Poderosa Montenegro

By romanoffwm

20.4K 1.2K 1.1K

Raiva,odio,desejo e entre tudo uma chama de amor que irá nascer entre Inês e Marcia ao longo do tempo .... More

1-Declarando guerra
2-Castigo
3-Queda de braços
4- guerra de nervos
5-perdão da dívida
6- pra vida toda ?
7- Poderosa Montenegro
8- raro momento
9- revelação bombástica
10- Tudo por uma simples vingança
11- ciúmes
12- A nova Montenegro
13‐ Traição
14-entregando os pontos
15- herdeiros
16- emoções a flor da pele
17- Poder... amor e União
18- Lua de mel
19- de volta para casa
20- O perigo mora ao lado
21- A queda
22- De caso com a mafia
23- A volta da poderosa
24- Amor e poder
26- Os brutos tambem amam
27- Mentiras e punições
28- Muito perto do fim
29- Sem perdão
30- Em crise
31- Inesperado
32- Dando um tempo
33- Em suas mãos
34- De volta para casa
35- Caso de família
36- Celebrando
37- Conforto
38- Companheira
39- minha família... minha vida
40- Lançando os dados
capítulo 41- Boas notícias
42- amar é assim
43- Bônus
44- de volta as origens
45- Em pé de guerra
46- Acertos de conta
47- austica
48-gato e rato
49- começo do fim parte 1
50- começou do fim parte 2
51- melhores dias
52- Non tutto e la fine
Epílogo

25- O Sexo dos anjos

315 13 26
By romanoffwm

Pov'Marcia

Não sei por que ainda ficava frustrada ao passar a mão pela cama e perceber que Inês não estava lá. Sempre foi assim na maioria das vezes. Acordava cedo demais, dormia tarde demais. Mesmo assim era sempre maravilhoso acordar no meio da noite e sentir os braços fortes dela à minha volta.

Mas eu ainda não tinha matado toda a minha saudade. Inês havia voltado para casa ontem... pouco tempo para quem ficou quase um mês fora. Meus sentidos foram alertados pelo cheiro. Eu estava ficando boa nisso. Abri meus olhos e a vi parada, acabando de vestir a camisa. Os cabelos ainda molhados brilhavam feito pequenos diamantes.

Provavelmente sentindo que era observada, ela se virou e encontrou meu olhar.

—Bom dia.

—Bom dia, Inês.

—Precisa se levantar e comer alguma coisa. Já falei que está relapsa demais com sua alimentação, Marcia. Aliás... já liguei para Natacha. Hoie a tarde iremos lá.

—Mas ainda não está na época.

—Eu sei, mas você passou por muita coisa nos últimos dias. É melhor dar uma olhada.

—Mas precisa acordar tão cedo?

—Cedo, Marcia? Já são dez da manhã Abri a boca, mais revoltada que tudo.

Fiquei esse tempo todo na cama com Inês e fiquei dormindo? Que perda de tempo. Inês entretanto, olhava-me debochadamente.

—Precisa dormir bem também, mas agora é melhor se levantar. Temos visita.

—Visita? Quem é? poucos amigos. ela fez cara de

—Meus pais — ri alto. Provavelmente teriam vindo dar uma bronca nela por ter saído daquele jeito do hospital.

Não que isso fosse fazer alguma diferença. Inês nunca teve medo de cara feia. Pelo contrário, parecia que ela se divertia com isso. Levantei-me da cama e minhas pernas bambearam ao ver seu olhar em chamas pelo meu corpo nu. Dessa vez seus olhos concentraram-se em meu ventre, já modificado pela gravidez. Não teceu nenhum comentário, mas o brilho em seus olhos entregava sua emoção pelos bebês.

—Vá logo ou acabaremos atrasadas para a consulta —Obedeci sem pestanejar. Tomei um banho morno e rápido. Peguei uma blusa azul e uma calça. Mas gemi de frustração ao vesti-la.

—Merda...

—O que foi, Marcia ?

-—Não serve. Estou gorda—Inês revirou os olhos e tirou a peça da minha mão.

—Está grávida, Inês. Nada de gorda aqui. Vista algo mais solto... —ela foi até o closet e voltou com um vestido claro e florido nas mãos —Você fica perfeita nele —Olhei pra ela desconfiada.

Talvez Inês estivesse apenas tentando fazer com que eu não me demorasse tanto. Obviamente ela percebeu.

—Já menti pra você alguma vez?

—Nunca.

—Então pare de frescura e vista logo esse vestido.

—Cavala— resmungo, a maldita riu.

—Já estava sentindo falta desses apelidos carinhosos —Segurei meu riso.

Podia até ser loucura, mas eu amava essas mudanças de humor dela. Era um charme à parte. E seus rompantes de carinho então? Mais uma vez Inês me pegou completamente de surpresa ao pegar a escova e pentear meus cabelos. Estava posicionada atrás de mim, até fiquei estática.

—Amo seus cabelos — Engoli em seco encarando seus olhos pelo espelho.

Como era possível alguém amar tanto uma pessoa que chegava a ponto de se esquecer de si mesma? Era exatamente isso o que acontecia comigo.

(...)

Desci de mãos dadas com Inês até a sala, onde meus sogros já nos esperavam. Cecília estava sentada ao lado de Camila e tinha uma expressão preocupada. Alejandro estava de pé, os braços cruzados sobre o peito, uma expressão indecifrável no rosto bonito.

—Bom dia —Falei alegremente tentando amenizar o clima que ameaçava ficar pesado.

—Bom dia, querida —Cecília se levantou e veio me abraçar  —Nossa...mas já da pra perceber o volume e você está cada dia mais linda.

— Obrigada! — Depois olhei para o meu sogro—Como vai, Ale?

—Poderia estar melhor, não é, Marcia? —Mas depois sua expressão suavizou-se ao perguntar pelos bebês.

Inês abraçava a mãe que apalpava todo seu corpo como se quisesse confirmar se ela estava realmente bem.

—Que idéia maluca foi essa, minha filha? Como pode sair do hospital contrariando as ordens do Carlos ? Arriscando sua saúde e quase me matando de susto?

—Eu estou bem, mãe. Não há motivos para se preocupar comigo.

—Está bem? E desde quando é formada em medicina?

—Mãe...eu precisava ver Marcy ou iria enlouquecer —Surpresa para todo mundo. Jamais esperei que Inês assumisse isso, assim na frente de todos.

—Ah, filha. Eu entendo você. Mesmo assim poderia...

—Poderia, mas não esperei, mãe. estou ótima —Cecília por fim, sorriu. Não iria adiantar discutir com ela.

Depois os dois poderosos se encararam. Fiquei com medo. Os dois eram turrões e atrevidos, mas como sempre, essa família me surpreendia. Alejandro abriu os braços e sorriu.

—Essa é minha filha -Como assim? —Alejandro estava feliz por Inês ter praticamente fugido do hospital sem saber se realmente tinha condições? Meu Deus... era tão louco quanto a filha.

—Seja bem vinda de volta. Sabia que ficaria tudo bem. Você é dura na queda.

—Obrigado, pai. Tenho muita coisa pra resolver por aqui. Não podia morrer agora- Os dois riram alto.

—E essa minha nora, heim? Andou descendo o braço por ai...—Inês puxou-me até eles, o braço sobre meu ombro.

—Colocou muita coisa em seu devido lugar. Embora tenha feito loucura, visto o estado em que se encontra.

—Tem uma mulher forte ao seu lado, Inês. Era disso que precisava. Ao mesmo tempo em que é forte, é meiga e doce. São pontos de equilíbrio. A doçura dela contra sua cavalice riram alto novamente.—Não tinha como não se apaixonar por essa família.

Sentamo-nos todos. Inês é claro, puxou-me para bem perto dela. Seu lado ciumenta gritava era notável ver que estava quase colando uma plaquinha não chegue perto da minha mulher,obrigada e de nada

—Pai, é claro que já sabe sobre Camila
e Gabriela—Camila ficou vermelha. Ela não era tão topetuda com Alejandro quanto era com Inês.

—Sim... Gabriela conversou comigo. Por que? Você desaprova?

—De forma alguma. Só acho que elas devem... sei lá... se querem mesmo ficar juntas, Gabriela tem condições de começar a formar uma família.

—Mas não é muito cedo pra isso?

—Claro que não. Eu já tinha notado isso há tempos. Desde quando eu trouxe Camila para junto da nossa família — Camila abriu a boca, encarando Inês.

—E por que nunca disse nada?

—Era eu quem teria que dizer?

—Bem...vamos chamar a Gabriela e conversar com ela.

— Hoje não. Não pode ser assim, na correria. Daqui há pouco irei com marcy até a clínica. Quero como ela e os bebês estão.

— Diana também vai?—Dessa vez Inês franziu o cenho, sem entender o por que da pergunta.

—Por que ela deveria ir?

-Bem, ela está meio que... se envolvendo com a doutora Natacha .

—Era só o que me faltava...

— Ela também parece bem interessada em Diana. Eu as vi juntas saindo de um cinema.

— Por isso que essa maluca fez o que fez. Ao invés de Diana ficar vigiando-a, ficava de namorico por ai.

—Eu não preciso de cão de guarda, Inês.

— Ah, não?— Ela me encarou, desafiadora. Eu a encarei de volta, fazendo Alejandro cair na risada.

—Adoro esse jeito de vocês duas.

—Pai, não dê corda. Já está difícil cortar as asinhas dela.

—Poderia ter cortado, impedindo-me de continuar tomando conta dos seguranças —seu olhar fechou-se em fenda, ainda me encarando.

Sabia que minha esposa amava me ter em suas mãos controlar cada passo meu,mais é muito bom desafiar Inês da luz Montenegro

—Você fez isso, Inês ? —ela continuou me encarando e só depois de um longo tempo, suspirou.

—Devo admitir que ela fez um bom trabalho, pai. Não havia por que mudar.

—Impressionante -passamos o resto da manhã conversando.— Depois almoçamos juntos. Camila parecia bem entusiasmada com a possibilidade de se casar com Gabriela. Falava sem parar.

—Aliás, Camila... quando eu voltar quero te entregar uma coisa. Um presente —Os olhos dela brilharem.

—Presente? Pra mim?

—Sim, por que não? Você merece —Inês falava despreocupadamente brincando com o garfo. E quando me encarou eu senti meu coração disparar. Sempre acontecia isso quando me olhava com tanta intensidade —E o seu presente também, Marcy.

—Meu? O que é?

—Eu sabia que iria perguntar. É surpresa — Olhei pra Camila e ela também parecia confusa. O que poderia ser? Um presente assim, de repente, vindo do nada? Mas não estendi o assunto. Sabia que ela não me diria nada além disso.

—Camila, irá conosco à clinica?

—Não irei, Marcy. Sei como Inês está nervosa com isso. Acho que esse momento é de vocês.

—Ainda bem que o desconfiômetro está ligado hoje -Gargalhamos com as palavras de Inês.

(...)

Às treze e trinta meus sogros foram embora. Sai com Inês e fomos para a clínica.

— Está se sentindo bem?

—Perfeitamente, Inês. Não se preocupe —A porta do consultório se abriu e a morena deslumbrante apareceu.

—Olá... vamos entrar?- Inês esperou que eu entrasse e entrou logo em seguida.

—Como vai, senhora Montenegro ? Que susto deu em sua mulher, heim?

—Deus sabe como eu queria evitar qualquer coisa desse tipo...nada de perturbações— Natacha riu, compreensiva.

—Marcia é forte. Confesso que também fiquei apreensiva quando a vi desesperada por sua causa, mas logo em seguida ela reergueu-se. Parecia uma leoa —O sorriso de orgulho que Inês deu era melhor que qualquer presente ou declaração, sem duvida nenhuma— Vamos ao exame? Tem se sentido bem?

—Perfeitamente bem, Natacha. Acho que nunca estive tão bem —Ela pegou meu cartão de pré natal e fez algumas anotações logo após checar minha pressão. Depois fui até o banheiro vestir a camisola horrorosa.

—Deite-se ali, por favor —Inês me ajudou como uma verdadeira esposa atenciosa. Dessas comuns demais que se encontra por ai. Mani passou a mão pela minha perna, apertando com o polegar. Apertou também meus pés, tudo sob o olhar atento de Inês—nada de inchaço... maravilhoso. Está com quatro meses e meio, marcy. Sabe que já conseguimos ver o sexo dos bebês?— Falou enquanto apalpava minha barriga, sobre o pequeno volume.

—Não está muito pequena,nati?

—No começo é assim mesmo, Marcy. De uma hora pra outra irá crescer tanto que irá se assustar.então? Querem tentar ver o sexo ou preferem a surpresa? —Olhei para Inês que parecia lutar contra uma equação difícil. Sabia o quanto ela era ansiosa... assim como eu. Não conseguiria esperar.

—Você quer, Nê?

—Eu acho que preciso disso, Ma —nati riu e se afastou.

— Está com a bexiga bem cheia, Marcy ?

—Sim... é assim o dia inteiro.

—E a tendência é só piorar. Então vamos ao ultra-som —Natacha pegou os aparelhos e o mesmo gel que usa sempre. Jogou sobre minha barriga e em seguida ligou o monitor e o aparelho —Tente acompanhar o que irei mostrar, senhora Montenegro. É meio complicado por ainda serem novinhos, mas com sorte conseguirá ver —Instintivamente levei minha mão até Inês e segurei-a. Ela me olhou com extrema ternura ao ouvirmos o coração de um dos bebês.

— Nossa... é assim mesmo, Nati? Tão rápido?

—É exatamente assim, Marcy. Esse tem saúde de ferro... —Esperou um pouco e em seguida encontrou o outro bebê— Os dois estão ótimos. Agora vamos tentar ver o sexo —apertei a mão de Inês, os olhos fixos no monitor — Hum... veja bem. Estão se formando em placentas diferentes e não dividem o saco amniótico. Ou seja, não serão gêmeos idênticos. Então poderemos ter duas garotinhas, dois garotinhos ou um casal —Mordi meus lábios e olhei para Inês. Ela sorria. E eu ri também ao ver claramente um dos bebês se mexendo —Esse é bem espoleta... olha como se mexe.

—Por que eu não sinto? Já ouvi falar de pessoas com menos tempo de gravidez que sentia os movimentos.

— Talvez você ainda não saiba reconhecer esses movimentos, mas os movimentos são muito sutis nessa fase. E você como a mulher ativa que é... acaba não percebendo. E mesmo assim, corpo e sensibilidade variam muito de pessoa pra pessoa. Não fique se comparando com outras grávidas. Logo irá sentir.

—Entendi- Inês permanecia muda, atenta a tudo o que Mani dizia.

—Esse bebezinho está feliz, heim? —natii riu —Olhem só aqui...—Olhei a seta que piscava no monitor. Confesso que não entendia nada. Pra mim, parecia um garoto. Olhei para Inês que também não deveria estar entendendo grande coisa. Seu cenho estava franzido, olhando atentamente—Como eu já disse... são leigos. Eu vejo perfeitamente o sexo. Posso dizer?

—Claro! —Falamos juntas.

—É Uma garotinha — Inês riu largo apertando minha mão

— Só poderia ser... puxou a mãe. Minha princesa... —Meu coração batia absurdamente alto, pelo menos eu imaginava que sim. A felicidade em saber que ali estava uma garotinha saudável era imensa. E melhor ainda...ver como Inês ficou emocionada. Era visível sua satisfação por saber que teríamos uma garotinha.

—Perfeita... realmente a senhora Montenegro tem razão. Deve ter puxado a mãe. Não pára quieta.

—Puxou as duas. A mommy também não fica atrás —nati riu e continuou observando.

—Esse está tão quietinho. Parece que está dormindo. Vou continuar tentando, quem sabe ele se mexe —Inês acariciou minha mão com o polegar e desviei meu olhar para ela. Fui presenteada com um daqueles sorrisos que me tiravam o fôlego

—Opa... está começando a se mexer... —Vi claramente o bebê se mexer... queria tanto sentir, mas eu apenas via —Ah... olha aqui. Esse está bem perceptível, pelo menos pra mim. Vejam se conseguem descobrir o que é —Eu continuei olhando. Puff... nada. Não conseguia distinguir nada, embora ela tivesse colocado o cursor sobre o sexo dele. Fiquei surpresa ao ouvir Inês arfar e sorrir mais uma vez.

— É um garotão... - Natacha sorriu.

—Isso ai... um garotão. Parabéns! Terão um casal -inevitavelmente, chorei.

Não quero dizer que eu tinha alguma preferência sobre o sexo dos bebês, mas um casal seria perfeito pra nós duas e fomos agraciadas com isso. Inês baixou lentamente a cabeça e tocou meus lábios com os seus.
Depois passou a mão em meu rosto, afastando alguns fios de cabelo.

—Feliz? — Ousei perguntar. Natacha já tinha passado um lenço umedecido em minha barriga e se afastado.

—Muito. Não pelo sexo... por saber que estão bem, saudáveis, mas eu deveria imaginar que você me faria uma surpresa assim —Continuou acariciando meu rosto.

—Amo você, Inês... e não precisa responder —ela riu e me beijou novamente.

—Eu amo você. Já me fez admitir isso... agora é tarde — Sorri, feliz demais para tentar dizer qualquer coisa.

Inês ajudou-me a levantar. Troquei a roupa e sentei-me em frente a Mani.

—Como anda a alimentação, marcy?

—Er...boa.

—Boa? É isso que tem a me dizer? —Olhei para Inês que me olhou cinicamente.

—Eu avisei.— Inês fala

—marcy , por favor... alimente-se —nati fala —Você está carregando dois dentro de você,corretamente com a dieta que passei. Tem dois bebês ai. Não é brincadeira não.... e não se esqueça de tomar muito leite —Fiz uma careta. Odiava leite —Não adianta fazer essa cara. É essencial pra você —Depois de fazer todas as anotações e marcar meu retorno, natacha se despediu de nós duas.

Saímos de mãos dadas e vi, com satisfação, as pessoas se virarem para nos olhar. Tive que admitir que formávamos um casal bonito.

― Agora vamos ao seu presente.

—Estou curiosa, Nê. Por que presente? Nem é meu aniversário...

—E precisa ser aniversário para presentear minha esposa? Além do mais ...esse é seu presente de casamento.

—Nenhuma dica? —Ela riu.

—Não! — O jeito era esperar. Conhecia Inês muito bem e sabia quando não adiantava usar táticas para fazê-la falar. Ela pegou minha mão sobre meu colo e levou-a aos lábios —Um casal... nossos bebês.

—Lindo, não é? Juro que não esperava por isso.

— Eu também não. Como já te falei...eu nunca me importei com o sexo, mas confesso um casal. que será muito interessante ter

—Estou louca pra ver a carinha deles.

—Você viu minha princesa? É tão maluquinha quanto você. Vai dar trabalho, mas o garotão é tranquilo... feito a Mommy — Não consegui segurar a alta risada. Na verdade gargalhei com a cara de pau dela —Posso saber o motivo dessa risada?

—Você? Tranquila? É a piada do século, Montenegro.

—Eu não acho. Sou bem mais tranquila que você, Marcy. E meu garotão puxou isso de mim, aposto —Continuei rindo da falsidade dela.

Agora eu via claramente...estávamos indo em direção à minha antiga casa. Onde pensei que fosse feliz ao lado do meu pai e do meu irmão. Minhas mãos suavam tanto que passei-a pelo meu vestido. Entretanto ela parou em frente a uma casa completamente diferente. Quer dizer...o estilo e o lugar onde estava localizada eram os mesmos... mas ela estava diferente. Poderia realmente ser chamada de uma mansão agora. Não que antes fosse uma coisa caindo aos pedaços, mas estava precisando de alguns reparos.

—Inês...

—O que foi? —Ela falou fingindo inocência enquanto estacionava o carro e descia para abrir a porta pra mim.

—Eu não acredito.

—Não acredita em que?—Ela perguntou abraçando-me por trás enquanto eu observava a fachada da casa.

— Você... esse é meu presente? A casa dos meus pais?

— A sua casa. Você sabe muito bem que tudo passou para minhas mãos. Agora estou devolvendo a você. Sei que deve ter alguma recordação boa daqui.

— Sim, tenho.

—Pois bem. Ela está reformada e espero que esteja ao seu gosto. E como ela é sua... pode fazer o que bem entender com ela. Qualquer coisa —Dei um passo a frente, olhando tudo ao redor. Os jardins estavam imaculadamente arrumados, flores diversas já apareciam no gramado muito verde — Marcia ? —Virei-me para Inês que estendia a chave para mim.

Quando estendi minha mão para pegá-la, ines puxou-me para ela, abraçando minha cintura. Sua boca buscou a minha e foi imediatamente correspondida. Enlacei-a pelo pescoço e me coloquei na ponta dos pés. Inês ergueu-me um pouco do chão, acabando com minha dificuldade.

—Vamos lá... quero ver se vai gostar —Subi as escadas, com o coração batendo a mil. Destranquei a porta e meus olhos encheram-se de lágrimas ao ver a beleza de tudo. Do piso de mármore escuro até os

—moveis luxuosos... —Era tudo de extremo bom gosto —Foi você quem...

— Tive ajuda, é claro. Escolhi uma coisa ou outra, mas a maior parte não fui eu— Fui até meu antigo quarto e não pude conter meu choro. Estava tudo tão perfeito... como se ali vivesse uma família realmente feliz.

Virei-me de repente e abracei Inês.

—Obrigada, meu amor. Está tudo tão lindo.

— É tudo seu, princesa. De direito, mas ainda tem um outro presente... esse foi escolhido exclusivamente por mim— Arregalei meus olhos.

—Outro?

—Venha ver—Inês me puxou pela mão e saímos novamente para a entrada da casa.

Caminhamos até a garagem e deduzi o que seria. Minhas pernas fraquejaram. Inês acionou o portão que ergueu-se. Prendi a respiração ao ver a magnífica Ferrari vermelha reluzente.

—Meu Deus...

—Acho que está à sua altura —Ainda boquiaberta, dei a volta ao lado do carro, passando minha mão sobre ele.

—Inês... Deus... é lindo. Você... você é louca.

— Fiz de propósito. Assim os homens, como tolos que são, irão olhar para o carro e esquecer de você —Olhei pra ela e balancei a cabeça, sem acreditar no que falava, obviamente.

—Quantos quilos de blindagem tem aqui?

—Melhor não saber—Minha boca abriu-se ainda mais quando a porta do carro abriu para cima e pude ver seu interior luxuoso em vermelho e preto. Voltei para perto de Inês e abracei-a pela cintura.

—Obrigada, meu amor. Eu não mereço tudo isso.

—Merece...—ela falou com os lábios em meus cabelos —Merece muito mais. Olhe só...— Ergui meus olhos para ela, ainda abraçada a sua cintura. Suas mãos tocaram meu rosto —São apenas coisas materiais. Não é dessa forma que quero mostrar o que sinto por você.

—Você já me mostrou, Inês. De várias formas. Não só por ter dito que me ama, mas por ter confiado em mim, por ter voltado pra mim por pura preocupação.

—Eu sei, mas isso não é nem um décimo do que sinto. Marcia... se eu tiver que atravessar o mundo por você, eu farei. A distância será pouca se o destino for você -Meu corpo tremia ligeiramente e eu estava incapaz sequer de balbuciar.

—Te amo mais do que a mim mesma. —Coloquei minha vida em suas mãos, e seria ridículo negar isso.

— Ah... Cristo... não fale assim... você... acaba comigo —ela riu levemente antes de me beijar.

Entreguei-me ao beijo sem reservas. Inês nunca foi tão Poderosa como agora. Demonstrar seu amor, sua fragilidade e expressar tão bem em palavras. Não tinha medo ou vergonha de mostrar seu lado apaixonada. Essa sim, era a verdadeira mulher Poderosa.

"...E voar onde o longe é pouco Cruzar os muros do além E assim pousar na Terra E amar muito mais que poucos Pousar a vida em tuas mãos E assim cruzar a Terra..."(Djavan)

(...)













E a fic boa ?

Bom quando eu acabar essa eu farei uma adaptação da fic "amante" em breve. Até mais

Continue Reading

You'll Also Like

39.4K 3.7K 32
Priscila é a única filha mulher entre seis irmãos homens, mas tratada como menino por seu pai Michael que não aceita ter uma filha mulher. Fanfic GIP...
1M 60.3K 75
Grego é dono do morro do Vidigal que vê sua vida mudar quando conhece Manuela. Uma única noite faz tudo mudar. ⚠️Todos os créditos pela capa são da t...
1M 111K 57
Com ela eu caso, construo família, dispenso todas e morro casadão.
239K 8.3K 129
• ✨ɪᴍᴀɢɪɴᴇ ʀɪᴄʜᴀʀᴅ ʀíᴏꜱ✨ •