou os olhos e voltou a se sentar em sua poltrona.

Estava buscando em minha mente alguma resposta bem idiota para dar para Molina, mas meus pensamentos foram interrompidos pela voz de Flynn:

— Eu esperava: Pegação gostosa entre fã e ídolo. Recebi: Flertes e deboche. Que dia horrível meus amigos. – lamentou e fez uma carinha de choro.

Falsa.

— Cala a boca Flynn – Julie ralhou falsamente irritada.— O Patterson sabe que eu só estava brincando. – ela me olhou como se esperasse que eu confirmasse. Eu até poderia fazer isso, mas como não tenho medo da morte, resolvi fazer pior.

— É óbvio que  a senhorita babona não ia me beijar né Flynn, a Julie só beija posters. -  sorri diabolicamente e logo em seguida, a cacheada jogou algumas  almofadas em minha direção  e por pura sorte não acertaram em mim.

— Eu odeio vocês dois. – Julie resmungou e Flynn e eu gargalhamos.

Nosso momento leve e descontraído acabou assim que Sebastian bateu na porta, entrou e disse que  dentro de 20 minutos, iriam anunciar o vôo das meninas. Ainda sentado, pude ver o corpo de Julie ficar tenso, e o sorriso que antes brilhava em seus lábios, sumiu quase que instantaneamente.

Merda.

Troquei um olhar rápido com Flynn que logo pareceu entender o que eu queria, e após apertar os ombros de Julie gentilmente, pegou sua mala e saiu andando com Sebastian. Como não teríamos muito tempo, fui até Julie e a abracei. Simples assim, sem dizer nada. Apenas a apertei contra meu corpo, com a sua cabeça enterrada em meu peito e o meu queixo apoiado no topo de sua cabeça. Julie também não disse nada, mas rodeou seus braços finos  e pequenos ao redor do meu quadril. Com carinho, afaguei suas costas com uma mão, e com a outra acariciei seu cabelo.

— Tenha ... Ok? – murmurei e a apertei mais ainda em meus braços, tentando fazer com que meu abraço transmitisse todo o conforto que eu queria passar.

Eu queria ser mais útil, queria dizer algo que realmente pudesse ajudar. Mas eu simplesmente não sei o que fazer. E se tem uma coisa que eu aprendi com a minha mãe é que: Se não sabemos mais o que dizer ou o que fazer para que possamos ajudar alguém, o melhor a se fazer é abraça-la e tentar conforta-la da melhor maneira que puder. E bom, é isso que estou fazendo agora.

— Eu estou morrendo de medo de entrar naquele avião, Luke. – ela fungou e meu coração apertou. — Morrendo de medo de chegar lá e ter que ir direto pra um funeral. – puta que pariu. — Sei que tenho que ter... . Mas está muito difícil sabe? O medo de chegar lá e realmente  ter acontecido algo mais grave, tem falado mais alto do que a minha fé para que tudo fique bem.

Antes que eu pudesse responder, ela prosseguiu:

— Eu devo estar parecendo uma doida agora. – ouvi ela rir baixinho, ainda com a cabeça encostada em meu peito, com suas lágrimas molhando o tecido da minha camiseta.

—  Por que eu te acharia  uma doida?

—  Por que desde que recebi a... – Julie hesitou um pouco antes de falar — notícia sobre o meu avô, eu ri, chorei, quis te atropelar, ri de novo, chorei mais um pouco, flertei com você, e agora tô chorando de novo.

Ela admitiu que flertou comigo.

Ela A-D-M-I-T-I-U

Se um dia já fui triste não me lembro.

— Você não é doida. – respondi ainda acariciando seus cabelos e afagando suas costas. Eu simplesmente não conseguia parar de fazer isso. Estava...bom. muito bom por sinal  — Sobre ter essas oscilações de humor, é super normal. E outra; fiquei feliz de ver você rindo pelo menos um pouco.  – sorri de canto agradecendo o fato de que ela não pode me ver assim agora. Bom, é óbvio que se Julie levantar a cabeça agora, ela vai conseguir me ver bancando o idiota, mas como Deus me ama, não vai deixar ela fazer isso. Não é Deus?

— Obrigada por tudo Luke. Por me acompanhar até aqui, por ter me feito rir,  obrigada por ter me colocado eu e Flynn nessa sala vip, e obrigada também pelas panquecas. Não tenho como te agradecer o suficiente por tudo isso. -

Julie desencostou sua cabeça do meu peito e ergueu seu olhar para mim, ela sorriu de canto e eu sorri também. Ficamos assim por alguns segundos, incapazes de nos mexer. Eu estava preso na imensidão de seus olhos castanhos.

Daqui a pouco eu vou babar se continuar assim.

Como eu sou um grande idiota e um bom corta clima, resolvi fazer uma coisa que eu tinha certeza que deixaria Julie levemente irritada.

— Já sei uma boa forma de você me agradecer. – sorri diabólicamente e Molina franziu o cenho pra mim.

— O que você quer Patterson?

— Você pode me agradecer de duas formas – comecei a dizer e a cacheada fechou a cara, e algo me dizia que ela já suspeitava o que eu iria dizer.

— Eu sei que vou me arrepender de perguntar isso, mas quais são as formas?

É agora pessoal.

Vocês estão prontos pra me ver levar uma surra?

— Você pode me dizer no que dedos de guitarristas são bons. – comecei a dizer e ela fechou a cara na hora; senti seus braços afrouxando o aperto ao meu redor aos poucos, mas eu a mantive firme nos meus braços. — E também pode me dar um beijinho de despedida, já que não sei quando você vai voltar pra Los Angeles.

É agora.

Eu vou morrer.

#lukepattersonfoicomdeus

#descanseempazguitarristagostosao

Julie me fitou com sangue nos olhos e num piscar de olhos, se desvencilhou dos meus braços e me deu um soco no braço.

— Sério Luke? Vai se fodeeeer – Ela esbravejou e me olhou como se fosse arrancar minhas queridas bolas.
Apesar do soco ter doído, eu gargalhei.

— Qual é o seu problema cara? Toda hora esse treco de “ ain Julie no que dedos de guitarristas são bons?” – esbravejou enquanto pegava sua mala no canto da sala. — E agora você me vem com essa de beijinho? Te manca em Patterson, te manca.

— Minha nossa pra que tanto nervosismo em senhorita babona?
Antes que Julie seguisse para fora da sala soltando fogo pelo nariz, andei em passos largos em sua direção, e por fim  a alcancei. Peguei a mala de sua mão e seguimos rumo ao portão de embarque.

Por alguns minutos, andamos lado a lado envolvidos por um silêncio confortável. De vez em quando fazíamos caretas um pro outro. E sim, somos muito maduros.

— Você sabe que eu estava brincando né? -  perguntei baixinho e empurrei seu ombro com o meu, gentilmente para que não a machucasse.
Julie parou de olhar para a frente e quando virou o rosto na minha direção, sorriu pra mim.

Que sorriso lindo...

— Eu sei que você estava brincando seu idiota. – nós dois rimos e ela tornou a falar—  Eu estava fazendo drama também. – Julie admitiu e deu de ombros.

— Eu já sabia que você estava fazendo drama.

Assim que entramos no elevador, apertei o botão que nos levaria até o andar desejado e me encostei na parede da caixa de metal, com meu ombro encostando no de Molina.

— Eu não faço drama. – ela revirou os olhos.— Você que é um porre de tão chato.

Julie sorriu ironicamente e eu mostrei o dedo do meio pra ela.

— Que dedo feio em Patterson.

— É igualzinho sua cara, sua nojenta. -  retruquei e nós dois demos risada. No instante seguinte, o elevador apitou, sinalizando que havíamos chegado no andar desejado.

Agora, eu só poderia percorrer um pequeno corredor com Julie, por que depois disso, ela já vai estar  na área pública e não podemos ser vistos juntos então...

Droga, as vezes odeio ser famoso.

Durante nosso pequeno percurso pelo corredor que a levaria até a área de embarque, conversamos sobre coisas aleatórias, e eu fiz o meu melhor para fazer Julie rir e se distrair do que estava por vir. Mas quando chegamos paramos em frente a porta de correr que nos separaria daqui por diante, Julie parou de sorrir de novo.  E pela forma que estava cutucando a cutícula de sua unha, pude perceber que ela estava nervosa  de novo.

— É aqui que nos despedimos milady. – tentei até  fazer uma  voz engraçada, o que resultou numa risadinha de Julie. E isso já foi o suficiente para eu me tranquilizar.

— Milady? Sério Luke? – ela revirou os olhos.

— Quer que eu te chame do que então? De coisa chata? Senhorita babona ou de chorona? – mal terminei de dizer e já recebi outro soco no braço. — Aí sua cavala! – resmunguei e massageei o local que ela havia acertado.

— Eu já disse é égua seu animal. – ela retrucou com uma cara de brava que sinceramente estava mais pra fofa; mas por fim acabou rindo também.

Fofa?

O que tá acontecendo comigo?

Um breve momento de silêncio se instalou entre nós e ficamos apenas nos olhando. Eu sabia que ela não poderia demorar muito aqui, então pegando nós dois de surpresa pelo movimento repentino e um tanto bruto, eu a abracei com força.

Eu tô abraçando muito a Julie hoje, perceberam isso?

Estou me sentindo coisado.

Com a cabeça encostada em meu peito, Julie respirou fundo algumas vezes, e enquanto isso minhas mãos voltaram a afagar suas costas gentilmente.

— Eu detesto despedidas. – ela murmurou e senti seus braços me apertarem com mais força.

— E quem disse que isso é uma despedida? Nós vamos nos ver em breve. Você ainda me deve um almoço uma tarde de compras, lembra? – separei nosso abraço e levei uma das minhas mãos até seu rosto – que porra eu tô fazendo?

Coloquei uma mecha de seus cachos para trás enquanto Julie me olhava com o cenho franzido pelo meu gesto.

Confesso que até eu estou surpreso com tudo isso. Ainda é difícil pra mim entender como que tudo está acontecendo tão rapidamente.

Em um dia eu estava quase sendo atropelado por ela, e agora estou aqui a abraçando?

Doidera.

— Isso está parecendo aquelas despedidas de filme clichê da Netflix  não é? – Julie soltou uma risadinha anasalada e eu acabei rindo junto.

— Só vai ficar clichê se você me der um beijinho. – cara, qual é o meu problema? Eu tô implorando pra ela me beijar?

Eu. Sou. Patético.

Como esperado, Julie se afastou bruscamente e lançou um olhar feio pra mim.

— Eu vou fingir que não escutei essa palhaçada só pra eu não dar na sua cara.

—Chata. – resmunguei e levei outro soco como resposta.

Antes que eu pudesse resmungar, Molina me interrompeu:

— Se reclamar eu te atropelo com o meu carro em. – Julie ameaçou e eu me calei.

Quando olhei por cima de sua cabeça, vi Flynn acenando e chamando Julie. Apenas afirmei com a cabeça, em um pedido silencioso para que ela esperasse só mais um pouco.

— Brincadeiras a parte, chegou a hora de você ir Julie. – disse gentilmente.

— Eu sei, só não sei se estou pronta entrar naquele avião. – ela admitiu e mordeu o lábio inferior devido ao nervosismo.

— Ei... – me aproximei novamente e entrelacei nossos dedos. Mas que porra eu estou fazendo? — Vai ficar tudo bem ok?

Julie olhou para nossas mãos entrelaçadas e franziu o cenho. Será que ela sentiu o mesmo arrepio que eu senti

Eu tô todo coisado.

Ela continuou olhando para nossas mãos por mais alguns segundos, e as apertou uma última vez antes de desentrelaça-las.

— Te vejo daqui a alguns dias Patterson. – ela sorriu e pegou suas malas.

— Te vejo daqui a alguns dias Molina. – sorri  e enfiei minhas mãos no bolso da calça.

Julie sorriu outra vez e por fim cruzou a porta que nos separaria. Antes que ela alcançasse Flynn, eu gritei:

— Não sei esqueça de me mandar mensagem assim que o avião pousar, ok Senhorita babona?

Como esperado, Julie se virou e mostrou o dedo do meio pra mim e eu como sou super maduro retribui o gesto. Olhei para Flynn que deu risada e acenou para mim. Após retribuir o gesto, voltei a colocar minha mão no bolso e fiquei olhando as duas caminharem lado a lado, até não conseguir mais vê-las.

Durante meu trajeto de volta ao estacionamento, não voltei a encontrar Sebastian, o que foi uma pena porque eu estava super afim de fofocar sobre o Reggie. Quase que automaticamente, minha mente trouxe a tona algumas das minhas conversas com Molina que me fizeram rir.

Nhe nhe nhe  não posso te beijar”

Vou resmungando comigo mesmo enquanto caminho até carro.

nhe nhe você é PaTeTIcO Patterson”

“nhe nhe nhe sem beijinhos de despedida”

“ Nhe nhe nhe nada de me chamar de senhorita  babona”

“ nhe nhe nhe você achou mesmo que eu fosse te beijar?”

Assim que eu entrei no carro, me permiti respirar fundo e encostar a cabeça no banco. Minha mente está uma bagunça e meus hormônios então... Descontrolados.

Acho que só me senti assim com Julie porque faz muito tempo que não fico com alguém. Sei que ela é extremamente gata. Tipo, eu não sou cego né, óbvio que reparei no corpo dela. E nas curvas, que por sinal são de tirar o fôlego. Molina é gata. E ela sabe disso. Aquela provocação na sala vip? Me deixou todo coisado.

Droga. Não devia estar pensando nisso agora. Não depois de tudo o que eu passei. Que por sinal, não foi pouco. Alisha literalmente destruiu tudo pra mim.

Vaca.

Antes de dar partida no carro, recebi uma mensagem de Reggie dizendo que eu deveria passar no mercado e comprar alguma coisa para fazer no jantar, já que ele, Alex, as meninas e agora até Kennyzinho iam jantar em casa. O pior de tudo é que eu que vou cozinhar.

Eu tô fodido.

𝗕𝗼𝘀𝘁𝗼𝗻, 00:18

Quando o avião decolou do aeroporto de Los Angeles, eu estava relativamente calma. As brincadeiras e conversas com Luke me deixaram um pouco mais tranquila. Até consegui conversar com Flynn dentro do avião, o que  de certa forma também me ajudou muito.

Conversar com a melhor amiga sempre ajuda.

Mas toda essa “calma” e “tranquilidade” só duraram  até o avião pousar em Salt Lake, onde fizemos uma conexão.

A partir daí deu tudo errado. Quando retornamos para o avião rumo a Boston, minhas mãos começaram a suar frio e de repente me senti sufocada. Como sempre, Flynn notou que eu estava a beira de uma crise antes mesmo que eu pudesse perceber, como ainda faltava um pouco para chegarmos, ela fez o melhor que pode para me acalmar. Colocou um podcast relaxante no Spotify e me deu um remédio que eu tomei sem protestar.

Graças ao remédio, o podcast e o cafuné que Flynn fez em mim, consegui cochilar um pouco. Mas quando acordei, o pânico tomou  conta de cada célula do meu corpo a medida em que o avião se aproximava do aeroporto de Boston. Sem desviar meu olhar da janela, senti Flynn apertar minha mão em uma tentativa de me passar conforto.

Por favor esteja vivo. Por favor esteja vivo. Por favor esteja... Vivo.

Alguns minutos depois, seguimos todas as instruções do piloto e por fim aterrissamos no aeroporto Logan, senti uma onde de enjoo me invadir. Eu realmente estava em Boston. Para ver o que realmente tinha acontecido  com o meu avô. Que poderia estar morto nesse exato momento.

“  tenha fé, Julie.”

A bendita voz irritante de Luke ecoou em minha mente.

"Espero que você esteja certo Patterson."– Pensei comigo mesma.

— Vai dar tudo certo Jules. – minha melhor amiga sussurrou me tirando dos meus mais profundos devaneios  e sorriu fracamente enquanto seguíamos até onde Carlos disse que estaria nos aguardando, para ser mais precisa, ele disse que esperando no estacionamento. Sorri de volta para Flynn e voltamos a andar em silêncio, ambas perdidas em pensamentos.

Flynn também é muito apegada no meu avô, ele a considera como uma neta também e por isso, sei que ela também está tão arrasada quanto eu. Apesar de tentar demonstrar o contrário, sei que minha amiga também está sofrendo e por isso, me sinto um lixo por não poder conforta-la da mesma forma que ela me confortou.

Eu sou uma idiota egoísta.

Que tipo de amiga eu sou?  Não consigo ao menos cuidar da minha amiga.

Que ódio.

Quando entramos no estacionamento, avistei Carlos com o corpo encostado na lateral do carro. E mesmo de longe, percebi que sua cara não era uma das melhores.

Quando Flynn e eu nos aproximamos tive certeza de que algo muito errado havia acontecido. Meu irmão nunca havia me recebido assim no aeroporto. E quando eu digo nunca  é nunca mesmo. Nem na vez que vovô quebrou o fêmur e deixou a família inteira doida, e fez pegar um vôo as pressas Carlos me recebeu assim.

Apesar de todo o susto, me lembro dele estar totalmente diferente de hoje. Daquela vez Carlos sorriu e brincou comigo durante todo o caminho até o hospital. Mas dessa vez não. Dessa vez meu querido irmão mais velho está calado. E eu o conheço tão bem, que só pelo seu olhar sabia que tinha algo para me dizer.

Então de uma vez por todas resolvi perguntar:

— Carlos o vovô morreu?

Flynn soltou um suspiro e meu irmão me olhou confuso, como se eu tivesse dito algo estúpido.

— O que? Não! Quem te falou isso? – exclamou ele, preocupado.

— E precisa dizer? Você está estranho, Caleb está estranho e ninguém me disse o que realmente aconteceu com o vovô. – soltei um suspiro frustrado e senti meus olhos marejarem.

Carlos enfiou as mãos nos bolsos da calça social e me fitou como se estivesse tentando buscar as palavras certas para me contar o que realmente havia acontecido.

Ele engoliu em seco antes de dizer:

— O vovô foi parar no hospital depois de ter uma parada cardíaca.
Eu posso jurar que senti meu coração parar. Minhas pernas fraquejaram e senti os braços de Flynn ao meu redor. Lágrimas escorriam livremente por todo meu rosto e senti que o meu coração ia sair pela boca.

— Eu ainda não terminei. – Carlos disse e quando seus olhos encontraram os meus, notei que ele também estava chorando.— O vovô disse que sofreu o ataque cardíaco depois de ver nossa mãe  na calçada da casa do Papai.

— O que? – questionei completamente em choque.

Mãe.

O vovô havia visto a filha dele,
que consequente é minha mãe. Mãe essa que não vejo desde os meus 3 anos.

Puta que pariu.

Foi a última coisa que pensei antes de desmaiar.

Oi meus amores! Voltei, quem amou?

Estava morrendo de saudades de vocês, e sinto muito pela demora, infelizmente a vida adulta não me deixa passar o dia todo escrevendo pra vocês :-\

me contem o que acharam! Vejo vocês logo logo, votem e comentem, amo todas

Com todo amor e muitas saudades, lelê ✨








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