APOCALIPSE/ Drarry

By LucyAgatha06

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"Todas as lendas são reais", bem, eu, Harry gostoso Potter, a pouco tempo descobri que nem todas, mas em sua... More

Onde tudo terminou
O diabo veste prada
Olhos verdes cárceres do mundo
A porta da rua é serventia da casa
A verdade não liberta, da medo.
Catapimbas meu
Tríplice sanguínea
"Não há lugar mais seguro que Hogwarts"
Parem de gritar o inferno!
Quando foi que o Halloween virou isso?
Rosa me da nojo
Eu juro que vou te bloquear
Carpe diem
O segundo selo
Feliz dia do peru
Bônus 01: Weasleys
Daddy issues
Sequestrando o capeta filho
Se for pra fazer isso, vamos fazer direito
Feliz Ano Novo
O fim da tempestade
(Não) Pare de me provocar
Presente
Nightmares
Alone
Visita demoníaca
Omissões
Confiança
Artimanhas
Bônus 02: Doninha albina
Together
Dores, curas e a merda do caminho
Play with fire, parte 1
Play With Fire, parte 2
Romance e Tragédia
Apenas um Slytherclaw
Queimem as bruxas
Modern Family
A verdadeira história dos Marotos
Freedom and lies
Contos de Fadas
Bônus 3: Batatinha de saia Vs. Cupido Malvado
Dia mundial do Draco
Loop do tempo
Altered temperament
O inimigo dentro de nossas mentes
Quando uma porta não é uma porta
A figura de capuz
Bônus 4: Presente, passado e futuro
Peças de quebra cabeça
Where's the kid?
Welcome to my home
Baile de máscaras
Shut up, you're mine
Bônus 5: Pansmione
Break up
From hell to heaven
Maybe... It's true love
Eu prometi que sempre te pegaria
If the world was ending
Onde estão todos?
Scared batatinha?
O que mais se tem a temer é o medo
Bônus 6: Blon
A criação dos mundos
E se... o outro mundo
Recebendo a morte
Recomeços e afins
Onde tudo começou

Lar doce lar

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By LucyAgatha06

❤💚Continuação Harry Pov❤💚

A profecia do quarto selo arrepiou todos os pelos da minha pele, enviando descargas elétricas pela minha corrente sanguínea e despertando cada uma das minhas terminações nervosas. Eu posso não ter entendido muito bem os versos, mas sei que deve indicar merda.

Sempre da merda. 

As vezes eu acho que a vida poderia me avisar antes de me foder de novo e de novo. Pelo menos assim eu comprava o lubrificante né. 

- Possíveis interpretações? - Draco perguntou naquela pose de sério, cruzando os braços e tendo alguns raios de fogo contornando as suas veias. 

Nem parece aquela pessoa fofa que eu fiz dormir ontem.

- Fiz uma reunião com os membros do primeiro círculo que estavam sóbrios hoje mais cedo e achamos que é a cura de um demônio, isso de transformar a natureza de alguém lá de baixo em dócil - Pansy disse. 

- Pera, que? Isso é possível? Antes de tudo, o que é curar um demônio? - Perguntei meio perdido, já que Pans e Dray pareciam saber exatamente sobre esse assunto e eu não. 

Odeio quando as pessoas sabem das coisas e me deixam de fora. Ainda mais quando essa coisa assusta os meus amigos o suficiente para eles ficarem com essas caras de boi lambeu. 

- Hazz, eu disse nas nossas aulas de história que durante a Idade Média o mundo sabia da existência do sobrenatural e repudiava isso, se lembra? - Draco começou a me explicar, mesmo sua voz sendo distante e sem emoção. 

A alguns meses que eu venho tendo aulas de história com ele quando temos um tempo entre uma morte e outra. Portanto, quase nunca. 

- Sim, lembro. 

- Ótimo, mas o que eu não contei foi que nessa época alguns estudiosos ligados ao cristianismo criaram exorcismos reais, e essas coisas. E teve um cara que conseguiu fazer o que todos achavam impossível. 

- Ele curou um demônio com um ritual doido e desumano. - Pansy completou a fala do loiro. 

- Isso. Ele criou um ritual de purificação da alma que fazia toda a maldade sair do demônio. Curando sua essência e transformando o seu sangue de preto para vermelho. O que eles não entendiam é que um demônio não é exatamente mau por ter sangue preto, mesmo assim insistem até hoje em relacionar o sangue vermelho com a bondade, sendo que tem muitos seres humanos de sangue vermelho piores que a gente...

Nem ouvia mais a explicação do Draco, pois formulava minhas próprias percepções do tema de acordo com o que fui aprendendo sobre esse mundo sobrenatural. Sou bem observador.

- Mas isso não é meio impossível? Tipo, se for um demônio menor que antes era uma alma humana ruim, mas que acabou indo para o inferno e depois de tanta tortura ela virou corpóreo e com isso um demônio com sangue preto, faz até que sentido. Mas os que nem vocês não faz sentido algum, pois vocês já nasceram demônios e não tem uma alma teoricamente pura pra retornarem, muito menos um histórico de sangue vermelho correndo nas veias. Vocês infernais maiores são apenas vocês, e podem ser dóceis ou vorazes independente do sangue.

- Você deve estar tão orgulhoso Dray - Pansy fingiu secar uma lágrima e Draco revirou os olhos, mesmo que ele esteja realmente com um meio sorriso.

- Sim Hazz, você está realmente certo. Da pra curar um demônio oriundo de uma alma humana e que já tenha tido sangue vermelho, mas não um descendente de outro demônio que já nasceu com sangue preto, pois isso seria a morte para nós. Purificaria sim, mas logo em seguida morreríamos por nosso corpo imortal não ser adaptado a qualquer sangue que não seja o preto. 

Ok, até que isso faz sentido na minha cabeça. Duas classes de demônio, a superior morre se for curada. Beleza.

Draco é da superior...

- Mas então como a profecia fala "Mas dócil um dos grandes deve ficar?" - Perguntei sentindo o meu coração apertar e um pressentimento ruim sobre isso. 

O silêncio que se seguiu já foi resposta o suficiente. 

A gryffindor quer capturar um demônio de classe superior e "purifica-lo" até a morte. O que seria basicamente uma tortura, uma obra complicada e bárbara de fazer o demônio agonizar até finalmente deixar de existir... Não voltando para o inferno como uma alma a ser dilacerada, mas desaparecendo do nada indo para sabe se lá onde.

Puta que pariu. 

- Draco. O pesadelo - Minha cabeça girava e tudo fez minimamente sentido ao mesmo tempo que não. 

O resumo da minha brilhante vida.

- Você acha que o seu pesadelo era esse selo? Alguém curando um demônio? Uma visão do futuro? - Draco perguntou aflito. Em poucas vezes o vi assim. 

Apenas concordei com a cabeça sentindo ganas de me virar e vomitar ali mesmo, e duvido que seja só pela ressaca, pois essa situação toda me da vertigem.

O que falei foi o suficiente para o loiro sair do estande de tiros apressado, tendo Pansy correndo logo atrás. 

Passei as mãos pelos cabelos antes de respirar fundo e ir atrás deles correndo, tendo que me esforçar o dobro por ser o "humano" sem super velocidade dali. 

- Que merda está acontecendo? - Pans questionou enquanto Draco nos guiava corredor após corredor até uma sala que nunca havia entrado antes pois estava sempre trancada. 

- Draco acha que os pesadelos que eu venho tendo podem ser premunições. E em um deles vejo uma mulher loira de meia idade, mas bonita sendo torturada. Era como se sua pele pegasse fogo, sua alma fosse partida... - Falei no automático e sem fôlego, literalmente correndo pra seguir o Draco.

- QUE? CALMA DRACO, VOCÊ ACHA O QUE EU TO PENSANDO? - Pansy gritou, mas o loiro nem deu ouvidos. 

Adentramos a sala, e a primeira vista ela parecia vazia e mal iluminada. Draco se virou pra mim com uma cara que era um misto de culpa, preocupação e raiva.

- Dray, o que estamos fazendo aqui? - Perguntei com a voz falhada, segurando pra parecer forte e não assustado como estava me sentindo. 

Apavorado na verdade, pois minha mente era um misto dos meus sentimentos, do príncipe do Inferno, e da híbrida. E eles estavam nervosos, me deixando quase que agonizante devido a pressão disso em mim por causa dos meus poderes. 

- Eu não tinha sacado antes. Mas essa descrição, todo isso de ser um demônio maior... O que é maior do que a mãe de todos os demônios? 

Draco me abraçou e eu continuei sem entender nada, mas isso parecia muito uma despedida. Por que parecia uma despedida? 

Eu não gosto de despedidas... 

- Draco acha que vão tentar curar a mãe dele, Lilith e por isso vai voltar para o inferno - Pansy completou meio amuada. Ela também estava tensa e preocupada. 

- Quê? Como assim? Draco, me diz que é mentira. Você falou que o tempo funciona diferente lá, quase que imprevisível e inexistente. Dias aqui na Terra são meras horas aleatórias lá no Inferno... E a gente não sabe como funciona os meus pesadelos, se eles sempre vão se concretizar ou podemos impedir. E se estivermos errados? E se o Demônio maior for você, e não sua mãe?

Tive que me segurar para não completar: "Eu não quero te perder".

Meu coração estava acelerado, e eu só conseguia abraça-lo, ansiando que tudo isso fosse uma brincadeira de mal gosto e que pudéssemos voltar para ontem a noite. 

Estava sendo difícil segurar as lágrimas mesmo eu não entendendo o porquê de estar sofrendo tanto. Nos conhecemos a pouco tempo, nunca nem dormimos juntos...

Mas essa é a questão. E se algo acontecer e a gente não tiver a "eternidade" pra experimentar tudo isso? Ou pelo menos a possibilidade... Eu sou paranoico, mas vocês não podem me culpar.

Além disso, eu e Draco podemos não ser muita coisa ainda, mas ele foi o meu porto seguro quando descobri tudo isso de sobrenatural. Mesmo agora, a cada descoberta ele se mostra ao meu lado, indo além do possível lance entre a gente, para ser a pessoa que acredita em mim e me faz acreditar em mim mesmo. 

- Eu prometo tentar ser o mais rápido possível lá, e isso pode significar algumas semanas aqui, mas nada além, eu prometo. E eu sou quase um príncipe do Inferno, não vão conseguir me pegar, sei me proteger. E lá é o meu futuro reino... o conheço bem - Draco me pegou pelo queixo e me beijou, e eu retribui como se fosse a última vez. 

Seus lábios... eram perfeitos nos meus. Eu não tinha reparado isso antes, mas eles são.

Não sou egoísta, sei que ele precisa tentar salvar a mãe, e assim toda a humanidade se há essa possibilidade. Talvez seja verdade, talvez não. Mas a vida é imprevisível, e ele vai fazer o que pode pra mudar o futuro... por todos nós.

Além do fato que Draco quer a meses firmar um plano de contenção onde contamos com a ajuda do inferno caso aqui em cima de muito errado. Ele pode fazer isso agora que vai lá. 

Mas o meu medo é que, se ele demorar de mais lá, eu posso literalmente envelhecer aqui em cima sozinho. Vivendo ao mesmo tempo, mas separados pelo tempo por causa da diferença entre nossos mundos... isso é trágico de mais. Eu não sei se aguento, não agora que as coisas começaram a ficarem boas... 

O beijo era mais desengonçado e apressado do que os que já demos, como se quiséssemos viver cinquenta anos em cinco. E tenho certeza que as minhas lágrimas se misturavam ao nosso ósculo, deixando tudo mais molhado; mas eu não ousava soltar... eu não queria. 

Tivemos que parar de nos beijar, e Draco colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha antes de se virar para a Pansy, que até agora estava olhando pro nada, fingindo não estar segurando vela.

- Cuida da máfia e de todos aqui em cima. O primeiro ciclo está no comando, votem qualquer decisão que for necessária. Em poucas semanas eu espero voltar, e vamos torcer para que eu esteja errado. Mas se não for minha mãe o demônio, nem eu...

- Pode deixar que vamos achar quem é e proteger para impedir o apocalipse. Assim que assegurar que sua mãe está bem, e estabelecer os laços diplomáticos com o seu pai por causa dessa confusão toda; volte pra cá pois precisamos de você amigo - Pansy disse antes de abraça-lo - Não entre em confusões seu puto. Você sabe que nem todos gostam da sua vacância lá em baixo. 

- Pode deixar - Draco deu um sorriso sem graça e se virou pra mim - E batatinha, se puder ficar na cobertura pra fazer companhia a Dora e a Luna, além de cuidar de tudo... 

- Como se eu fosse sair de lá - Foi tudo que conseguir dizer pois minha respiração estava estranha. 

- Além disso, fique sempre com o seu arco e flecha, por experiência própria sei que você é bom nele. Mas quando for em algum lugar que não puder leva-lo, nunca ande desarmado, por favor... 

Me obriguei a concordar com a cabeça.

Draco olhou para nós antes de ir até o meio da sala. Ele se virou uma última vez como se fosse falar algo para mim, mas as palavras morreram em sua garganta.

Ainda não era a hora certa, a nossa hora... ainda vamos ter mais tempo pra isso. Temos que ter.

Fiquei me questionando que merda ele estava fazendo ali parado, mas no momento seguinte Pansy me puxou para trás, e ainda bem, pois metade do piso da sala simplesmente desapareceu dando lugar a um buraco gigantesco de onde saía um fogo vorás e intenso. 

As chamas engoliram Draco como se não fosse nada, ele me olhou nos olhos e sorriu. 

E no minuto seguinte o chão estava normal, e ele não estava mais ali. 



💚❤💚❤Draco Pov💚❤💚❤

Inferno. 

O que vem a mente dos meus queridos e mundanos leitores quando pensam no futuro lar? 

Eu penso em tédio e conflitos. Todo momento é sangue, gritaria, o céu vermelho sem estrelas ou qualquer indício da passagem do tempo, pessoas chatas me dizendo o que eu devo fazer por ser quem sou...

Eu sei que pode ter parecido meio dramático a nossa despedida... mas mudar de mundo sempre é complicado. Há as questões do transporte (você não pode pegar um tobogã e ir pro inferno, ou você morre, ou abre um portal), a passagem de tempo dessincronizada, e os perigos...

Por isso Luana só me visitou uma vez em cinco anos. Mesmo assim foi imprudência dela. 

É literalmente ir outro mundo. Tudo sempre é meio imprevisível, e eu não queria alarmar a minha batatinha... mas Harry sente nossas emoções e sensações quando elas estão tão a flor da pele, mentir pra ele falando que estava tudo tranquilo seria inútil.

E meu último pensamento antes de ser engolido pelas familiares e acolhedoras chamas do inferno foi que ele ficasse seguro. Harry vai para a missão daquele encontro com o James sozinho semana que vem... Pois eu ainda estarei aqui, provavelmente.

Agora mesmo, conversando com vocês enquanto meus pés se fixam no chão arenoso e enxuto do meu reino, sei que já deve ter passado vários muitos (no mínimo) lá em cima, tornando a minha decisão de vir, ainda mais dolorosa para mim. 

Aqui no inferno o tempo urge e não segue os padrões cronológicos que os humanos estão acostumados. É como se aqui não existisse o tempo, horas, dias, anos... pois isso daria esperanças para os torturados. E bem, não é para isso que serve esse lugar. Eles tem a eternidade para agonizar e pagarem pelos seus pecados...

Mas chega de pensar sobre o tempo pois isso gasta tempo, o que eu certamente não tenho. 

Caminhei elegantemente pela areia, vendo-a encrustar o meu sapato caro. Odeio o limbo pois uma névoa expeça sempre inibi a minha visão. Mas para se chegar nos círculos mais profundos, tenho que passar por ele. 

São nove círculos ao todo, cada uma das sete grandes casas comanda um deles, sendo que o primeiro e o último são de domínio público. O limbo é o portão de chegada, e o nono círculo chamamos de: Ministério. É onde os príncipes e meu pai se encontram pra comandar os seus distintos círculos (o lugar mais bonito e luxuoso dessa joça, porque o resto é pura ruína). 

Nova York da de 10 a 0 pra paisagem que vejo a minha volta. 

Fui passando de círculo em círculo, ignorando as almas que caiam aos meus pés e imploravam misericórdia. Ignorei seus gritos tão estridentes que dilacerariam a mente de qualquer humano, ignorei a tudo e tentei ir o mais rápido para o oitavo círculo.

Minha casa. 

Não encontrei nada de interessante no caminho. E a cada passo meu coração batia mais rápido e a ansiedade me corroía por dentro fazendo sinfonia a minha preocupação. 

Minha mãe é o meu mundo, meu tudo... ela tem que estar bem. 

Ainda estava no meio do quarto círculo quando tive que desviar as presas de uma faca que foi jogada contra a minha cabeça. 

- O filho pródigo retorna ao lar. O que faz aqui chaminha? - Lucy, uma prima minha filha de Mammon, o príncipe, arremessou o objeto que agora está na minha mão.

- Estou indo pra casa - Declarei arremessando a faca de novo com maestria, a qual a garota baixinha e de pele escura pegou pela parte do corte, fazendo sangue preto escorrer pela sua mão logo antes da ferida cicatrizar e dela guardar o objeto no bolso. 

- Não tem ninguém lá - Lucy disse com diversão. 

- Onde estão? - Só me bastava essa, ter que procurar minha família vai me tirar tempo. 

O que custa eles ficarem em casa? Oxe. 

- O grandioso Lúcifer está reunido no ministério com os outros príncipes em uma reunião fechada a algum tempo. Não vejo sua mãe desde a sua partida, e Luana você já deve até saber - Lucy fez uma cara de safada e eu tive que respirar fundo. 

Odeio quando Lu vai para Azkaban, uma parte remota do sexto ciclo onde demônios costumam aproveitar a eternidade de maneiras nada sadias em vez de trabalharem. 

Você vai ter sorte se ver só bebidas e sexo lá, muita sorte...

- Valeu Lucy - Disse já adiantando o passo, desejando ter minhas assas. Seria bem mais fácil e rápido voar. 

Se minha mãe está desaparecida a algum tempo, minha irmã é a minha melhor chance de acha-la, ainda mais que meu pai está no ministério em uma reunião fechada até mesmo para mim. Além do fato de eu ter que conferir se minha irmã está realmente bem, pois ela também é um demônio maior. 

- A dispor chefinho.

Algum tempo de caminhada depois, consegui chegar em Azkaban. Aqui o céu é um vermelho mais escuro com relâmpagos cortando as nuvens e fazendo tudo ser menos nítido. De longe ouvi a música alta, a euforia dos demônios, gemidos, gritos e o caralho a quatro. 

Se fosse a algum tempo atrás, eu provavelmente estaria aqui também. Curtindo pra me esquecer que logo mais todo o inferno seria minha obrigação, curtindo como se não houvesse amanhã, pois pela inexistência de tempo, realmente não tinha. 

Mesmo assim as obrigações me perseguiam. A pressão sobre mim... tive que sair daqui, e não me arrependo. 

Fui até o pub mais chique e arrombei a porta sem hesitar. Alguns demônios me olharam, mas a maioria estava bêbado de mais pra sequer me notar. 

- Ah não porra. Vai se foder! Se você está aqui é porque tem merda acontecendo, mas eu não quero saber. FODA-SE. Estou muito feliz vivendo minha vida aqui Dray - Minha irmã que estava em cima do palco disse pelo microfone e me deu dedo do meio antes de voltar a cantar.

Ela com certeza estava bêbada, e apenas para acompanhar, peguei uma bebida no balcão e voltei a encara-la, enquanto a loira cantando descompassada uma música aleatória. Isso até que ela perdeu a melodia, bufou desistente e veio batendo o pé em minha direção. 

Luana estava linda, um vestido tipo as túnicas da Grécia antiga, mas customizada para brilhar como as estrelas. O cabelo loiro em um coque despojado, e um salto altíssimo que não entendo como ela pode ainda estar usando mesmo alta de bebida. 

- Fala logo seu chato - Ela fazia um biquinho adorável. 

- Quarto selo do apocalipse é curar um demônio maior. Vim ver se você e a mamãe estão bem - Disse sincero. 

- Ok, hora da cura acelerada pois essa merda de assunto parece sério - Minha irmã fechou os olhos, com certeza ativando o poder de cura que temos para que a sobriedade volte, nem que seja até as próximas bebidas que ela virar fizerem efeito. 

Depois de um tempo, ela perguntou:

- E como tem certeza que vai ser um demônio feminino e não você, por exemplo?

- Harry anda tendo visões. 

Uma música alta começou a tocar no fundo, e o barman nem precisou ser chamado antes de trazer mais uma bebida para nós. 

- O seu batatinha? E por falar nisso, como vocês vão? Já comeu ele? - Luana perguntou, e eu fiz a bebida dela pegar fogo em resposta - Tá bom seu chato. Ta virando um velho ranzinza e casto, isso sim. Credo.

- Lu é sério, onde está a mamãe? - Estamos perdendo tempo. 

- Da última vez que voltei pra casa depois do Ação de Graças ela já não estava. Perguntei ao papai e ele disse que ela está bem e que ele sabe onde ela está. 

- Merda. E você nem pensou que talvez isso não fosse normal? 

- Que foi? Por acaso sou a mãe dela? - Só minha Lunática mesmo pra ser assim. 

- Lúcifer está no ministério. Não posso esperar a reunião acabar - Disse frustrado antes de brindar a minha desgraça e roubar a garrafa de bebida do balcão de uma vez, tomando um grande gole dela do seu bico. 

- Talvez tenha outro jeito, mas você não vai gostar - Minha irmã disse retocando o batom preto. 

- Fala logo pirralha. 

- Oráquilo - Lu disse e eu fiz uma careta. 

Oráquilo era um amigo meu a alguns anos. Ele é literalmente o fofoqueiro do inferno, sabe de tudo e mais um pouco, mas tivemos nossas desavenças a algumas eras. 

Ele virou um babaca, e eu gosto de matar babacas, e não de ser amigo deles.

- Me diga irmão, quão desesperado você está para impedir o quarto selo e voltar para o seu moreninho? - Luana perguntou zombando de mim.

Alguns minutos? sei lá quanto tempo depois, lá estava eu e minha irmã adentrando a cara de Oráquilo. 

Não vou gastar tempo descrevendo a arquitetura do lugar, usem sua criatividade. O tempo, urge baby.

Meu ex amigo é um demônio médio, bisneto de um dos príncipes, mas sem muitos poderes. Em compensação, Oráquilo sabe de tudo, ouve tudo e sempre tem uma carta na manga. 

- Draco, meu amigo! A que honra devo essa ilustre visita? - O sarcasmo dele me dava nos nervoso. 

- Eu posso atirar nele? - Sussurrei para a minha irmã que parecia se divertir com a situação. 

- Não em público. 

Exalei o ar que agora já incluía fumaça por causa do fogo que estava me queimando de dentro pra fora, antes de respirar fundo, fingir um sorriso e dizer: 

- Olá Oráquilo. Queremos saber de algo, pode nos ajudar? 

- Que dia vanglorioso. O grande Draco, filho de Lúcifer, vindo me pedir um favor. Ande velho amigo, sente-se, aceita algumas das minhas meninas pra se divertir? - O castanho disse apontando para o sofá onde jovens demônios sorriam para mim. 

Para elas deve ser uma honra uma noite com o filho do diabo, e por um segundo hesitei em recusar. Uma era até que bonita, e minha mente viajou pelo que poderíamos fazer... mas em um fleche de luz a noção voltou, e minha mente ficou mais clara. 

Não estou aqui para isso, estou sem tempo, e mesmo que eu e o Harry não tenhamos nada sério... não quero fazer isso. 

- Obrigado, mas não.

- Mas que ousadia, vem aqui na minha casa pedir um favor e ainda recusa um presente meu?! Dray, Dray, Dray... você devia ser mais grato - Oráquilo falou se levantando, e quase tive ganas de mata-lo lentamente. 

- Sabe o paradeiro de Lilith? - Minha voz era seca e exigente. 

- Um passarinho me contou que ela está em um novo romance - Oráquilo disse na maior graça, como se estivesse revelando o segredo do século. 

E talvez seja. 

- Com quem? - Luana perguntou, finalmente se interessando na conversa. 

- Não sei dizer, o pai de vocês abafou o caso, mas parece que as representações nas figuras do diabo com chifres está começando a fazer sentido. Também, não é de se esperar menos, Lilith é uma puta.

Quando ele disse isso minha ira chegou em níveis extraordinários. Em uma piscada de olho Oráquilo começou a pegar fogo. As chamas consumiam todo o patife fazendo os gritos dele ecoarem pela casa, e assim assustarem suas companhias que se retiraram as pressas. 

Ninguém mandou xingar minha mãe. 

Depois de um tempo cessei as chamas com um estalo de dedos, fazendo o corpo do demônio cair carbonizado no chão. Ele ainda está vivo, só com muitas queimaduras que vão demorar a cicatrizarem por ser o demônio bem inútil e fraco que é.

- Obrigado pela informação, amigo. Mas da próxima vez pense duas vezes antes de falar algo da minha família. 

Finalmente me virei para sair daquele lugar asqueroso, e olhei para Luana que pelo visto esteve esse tempo todo lixando as unhas despreocupada. 

- Já acabou? - Ela perguntou indiferente, antes de fazer a lixa desaparecer (ela tem esse poder de conjurar ou fazer coisas sumirem) e me seguir de volta para as ruas arenosas do Inferno. 

- Até a mamãe namorando e você ai fazendo cu doce com o Harry... - Minha irmã cantarolou. 

- Garota, você gosta tanto de falar da minha vida, mas e você? Pelo jeito a internet daqui está pegando muito bem, já que a Luna não sai do celular - Impliquei de volta, mas minha irmã nem se importou. 

- Mas e ai, pra onde vamos? - Ela pergunto. E eu até a entendo, andar se salto nessas ruas deve ser péssimo. 

- Para a reunião do ministério - Falei decidido. 

- O QUE? Papai vai te matar se você interromper uma reunião dele com os outros príncipes. Tem certeza que você quer morrer antes de foder Harry Potter?

Ela está completamente certa sobre o meu pai. Mas o que é um arranhão pra quem já está fodido?!

- Foda-se, eu preciso falar com ele, saber se mamãe está segura, e contar sobre isso de apocalipse. 

- A é, as vezes eu esqueço que o fim do mundo está chegando - Ela resmungou caindo em si.

- Quem dera eu poder esquecer - Disse logo antes de olhar para cima e avistar o ministério. Um gigantesco castelo em cima de uma montanha, com altas torres feitas de ferro retorcido bem no coração do inferno. No centro do nono círculo. 

- Quem chegar por último para mil conto pro outro? - Luana perguntou tirando o salto. 

E correr até que seria bom, lembrar a infância e poupar tempo. Tudo sempre gira em torno disso: falta de tempo. 

- Bora lunática - Disse disparando colina a cima. 

Luna corria com os saltos nas mãos, e quase tendo vantagem sobre mim por ser mais ágil. Mas no final dei um pique e cheguei primeiro. 

- Filho da puta - Xingou a loira sem ar logo antes de se virar e vomitar no canto. 

- Olha como fala da nossa mãe - Respondi também um pouco sem fôlego, e rindo aleatoriamente. 

Controlei o meu riso e usei do fogo para destravar a barreira mágica que selava a porta. Luana colocou o salto, e me seguiu enquanto adentrávamos o nobre castelo do Ministério. 

Por todos os recintos estarem vazios, deduzi que todos estavam na sala de reuniões, e bingo. 

Tinha esquecido como alguns dos príncipes são feios, curuzes. 

- Draco, Luana? O que fazem aqui? - Nosso pai perguntou se levantando da cabeceira da mesa abruptamente e com uma cara de furioso. 

- Como ousam interromper uma reunião oficial? - Azazel é um chato briguento mesmo. Ainda bem que o filho, Blaise, não puxou ele nessa cara de cu dele. 

- Eu interrompo o que eu quiser, querido. E é um assunto sério.

Eu mudei muito desde a última vez que os vi. Virei líder do meu próprio "reino" (slytherin), e aprendi como é o fardo de estar no poder. Não sou mais o jovem que eles conheciam, e acho que isso ficou claro na minha expressão, tom de voz e determinação, pois logo meu pai voltou a encostar a bengala em formato de cobra na cadeira, e se sentar no trono de caveiras dizendo: 

- Pois bem Draco, diga-nos o que aconteceu. 

E eu contei (omitindo alguns detalhes sórdidos e pessoais) tudo o que aconteceu na Terra. Tudo o que eles precisavam saber sobre o apocalipse, e como o mesmo pode destruir até mesmo o inferno. Isso os alarmou bastante, mas como um bando de medrosos, estavam se recusando a me darem acesso ao acervo do Inferno, e de oferecer alguns demônios para ajudar nessa guerra que se aproxima. 

Inúteis.  

No final minha mãe esta em Aruba. Isso mesmo, Lilith deu um tempo do meu pai, começou a namorar uma humana aleatória chamada Celeste, e está curtindo umas férias linda e bela no mundo humano. 

Mas está protegida, e isso que importa. Antes de ir ela cravou um selo de anti - localização para que ninguém que queira o seu mal tenha êxodo em lhe achar. 

Essa é minha mamis. 

- Porra, isso do apocalipse é sério. Por que vocês se recusam a me ajudar? - Comecei a me estressar. 

Já estávamos a algum tempo nisso e aqueles velhos sapos ranzinzas continuavam firmes na ideia de fazer cosplay de Suíça. 

Ser imparcial e não se envolver... Vai a merda. 

- Draco nossa ajuda custará muito de nós de cada casa dos círculos... não podemos fazer isso sem receber nada em troca - Meu pai disse formal como sempre. 

- O que vocês querem? - Por algum motivo saquei que vinha coisa ruim por ai. 

- Vamos fazer um acordo - Lúcifer falou antes de eu ter que tomar uma das decisões mais difíceis da minha vida. 

Mas é pela minha família de sonserinos loucos, e eu a protegerei como todos os inocentes que não merecem esse apocalipse. 

Pelo menos agora temos o apoio do Inferno. E se a hora chegar, estaremos preparados. 

Algum tempo indefinido depois, eu e Luana passamos em um portal rumo a Terra ainda selados em um silêncio devido ao peso que o contrato teria. 

Luana decidiu que é melhor e mais seguro ficar aqui em cima comigo (se bem que eu acho que uma certa Luna influenciou nessa decisão), então juntos deixamos as chamas nos envolver, enquanto eu pensava quanto tempo se passou no mundo mortal. 

Bem, logo vou descobrir. 


❣❣❣❣❣❣❣❣❣❣❣

Capítulo tenso e grande... espero que vocês não estejam tão magoados comigo. Ele até que ficou mais leve do que eu havia imaginado a prior. 

Recapitulando: 

Lilith está linda e bela curtindo umas férias com a crush, mas o que isso significa para a quebra do selo? Será que ela foi impedida no plano mortal enquanto Draquinho se aventurava pelo inferno? 

Como vocês acham que o Harry está? A reunião com o James? 

Qual é o acordo que o Draco fez? Esse capítulo está cheio de dicas sobre a verdade do porquê ele foi realmente para NY, e o futuro depende um pouco disso... 

Beijos meus anjinhos e diabinhos, até terça. 

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