Em uma outra vida, eu serei o...

By mariihreis

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EM BREVE LIVRO FÍSICO FINALIZADA | taekook | séc XVIII | romantismo | romance epistolar | +18 Kim Taehyung e... More

Trailer
01. Asas são feitas para voar
02. A ambiguidade consome cada partícula sã que me resta
03. Gostaria que o dia não findasse
05. No céu, uma miscelânea de cores. Em mim, de sentimentos
06. Talvez eu nunca possa tocar o céu
07. Perdidos em palavras não ditas
08. Que te custavas ter-me neste engano?
09. Culpa e santidade
10. Que seja eterno enquanto dure
11. Talvez em uma outra vida
12. Quando este mundo será diferente?
13. O Inferno é tão quente quanto pecar?
14. O sigilo ainda não me sacia
15. Meu devoto coração é todo teu, apenas teu
16. Aflição de ser água em meio à terra
17. Lembro do vazio me abraçar
18. E se amamos, sobrevivemos
19. O Sol surge com a Aurora, o Amor surge com Daehy
20. Quero abrir minhas asas e experimentar o tutano doce da liberdade
21. Meu anjo
22. Meu garoto
23. O voo alçado
pré-venda do livro físico aberta!

04. À mercê de sensações confusas e paradoxais

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By mariihreis

Olá! Tudo bem por aí? 💜

Trouxe hoje um capítulo mais curtinho, porém ainda muito importante para o enredo. Espero que goste! 🥰

07 de julho de 1790.

Querido Diário,

Acabo de retornar da visita que fiz à casa dos Jeon. Fui sozinho, no final da tarde, assim que minhas horas de trabalho findaram. Foi a minha primeira vez lá, e assombrei-me com a suntuosidade da mansão deles. Senti-me miúdo diante de tanta opulência, isso porque sequer adentrei a construção majestosa. Fiquei intimidado demais para aceitar o convite de Jeongguk para entrar, pedi que conversássemos no jardim. Além disso, confesso que queria estar entre o olor agradável das flores; presumi que ajudaria a dissipar a tensão que iria surgir entre nós dois quando eu questionasse o motivo de ele mentir para mim ontem.

"Estou muito feliz de recebê-lo em minha casa, Taehyung", Jeongguk disse, exultante, enquanto andávamos lado a lado pelo belo caminho entre as roseiras. "Não imaginei ter uma visita tua, assim, por vontade própria."

Ele tinha um sorriso de orelha a orelha desde que foi até a porta me recepcionar. No entanto, desta vez eu não pude correspondê-lo por completo. Estava muito sério, o assunto por pouco não me roubou o sono de noite. Porém, fui capaz de curvar meus lábios num gesto gentil.

"Pensaste que apenas tu poderias fazer visitas repentinas?"

Gracejei, e surpreendi-me quando ele se mostrou ainda mais alegre. Negou com a cabeça. Tinha parte do cabelo negro preso, enquanto o restante caía em cascatas, quase alcançava teus ombros. As mãos estavam juntas, atrás de teu corpo, numa postura polida.

"Por que vieste?", quis saber, sem soar descortês.

Neste momento, deixei de caminhar e virei-me na direção dele. Não subi meus olhos, aguardando até que a coragem de questioná-lo pudesse voltar para mim. Ela me escapou de repente. Admito que a presença de Jeongguk tem este poder: furtar-me a racionalidade e, por conseguinte, deixar-me à mercê de sensações confusas e paradoxais. E o pior é que eu não desgosto disso.

"Vim perguntar-te algo. Algo que não sai de minha mente desde o nosso piquenique." Enfim, levantei o rosto. Encontrei os olhos de Jeongguk, os quais o fulgor da expectativa crepitava, e ele assentiu com veemência, para que eu continuasse. "Por que disse que Mayumi te pediu para levar-me para passear se isto é mentira?"

Diário, a feição de Jeongguk metamorfoseava a cada segundo passado. Então supus que ele sentia uma dezena de sentimentos, todos de uma vez. Ora incrédulo, ora confuso, ora constrangido, ora decepcionado. Só não sei se a decepção vinha do assunto que abordei, pois senti que ele esperava outra coisa, ou vinha de teu próprio ato de mentir. Talvez ambos.

Respeitei teu silêncio, mas analisei cada traço de expressão na face esbelta dele. Queria lê-lo, Diário. Saber o que se passava em teu peito e pensamento. Gostaria de entendê-lo.

Após muito tempo, Jeongguk coçou a nuca, limpou a garganta. Não manteve o contato visual, tamanha era tua vergonha.

"Pensei que acharias estranho demais se eu apenas dissesse que queria ficar a sós contigo."

Declarou, com uma voz tão baixa que a brisa amena que nos transpassava poderia levar as palavras para longe com incrível facilidade. Franzi a fronte, ao passo que meus lábios se entreabriram.

"Não compreendo. Por que isso seria estranho de alguma forma?"

Ele suspirou e me ergueu os olhos. A aflição consumiu o preto de tuas íris, as bochechas incorporaram uma tonalidade rubra.

"Não sei se entenderias, Taehyung, mas sinto um desejo ardente de tê-lo por perto o tempo todo."

Despejou, e as sobrancelhas curvadas daquela maneira traziam a impressão de sofrimento, de melancolia. Não pude evitar ficar surpreso e, ao mesmo tempo, lisonjeado. Meu peito acelerou, tua fala me agradou em demasia e meu sorriso revelava tudo isso a ele.

"É claro que entendo. Eu sinto o mesmo, Jeongguk."

Teu rosto, uma vez tristonho, metamorfoseou de novo. Surpreso, aliviado e radiante. Assim Jeongguk se mostrava para mim naquele final de tarde, com um amontoado de roseiras atrás dele. Uma imagem digna de ser pintada. Gravei-a em minha mente.

"Desculpe-me por mentir."

"Não faças isto de novo. Quero que tu sejas alguém no qual eu possa confiar."

"Podes confiar em mim, Taetae. Não se repetirá", prometeu com convicção, o que me fez acreditar nele.

Sugeriu para que continuássemos a caminhar pelo jardim e eu aceitei. O clima se tornou muito agradável entre nós dois e penso que foi necessário um acontecimento como esse para que pudéssemos nos aproximar mais. Foi uma pequena quebra de confiança que resultou numa confiança mais concreta. Agora ele sabia que não precisava mais esconder as coisas de mim.

Jeongguk parece-me um poço, de águas profundas e cheias de segredos, significados. Curvo-me diante dele, curioso, com sede de descobrir cada molécula enigmática de teu cerne. Contudo, só o que vejo é o meu próprio reflexo. Jeongguk é meu semelhante, Diário. Uma outra parte minha que estava perdida, mas que encontrei.

Por sorte, o fiz nesta vida também.

"Queres ler comigo amanhã?", convidei.

O sol já tinha se posto e Jeongguk me levou até a saída do jardim. Antes disso, se ofereceu para me acompanhar no caminho até em casa, mas quando neguei, pediu que eu voltasse com cuidado. Ele é um verdadeiro cavalheiro.

"Eu adoraria, mas só posso no domingo. Tudo bem para ti?"

Pensei por um momento, lembrando que não havia nenhum compromisso nesse dia.

"Tudo bem", sorri.

Despedimo-nos com acenos e cá estou, escrevendo-te. Eu e Jeongguk estamos criando uma bela amizade e, em pouco tempo, prevejo que também seremos confidentes. Terei alguém o qual eu possa contar o que possuo de mais cru em minh'alma, mostrá-la nua para ele, com a certeza de que não serei julgado. E quero que ele se sinta da mesma forma comigo.

Oh, não fiques enciumado, Diário. Tu ainda serás meu eterno confidente. Afinal, com quem mais eu poderia falar de Jeon Jeongguk além de ti?

Céus, isso não soa errado?

Não gosto quando essas questões me surgem. Despeço-me aqui. Boa noite.

﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋

10 de julho de 1790.

Querido Diário,

Passei a tarde inteira lendo o livro que Jeongguk me indicou. "Os sofrimentos do jovem Werther". É uma ótima obra, já me identifiquei bastante com o Werther, ele é tão sensível quanto eu. Entretanto, não é sobre isso que vim te falar hoje.

O que quero contar é que, quando minhas vistas cansaram da leitura, subi ao terraço para contemplar o céu estrelado de Mansan. Por Deus, quanto tempo havia que eu não fazia isso? Obviamente, lembrei-me muito de mamãe. Não só porque hoje em dia ela descansa no etéreo paraíso e poderia ser qualquer uma daquelas estrelas que reluziam diante de meus olhos, mas também porque costumávamos contemplar o céu noturno juntos.

Não foi apenas de Kim Daehy que me lembrei. Jeon Jeongguk também me veio à mente. Não sei, o céu estrelado me remeteu aos olhos dele, quando recaem sobre mim. A resplandecência é a mesma.

De qualquer maneira, não é disso que quero falar. Viste? Não posso dar asas aos meus pensamentos, eles voam para muito longe. Às vezes até para lugares proibidos. Tenho que me vigiar.

Enfim, quero dizer que quando me recordei que eu e mamãe fazíamos muito isso juntos, me veio a lembrança de uma de nossas conversas sob à luz do luar. Eu tinha uns quatorze anos de idade, e naquela noite perguntei a ela o que é o amor.

"O que é o amor?", repetiu. Pela tua voz, percebi que ela estava, ao mesmo tempo, surpresa e reflexiva. Gastou longos minutos pensando no que me responder. "Bom, o amor é um conjunto de antíteses e paradoxos. Ele é o próprio contrário, Taetae", teu olhar doce permitia que eu entendesse o que ela dizia. "Ao senti-lo, tu tens a sensação de estares preso numa gaiola, rodeada por espinhos. Em contrapartida, apenas sentindo-o que tu te tornas livre por completo. Percebeste como é confuso?", riu, graciosamente.

Me recordo que, no momento em que isso aconteceu, eu não sabia se mergulhava nas inúmeras dúvidas que me surgiram, ou se apreciava o sorriso bonito e acolhedor dela. Só me permiti sentir o que tinha para ser sentido.

"Não existe amor certo ou errado, só existe amor. Todavia, não é todo mundo que aceita isso. É muito raro, na sociedade em que vivemos, se casar com quem desejas" um suspiro de desalento escapou dela. "Aqui, muitas coisas são priorizadas num casamento: condição financeira, negociações, títulos, sobrenomes e leis religiosas, mas nunca prazer ou sentimento."

Quis perguntar se isso também servia para ela e para o papai, contudo fiquei com medo da resposta. Além do mais, eu era bem novo naquela época, então não tive um grande entendimento de tudo o que ouvi. Muito do que ela já me ensinou só faz sentido hoje.

Sim, mamãe, o amor é mesmo confuso. Tive essa certeza enquanto observava o céu estrelado esta noite.

Até mais ver, Diário.

﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋

12 de julho de 1790.

Querido Diário,

Tenho uma mísera impressão de que a maioria de tuas folhas vêm sendo preenchidas sobre uma única pessoa: Jeon Jeongguk. Ele é mesmo espaçoso, apoderou-se de todos os meus dias, dos meus pensamentos e até de tu, Diário. Oh, como pude deixar isso acontecer?

Sei que te devo informações a respeito das cartas que encontrei no sótão, as quais foram enviadas para mamãe ao longo de vários anos, e das cartas escritas por ela que ainda preciso procurar. Muito provável que eu sequer chegue a uma resposta em relação a morte dela. No entanto, admito que possuo certo receio sobre o que irei desenterrar nesse processo, permaneço inseguro para mexer com o passado. Acredito que me mudar para Mansan já foi um grande passo dado. Caminharei morosamente, quero respeitar o meu tempo.

Certo, agora que minha consciência está limpa depois de te fornecer satisfações, posso dar continuidade ao meu relato acerca do dia de hoje. Estou inquieto. Jeongguk veio aqui para que lêssemos juntos, lembras?

Decidimos fazer isso no jardim, para aproveitar o ar livre. A tarde estava fresca, os pássaros cantavam e as flores pareciam nos cumprimentar com os teus gingados tênues provocados pelo vento. Mayumi pôde ficar conosco por um curto período de tempo, antes de tua aula de francês começar. Os noivos sentavam lado a lado no banquinho de ferro posicionado debaixo de uma árvore. Eu poderia ocupar o outro lugar ao lado de minha irmãzinha, pois havia espaço para nós três, mas preferi deixá-los juntos.

Não sei, pensei que fosse o mais correto a ser feito.

Sentei-me em outro banco, de frente para os dois, e abri na página em que havia parado minha leitura. Todavia, não conseguia me concentrar nas letras, não quando Mayumi e Jeongguk ficavam de sussurrinhos diante de mim. Ah, Diário, sou bastante curioso. Então nem notei quando já prestava atenção no que minha menininha falava:

"Sinto tua falta, Guk. Gostaria de ficar mais a sós contigo", murmurou, dócil. Curvava-se muito sobre ele, para alcançar teu ouvido.

De um modo inesperado, senti-me um intruso. Perpassou por minha mente que eu atrapalhava os dois, e que não deveria estar ali no jardim. Fiquei inquieto, meu pé balançava e o peito acompanhava o descompasso da respiração. Tive vontade de ir embora.

"Por que não fazes aula de francês comigo? Passaríamos mais tempo juntos, e estaremos nos dedicando ao nosso casamento", ela sugeriu após perceber que ele não falaria nada sobre o que disse antes. Acariciava a bochecha dele com a pontinha do dedo.

"Tu sabes que não tenho tempo, Yumi", Jeongguk a olhou com certa pena, como se lamentasse ter que dizer isso a ela.

Mayumi, por teu turno, se distanciou dele para oferecê-lo uma expressão ofendida e, ao mesmo tempo, chateada. Tinha os lábios carnudos entreabertos, expondo teus dentinhos sobressalentes. Vi dor em teu olhar acastanhado. Se pôs de pé e arrumou o vestido comprido que usava.

"É, mas tu tens tempo para levar o Taetae para passear e para passar a tarde lendo com ele", reclamou, com evidente mágoa. Me olhou de relance antes de se virar para ir embora.

Jeongguk tentou alcançá-la com a mão, enquanto eu a chamei. Mas ela não ouviu, ou fingiu não ouvir. Minha doce Yumi estava machucada, e a culpa era minha. Eu e ele trocamos olhares de angústia. O Jeon suspirou. Em seguida, com um gesto, me convidou para sentar ao teu lado no banco, onde Mayumi sentava antes. Fui até lá. Nossos corpos se encostaram um ao outro.

"Depois converso com ela", falou e eu concordei com a cabeça. Aquilo me deixou tranquilo, o peito mais desafogado.

Antes de enfim começar minha leitura, olhei ao redor do jardim. Sentávamos de frente para o pomar dos Son e dava para ver a fileira de macieiras, repletas das frutas bem avermelhadinhas. Era um lindo cenário.

O silêncio passou a reinar entre nós dois, mas isso não era um problema pois nos ocupamos em ler. Entretanto, numa determinada hora, Jeongguk fechou teu livro e me encarou. Ficou assim até que eu fizesse o mesmo com ele.

"O que há?", perguntei.

"Ser ou não ser? Eis a questão, Taehyung."

Fez uma citação de "Hamlet". Percebi que ele de fato queria obter uma resposta, o semblante expunha que refletia sobre aquilo. O fitei, sério, e falei:

"Sejas, independente de quem tu és."

"Mesmo quando há um mundo inteiro contra isso?"

O questionamento me desnorteou. Olhei-o com estranheza, vasculhando os possíveis significados nas entrelinhas daquela frase. Jeongguk era ambíguo e enigmático, gostava de brincar com os sentidos das palavras. Cogitei até mesmo que ele poderia possuir uma heresia como a minha, mas... não, isso é improvável.

Concluí, então, que era algo relacionado à convivência com o pai e à vontade de Jeongguk de ser dono das próprias atitudes.

"Ora, então crie um mundo apenas teu", dei de ombros. Ele riu soprado, dessa vez não me olhava. Constatei que não deu credibilidade ao que eu disse. Aparentava estar perdido em reflexões.

"Não tens medo de ser quem és, Taetae?"

Diário, por um momento achei que Jeongguk já sabia de tudo. Ele sabia de meu pecado. Meu coração acelerou e me remexi no assento, desconfortável. Olhei-o com atenção e medo. No entanto, teu rosto não demonstrava nada disso. Por essa razão, vi que não fazia sentido considerar essa possibilidade. Afinal, ninguém além de tu sabe, Diário.

Exceto por uma única pessoa, mas não nos vemos há anos.

Depois de ter me acalmado um pouco, parei para pensar no questionamento dele. Se tenho medo de ser quem sou?

Já nasci herético. E é muito injusto arcar com consequências de sacrilégios que não escolhi cometer. Quem foi que determinou que pessoas como eu são pecadoras? Por que tratam isso como uma doença? Quantos sujeitos não devem se esconder atrás de máscaras que não os pertencem? Quantos não devem fingir ser quem não são? Estou farto disso, Diário. Dessas gaiolas religiosas.

Podemos até fingir ser o que não somos, mas deixar de ser é impossível. O que há debaixo dos panos de homens e mulheres como eu, deixaria qualquer um surpreso. Por experiência própria, sei como é torturante ser um herético e, consequentemente, sei que é muito mais cômodo e seguro esconder isso do mundo.

Embora odiemos nossa heresia, às vezes a luxúria, o desejo, a paixão e o amor falam bem mais alto. Despertam no íntimo nossa natureza primitiva, então nos entregamos àquilo que chamam de pecado.

Quando me lembrei que mamãe disse que era quase impossível casar por prazer em nossa sociedade, me senti compreendido e aceito. As leis religiosas não permitem a minha forma de amar, e isso dói muito, Diário. Só quero abrir minhas asas e voar.

"Tenho medo, todos os dias. Porém, não é como se houvesse opção. Não posso deixar de ser quem sou", fui simples. Ele me olhou um pouco assustado.

"Aish, eu te disse que não gostava destes questionamentos, Taetae", pronunciou, emburrado. Não contive uma gargalhada. Jeongguk tinha um lado fofo que raramente aflorava-se. Apenas assim eu me lembrava que sou mais velho que ele.

"Ora, por mais assustador que seja, é preciso olhar para o que há dentro de ti. Descobrir tuas verdades, teus medos e vontades", falei, e ele se demorou me analisando com minúcia.

"Certo", disse por fim, com o esboço de um sorriso.

Antes de voltar a ler, Jeongguk contou que haveria um grande jantar em tua casa no próximo final de semana e questionou se eu não gostaria de ir, pois os Son também foram convidados. Diário, é claro que eu disse "sim". Sei que naquele dia fiquei intimidado com o luxo que extravasava da mansão dos Jeon, mas não é como se eu não quisesse conhecer o mundo de Jeongguk. Tenho minhas curiosidades, quero desvendá-lo até onde me for permitido.

Ele ficou muito contente por eu ter aceitado o convite, e depois tornou a ler o livro com um sorriso amplo.

O que aconteceu depois disso é o motivo de minha inquietação hoje, Diário.

Primeiro, Jeongguk apoiou tua mão sobre a coxa, tão próxima da minha que por um triz ele não me tocou. A outra segurava o livro. Quando fiz o mesmo que ele, a pele dos nossos mindinhos se esbarraram de maneira sutil.

Como se trilhassem um caminho bastante conhecido, nossos dedos menores se entrelaçaram. Igual fazíamos quando crianças, para concretizar uma promessa. Mas que promessa eu e Jeongguk fizemos um ao outro naquele instante?

Suponho que prometemos manter o ato singelo em segredo.

Apesar daquilo ter sido despretensioso, fiquei com vergonha e virei o rosto para o outro lado, achando que isso me tornaria menos tímido. Confesso que, durante aquele momento, o que fazíamos não me parecia errado. Foi uma atitude pura. Pensei que nada demais estava acontecendo.

Mas se não era errado, por que quando Mayumi surgiu de repente nós desfizemos do entrelaço depressa?

Tão depressa que ela nem viu.

Dormirei com essa dúvida em mente, Diário. Algumas questões me assombram, e tudo se torna pior quando tenho resposta para todas elas.

Até logo.

﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋

NOTAS DA AUTORA:

Então, gostou do capítulo? 🤭

Confesso que esses taekook mexem bastante comigo, espero muito conseguir transmitir a magia deles através da minha escrita ✨ tem várias coisas nas entrelinhas 👀

Troquei a capa da fanfic pelo edit que a felicity_nown fez 😭 eu surtei muito quando ela me mandou kkkkkkkk ela arrasa demais na edição, admiro muito o trabalho dela! 💜 Ficou perfeita, né? 

Bom, até a próxima! Como venho dizendo, estou amando escrever essa história, por isso tô bem ansiosa pra mostrar mais do enredo hehehe

Muito obrigada por ler 💜

Meu tt: @m4riihreis
Meu insta: @mariihreis_litera
Meu cc: m4riihreis
Hashtag da fic: #sigilotk (vamos interagir aaaaa)

~> tenho um grupo de leitores no wpp. Se quiser entrar, manda um oi! 💜

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