Uma CEO inalcançável.

By Mila_Sn

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Julieta Delvecchio é a irmã mais velha das quatro irmãs Delvecchio. Criada em uma família típica italiana po... More

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By Mila_Sn

Julieta

Finalmente a sexta-feira chegou. Penso, buscando uma posição mais confortável na cadeira, na ponta da mesa redonda da grande sala de reuniões.

Os acionistas e eu estamos há quase duas horas assistindo a apresentação de Carlos, um dos responsáveis pelos projetos criados na empresa,  que obviamente está um completo tédio, este trabalho por vezes é bem animador, mas em situações como essas, é bem entediante.

Fora que, são quase seis da tarde e tudo o que eu queria era ir para casa e descansar. Mas o vovô fez questão de avisar à Celina que minha agenda deveria se encerrar às seis, pois eu iria em um jantar com ele. Velho estrategista! 

Depois de longas horas, Carlos parece estar finalizando sua apresentação, sinto certa animação, mas sei que há um probleminha nesse novo projeto que queremos lançar. 

— Bom pessoal, é isso — Ele suspira se alongando brevemente. — Sei que há uns problemas, mas o principal é como reduzir os custos para uma produção de peças com um valor de custo menor, pois os estilos e os tecidos apropriados  são de certo modo, altos. Como faremos? — Carlos observa todos em busca de respostas. 

De repente, todos começam a falar juntos, darem ideias e sugestões. Entretanto parece uma feira ou um jantar de família, todos estão falando juntos, uns elevando o tom de voz, outros estão se levantando, tentando buscar a atenção de Carlos, e eu me pergunto como isso pôde acontecer em tão pouco tempo. 

Em um ímpeto, eu ergo a minha mão, fuzilando todos com um olhar imponente. Em um segundo, todos se sentam e se calam, com olhares fixos em mim. 

— Meus pais e avós me deram educação suficiente para ter a decência de esperar a minha vez de falar, todos terão a sua vez, por isso espero que vocês tenham a mesma decência— Incito de modo inquisitivo.  — Senhorita Paolla, inicie seu ponto de vista, depois o senhor Vito e assim por diante. 

Depois de vinte minutos, todos conseguem dar seu ponto de vista, faltando apenas o meu e de certo modo, ouvi-los me fez pensar em algum modo de resolver isso. 

— Muito bem, obrigada a todos por suas sugestões e obrigada por manterem a ordem de fala e ouvirem uns aos outros. Primeiramente eu gostaria de parabenizar o senhor Carlos por sua apresentação e gostaria de sugerir que na apresentação final, buscasse otimizar o tempo, tudo bem? — Digo olhando para ele que assentiu brevemente. 

— Continuando, sobre o projeto atual, o principal objetivo é criar uma linha totalmente diferente e com preços reduzidos, entretanto os estilos desenhados e os tecidos são caros, certo? — Eles assentem com os olhos fixos em mim — Vejam bem, ao que parece os preços estão combinando com o objetivo do projeto, mas os estilos e os tecidos não, pelo o que percebo, eles não foram preparados para esse projeto, entendem? Não está combinando. Como vamos reduzir custos, se diante de tantos tecidos, escolheram justo os mais caros? Isso não existe. O que eu sugiro com base no que todos disseram, é que o setor de criação e modelagem refaçam os desenhos e escolham tecidos que contemplam o projeto em questão.  E ressalto, tecidos de baixo custo, mas de qualidade. 

Observo ao redor e todos estão assentindo e anotando em seus caderninhos, junto minhas coisas sobre a mesa, olho para o relógio em meu pulso que marca seis e dez da tarde, me levanto, ajeito minha cadeira sobre a mesa.

— Então, acredito que terminamos aqui. Bom final de semana a todos! — Saúdo e saio da sala de reunião.

Em casa, mais precisamente no closet, após o banho, procuro uma roupa que passe certa seriedade mas que seja de casual. 

Conheço bem Martín e sei que se for de modo formal, na primeira oportunidade ele vai me importunar. 

Acabo escolhendo por uma calça estilo jogger preta de um tecido liso e levemente fino, uma regata cinza e uma blusa de tricot azul acinzentado de mangas longas, nos pés, calço um par de tênis baixos na cor branca. 

Penteio os cabelos, deixando-os soltos, já que passaram o dia todo amarrados. Passo um batom leve e um rímel, buscando uma bolsa. Umas gotinhas de perfume completam o visual e eu me observo no espelho. 

— Tenha calma, Julieta. É apenas um jantar, seja forte e respire. — Digo tentando me encorajar. 

Sento na cama, fazendo alguns exercícios de respiração. Preciso me acalmar. 

Martín é o tipo de cara que me deixa sem jeito, julgando minhas ações, me importunando, ele sempre conseguiu me desconcertar, mas dessa vez não vou entrar na onda dele. Seja forte, Julieta! 

Depois de sairmos de casa, eu e o vovô demoramos cerca de quinze a vinte minutos para chegar na mansão dos Pallavicini. 

A mansão, assim como a nossa, é muito grande, porém com um ar mais rústico e antigo, na nossa, o vovô sempre procura modernizar, deixando tudo com um ar diferente.  

— Enrico! Julieta!  — Domênico Pallavicini nos saúda e nos cumprimenta com um abraço assim que entramos no hall. 

— Domênico! — meu avô o abraça feliz, ambos são amigos desde a infância, é muito bonita essa relação deles. 

— Julieta, Como você está linda! — Donatella diz me tirando um pequeno sorriso e me abraçando logo em seguida. 

— Como vão? — Pergunto olhando ao redor, apreciando a bela vista que é a mansão por dentro. 

— Muito bem, sentem! — Ela nos guia até a sala de estar — Martín já está descendo — a mulher sorri misteriosa — Hoje ele foi à empresa, se colocou a par de tudo, chegou bem cansado e acabou se atrasando. 

Ele sempre se atrasa. Penso, buscando controlar a minha vontade de revirar os olhos.

— Vocês estão com fome? — Domênico pergunta rindo —  Hoje teremos Arancinis, Risotto de pescados, polpettone e de sobremesa para a minha querida Julieta… — Ele faz suspense me olhando e eu sorrio sabendo ser a minha sobremesa favorita —  Tiramisú! 

— Olhem só! Tudo para a querida Julieta! — Martín diz rindo descendo as escadas.

Ele passa por meu avô, o cumprimentando com abraço forte, diz algumas palavras em seu ouvido e ambos riem. Tudo isso em menos de um minuto, mas para mim, acontece tudo em câmera lenta. 

— Como vai, Juli? — Martín  me abraça brevemente e eu retribuo. — Ainda compacta, né? — Ele junta as mãos encenando e eu tenho vontade de bater nele! 

— Oi, Martín! — Digo rude — Sai fora daqui! — O empurro de leve e ele sai rindo. 

— Esses meninos! — Domênico sorri. — Vamos jantar? Tudo já está pronto, cheiroso e eu,  cheio de fome!

— Claro, tudo pensado para a Julieta! Eu venho de longe, dez horas de viagem e quem ganha o jantar? Ela! — Martín resmunga rindo indo em direção a cozinha e nós o acompanhamos, meu avô e seus pais rindo do drama dele. 

Após o jantar, todos voltamos para a sala de estar, acompanhados por uma taça de licor de amaro, entretanto, eu me mantive apenas na minha sobremesa, que como o Domênico disse, é a minha favorita.

— Você nem gosta de doces, né? — Martín que por algum motivo que eu não sei qual, sentou ao meu lado, para me importunar, é claro. 

— Não vou nem te responder. — Digo apreciando o sabor adocicado e suave do Tiramisú. 

— Bom garotos, vamos logo ao assunto. — Meu avô olha para Domênico que afirma com a cabeça — Nós nos encontramos hoje com objetivo firme de expansão.  Julieta e eu já havíamos conversado sobre a expansão que queremos fazer na América, certo? — Ele me olha e eu afirmo.

— Certo, vovô. — Sussurro. 

— Por isso, conversando com Domênico e Donatella, decidimos fazer essa expansão de maneira conjunta. Eles serão nossos sócios e apoiadores em todo projeto. 

Nossa que maravilha! Faz alguns meses que eu e vovô vínhamos conversando sobre isso, porém ambos estávamos receosos, pois precisávamos de sócios. Sou gerenciadora majoritária da Delvecchio's de toda a Europa, não teria meios de ir para América. 

Nossa maior preocupação era como fazer essa possível expansão sozinhos e saber que nossos amigos confiaram em nós e nos apoiam é muito bom. 

— Entretanto, já estamos em idade um tanto avançada. — Donatella diz baixinho e sorrindo olhando para Domênico, que segura suas mãos de modo apaixonado. — Por isso, conversamos com Martín e decidimos que vocês dois vão estudar todo o projeto e juntos irão expandir a Delvecchio's. 

Oh, não! Sinto meu coração acelerar… o Projeto de expansão tem um período de no mínimo um ano! Vamos ter que conviver todo esse tempo juntos?  

Sinto vontade de discutir e negociar, mas estudei muito para saber que isso é o certo, eles sabem e eu também sei. Martín é um bom profissional, muito justo e honesto. Porém ele é casado com a vida e eu com o emprego. Ele vai ficar me importunando dia e noite, e eu sinto que o silêncio que eu tanto prezo acabou de acabar. 

Olho ao redor e percebo que todos estão me olhando, como se esperassem uma resposta minha sobre o assunto. Repenso buscando meios de mudar essa decisão, mas sei que é o certo a se fazer. 

Além disso, conviver com o Martín não pode ser tão horrível assim. Preciso crescer, pelo menos com a mente, porque o corpo…

— Entendo, pensando sobre isso, é o melhor a se fazer.  — Suspiro levemente para que não percebam a minha leve frustração. 

— Então acredito que todos estão de acordo? — Domenico olha para Martín e para mim. 

— Sim— Digo buscando um tom firme. 

— Sim. — Martin diz e eu o miro, percebendo seu ar duvidoso. 

Tenha calma, Julieta! Não pode ser tão difícil assim.  Penso e repito como um mantra. 

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