Corte de Amores e Segredos...

By ledaisyy

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Quatro irmãs. Duas caçando para sobreviver, duas aproveitando o que tivessem. Uma maldição. Duas delas levada... More

HISTÓRIA ANTIGA
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music
prologue
one - the begin
two - the beast
three - she isn't human
four - your majesty
five - brother from another mother
six - high lord
seven - my real "me": a queen
eight - they were fine
nine - violet eyes
ten - you're shine
eleven - what are you?
bonus - for her
thirteen - hello, did you miss me?
bonus - I lost
fourteen - they need us
fifteen - under the mountain
sixteen - all this for a riddle
seventeen - a deal, that's all
eighteen - sweet dream
nineteen - balls and wines
twenty - we were supposed to be dead
twenty one - no, one it's enough
twenty two - i can rest now
bonus - she is... was my sister
bonus - i felt her dying
bonus - she cannot go
epilogue
thanks
new book
RECADO

twelve - back to the old house, or hell

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By ledaisyy

De volta à antiga casa, ou inferno

Não esperei uma dispensa de Tamlin quando Rhys sumiu daquela casa. Ajudei Feyre a levantar e continuei abraçada à ela até chegar na porta de seu quarto. Queira levá-la para o meu, queria abraçá-la para sempre; havia sido um choque para mim, mas para Feyre... Não gostava de imaginar como ela se sentiu com Rhysand segurando sua mente, ou vendo Tamlin e Lucien se ajoelharem. 

Voltei para meu quarto e tentei tocar alguma coisa, a primeira coisa que veio foi a música que tocava com minha mãe. Logo parei quando percebi. 

Havia dado o nome da prometida de Pietro ao Grão-Senhor, à Amarantha. Foi o único nome que me veio a mente e agora o peso da consequência caia sobre meus ombros. 

As palavras do Suriel começaram encher minha cabeça depois de tanto tempo em silêncio. Cortes ao norte, Grão-Senhor e herdeiro. Depois de hoje, eu sabia de quem ele se referia  – por mais que já soubesse o de Feyre –, Rhysand e Lucien, mas se Amarantha realmente tentasse me caçar... Empurrei para baixo o pensamento e a informação que havia descoberto. 

Em algum momento da noite, Lene entrou no meu quarto e avisou-me que Tamlin mandaria eu e Feyre de volta as terras mortais. Amanhã de manhã seríamos levadas de volta para casa. Mas aquilo não era uma casa, e estava longe de ser. Era o verdadeiro inferno. Quando perguntei o porquê, Lene não soube responder; apenas balbuciou algo entre Tamlin ter medo e não consegui proteger.

Não fui jantar e não consegui dormir. 

«——————⁜—⁜——————»

Acordei na manhã seguinte com uma Lene nervosa e preocupada. Não demorou para ela me colocar dentro de um vestido de camadas de seda e cheio de babados e rendas, que apertava em todos lugares errados; depois das camadas de seda lilás, vinha inúmeras rendas brancas e azuis-claras. Um chapéu de marfim e luvas rendadas brancas terminavam o que deveria ser a nova moda mortal da burguesia. 

Não troquei uma palavra com Lene, não lhe dirige o olhar por mais de uma vez. Odiava despedidas, fazia-me lembrar de tudo que eu já havia perdido, e fazia-me lembrar de como não havia conseguindo me despedir do meu pai, do meu irmão e da minha mãe. Me sentia imponente e fraca com despedidas, porque, para mim, eu estaria fugindo. Sempre fugindo.

Vi que Lene abriu e fechou a boca algumas vezes e, antes que ela pudesse falar qualquer coisa, me adiantei. 

— Não fale nada. Odeio despedidas. Prometi que tiraria você daqui e estou deixando-a aqui, não mereço um terço da sua compaixão. 

Não esperei ela responder e sai do quarto, me encontrei com Feyre no corredor e descemos juntas as escadas. No primeiro andar, Lucien deu um risinho ao nos ver.

— Essas roupas são o suficiente para me convencer de que jamais gostaria de entrar no reino humano. 

Não parei para escutar o que Feyre respondeu e segui até a carruagem que nos levaria de volta à casa. Era quase uma piada pensar assim. Duas irmãs que te odeiam e um padrasto que repugna qualquer um como você, aquilo estava longe de ser minha casa.

— É o melhor para ela  — sussurrou Tamlin quando entrei na carruagem. 

— Convença-a disso — retruquei. 

Lucien tentou convencer Tamlin de nos deixar ficar, o que não adiantou. Não olhei para o ruivo, havia prometido algo e estava fugido. Tinha o reencontrado e já estava fugindo novamente.

— Amo você — Tamlin disse a Feyre, e sorriu como se fosse a última vez que fazia tal coisa, e talvez fosse. Feyre não respondeu. 

«——————⁜—⁜——————»

Feyre acordou somente quando chegamos a um palacete de mármore branco e telhado esmeralda, já nas terras mortais. Criados se aproximavam da carruagem e, depois de tanto tempo convivendo com os feéricos da Primaveril, era estranho estar cercada de humanos. Pessoas completamente humanas. 

Reconheci minhas irmãs ao vê-las saindo pela porta da frente da casa. Não reconheceram nem eu e nem Feyre, não as julguei por isso. Depois de tantos anos usando calças e túnicas não era estranho não nos reconhecerem em vestidos tão... extravagantes. Elas também estava diferente: vestidos refinados, o rosto e o corpo não mais esquelético. No final, Tamlin havia realmente as ajudado. 

Nestha fez uma reverência e Elain a acompanhou.

— Bem vinda ao nosso lar — cumprimentou Nestha, os olhos voltados para o chão —, Senhoras...

Foi Feyre que a cortou, rindo. Eu só conseguia pensar no que aconteceria de agora em diante. Rhysand afirmará que eu poderia voltar, só teria que esperar Amarantha atacar e não achar nada.

— Nestha — falou e a mais velha ficou rígida. O que só fez Feyre rir mais. — Nestha, não reconhece as próprias irmãs? 

Elain arquejou. 

— Feyre? O que aconteceu com a tia Ripleigh, então? Ela está... morta?

Decidi que não queria ficar para escutar a conversa. Entreguei meu chapéu a um dos criados que estava mais perto e segui na direção onde Nestha e Elain tinham vindo; vaguei pela casa até chegar no que parecia o escritório, mal abri a porta quando escutei uma voz atrás de mim. Completo ódio envolvendo cada palavra.

— Então, a passarinho voltou? — me virei e dei de cara com meu padrasto. Ele poderia ser amoroso com minhas irmãs, mas comigo não. Nunca comigo. 

— É o que parece não é?

— Feyre? 

— Procure-a. Não sou sua pomba correio.

Sai dali antes que ele pudesse fazer, ou falar, qualquer coisa. Então, percebi que isso era a única coisa que fazia nos últimos dias. Fugia. Saía sem deixar as pessoas terminarem uma frase completa, ou sem esperar que elas tivessem qualquer reação.

«——————⁜—⁜——————»

William, pai de minhas irmãs e meu padrasto, chorou ao ver Feyre e ordenou que um baile fosse feito em homenagem a ela. Os criados não entenderam por que a homenagem não se estendia a mim também, mas resolveram não perguntar e apenas saíram para organizar as coisas. 

Procurei não sair do quarto na maior parte do dia, e tentei encontrar algum livro para me distrair. Quando me cansava, sentava na janela do quarto e ficava observava Feyre e Elain cuidado do jardim. Nestha ficava perto delas, mas estava tão distante quanto era antes. 

Feyre havia ido até a aldeia que morávamos entregar a riqueza que, para os outros, havíamos herdado. Não consegui ir com ela, não suportaria voltar para aquele lugar, não sem querer jogar tudo paro alto e ficar lá de vez; porque lá, pelo menos, não teria que aguentar William, ou Nestha, ou Elain, ou o fato de que não voltaria mais à Prythian. Não teria que aguentar o fato de saber que prometi a Lucien e Lene que os tiraria dali, mas fugi ao invés disso. 

Decidi que desceria para jantar com eles, depois do que deveria ser quatro dias trancada dentro do quarto. Me arrependi da decisão na mesma hora.

— Ela conheceu alguém? — escutei Elain perguntando. Estava quase entrando na sala de jantar, mas resolvi parar na sombra da porta e escutar. 

— O quê? — balbuciou Feyre. 

— Layla. Ela conheceu alguém nesse tempo em que ficaram com a tia Ripleigh? Ela está distante de novo, igual quando mamãe morreu. Não conversa, não sai do quarto, não come. 

Quando mamãe morreu.

Sai dali antes de escutar alguma resposta. Não percebi para onde meus pés estavam me levando até parar na frente do chalé onde morei por oito anos. Estava mais acabado desde a última vez que o vi, agora a mesa tinha marcas de garras e a porta não estava completamente inteira. 

Segui até o quarto de minhas irmãs e encarei a cômoda. Feyre havia pintado nossas gavetas anos atrás, mas as pinturas ainda estavam ali. Chamas. Flores. Raios de sol. Escuridão.

Mas era uma escuridão diferente. Diferente daquela em que vivi por anos. A escuridão que Feyre pintou era algo feliz, porque era dos meus sonhos que ela surgiu. Era de quando eu ia para um lugar onde a maldade não chegava, onde o céu parecia mais bonito. Era onde cada parte de mim parecia sussurrar a mesma coisa. Casa.

Aquela escuridão que Feyre pintou não era apenas escuridão. Era um céu. Era uma terra sem maldade. Era a minha casa. 


Estava dormindo quando me acordam e falam que minha mãe estava me chamando. Ela havia piorado da doença e agora mal conseguia sair da cama. 

Peguei um robe e segui na direção do quarto dela, o único criado que estava ali saiu quando me viu. Agachei na frente da cama ela e segurei sua mão, vendo de perto ela parecia muito, muito pior. 

— Querida, que bom que você veio... — Sua voz refletia sua aparência. Fraca, baixa, rouca. Se não percebessem no olhar dela que estava doente, reparariam na voz.

— Sabe que sempre vou vir, mamãe.

Sorri para ela, mas meu sorriso não chegava nos olhos e não era verdadeiro. Estava lutando para não chorar, eu tinha que ser forte. Ser forte por mim, pelas minhas irmãs. 

— Você sempre foi tão parecida com ele...

— Papai?

— Sim. Volte a ser você, querida, não quero ver uma cópia minha. Quero ver você. Se essa for a última coisa que eu for ver, quero que seja você.

— Você não vai morrer! — esbravejei. Ela não poderia, certo?

— Por favor.

Soltei aquele aperto que fazia em volta do meu poder. Uma olhada no espelho que minha mãe tinha na mesa ao lado da cama foi o suficiente para ver meus olhos azuis, o cabelo branco-azulado e as orelhas meio pontudas.

— Como senti falta de ver você assim. Me lembra muito ele.

Passamos um tempo sem falar nada. Eu agachada no chão segurando uma mão da minha mãe e com a outra fazendo um carinho no cabelo dela. 

— Você o amou? 

— Muito. Me tornaria feérica se isso significasse viver com ele. No final, mesmo ele sendo feérico morreu antes. A vida é estranha.

— Foi uma emboscada, mamãe. Queriam espalhar medo e terror.

— Sim, queriam. E levaram vidas inocentes no caminho. 

Ela me dá um sorriso triste e aperta minha mão com mais força. Não paro com o carinho. 

— Prometa para mim, filha. Prometa que cuidará delas. Cuidará de Feyre, Elain e Nestha. Mas, principalmente, prometa que será forte. 

— Mãe...

— Promete! 

— E-e-eu... Eu prometo. Cuidarei delas. Serei forte. 

Ela sorri, e os olhos cinzas brilham com as lágrimas. Seu aperto fica mais fraco na minha mão e a respiração mais lenta. 

— Você não nasceu para ser uma rainha, querida. Nasceu para ser uma Grã-Senhora. 

Então, ela sorri uma última vez. O rosto molhado pelas lágrimas. Sua mão não aperta mais a minha, e seu peito não se move. 

— Mãe? — a balanço. Nada. — Mãe. — Nenhuma resposta. — Mãe! — Não, não, não. — MÃE!

Começo a gritar. Não escuto mais nada ao meu redor. Suas palavras ecoam na minha cabeça. Seu sorriso é a única coisa que consigo ver. 

Alguém está me segurando, me tirando de perto dela. Mas eu não quero sair, não quero ficar longe. Olho rapidamente no espelho e meu cabelo já está castanho. não sei quando o fiz. Tem sussurros pelo quarto todo, mas a única coisa que consigo escutar é eu gritando, pedindo por ela. 

— MÃE! Me solte! — grito para quem me segurava. 

— Layla, se acalme — a pessoa que está me segurando sussurra no meu ouvido. — Se acalme, meu amor. — Pietro. Ele estava ali, eu tinha esquecido completamente. 

— Pietro... E-ela... Ela não pode morrer...

— Vem, vou te levar junto com suas irmãs. Vão cuidar dela, meu amor, vão cuidar dela. 

Só então olho para porta e vejo minhas irmãs se abraçando, estavam paradas na porta mas não era eu que elas olhavam. Me solto de Pietro e vou correndo até elas, Feyre se solta e abraça a minha perna, posso senti as lágrimas molhando a minha perna. Mas do que isso importa? 

Seguro a mão de Nestha que com a mão livre segura a de Elain. Me abaixo até ficar da altura de Feyre e consigo soltar minha perna do abraço da menor. 

— Fey, olhe para mim. Vamos sair daqui, sim? Estão cuidando dela. Venha.

Sigo com elas em direção ao meu quarto e deito com elas na cama. Nestha e Elain do meu lado esquerdo e Feyre do direito. Ficamos todas abraçadas, mas nenhuma consegue dormir. Começo a cantar a música da mamãe, a que ela me ensinou e a que eu ensinaria para minhas irmãs.

— I can't love you in the dark — murmuro. — It feels like we're oceans apart. 

Quando termino a músicas, elas já estão dormindo. Os rostos molhados de lágrimas, uma se enroscando na outra. Mas eu não consegui dormir. 


Acordo gritando. Chamando por minha mãe até perceber que estava no chalé e o dia já amanhecia. Demoro um pouco de lembrar por que estou ali, e chego a pensar que seja mais um dia de caça e que os dias em Prythian não passaram de um sonho. Corro até o quarto apenas para ter certeza, não encontro nenhuma de minhas irmãs ali. Uma olhada no vestido que estava usando deduz que realmente não foi um sono.

Sigo de volta a casa que agora os Archeron's moram. Não dou importância para nenhuma das pessoas que encontro no caminho, mas, o que realmente me faz parar, é uma música que tocava num rádio e uma mulher cantarolando baixinho. De costas, ela poderia muito bem ser da minha família. 

— Com licença? — pergunto, me aproximando devagar. A mulher se vira na mesma hora e arquejo baixinho. O cabelo, os olhos... Tudo parecido demais com minha mãe.

— Sim? — Não consigo responder. — Senhora, quer que eu chame um médico? 

— N-Não... Não precisa. Eu só... Só queria saber o que estava passando na rádio. 

A mulher pega o rádio e se aproxima. 

— É só uma música, mas pode escutar. 

É claro que era a música que eu imaginava. Reconheceria de qualquer lugar. Quando me dou conta, eu e a moça já estamos cantarolando baixinho. 

— There is so much space between us. Baby, we're already defeated.

Não percebo quando a música acaba. Minha mente continuava vagando entre ela, o sonho e a mulher na minha frente. 

— Posso perguntar de onde conhece? — a moça pergunta. Assinto minimamente. 

— Minha mãe cantava para mim. Quando decorei, cantávamos juntas. Apenas me lembrei dela.

— Meus pêsames. 

— Obrigada. 

Volto para a estrada de terra que ligaria as casas da aldeia com a praça, uma olhada para trás e vejo a mulher voltando o rádio no lugar. Ela não era nada parecida com minha mãe. O cabelo que achei ser castanho era preto, e os olhos invés de cinza eram verdes. Saio dali o mais rápido que consigo. 


⁙⁛⁙——————⁕——————⁙⁛⁙

Sumi mas voltei.

Não tive tempo de escrever nesse final de semana, to tendo que estudar igual louca pro vestibulinho. 

Já quero avisar que não sou nem um pouco fã da Nestha ou da Elain, não esperem um arco de redenção ou personagens amáveis. Antes que perguntem, sim, eu li Acosf, mas a Nestha ainda não me desce. 

Agora que elas voltaram para as terras mortais as coisas começam ficar interessantes. 

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