Antes do Pôr do Sol • jjk + p...

By thatsadaydream

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Jeon Jungkook sempre gostou de ter controle sobre sua vida, nunca se permitindo sair de sua zona de conforto... More

[01] Alvorecer
[02] Eta Carinae
[03] Garoa
[04] Tempestade
[05] Incandescência
[06] Explosão
[07] Lua cheia
[08] Imersão
[09] Meia noite
[10] Florescer
[11] Tornado
[12] Estrela Cadente
[13] Lua Nova
[14] Relâmpago
[15] Cosmos
[16] Caos
[17] Folha de acanto
[18] Ardor
[19] Verão
[20] Euforia
[21] Poeira Cósmica
[22] Lua Crescente
[23] Rosas amarelas
[24] Busan
[26] Antes do Pôr do Sol
[27] Espinhos
[28] Perspectivas
[29] Castelo de Areia
[30] Controle
[31] Amor
[00] Era uma vez...
[00]² Personagens
[32] Silêncio

[25] Ruptura

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By thatsadaydream

Votem e comentem. E bom Halloween pra vocês! 

#MinhaEtaCarinae

📷

- É simples: é só mastigar, normal, sem crise.

Dong-yul nos fala, estendendo os cogumelos em nossa direção. Desvio meu olhar de um para o outro, hesitando.

Esperamos até quase meia noite para sairmos dos chalés, nos encontrando na parte norte do acampamento, como combinado. É engraçado porque apenas Yunho, Dakho, Changmin e Jisung da faculdade rival vieram (e estranhei o último ter topado, já que pensei que fosse ter receio de algo dar errado, como foi o caso de Namjoon e Soojin, que não vieram).

Porém, Jisung parece bastante relaxado, olhando para os cogumelos na mão de Dong-yul e tenho certeza que ele já fez isso antes. Sua pose descontraída, com suas mãos apoiadas na grama, ao lado de seu quadril, apenas me fazem ter essa certeza.

Eu não imaginava que estaria nessa situação: sentado na grama, com todos esses caras ao meu redor, prestes a tomar cogumelo.

- E o que acontece?

Claro que essa pergunta vem de mim, porque realmente não faço ideia da brisa de se comer cogumelo. Dong-yul levanta a sobrancelha e responde:

- Acontece que você vai ver gnomos nessa floresta, Jungkook. Confia que vale a pena.

- Você quer?

A voz sussurrada de Jimin ao meu lado me faz sentir um arrepio em meu corpo e viro meu rosto para o seu, encontrando sua expressão calma.

É difícil não pensar nas palavras de Taeyang sobre esse tal de Hwang Kyu-bok. Quem é esse cara e por que isso me faria ver como Jimin não é confiável? E, além do mais, Taeyang já mentiu antes e pode muito bem estar querendo criar paranoias na minha cabeça. Por isso, tento afastar os pensamentos conflituosos e focar no momento de agora.

- Eu achei que não fosse querer... - confesso, mordendo o lábio. - Mas quero experimentar. Você quer?

- Eu só usei uma vez. - Jimin responde, tocando meu joelho com delicadeza. - E lembro que foi bem interessante, eu diria... Eu quero sim.

Sorrindo, estendo minha mão e pego dois cogumelos, um para mim e outro para meu colega de quarto.

Quando coloco na boca e começo a mastigar, percebo que o gosto não é bom como os cogumelos que estou acostumado: shimeji, champignon... Por isso, enrolo um pouco até mastigar por completo, notando que a maior parte do pessoal também está mastigando.

Da Hanyang apenas Namjoon e Soojin não toparam, então todos meus colegas estão aqui. Taehyung e Seokjin juntos (e não tenho certeza se Seokjin comeu algum cogumelo), já Seung, Jae, Yoongi e Han estão lado a lado.

- Me dá mais um porque um é pouco.

É Tayang quem diz, sentado ao lado de Dong-yul e Daeshin. Ele pega mais cogumelo da mão de Dong-yul e coloca na boca, como se não fosse nada.

- Você é doido, cara. - Dakho diz, mas ele não está diferente, assim como Yunho: os dois parecem estar mastigando cinco cogumelos de uma só vez, tamanha as bochechas de cada um.

Bebo um pouco da cerveja que Yunho e Dakho trouxeram, porque minha garganta está muito seca. Olho para Jimin e o encontro com uma expressão nada agradável no rosto bonito.

- Tinha esquecido como o gosto é ruim.

- O que vou sentir quando o efeito bater?

- Bem... Não sei descrever, só sentindo.

Mesmo que não estejamos nos tocando, estamos lado a lado, próximos. Jimin também está com as pernas dobradas, mas com as mãos apoiadas ao lado do quadril, parecendo tranquilo.

É curioso vê-lo dessa forma, porque sei que nunca estou assim, já que quase sempre minha postura é tensa.

Mas, mesmo que a gente não esteja se beijando nem nada assim, é a primeira vez que estamos em um rolê como... Sei lá, juntos. Acho que é bastante óbvio para todos o que rola entre nós, então eu fico pensando que é quase se fossemos um casal

Certo, talvez seja um pouco cedo para pensar nisso, mas, poxa, é difícil desviar meus pensamentos quando Jimin está ao meu lado e só consigo imaginar como seria caso a gente namorasse.

Aí outra parte minha pensa que provavelmente as coisas continuariam as mesmas. Talvez a única diferença fosse ser que a gente transaria...

Sinto meu rosto quente diante meus pensamentos e a voz de Jae se sobressai, ao dizer:

- Me passa um pouco dessa bebida aí que esse cogumelo tem gosto de morte, pelo amor...

- Você se acostuma com o gosto. - Yunho responde, ainda mastigando.

- Quantos cogumelos você comeu? - não deixo de questionar, curioso.

- Ah... Acho que uns quatro.

- Meu deus... - Seung sussurra e não tenho certeza se ele comeu ou não, os olhos arregalados olhando para Yunho.

- É de boa, já usamos algumas vezes, não é, Dakho?

- Sim, você só fica doidão.

- É isso que disse o caminho todo para Daeshin. Ele não está querendo experimentar.... - Taeyang fala, cutucando Daeshin ao seu lado.

- Qual é, vai ser louco. - Dong-yul diz, estendendo os cogumelos na direção de meu ex namorado. Seu olhar tedioso fita o rosto do amigo, suspirando.

- Não confio nas drogas vindas de você. - mas, para minha surpresa, ele pega um cogumelo e joga na boca.

Fico surpreso por sua atitude e sussurro para apenas Jimin ouvir:

- Você viu quem não tomou?

- Olha... Eu duvido que Seung tenha tomado... Também não acho que Seokjin tomou, sei lá, ele nunca gostou de droga. Agora, o restante eu tenho certeza que sim.

- Nossos amigos são doidos.

- Gosto quando você diz "nossos". - mesmo que eu não esteja o observando, consigo visualizar seu olhar sobre mim. - Eu sinto que demorou um tempo para você entender que são seus amigos também.

- Eu já comentei que nunca tive amigos. É estranho do nada começar a ter, mas não estou reclamando. Mas... Só falta a gente fazer as pazes com alguns deles.

Jimin sabe que estou me referindo a Seokjin e Yoongi, mas não diz nada. Minha meta é resolver minha situação com Seokjin durante essa viagem e ajudar a Jimin a se resolver também.

Só não sei se vai dar certo...

O céu, pintado por estrelas brilhantes e bonitas, chama minha atenção. É noite, está escuro, mas é uma das poucas vezes que a escuridão não me incomoda, pelo contrário: consigo ver beleza na solidão da lua. Sua cor parece forte, vibrante e em um sussurro digo:

- Olha, a lua está bonita, não está?

- Ela parece tão imensa... - Jimin sussurra, sua voz me causando arrepios. - Você não gosta da noite, não é?

- Eu já te disse isso?

- Sim. Mas, de qualquer forma, é bastante óbvio, na verdade... Você fica mais melancólico quando começa a escurecer.

- Eu sinto que sou melancólico a maior parte do dia.

Jimin encosta suas costas na árvore ao seu lado e, após alguns movimentos seus, sou colocado entre suas pernas, minhas costas batendo em seu peitoral. É tudo tão rápido que não entendo como aconteceu... Ou eu que estou devagar?

- Agora está melhor. - Jimin sussurra, abraçando meu corpo. Apoio minha cabeça em seu ombro, ainda observando o céu escuro. - Você sente que é uma pessoa triste?

- Já tivemos uma conversa como essa. Quando saímos juntos pela primeira vez... Ficamos no telhado observando o céu e apenas conversando sobre coisas do coração.

- Falamos sobre solidão. Sobre como nós dois nos sentimos sozinhos. - Jimin responde e fico surpreso por ele lembrar tão bem.

- Você lembra?

- Eu não esqueço das coisas quando elas são com você, Jungkook.

Se conseguisse ver meu rosto, provavelmente Jimin perceberia como suas palavras me abalam, ainda mais sussurradas em minha orelha. O som da sua voz abafa qualquer outra conversa paralela que esteja acontecendo ao nosso redor, porque é nela que me foco, meu corpo sendo tomado por essa sensação de precisar ouvi-lo cada vez mais.

- Então, sei que nunca falamos sobre isso. Você é triste?

- Essa pergunta é difícil. - toco seus dedos, os anéis em cada um deles e meu corpo parece leve, como se eu flutuasse. - Eu acho que há muitas coisas em mim que não gosto. Isso é ser triste?

- Talvez. Às vezes é inseguro...

- Eu me sinto imaturo, sabe? Porque eu tenho quase vinte anos, nessa idade, eu imaginava que fosse estar melhor resolvido comigo mesmo. Sei lá, que as paranoias que tinha quando estava na escola iriam desaparecer assim que chegasse na faculdade... Mas elas não sumiram, apenas se modificaram.

- Você não é imaturo. Perto de você, eu me sinto imaturo.

- Claro que não, hyung. Você é muito mais bem resolvido que eu... Tenho muitos pensamentos ruins na minha cabeça.

- Às vezes eu queria que você olhasse para o meu verdadeiro eu. Olhasse para mim de verdade.

Algo em sua voz me faz virar a cabeça, tentando encontrar seus olhos bonitos.

- Você acha que eu não te olho?

- Jungkook... - Jimin tenta desviar o olhar do meu, tocando meus dedos. - Eu acho que você enxerga o que quer ver. Mas não é isso que fazemos com todo mundo? Não enxergamos apenas o que queremos?

Depois que eu terminei o meu namoro, me dei conta que não conhecia nada sobre Jimin. Ele sempre estava ali, ao meu lado, conversávamos todos os dias, mas não sabia nada sobre si. Uma barreira imperceptível, mas existente, sempre nos separou. Ainda consigo senti-la, embora ela pareça mais fraca a cada dia.

Voltando a observar a grande lua no céu, digo:

- Algo em você me assusta. Lembro que disse uma vez que meu olhar te assusta, mas acho que não percebe que causa o mesmo efeito em mim.

- E por que meu olhar te assusta?

- Você sabe.

- Não sei, não.

- Eu já me apaixonei antes, Jimin. Mas o que você me faz sentir... Isso eu nunca senti antes.

Jimin não responde nada e está tudo bem, meu corpo e mente parecem muito despreocupados para eu começar a surtar. Não, dessa vez não apenas meu interno parece diferente, mas todo o redor. As cores são mais fortes, algumas coisas parecem borradas e um estalo se dá na minha cabeça.

- Eu acho que bateu, hyung.

- O que você disse?

- Eu acho que o cogumelo bateu... As coisas estão diferentes...

- Não, digo antes.

- Sobre o que sinto por você? - ele murmura concordando e continuo: - Eu disse que o que você me faz sentir eu nunca senti antes.

- Nem por Daeshin?

- É diferente. - meu olhar recai em meu ex namorado, que ri alto de algo que Taeyang e Dong-yul falam. - O que eu senti por Daeshin foi amor, mas foi um amor doloroso. Se doía tanto, como posso dizer que era amor?

- Eu tenho medo de te machucar como ele machucou.

- Eu também tenho. Mas eu também tenho medo de te machucar. Eu já te disse palavras ruins, Jimin.

- Eu também já te disse.

- Por que acha que vai me machucar?

- Por que você acha isso, Jungkook?

- Bem... - observo seus dedos, sentindo a verdade sair. - Porque eu sinto que há muitas coisas que não sei sobre você e sinto que essas coisas podem me machucar. E o que você acha?

- Eu não sou bom o bastante para você e, quando souber disso, você vai me deixar.

Tiveram poucas vezes que senti Jimin baixar suas muralhas e mostrar sua vulnerabilidade. Eu sei que já demonstrei várias vezes minhas inseguranças para ele, mas não é uma troca igual, pois Jimin não gosta de mostrar seus problemas. Agora, não apenas o conteúdo da sua fala é sincero, mas o tom cru e sério que usa é diferente do que já ouvi saindo de sua boca.

- Não faz sentido o que você diz, Jimin. Você sabe o que eu sinto por você, não é qualquer coisa que vai mudar esse sentimento.

- E se não for qualquer coisa?

Antes que eu responda, a única coisa que sinto são braços me envolvendo e percebo que é Changmin, me prensando entre ele e Jimin.

- Esse é o melhor cogumelo da minha vida. Sério, eu estava olhando vocês dois e tipo, eu pensei que são muito bonitos. Aí pensei que precisava abraçar vocês...

Seus braços me esmagam e percebo que sua cabeça está apoiada no ombro de Jimin, o que me faz sentir o cheiro suave de seu perfume. Ouço a risada fraca de Jimin, seus dedos ainda tocando minha cintura e sua voz diz:

- Esse cogumelo é melhor do que eu esperava, vindo de Dong-yul.

Changmin se afasta, mas fica sentado ao nosso lado, tão próximos que suas pernas tocam as minhas e as de Jimin. A imagem de Jimin encostado na parede enquanto recebe um oral de Changmin deixa meu corpo quente.

Quente porque me causa ciúmes pensar que os dois já se tocaram, ainda mais sendo de forma que nunca ocorreu comigo e Jimin; quente porque eu queria estar no lugar de Changmin, tocando Jimin daquela forma...

- Você está me ouvindo, Jungkook?

Em um lapso, é como se eu voltasse ao meu corpo, conseguindo olhar fixamente para os olhos dilatados dois dois.

O que está acontecendo, meu deus?

- Eu tenho certeza que saí do meu corpo e voltei.

- Cara, você está drogado.

É Changmin quem diz, seu dedo se aproximando do meu rosto e tocando minha bochecha. Seu toque é quente e fecho os olhos, inclinando-me para perto da sua mão.

- Seu toque é leve.

- Sua pele é gostosa. Você já tocou a pele dele, Jimin? Olha como é macia...

Então, sinto outra mão em meu rosto e consigo saber que é a de Jimin por conta da quantidade de anéis em seus dedos. Permaneço de olhos fechados, aproveitando o toque dos dois, sentindo como os dedos parecem afundar em minha pele...

- Jungkook, você me ouviu?

A voz suave de Changmin me faz abrir os olhos, encontrando-o com o olhar semicerrado em minha direção. Tombo minha cabeça, observando o rosto próximo de Jimin e me aconchego mais em seu corpo, sentindo como é gostoso estar assim com ele, completamente...

- Caralho, me ouve!

Changmin chama minha atenção mais uma vez e olho para si, sorrindo fraco.

- Pode falar, estou ouvindo. Só estava pensando em como é gostoso estar assim.

- Assim como?

- Envolvido pelos braços de Jimin.

- Eu disse que quero te beijar. Você é tão bonito e eu quero te beijar.

- Você é bonito também. - falo, analisando o rosto perfeito do rapaz à minha frente. - Na verdade, é até injusto como você é bonito. Tipo, por que você precisa ser assim?

- Olha quem fala, olha seu rosto! - Changmin gesticula com as mãos, jogando-as ao lado do quadril. - Sua pele é ótima, seu cabelo, seus olhos, absolutamente tudo...

- Vocês vão continuar flertando na minha frente? - Jimin nos interrompe.

- Não estamos flertando. - digo, sentindo seus dedos pressionando com um pouco mais de firmeza minha cintura.

- Ah, eu estou. Eu quero te beijar. - Changmin repete.

- E você, Jimin? Você tem vontade de fazer algo a três?

Não sei porque pergunto isso, ainda mais em um tom como esse, baixo, como se estivesse contando um segredo. Sinto o toque de Jimin ficando mais firme e sua voz se enrola um pouco ao responder:

- Por que está falando isso?

- Porque quero saber. Ou já fez?

- Não, eu nunca fiz. - Jimin responde e é óbvio como parece afetado. - Vocês já fizeram?

- Já e super toparia fazer com vocês. - Changmin é o primeiro a responder, sorrindo para nós dois. - Eu já peguei Jimin e ele é muito bom... E tenho vontade de experimentar você, Jungkook...

- Um dia talvez eu queira fazer. - confesso, mordendo meu lábio.

- Se quiser, é só me chamar.

Changmin sorri para nós dois, levantando-se em um pulo e dando as costas. Fico alguns segundos calado, absorvendo as sensações que essa conversa me causou e pergunto:

- Você gostaria de transar com nós dois?

- Que?

- Transar. Comigo e Changmin. Você gostaria?

- Jungkook... - Jimin puxa meu rosto, deixando nosso olhar nivelado. Então, seu olhar desce para minha boca e sinto meu corpo se arrepiar.

O piercing de Jimin ainda não é um tópico que consegui superar, embora tenha me acostumado em vê-lo com o piercing no lábio. Por que agora seu corpo parece tão quente e seu rosto tão próximo?

- Eu quero fazer muitas coisas na cama com você, Jungkook. Mas... - seus lábios resvalam pela minha boca e sinto o gelado e molhado dos seus lábios. - Antes de pensar em te foder enquanto você fode outro cara, eu quero apenas você.

- Então vamos transar... Vamos transar, por favor...

Sua língua toca a minha e meu deus.

O choque que meu corpo recebe, sentindo o molhado dos seus lábios, suas mãos em meu corpo, é como se eu transcendesse. É como se minha mente ultrapasse o plano que conhecemos e, mesmo que meu corpo continue no mesmo lugar, meus sentidos estão em outro.

É como se eu mergulhasse no universo de Jimin, sentindo cada poro da sua pele com minhas mãos ansiosas, sentisse a textura de sua língua em contato com a minha e o som da sua respiração. Conforme suas mãos puxam minha cintura contra si, eu agarro ainda mais seus ombros, desejando que não estivessem cobertos pela camiseta que veste.

Todo meu corpo acorda, o que me faz suspirar entre nosso beijo e dizer contra seus lábios:

- Vai, vamos foder, hyung...

- Agora? - Jimin pergunta, o olhar semicerrado e a respiração ofegante.

- Sim, por favor...

- É difícil falar isso... - de olhos fechados, Jimin começa. - Mas melhor não. É nossa primeira vez e não quero que seja com nós dois chapados de cogumelo. Se você resolveu esperar um pouco, tem que ter um motivo...

- Eu sei, eu sei... Deve ter algo, mas não consigo lembrar do motivo agora... Só sei que quero transar com você...

- Não fala isso desse jeito para mim, gatinho... Não faz isso comigo.

- Que jeito, hyung? - deixo um beijo em seu queixo, sentindo seu corpo estremecer.

- Desse jeito tão manhoso... E me beijando dessa forma... - empurro meu corpo para frente, sentindo o quão duro ele está. Acabo deixando uma mordida fraca no seu queixo, querendo descontar meu tesão em alguma coisa.

- Sabe uma coisa que eu gosto em você, hyung? - Jimin nega lentamente, a expressão de sofrimento no rosto bonito. - Nós nos tocamos três vezes... A primeira em nosso quarto, depois do nosso primeiro beijo... A segunda na minha casa, quando saímos juntos. E a terceira foi quando resolvemos nos dar uma chance, lá na parede do alojamento.

- Onde você...

- Calma. - sussurro contra seus lábios, sentindo seu olhar preso aos meus movimentos. Minha mão começa a descer lentamente, passando por seu peitoral, sem pressa alguma. Seu corpo estremece e um sorriso pequeno desponta na minha boca ao notar como ele parece sensível. - Mas sabe o que eu mais gosto, Jimin?

- O-O que?

Ele gagueja quando minha mão chega em sua barriga e a sinto estremecer. Então, desço um pouco mais, tocando o volume em sua calça e é quando Jimin morde os lábios, controlando um gemido.

- O fato de você sempre estar tão, mas tão duro para mim, Jimin.

Movo minha mão lentamente pelo seu volume, sentindo-o latejar, mesmo por cima da sua calça jeans. Sua mão agarra com força minha cintura, o que me faz ter certeza que deixará marcas, mas seu toque bruto apenas me faz ter coragem de continuar:

- Sempre que sinto seu pau, ele está mais duro do que antes. É isso que gosto pra caralho em você, hyung.

- Porra, Jungkook... - o olhar desejoso de Jimin é mais sério em minha direção. - Não faz isso comigo...

- Eu não farei, não agora. - com um tesão e coragem que só podem ser provenientes do cogumelo, meu olhar semicerrado encontra o de Jimin e, em uma voz baixa, digo: - Mas saiba que, quando acontecer, eu vou sentar muito gostoso em você, hyung.

Jimin fecha os olhos, como se tentasse controlar seu corpo e gosto de vê-lo assim, por dois motivos. O primeiro é porque eu me sinto sem controle algum do meu corpo, então é bom ver que não estou sozinho; segundo porque eu gosto de perceber que ele se afeta com minhas palavras, não apenas o contrário.

- Posso me aproximar ou vocês estão se pegando?

Ouço a voz de Han e sorrio fraco para Jimin, tirando a mão do volume da sua calça e viro para o recém chegado, apoiando meu corpo novamente no peitoral de Jimin, a fim de esconder sua ereção. Coloco meus pés no chão, abraçando meus joelhos a fim de esconder a minha ereção.

- Venha, meu querido amigo.

- Eu ia perguntar se já bateu, mas com certeza sim. - Han senta na minha frente, os olhos dilatados. - Sério, eu nunca antes tomei cogumelo e puta que pariu... Acabei de ter uma viagem incrível enquanto falava com Yoongi.

- O que estavam falando?

- Que, em um universo paralelo, provavelmente a gente seria o clássico "de inimigos para amigos" e depois a gente se pegaria.

- Você quer pegar o Yoongi? - pergunto, chocado.

- Não, você não me ouviu! Eu disse que em um outro universo a gente se pegaria...

- Eu nunca parei pra pensar em vocês dois assim. - confesso, minha mente trabalhando nas imagens dos dois juntos. - Eu acho que vocês formariam um ótimo casal...

- Vai se foder, Jungkook.

- Você não concorda, Jimin?

Jimin não responde e afasto meu corpo do seu, vendo seu olhar vazio direcionado para um ponto qualquer.

- Meu deus, ele travou. - digo, arregalando os olhos.

- Que? - Jimin diz, olhando para mim.

- Você deu uma viajada legal. - Han fala, estendendo para nós a cerveja que toma.

- Estava pensando em sexo.

A resposta sincera e natural de Jimin arranca nos faz rir e ele nos olha sem entender.

- Do que estão rindo? É sério, eu estava pensando em sexo... Jungkook me deixou pensativo demais...

- Sério, vocês precisam transar logo. Não sei como aguentam ficar juntos sem transar.

- Eu queria, mas Jimin-ssi me deu um fora.

- Você dispensou meu amigo? - em um falso tom de raiva, Han pergunta.

- Opa, sabe que não foi assim! - Jimin se defende, erguendo as mãos. Os olhos vão de mim para Han, dilatados para caralho. - Jungkook gosta de me provocar...

- Faz muito tempo que não transo, Han. Já estou subindo pelas paredes. - comento, com um bico em meus lábios e o tom pesaroso.

É verdade. A última vez que transei foi em março, com Daeshin. Desde então, me toquei algumas vezes sozinho para aliviar o tesão acumulado, mas nunca mais senti algo dentro de mim...

Meu deus, é uma constatação: tomar cogumelo me deixa completamente tarado. Só consigo pensar em sexo, pensando nas diversas posições que quero que Jimin me coma, meu corpo ficando quente...

- Jungkook! Agora ele quem travou.

- Eu estou bem, mas sinto saudade de transar. E você, Han, também está como eu?

- Sabe aquela festa que você ficou doidão de MDMA? Eu transei com uma veterana das Artes. - o sorriso no rosto de Han me faz ter certeza que é uma ótima lembrança. - Me diz você, Jimin: está há quanto tempo em abstinência?

- Deixa eu pensar... - Jimin se ajeita atrás de mim, sua mão não saindo da minha cintura. Será que eu estou o esmagando com meu peso?

E qual foi a última vez que Jimin transou?

Embora eu tenha uma boa memória, não consigo lembrar, se é que eu sei da informação. Depois de alguns segundos que parecem uma eternidade, ele diz:

- Foi no final de junho, por aí.

- Mais uma de suas conquistas, hein?

Eu conheço Han, sei que ele é meio sem noção às vezes e não é por mal. Eu admito que me deixa incomodado pensar em Jimin com outro cara, ainda mais de uma forma que nós dois nunca estivemos. Mas o que me deixa ainda mais incomodado é quando ele diz:

- Foi com Taeyang.

A forma que Jimin fala me faz perceber que ele não entende como isso me deixa incomodado. Não é com um cogumelo que toda minha insegurança em relação ao rapaz de cabelos vermelhos vai embora.

Consigo lembrar perfeitamente: nós dois nos beijamos e tocamos pela primeira vez; no dia seguinte fui escroto com Jimin; quando caí na real, pedi desculpas e disse queria tentar algo com ele; Jimin me deu um fora dizendo que não sentia o mesmo por mim (que depois ele alegou ter mentido, mas foi triste do mesmo jeito); Jimin saiu com seus amigos e transou com Taeyang.

É, preferia continuar sem lembrar de tudo isso.

- Que climão, né?

A voz sem graça de Han arranca uma risada minha, mesmo que os sentimentos em mim não sejam os melhores. Nós três acabamos rindo e me aconchego ainda mais no corpo de Jimin, contraindo suas expectativas, tenho certeza.

Normalmente, quando acontece algo assim entre nós acabo me isolando, bloqueando sua presença. Mas não tenho motivo para agir assim. Eu já sabia disso, não é uma surpresa e, embora seja incômodo pra caralho pensar nos dois juntos, não há nada que possamos fazer. E, mesmo que seja ruim, não foi errado os dois se envolverem, já que são livres e desimpedidos.

Então, uma leve ponta de ciúmes fica em meu coração, mas consigo deixá-la de lado, sentindo as mãos de Jimin acariciarem as minhas.

- Vem, vamos ser sociais, hyung. - digo, levantando em um pulo e estendendo a mão para ele.

- Está tão bom aqui...

- Mas vamos falar com nossos amigos! Vem.

Puxo sua mão, conseguindo colocá-lo de pé, assim como faço com Han.

Porra.

Estar em pé me faz perceber como o solo parece ter uma consistência diferente. Eu sinto meu pé pisando em algo fofo, quase imperceptível. Será que estou flutuando?

Foco minha atenção em meus colegas, me deparando com coisas estranhas.

Um pouco mais para frente, o trio do mal, juntamente com Yunho estão deitados, olhando para o céu. Já para o outro lado, encontro Taehyung e Jisung conversando (mais o segundo falando algo enquanto Tae fica calado).

Para minha surpresa, vejo Yoongi ao lado de Seokjin, os dois parecendo imersos em uma conversa séria. Mas eles estão se falando, não estão? É com Jimin que ambos não estão conversando...

- Eu acho que Dakho conseguiu o que tanto queria. - a voz de Jimin me faz olhar para onde ele aponta.

Seung está no colo de Dakho, que o beija com tanta vontade que quase volto para a minha bolha de tesão de antes.

E, por fim, vejo Changmin e Jae sentados lado a lado, o último não parando de beber.

- Tá, eu me sinto como na escola. Temos vários grupos, cada um com uma história e desejos. - começo, cruzando os braços enquanto analiso meus colegas. - O trio do mal e Yunho está fora de cogitação, não tenho motivo para ir até lá. Talvez posso falar com Tae e Jisung... Gosto muito de Tae e ainda não nos falamos direito. Não vou até Yoongi e Seokjin porque parecem estar falando sobre algo seriamente... Jae e Changmin também é uma opção...

- Você sabe que está falando em voz alta tudo isso, não sabe? - Jimin pergunta, olhando-me com a sobrancelha erguida.

- Eu vou com Tae e Jisung.

Sem esperar por eles, caminho até meu amigo e sou recebido por um sorriso quadrado.

- Jungkook, achei que fosse ficar de casal e não falaria comigo.

- Eu não faria isso. - sento ao seu lado, olhando para Jisung. - Você é forte demais. Faz academia quantos dias por semana?

- Todos os dias. - ele responde, me estendendo uma garrafa de soju. Bebo, sentindo um gosto incrível no meu paladar. - Mas você parece que faz exercício também.

- Eu gosto de me exercitar, mas ultimamente estou sem uma rotina. Gosto bastante de correr...

Por que não me exercito mais? Eu gosto tanto... Tenho que me exercitar mais, ficar forte... Jimin se exercita porque está sempre dançando. Como é bom ver Jimin dançando, ele faz tão bem...

- Ah, Jungkook travou.

- Vocês dois são amigos há muito tempo? - ouço Jisung perguntar para Tae.

- Nos conhecemos esse ano. Sabe Daeshin? Ele era namorado de Jungkook e conhecido de Seokjin. - Taehyung explica, a voz grave me deixando com vontade de fechar os olhos para apreciá-la ainda mais.

- Daeshin e Jungkook namoraram? - Jisung pergunta, parecendo surpreso. - Cara, que viagem.

- Pois é.

- E você namora?

- Ah... Não. E você?

- Não, ninguém.

Caímos em um silêncio e tenho vontade de comentar algo, mas minha cabeça parece estar em outro plano...

- Você é bonito, Taehyung. Tipo, muito bonito.

- Você também é, Jisung. Mas, se estiver flertando comigo, não dá.

- Você acha que eu sou gay? Eu não...

- Nossa, para mim você é claramente gay. Estou errado?

- Por que acha isso?

- Sei lá, algo em você dispara "gay, gay".

- Eu... - Jisung fica alguns instantes calado, então diz. - Provavelmente Changmin já deve ter espalhado pra meio mundo que sou gay.

- Ele não falou nada pra mim. - Taehyung responde, os cabelos escuros caindo em seu rosto bonito. - Mas imaginei que fosse.

- E... Por que acha que estou flertando com você?

- Não está?

- Se você disser sim, eu estou. Se disser não, aí é brincadeira.

- Tem alguém.

Tae bebe um pouco de soju, dando mais uma pausa dramática. Só assim diz:

- Não estamos mais juntos, eu sei lá... Mas eu gosto dele. Eu gosto pra caralho dele, então não consigo pensar em me relacionar com outra pessoa.

- Então a resposta é: não estou flertando com você, é brincadeira.

Os dois acabam rindo fraco e noto como o sorriso de Jisung é bonito. Ele olha por alguns instantes o rosto de Tae antes de dizer:

- Esse cara aí é alguém de sorte.

É só com essas palavras que a imagem de meu melhor amigo vem à tona, além do fato dele estar traindo Taehyung com Jae. Dessa situação de merda, Tae é o único enganado, que não sabe a merda que está inserido. Já me disse que está apaixonado por Hobi e não entende o que aconteceu para que terminasse com ele dessa forma, tão abruptamente.

Eu conheço meu amigo há dez anos. Como não percebi que havia algo errado? E, se eu o conheço tanto, por que ele fez isso? Porque essa não é uma atitude que imaginei-o tendo... Mas talvez seja porque nós nunca realmente conhecemos as pessoas, apenas o pouco que elas nos mostram.

Eu criei uma expectativa em cima dele que não é verdadeira. Ele não é perfeito. Ele erra. Ele cometeu um erro. Isso não faz dele a pior pessoa do mundo. Mas também não posso ignorar que isso afeta não apenas a ele, mas outras pessoas.

- Eu acho que a gente tem que dar um tapa na cara dele. Talvez ele destrave.

- Não vai bater em ninguém, Jisung! - Tae reclama, mas logo abaixa a voz e diz: - Mas se ele não destravar pelos próximos minutos, aí a gente bate.

- Eu estou ouvindo. - consigo murmurar, recebendo o olhar curioso dos dois. - Só estava pensando... Em umas coisas.

- Você tá bem? - Tae pergunta, estendendo o soju. - Bebe um pouco. Esse cogumelo tá forte pra caralho..

- Sim. - tomo o soju que ele me oferece, olhando fixamente nos olhos de Tae. - Eu vou resolver essa situação, beleza? Vai ficar tudo bem.

- Do que está falando? - ele murmura, a sobrancelha franzida.

- Eu vou te ajudar, vai ficar tudo bem. Eu vou falar com ele e vai ser tudo explicado. Eu sinto muito. Me desculpa, eu sou um péssimo amigo...

- Calma, meu amor. - Taehyung diz, tocando minhas mãos. - Não estou entendendo do que você tá falando, mas posso garantir que você não me faz nada de ruim. Está tudo bem.

- Eu... Eu sei que fiz...

- Claro que não. - o sorriso quadrado dá as caras novamente e então ele tomba a cabeça, os olhos dilatados me analisando. - Você é meu amigo, não é? Eu te falaria se tivesse feito... Amigos contam as coisas um para o outro, não é?

Fico calado, a culpa corroendo meu corpo e com uma certeza no meu coração: eu vou fazer Hoseok ser sincero com Tae, eu preciso fazer isso.

- Eu já vou.

Não dou a chance de resposta para nenhum dos dois, levantando e observo mais uma vez meu caminho de opções. O gosto amargo que sinto poderia ser confundido com o cogumelo ou soju que tomei, mas é apenas a culpa que me dilacera.

Mas o que me prende a atenção é o som suave que ouço. É uma música, uma música que não conheço, mas deixa meu corpo ainda mais leve do que está. Fecho os olhos, ainda em pé, apreciando a melodia que poderia me fazer querer dançar se eu não estivesse tão lento.

Quando abro meus olhos, a lua parece estar ainda mais próxima e sinto como se eu conseguisse tocá-la. Estendo minha mão, mas quando me aproximo dela, ela se afasta, desviando. Tento novamente e o mesmo acontece, o que me deixa frustrado. Eu só quero tocá-la, sentir em meus dedos sua textura. Por que ela foge de mim assim?

Resolvo tirar uma foto, querendo registrar esse momento tão bonito. Não consigo ter certeza se a lua está tão bonita na foto quando presencialmente, guardando meu celular em seguida. 

- Jungkook, venha cá.

Apenas sigo a voz, olhando feio para a lua uma última vez antes de me virar e perceber que é Yunho quem me chama. Assim como o trio do mal, eles estão deitados e fico em pé, olhando para a cara deles.

- Que música é essa?

- É Time to Pretend, do MGMT. Não é do mundo dos indies? - Yunho pergunta, sinalizando para que eu me deite também.

- Só alguns.

Daeshin, Dong-yul, Taeyang e Yunho estão deitados nessa ordem. Observo como os olhos de todos estão mais dilatados do que de qualquer um e em como Dong-yul está com os olhos arregalados, sem desviar sua atenção do céu escuro.

Eu me sento primeiro, sentindo a textura macia da grama em meus dedos. Só assim é que me deito, meu corpo sendo tomado por um relaxamento sem fim ao sentir meu corpo em contato com algo tão macio e observo o céu, mais uma vez.

- Vocês já pararam pra pensar como o céu é medonho?

É Dong-yul quem pergunta, esticando a mãos para o alto e continua:

- Tipo, qual o fim dele? Se o mundo fosse virado de cabeça para baixo e a gente começasse a cair, para onde iríamos? Quando iríamos parar de cair?

- Eu acho que a gente nunca pararia de cair. Teríamos que viver nossa vida caindo, tipo quando a Alice cai no buraco. - ouço a voz de Taeyang responder.

- Então teríamos que fazer nossas refeições caindo? Teríamos que transar caindo? - Daeshin, ao meu lado, pergunta. Seu tom baixo e grave é um tom que nunca antes ouvi saindo da sua boca.

- Provavelmente. - respondo. - A gente ia envelhecer enquanto caía. Mas sabe qual o pior disso?

- O que?

- O pior é que não teríamos outro sentido para ir. Teríamos apenas um caminho para seguir, que seria para baixo.

- A gente talvez trombasse com outro planeta e poderíamos cair dentro dele. - Yunho sugere.

- É, talvez. - é o que falo, sentindo medo em pensar na possibilidade de só se ter um caminho.

- Eu conversei com seu pai.

A voz baixa e clara de Daeshin, apenas para eu ouvir, deixa meu coração acelerado.

- O que...

- Eu fui lá na casa deles esses dias. Seu pai acabou introduzindo o assunto, perguntando se eu estava falando com você e eu disse que mais ou menos. Ele me perguntou com quem você estava andando...

- Filho da puta. - murmuro, sentindo meu corpo já quente de irritação.

- Aí eu comentei que não gostava de Jimin, que não ia com a cara dele. Que sentia que ele escondia alguma coisa que poderia te prejudicar. - então, analisando meu rosto, ele continua: - E tudo isso é verdade.

- Não me importo com sua opinião sobre Jimin. O que meu pai disse?

- Ele disse que entende minha preocupação, porque sabe que Jimin não é... Eu não lembro qual termo ele usou. Mas ele disse que Jimin tentou dar uma queixa contra o próprio pai, alegando que estava batendo na sua mãe.

- Tá. O que mais?

Essa parte eu já sei, meu pai mesmo contou, como um alerta para que eu me afastasse de Jimin. Ansioso, sentindo o silêncio de Daeshin ser um mal presságio, ele responde:

- Então ele me disse que o pai de Jimin tem algumas passagens pela polícia por brigas. Mas não é só isso, ele faz uso constante de ketamina, que é forte pra caralho, que o faz ter dívida com um monte de gente pesada.

Processo as informações que Daeshin me traz, minha cabeça rodando com tantas dúvidas e, ao mesmo tempo, com um vazio absoluto. O pai de Jimin usa droga, deve dinheiro e se mete com pessoas suspeitas.

É por isso que ele sempre parece incomodado quando fala do pai. Além disso tudo, ainda agride a mãe de Jimin?

- Jungkook, essa história parece bem pesada... Não sei mesmo se ser amigo de Jimin é um bom caminho.

- É claro que você acha isso. - reviro os olhos, assim como meu estômago revira.

- É sério, Jimin está metido com pessoas perigosas... Isso de dívida com traficante é bem sério.

- Eu sei disso. Obrigado pelas informações...

Volto meu olhar para o céu, tentando entender o que Daeshin acabou de me contar. É isso que Jimin esconde? É isso que o faz agir tão estranho, tendo sempre essa barreira entre nós?

- Eu não imaginei que você fosse tomar cogumelo.

Daeshin chama minha atenção de novo e volto a olhar para seus olhos. Mantendo um tom baixo, para que a conversa não saia entre nós, eu falo:

- Eu posso dizer o mesmo. Não imaginei que você fosse tomar.

- Eu acho que a gente nunca se conheceu por completo. Eu acho que nunca conheci o seu eu verdadeiro.

- Provavelmente não. Eu ainda não me conheço, quem dirá outra pessoa. O bizarro é que eu achei que te conhecia. É esquisito pensar que uma pessoa com quem compartilhei meus dois últimos anos de vida é um completo estranho.

- Por que você acha que a vida continua nos colocando no caminho um do outro, Jungkook? Você me pediu ajuda, estamos viajando juntos...

- Além do fato de termos ciclos de amizades em comum? Tipo, Soojin é amiga de Taeyang, que é seu amigo e...

- Sim, além disso. Você acha que existe alguma explicação cósmica?

- Eu não sei. - confesso, sustentando o olhar escuro que Daeshin carrega. - Há algo no seu olhar que é estranho.

- Estranho?

- Seu olhar sempre pareceu como se soubesse de algo que os outros não. Como se estivesse esperando o momento certo para contar tudo que sabe. Então, era a forma que me manipulava, porque eu ficava esperando esse grande momento acontecer, pois você sempre parecia saber de tudo.

- Era bom te ver agindo da forma que eu queria. Não sei, me poupava pensar muito, sabe? Porque as coisas estavam caminhando da forma que eu queria.

- Isso é controlador.

- Eu não vou ficar me desculpando, eu não sou assim. Eu sei das merdas que eu fiz com você, eu sei disso. O que eu preciso que você saiba é que meus sentimentos sempre foram verdadeiros. Eu realmente te amei, Jungkook. E... Você sempre foi o cara mais legal que eu já conheci.

- Então por que me traiu?

Continuo observando o rosto tão conhecido, beijado e amado por mim.

Se eu já era uma pessoa insegura, namorar com Daeshin foi o pontapé para que minhas inseguranças criassem raízes.

Eu entreguei meu amor a um cara que traiu meu corpo e minha confiança. Eu fui traído com vários caras, meu namorado os beijava e tocava enquanto eu estava fazendo sei lá o que. Não é ciúmes, sei desde o momento da primeira festa da faculdade, quando Taeyang comentou que tinha ficado com Daeshin.

Ali, eu soube que não o amava mais há um tempo e que o que sentia era raiva. Raiva por ter me permitido estar numa situação tão merda dessas.

Ter a certeza de que eu fui corno várias vezes atacou diretamente minha autoconfiança já fragilizada. E, como eu já sabia, vários dos meus traumas vem desse relacionamento conturbado.

E eles refletem no meu com Jimin.

Para ter certeza do que minha mente está tentando me mostrar, pergunto mais uma vez para o rosto impassível de Daeshin:

- Então por que me traiu?

Em um tom sério, quase apático, completamente cru, Daeshin responde:

- Eu não sei.

E a resposta que ele me dá é o suficiente.

Não é fácil lidar com você e suas merdas, Jungkook. Suas reclamações sobre seus pais ou até mesmo sua falta de motivação em alguns momentos... Você pode ser muito chato quando quer também.

Eu te amo, Jungkook.

Pare com essa merda de ficar chamando eles de hyung.

Você é inteligente, mas cabeça dura em muitos pontos. Qualquer crítica que eu te faço, você sempre nega, não quer aceitar o que tenho a dizer. Sempre que eu te digo para tomar cuidado com alguém, que essa pessoa não quer ser sua amiga apenas, você nunca me escuta, continua dando bola...

Eu te amo, Jungkook.

Você é só um moleque sem graça que eu encontrei pelo caminho e que eu quis foder. Você faz o que quiser, mas não diga que eu não estou avisando: nenhum outro cara vai aturar suas merdas, nenhum.

- Sou eu.

- O que?

- Sou eu quem continuo te colocando na minha vida, sem perceber. Não é nada cósmico, sou eu. Inconscientemente, eu ainda acho que preciso de você. Quem é Jungkook sem Daeshin?

- Não estou entendendo...

- É como mudar de escola. Você está tão acostumado com aquela antiga escola que, mesmo ela sendo uma merda, prefere o aconchego do conhecido do que se aventurar no desconhecido. Eu te mantenho por perto porque não entendo quem eu sou sem você.

- Jungkook...

- Eu não te amo, porra, claro que não. Só acho que preciso de você ainda. Mas eu não preciso. Eu nunca precisei, eu só achava que sim.

- Do que está falando?

- Eu digo que sua presença me incomoda, mas eu continuo aceitando. Eu peço sua ajuda, eu fui atrás de você e é justamente por isso: porque eu ainda acho que preciso de você me guiando, ter sua presença perto de mim, mesmo que isso pareça estranho de se dizer...

- Jungkook, você sabe que eu quero continuar na sua vida, quero ser seu amigo...

- Mas eu realmente não quero, Daeshin. Você me humilhou de várias formas nesses últimos anos, de maneiras que eu não sei como consegui aceitar. Acho que nunca aceitei, apenas suportei. Você me fez pensar que éramos iguais e por isso eu precisava de você, mas não somos. Eu não sou você.

Normalmente, eu já estaria chorando, mas dessa vez não. Eu não choro, apenas continuo olhando o rosto de Daeshin, cada detalhe que eu conheço tão bem. Tudo parece com mais contraste e foco minha atenção no além dos seus olhos quando digo:

- Nesses meses sem você, eu surtei. Eu surtei porque tive que olhar para dentro de mim e entender quem eu sou. Ainda não tenho uma resposta, mas posso dizer que passei por muitas coisas ruins. Elas ainda acontecem, na verdade. Mas, Daeshin, eu passaria por todas essas coisas mais um milhão de vezes se isso significasse estar sem você. Sem sua presença, sem sua vigilância e seu tom ácido.

Minha voz, mesmo baixa, é firme como nunca antes foi quando se trata dele.

- A liberdade que eu sinto sem você vale qualquer esforço, qualquer dor que passei ou que ainda vou passar.

- Jungkook, que porra você está falando?

- Eu terminei com você lá em março, naquele dia que estávamos na piscina. Nós dois caímos e você me disse palavras ruins. Mas eu não terminei com você de fato.

- Não?

- Desde aquele dia, sua presença ficou na minha cabeça, me seguindo em qualquer lugar. Eu tenho medo de passar por outro relacionamento como o nosso foi. Eu tenho medo de ser você para alguém que amo. Mas esses medos não vão embora enquanto eu manter você na minha vida, seja fisicamente ou em pensamentos.

- Você está...

- Me deixa falar, pelo menos uma vez na sua vida.

Embora minha voz contenha irritação, estou mais sério do que irritado. Daeshin não diz nada e sento na grama, sendo imitado por ele. Ficamos cara a cara, nenhum dos dois desviando o olhar e é como se minha mente finalmente conseguisse me dizer o que vem tentando nesses últimos meses.

- Às vezes eu queria que você tivesse me batido, porque a dor seria física, seria visível. Porque a dor que eu sinto não pode ser vista por ninguém, nem mesmo por mim. Eu a sinto por todo canto do meu corpo, mas não sei onde ela está. Não é como um soco, que você coloca gelo e melhora. A dor que você me causou está por toda parte. Se você tivesse me batido, as pessoas conseguiriam entender melhor, não? Talvez assim meus pais entendessem o mal que me causou.

Começo a notar indícios de raiva em sua expressão antes séria, seu olhar tornando-se mais sombrio.

- Não força a barra comigo, Jungkook.

- Eu só estou dizendo a verdade, Daeshin. Esse pode não ser você por completo, mas é uma parte sua. Você é esse cara, esse cara que me causou medo, inseguranças e tristezas. É você.

- Porra, eu já falei pra você que sei que fui babaca, mas...

- Mas o que? Espera que eu te perdoe?

- Sim! Eu errei, todo mundo erra, por que não pode me perdoar?

- Porque têm feridas que não se curam, apenas se cicatrizam. Eu não quero ter você na minha vida, eu não quero.

- Ah, não quer?

O olhar de Daeshin rapidamente se metamorfa e consigo visualizar o mesmo cara com quem eu namorei: o olhar crítico, frio e sério. Com apenas esse olhar, Daeshin me deixava sem chão.

Hoje, eu o sustento, sem desviar o olhar do seu.

- Você é doido, Jungkook. Completamente sem noção. Eu tentei me aproximar de você, eu pedi desculpas, tentei mostrar que ainda te amo, mas não dá. Você só pensa em si mesmo, nos seus problemas e na sua dor. Você é egoísta pra caralho. E quer saber? Estou de saco cheio de você também.

- Esse é o Daeshin que conheço.

- Porra, você terminar comigo foi uma libertação! A quantidade de caras que eu fodi nesse tempo não tá escrita. Enquanto você... Você mal conseguiu dar uns beijos, não foi?

- Isso não é da sua conta.

- Aposto que não. Se já foi uma enrolação pra você transar comigo pela primeira vez, imagino agora... Se eu te deixei com tantas marcas como você diz, mal deve ter passado dos beijos. E sabe por que? Porque você ainda me quer, Jungkook.

Solto uma risada, realmente me divertindo com suas palavras.

- Antes você dizia o quanto me ama, que quer ser meu amigo, que se arrepende. Agora simplesmente começa a me atacar, sério isso?

- Eu cansei desse seu jogo de ficar se fazendo de difícil. Eu sei que você ainda me quer e está enrolando...

- Vai se foder, Daeshin.

- Não pensaria tanto em mim se não me quisesse.

- Você foi babaca pra caralho comigo. E é por isso que estou terminando com você de uma vez por todas.

Ele é o mesmo cara. Seu discurso pacífico, sua forma doce de falar comigo, é Daeshin arrependido. Sempre que brigávamos, ele se transformava no melhor namorado por algum tempo e era quando o poder estava comigo.

Só que as máscaras não duram tanto tempo.

- Só não esquece do que eu sei, Jungkook.

Minha expressão confusa o faz sorrir debochadamente e se explica:

- Eu sei algumas coisas do seu adorável Jimin, não sei?

Fecho ainda mais minha expressão, meu sangue fervendo. Como se fosse coreografado, a voz tão conhecida por mim fala:

- Está tudo bem?

Jimin está em pé, com os braços cruzados enquanto olha para mim. Ele lança um olhar enviesado para Daeshin, mas volta a me olhar, esperando minha resposta.

- Chegou em um ótimo momento, Jimin.

- Não estou falando com você, Daeshin.

- Ah, não? - então ele levanta, igualando o olhar com Jimin. Embora Daeshin seja mais alto, a presença de Jimin é tão potente que os dois parecem ter a mesma altura. - Eu nunca gostei de você, Jimin. Foi como eu falei pra Jungkook, eu estava certo. Vocês dois estão se pegando, não?

- E o que isso tem a ver contigo? - Jimin pergunta, dando um passo para frente. Consigo ver seu maxilar travado e os punhos cerrados. - Vocês terminaram, não foi?

- Se terminamos, por que seu namoradinho fica atrás de mim?

Meu corpo age sozinho e me levanto, tendo lembranças de quando Jimin e Daeshin saíram no soco, no começo das aulas. O clima é parecido com aquele, até mesmo pior. Estamos estressados, drogados e o desgosto de um pelo o outro só parece ter aumentado com o passar dos meses.

- Cala a boca, Daeshin. - minha voz séria chama a atenção dos dois e não entendo o olhar que Jimin me lança. É sério, como se me analisasse.

- Jungkook veio me pedir ajuda, implorando por mim. Você sabe disso, não sabe, Jimin?

Eu consigo sentir a presença dos outros, mas nada mais importa do que Jimin me olhando desse jeito estranho. Alguém diz alguma coisa que faz Daeshin rebater com grosseria, mas não consigo me focar em nada disso.

Meu coração acelera, tendo a certeza que Daeshin vai contar que pedi a sua ajuda para investigar sobre Jimin.

Mas a voz de Jae se sobressai, um tanto desesperada quando diz:

- Porra, os coodernadores estão vindo! Vaza, vaza!

A bolha que nós três estamos é quebrada, o barulho dos meus colegas levantando com rapidez faz o olhar de Jimin focar o meu enquanto sinto sua mão tocar a minha. Daeshin sorri ironicamente para mim uma última vez antes de virar e seguir Taeyang.

- Vem, Jungkook.

Jimin puxa minha mão e começamos a correr. Não sei para onde estamos indo, nem quero saber, só foco minha atenção no caminho a frente. Está escuro, mas as luzes espalhadas pelo acampamento iluminam parcialmente nosso trajeto.

Minha respiração desregulada e os passos apressados que damos são os únicos sons que me foco. Jimin diminui a velocidade aos poucos, o que me faz olhar ao redor e notar que estamos atrás de uma árvore, de frente para o lago.

- Porra, essa foi por pouco.

Sua voz entrecortada por conta da respiração desregulada ajuda a me concentrar apenas em si, em nada mais. Fecho meus olhos, encostando meu corpo no tronco da árvore e respiro, ainda sentindo meu coração acelerado pelo o que Daeshin poderia ter dito para Jimin.

E, para minha infelicidade, ele pergunta:

- Sobre o que Daeshin estava falando?

- O que?

- Você sabe, Jungkook. Tem alguma coisa que eu não sei?

Quando abro meus olhos, encontro Jimin já me olhando, a mão na cintura enquanto respira devagar.

Eu não gosto de mentir. Mentira nunca é um bom caminho e nunca acaba bem. Porém, não consigo pensar em contar a verdade, ainda mais agora sabendo de tudo sobre seu pai... Por isso, digo:

- Daeshin estava querendo encher o saco. Acabamos discutindo e falei umas coisas que ele não gostou.

Ele me olha desconfiado.

- Eu estava falando com Yoongi. Aí fomos com Han mijar e, quando voltamos, eu vi que estava acontecendo alguma coisa estranha entre vocês. A voz dos dois começou a ficar mais alta.

- Eu não quero mais Daeshin perto de mim. A merda é que temos que dividir o chalé.

Conhecendo Daeshin, sei que ele não vai contar para Jimin sobre o que eu lhe pedi, não do nada. Ele é meticuloso, ardiloso e sei que vai guardar essa informação para quando achar conveniente.

Eu só preciso contar para Jimin antes, ele tem que saber por mim.

- Eu posso tentar falar com Namjoon...

- Não, tudo bem. - falo, forçando um sorriso em meu rosto. - Tudo bem.

Não sei se Jimin acredita em mim, mas seu olhar suaviza e ele se aproxima de mim, tocando minha cintura.

- Daeshin é um babaca. Se ele te encher o saco, fale comigo.

- Você desgostou dele desde o começo, não foi?

- Naquele dia no bar, quando nos conhecemos, ele foi mega babaca contigo. Não só isso, mas o jeito dele prepotente e arrogante me dá nos nervos. Nunca gostei dele mesmo. - levo minhas mãos até seus ombros, olhando fixamente para seus olhos. Então, com um sorriso pequeno, Jimin continua: - Daeshin sempre foi muito burro.

- Burro?

- Sim. Ele namorava o cara mais legal de todo o mundo e era babaca daquele jeito.

- Eu sou o cara mais legal do mundo? - sorrio, aproximando nossos rostos.

- Não só o mais legal. O mais bonito também. E, obviamente, o mais inteligente.

Solto uma risada, encostando a cabeça em seu ombro e sinto Jimin beijar minha bochecha.

- Como foi sua conversa com Yoongi?

- Bem... - Jimin abraça meu corpo com um pouco mais de força e sorrio contra a pele de seu pescoço. - Você me abandonou com Han e ele foi sentar com Yoongi... Seokjin se afastou, então ficamos só nós três. Comentei que o clima estava pesado.

- O que Yoongi disse?

- Disse para eu me foder.

- É a cara dele dizer isso.

- Sim. Aí eu falei a verdade: disse que tinha me magoado porque ele escondeu o fato de você gostar de mim e, se ele tivesse me dito, as coisas poderiam ter sido diferentes.

- Diferentes como?

- Eu não sei... Poderíamos ter sido mais sinceros, logo de cara. Ficamos em um vai e vem por muito tempo.

- Yoongi estava sendo leal a mim. Eu o pedi para não contar.

- Sim, mas, pensa comigo, nos conhecemos há muitos anos, somos amigos... Imaginei que ele me contaria tudo. Ele sabe tanto sobre mim.

O tom que Jimin usa me faz pensar que está falando sobre algo sério e logo penso em seu pai.

Yoongi sempre fala como Jimin tem camadas que eu não conheço. Será que ele se refere a todos esses problemas com o pai de Jimin?

- Enfim, eu fiquei magoado, mas admito que exagerei, é que... Tudo isso é novo para mim. Eu sei que disse isso várias vezes, mas é estranho estar assim com alguém.

- Assim como? - me faço de bobo.

- Sei lá, o que estamos... Ficando só um com o outro? Não sei definir, mas isso que temos. Eu nunca tive isso antes, então é estranho...

- Eu entendo, Jimin. Eu tenho certeza que Yoongi entendeu também.

- Sim. Ele não falou tanto, aparentemente o cogumelo o deixa mais introspectivo, segundo ele. Mas nos resolvemos.

- Amém.

- E aí quando terminamos, Han disse que queria mijar e o resto você já sabe.

- Agora só falta Seokjin. - jogo verde, esperando sua reação.

- Ele não quer ser mais meu amigo, Jungkook.

- Eu tenho certeza que ele quer. - tiro minha cabeça do seu ombro, nivelando nosso olhar. - Vocês são amigos há muito tempo e se amam. Não é uma briga dessas que vai acabar com essa amizade.

- Eu não sei. Ele parece me odiar.

O tom pesaroso de Jimin me faz ter certeza, mais uma vez, como ele sente falta de seus amigos. Embora saiba que não foi minha culpa, estar envolvido nessa situação é uma merda total.

- Não vai saber até tentar.

Não é a primeira vez que digo palavras parecidas, já as ouvi bastante ao longo desses últimos meses. Posso dizer que se arriscar é assustador, mas necessário.

- Você é sempre sábio.

- Eu? Claro que não. Já fiz tanta besteira...

- Isso é o que te torna sábio. Errar é um sinal de fraqueza e precisamos ser fracos de vez em quando. Bem, vulneráveis acho que se encaixa melhor.

- Eu gosto de te ouvir falar, Jimin. Por mim, te ouviria o tempo todo.

- Aí ia cansar de mim. - ele ri, roubando um selinho meu.

Com uma risada, nego:

- Claro que não. Acho difícil de acontecer.

Entre sorrisos e promessas silenciosas, Jimin diz:

- Ainda temos muitas coisas para passarmos juntos, Jungkook. O nós está apenas começando. 

📷


Eai, amores. Como gosto de perguntar a cada alguns capítulos: o que estão achando da história até aqui? 

Nesses dias, percebi que a história já passou da metade e agora as peças estão começando a se encaixar. Esse capítulo é essencial para o desenvolvimento do Jungkook e Jimin, como casal. 

Muitas coisas que vão acontecer tem a ver com esse capítulo rs

Espero que tenham gostado. Se cuidem, amores! Até a próxima, pessoal :)



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