— Sinceramente, Maya!- Joseph diz assim que entrou em casa com a esposa e a filha.- Ajudar um assassino? O mesmo garoto que mandou o seu irmão para o hospital?
— Eu já disse que não foi ele!
— Então quem foi?- ele a encarou.- Me diz.
— Rafe Cameron.
— Só pode estar de sacanagem.- Joseph balança a cabeça em negação e vai para seu quarto.
Maya respira fundo, querendo controlar a vontade de gritar com seu pai e encara Mary, que estava encostada em uma pilastra, perdida em seus pensamentos.
— Mãe?
— Sim?- balança a cabeça e a encarou.
— Você acredita em mim, né?
Mary respira fundo e vai até a filha, segurando suas mãos e olhando bem no fundo dos seus olhos.
— Como você tem tanta certeza de que foi o Rafe que atirou no seu irmão?
— A Sarah estava lá. Ela viu tudo.
Mary fechou os olhos e soltou o ar que prendia, abrindo-os novamente e colocando a mão no rosto da filha.
— Vai descansar. Amanhã vai ser a audiência.
Maya concordou e foi para seu quarto. JJ havia ficado n'O Castelo, e seu quarto nunca ficou tão vazio. Ela tomou um banho relaxante e depois se deitou na cama, fazendo carinho em Tequila.
Ela estava perdida em seus pensamentos até escutar duas batidas na porta.
— Pode entrar.
A porta se abre, revelando Marlee e Limão. Maya sorri e bate na cama, chamando a irmã para deitar junto com ela.
— É verdade que John B e Sarah estão vivos?
— E agora ele está preso.- suspirou e Tequila lambeu sua mão.
— Nossos pais estão brigando. A volta do John mexeu muito com nosso pai.
— Ele acredita mais nos outros do que na própria filha.- May bufou.
— Tenta entender o lado dele.- Mar encara a irmã mais velha.- Ward foi quem levou o Johnny para o hospital, e a família Cameron visitou o Johnny todo mês. Ele não quer acreditar que o filho de seu amigo atirou no filho dele.
— Mas eu sou filha dele, Mar.- Maya se senta na cama e aponta para si.- Ele deveria acreditar em mim, e não nos outros.
— É complicado. Muito complicado.- colocou o cabelo para trás.- Amanhã vai ter a audiência?
— Vai. Você vai?
— Vou com o Noah. John já tem advogado?
— Defensor público que trabalha para a polícia e que só vai foder com ele.- cruzou os braços emburrada.
— Já falou com a mamãe?
— Já falei, e ela disse que não vai defender o John B.- colocou as mãos no rosto.- Acho que no fundo no fundo, ela realmente acha que foi ele quem atirou no Johnny.
— Ela pelo menos vai na audiência?
— Não. Ela vai estar em Chapel Hill dando uma aula de direito a pedido dos donos da escola.
— Bem... Tenta descansar.- deu um beijo na cabeça da irmã.- Amanhã será um longo dia.
— Eu não consigo.- se virou para a irmã rapidamente.- Quer ir comigo no hospital?
— Agora?
— É, agora.
— Bem... Vamos então.
━──────≪✷≫──────━
As duas estavam no quarto de Johnny, o encarando. Maya estava meio aérea sentada no sofá enquanto Marlee estava sentada em uma poltrona ao lado do irmão, mexendo em seu cabelo.
— Maya... Maya!
A garota pisca os olhos voltando para a realidade e olha para a irmã, que estava chorando desesperada olhando para o irmão. Os aparelhos começam a apitar e ela se levanta do sofá rapidamente, correndo para o corredor.
— SOCORRO! UM MÉDICO!
Maya voltou para o quarto e Joseph aparece com três enfermeiros e um carrinho com medicamentos.
— O que aconteceu?- seu pai perguntou checando o filho.
— O-os aparelhos começaram a apitar do nada.- Marlee diz por conta do choro e Maya a abraça.- E-eu não sei o que aconteceu.
— Liguem para sua mãe.
May se segura para não chorar enquanto ligava para Mary. Ela precisava ser forte por sua irmã. Joseph e os enfermeiros começam a fazer exames e mexer nos aparelhos.
— Ei, o que estão fazendo?- Maya perguntou nervosa assim que um enfermeiro retirou o tubo da boca do irmão.- Ele precisa para respirar!
Joseph vai até as filhas e as abraça fortemente.
— Pai o que está acontecendo?
— Ele está bem.- olhou para as garotas com lágrimas nos olhos.- Ele está rejeitando os aparelhos porque está conseguindo respirar sozinho.
As duas se encaram e começam a chorar de alegria.
— E-ele vai acordar?- Maya perguntou esperançosa.
— Tudo indica que sim!
As irmãs abraçam o pai. Talvez esse pesadelo da família Montgomery finalmente acabe.
Algumas horas haviam se passado e Mary já estava com os filhos no hospital. A mulher já tinha chorado e agora os Montgomery estavam avisando para o resto da família que Johnny já estava respirando sozinho, sem a ajuda de aparelhos.
— Eu sei, não é o máximo?!- Maya diz para Jason ao telefone.- Tá bem... Eu falo, pode deixar. Te amo, avisa para o resto da família.- desligou o telefone e encarou a mãe.- Jay vem para casa amanhã de noite.
— Maravilha.- ela responde e volta a atenção ao telefone.- Melena!
— Sim, tio Rick, ele está respirando.- Marlee diz pela terceira vez.- Sim tia Jo, o papai tem certeza!
— Para de ser burro, Chris!- Joseph exclama indignado.- Estou vendo que a parte inteligente da família veio toda para mim.
— Sério tia Maggie? Isso é ótimo!- Maya exclama animada.- Vou falar com a vovó, beijos.- ela desligou a chamada e ligou para a avó.- Oi vovó, sou eu... Johnny já está respirando sozinho... Tá bem, também te amo.
Depois de um tempo, todos desligam o telefone e suspiram.
— Minhas irmãs estão vindo para cá.- Mary guardou o telefone no bolso da calça.
— Meus pais também.- Joseph informa.
— Olha que coisa engraçada, tia Jo e tio Rick também.
— Então vai ser uma reunião de família.- todos olham para Maya.- Porque a vovó também vem.
— Montgomery e Halliwell juntos?- Joseph encara a esposa.
— Isso não vai prestar.
━──────≪✷≫──────━
Era o dia da audiência, e Maya estava com Sarah e Kiara sentadas em uma fileira na frente de Pope e JJ. O tribunal estava cheio, e noventa e oito por cento eram pessoas ricas querendo a prisão de John B. Marlee e Noah estavam sentados ao lado dos meninos, já que tinham chegado um pouco atrasados.
— John Booker Routledge.- começa a juíza, batendo o martelo.- Como o senhor não tem advogado, o governo de Kildare disponibilizou um para você.- John concordou.- Sem mais delongas, vamos começar o julgamento...
— Eu me proponho como defensora do réu.
Uma voz é escutada e todos olham para trás, e os Pogues sorriram ao ver Mary de pé, com os dedos entrelaçados em frente do corpo. Burburinhos preenchem o tribunal, fazendo a juíza bater o martelo.
— Mary?- Ward a encara surpreso e a mulher continua encarando a juíza.
— Ordem no tribunal!- bateu novamente o martelo e o falatório diminui.- Quem é a senhora?
— Advogada Mary Piper Halliwell Montgomery, estou aqui para defender John B.
— John B, você concorda em trocar de advogado?
John olha para os Pogues, que balançavam a cabeça em afirmação com um sorriso no rosto. Ele leva o olhar para Mary, que encarava com um pequeno sorriso, quase imperceptível.
— Sim.
Maya, Kiara e Sarah se abraçam felizes, JJ e Pope fazem um toque de mão animados. Mary caminha calmamente até John, sem se importar com os olhares fulminantes que recebia.
— Ele é todo seu.- a antiga advogada diz saindo.
Mary vai até o garoto e segura as suas mãos, encarando no fundo dos seus olhos.
— John, eu preciso que me diga a verdade.- ele concordou com a cabeça.- Foi você quem matou a xerife e deixou o meu filho em coma?
— Não, Mary.- a olhou com sinceridade.- Nunca.
Mary fechou os olhos e respirou fundo, abraçando o Rutledge.
— Obrigada.- disse ainda o abraçando.- Era isso que eu precisava ouvir.- ela tocou em seu rosto e os dois encaram a juíza.- Pode prosseguir, Meritíssima.
— De acordo com à seção 14 do estatuto da Carolina do Norte, você será acusado de quase homicídio e de homicídio doloso com circunstâncias agravantes.- encarou John.- Se condenado, a sentença máxima é a pena de morte.- bateu o martelo.
As pessoas começam a conversar, e Mary segura a mão de John, o reconfortando.
— Excelência, ele é menor!- Maya se levantou.
— Ele só tem dezessete anos!- JJ gritou.
— Ordem no tribunal!- bateu novamente o martelo.
— Está de sacanagem?
— JJ, para.- Pope e Kiara o seguraram.
— John B, a gente vai dar um jeito.- JJ gritou, sendo parado por Pope, Kiara e Noah.
— John B!- Sarah começou a andar até ele, sendo parada por um policial.- John B!
— Sarah!- as irmãs Montgomery foram até ela.- Não encosta nela!- Maya gritou com um policial.
— Vem, Sarah.- Marlee a segura.
— Vamos sair daqui.- Maya diz levando a garota para fora junto com a irmã.
Mary encara John e o segura.
— Você vai sair dessa, está bem?- ele concorda e um policial o leva.
No lado de fora, os Pogues esperavam Mary sair, já que ela estava conversando com a juíza.
— Ainda bem que a justiça foi feita.- uma mulher diz.
— Isso é uma piada? Por acaso a gente está no inferno?- Kiara perguntou descendo as escadas.
— Eu não devia ter voltado.- Sarah desabafou.
— Vão matar ele, gente.- JJ falou.- Eu sei.
— O John não vai morrer, tá legal?- May o encara.
— Sinto muito pelo o que você e a sua família passaram.- eles se viram e encontram um homem falando para Ward.- Que bom que o sistema funciona.
— Dá para você calar a boca?!- Kiara se exalta.- É claro que você acha que o sistema funciona, porque ele foi feito para proteger pessoas como você.
— Ele vai ter o julgamento dele, e o júri vai decidir.
— Ele nem deveria ser julgado!- Maya se intrometeu.- Você sim.- apontou para Ward, que se virou para ela.- Porque você e o seu filho são assassinos! É muita ousadia sua você aparecer aqui.
— Eu sei que você está chateada. Eu entendo que esteja, está bom?- se aproximou dela com Rose.
— Chateada?
— Eu sei que ele te enganou, e enganou todos vocês.
— Você que enganou todos!
Maya iria avançar em Ward mas todos a seguram.
— Soltem a minha filha!- Mary se aproximou.
— Garota, vê se me respeita!
— Respeitar?- Mary e Maya repetem incrédulas.- Por causa do psicopata do seu filho, o MEU está no hospital.- Mary gritou, colocando a mão no peito.- Por sua causa, o John B está em uma cela. Por causa da sua família, a minha filha, a sua e os amigos estão sofrendo.- Mary apontou para os Pogues.
— Mary, você está me acusando e acusando a minha família por algo que não fizemos.
— Não, Ward. Eu estou acusando vocês por tudo o que fizeram.- apontou para eles.- E eu sei de várias coisas, incluindo mentiras feitas sobre juramento.- encarou Rose.
— Essa família é louca!- Ward se virou.
— LOUCO É VOCÊ SEU FILHO DA PUTA!- Maya foi avançar novamente mas JJ a pega no colo.
— Segura a coleira do seu cachorro!- JJ falou para Shoupe, enquanto apontava para o Cameron.
— Chega!
— Por que não investiga os Kooks dessa vez, hein?
— Você quer ser preso?- perguntou para JJ.- Vão embora!
— Isso é um absurdo.
— Vem.- Sarah puxou Maya.
— Não é atoa que a sua filha ficou sentada com a gente.- Kiara gritou.
Uma chuva de repórteres parecem e começam a tirar fotos e fazer gravações.
— Senhora Montgomery, é verdade que está defendendo o cara que deixou o seu filho em coma?
— Eu estou defendendo um menor de idade inocente. O responsável por deixar o meu filho em coma está solto por aí, mas logo será preso.- passou pelos repórteres.- Sem mais perguntas.
Eles foram para um lugar mais afastados, onde estava o carro da mulher. Mary estava ligando o carro quando foi pega de surpresa pelos Pogues, que a abraçaram.
— Obrigada.- Sarah agradeceu com lágrimas nos olhos.
— Não tem de que, querida.- sorriu para ela.- Tenho que ir até a penitenciaria conversar com o John B, depois vou para Chapel Hill, está bem?- olhou para as filhas, que concordaram.- Maya, vai para onde?
— Vamos para casa do John.- Mary concordou.
— Marlee?
— Vou pra casa do Noah.
— Está bem.- colocou a bolsa dentro do carro.- Vejo vocês no jantar. Sarah, depois precisamos conversar sobre o depoimento.- ela concordou.
━──────≪✷≫──────━
A chuva caía fortemente, fazendo o cheiro de grama e terra molhada subir. Os Pogues estavam na varanda da casa de John B.
— Eu vou depor lá.- Sarah diz.- Sob juramento, eu estava lá! Eu só tenho que falar com a minha irmã agora.
— Sua irmã?- JJ pergunta incrédulo.
— Kiara, está com o celular?- ela lhe entregou.- A Wheezie é a outra pessoa que sabe onde o Rafe estava naquele dia.
— A Wheezie?- JJ perguntou novamente incrédulo.
— Eu não sei mais o que fazer. Eu meti a gente nessa, e eu vou fazer o possível para resolver.- entrou na casa.
— A Wheezie? Tá, vai dar certo.- JJ debochou.- Ela tem razão em uma coisa. A gente tem que agir.- tirou seu boné.- O nosso garoto está na corda bamba agora, tá bem? Ele está preso pelo inimigo agora e talvez até está com a execução marcada e a gente vai fazer nada?- perguntou com raiva.
— Então qual é o seu plano? A gente vai sequestrar o Shoupe?- Kiara se exaltou.
— Talvez. Essa não é a pior ideia.
— Ah não é?- Maya se levantou, encarando JJ.
— Não!
— Essa é a pior ideia que eu já ouvi na vida.- Pope se manifestou.
— É bem ruim.- Sarah diz de dentro da casa.
— Quer saber? Não se mete nisso.- JJ se virou para Sarah.
— Por que não, JJ? É o namorado dela!- Maya apontou para a amiga.
— Você também, Maya.- a garota deu uma risada indignada e se sentou, cruzando os braços.- Pope, a gente veio fazendo tudo do seu jeito, e não tá dando muito certo.
— Tá bom.- se levantou com raiva.- Qual é o seu plano? Vai invadir a cadeia e sair atirando?
— Olha, Pope.- falou com a voz mais calma.- Tudo que eu estou dizendo é que eles pegaram o nosso amigo. E a gente vai ficar aqui sem fazer nada? Não! A gente vai salvar ele. A gente vai fazer alguma coisa a respeito!
— JJ, a gente não vai invadir a cadeia. Isso não vai rolar.
— Tá legal, cara. Fica confortável aí sem fazer nada.- encarou Kiara.- Eu vou ver o que eu posso fazer. E eu vou fazer alguma coisa, nem que eu tenha que fazer sozinho.
— Vai lá Salvador da pátria.- Maya diz passando por ele, sem olhá-lo.
Ela abriu a porta e saiu da casa, sem se importar com a chuva e os amigos a chamando.
— Maya!
— O que você quer, JJ?- se virou para ele com raiva.- Agora eu posso me meter?
— Eu não quis di...
— Foi exatamente isso que você quis dizer!- tentou tirar o excesso de água do rosto, falhando miseravelmente.- A minha mãe vai resolver...
— Quem te garante, Maya?- cruzou os braços.- Me diz.
— Quer saber? Dá um tempo, JJ.- ficou de costas para ele.
— Maya...
— Só não faça merda.
Ela começa a andar.
— Mas que merda, Maya!- ela mostra o dedo do meio e continua andando.
Maya começa a andar até um táxi parar e a levar para casa. A chuva já tinha parado, e ela estava sentada no píer, olhando para a água.
— Tem lugar para mais um?
Ela olha para cima e vê seu irmão Jason a encarando com meio sorriso. Depois de balançar a cabeça em afirmação, Jason se senta ao lado da irmã e olha para o horizonte.
— Achei que chegaria à noite.
— Consegui ser liberado mais cedo.- ela balança a cabeça em afirmação.- Por que está aqui?
— Gosto de vir aqui pensar.
— E o que essa cabecinha genial está pensando?- empurrou seu ombro, arrancando um pequeno sorriso dela.
— Na vida.- respondeu depois de um tempo.- Em tudo o que a gente está passando. No Brady.
Jason trincou o maxilar de raiva.
— Maya...
— Semana passada foi a primeira vez em quase dois anos que eu dirigi. Eu estava nervosa, e quando eu olhava para o lado, a imagem do Brady morrendo voltavam com tudo.
Os dois ficaram um tempo em silêncio e ela deu um pequeno sorriso.
— Mas ao mesmo tempo, eu me senti bem. Me senti feliz. Porque eu estava com as pessoas certas, e uma em especial conseguiu me acalmar.
— Deixa eu adivinhar.- Jason a encarou com um sorriso.- É loiro?
— Talvez.- finalmente o encarou e seu sorriso sumiu.- E tem todo esse lance do John B.
Jason desviou o olhar e Maya suspirou.
— Eu sei que é difícil de acreditar, mas é a verdade. O John B não atirou no Johnny, foi o Rafe.
— Por que você cisma nisso? Tem testemunhas que viram o Routledge.
— Elas foram pagas, Jay.- segurou sua mão.- Você sabe muito bem o que o dinheiro pode fazer. A Sarah viu tudo. Acha mesmo que ela iria contra depor contra o irmão dela sem saber da verdade?
— A mamãe vai defender ele, não é?
— Sim.
— Papai não está nada feliz com isso. Ele afirma que o Cameron é inocente.
— Como você sabe?
— Antes de voltar para casa passei para ver o Johnny.- deu um pequeno sorriso para a irmã.- Ele parece estar bem. Com o Johnny acordando, ele pode falar quem que atirou nele. Não acha isso bom?
— Como se você se importasse com o que eu penso.- deu uma risada anasalada.
— Você é minha irmã caçula, é claro que me importo.- a abraçou de lado.
━──────≪✷≫──────━
Já estava de noite, e Maya estava em seu quarto ignorando a existência de todo mundo. Seu telefone não parava de apitar, e ela finalmente o pega para ver quem insistia nas mensagens.
— Não sei se eu te odeio ou se gosto de você.
Maya resmungou e guardou o telefone no bolso da calça. Descendo rapidamente as escadas, ela vai até onde ficam as chaves e respira fundo assim que pega a chave de seu carro. Maya corre para o veículo, coloca o cinto e o liga.
— E lá vamos nós.
Respirando fundo, ela tira o carro da garagem, batendo em uma lata de lixo do vizinho e começa a dirigir para socorrer JJ. Aumentando a velocidade, ela escuta barulhos de sirene de polícia e deduz ser o Maybank.
Maya pisa fundo no acelerador e depois para o carro em frente a ambulância.
— SAI DA MINHA FRENTE!- o homem que dirigia a ambulância pediu, fazendo gestos para ela tirar o carro.
Maya abriu a janela e o encara.
— Desculpa, moço.- ela pede com falso pesar.- Eu sinto muito mesmo. Eu estava levando o meu gato para o veterinário e...- olhou para o retrovisor e viu JJ correndo.- Tchau.
Maya deu um tchauzinho para ele e buzinou, dando uma volta pelo quarteirão. Ela destrancou o carro quando viu JJ correndo até ela, entrando logo em seguida no banco de trás.
— Vai!
Maya pisou no acelerador e começou a dirigir.
— Eu nem vou perguntar o que aconteceu.
— Eu tirei o cara errado da cadeia.- falou ofegante.- Foi mal.
— Por que você faz essas merdas o tempo todo?- perguntou cansada, e sem tirar os olhos da estrada.
— Eu vou acabar sendo preso mesmo.- deu de ombros.- Qual o problema?
— Não, JJ, você não vai ser preso.
— Está no meu DNA.- colocou o boné na cabeça.- Não tem como negar o óbvio.
O telefone de Maya começa a tocar.
— Pode ver quem é, por favor?
JJ pegou o telefone que estava no banco de trás e vê as mensagens.
— É a Marly.
— O que ela quer?
— Dirige para o hospital. Agora.
27/11/2021