Corte de Amores e Segredos...

By ledaisyy

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Quatro irmãs. Duas caçando para sobreviver, duas aproveitando o que tivessem. Uma maldição. Duas delas levada... More

HISTÓRIA ANTIGA
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music
prologue
one - the begin
two - the beast
three - she isn't human
four - your majesty
five - brother from another mother
six - high lord
seven - my real "me": a queen
eight - they were fine
nine - violet eyes
eleven - what are you?
bonus - for her
twelve - back to the old house, or hell
thirteen - hello, did you miss me?
bonus - I lost
fourteen - they need us
fifteen - under the mountain
sixteen - all this for a riddle
seventeen - a deal, that's all
eighteen - sweet dream
nineteen - balls and wines
twenty - we were supposed to be dead
twenty one - no, one it's enough
twenty two - i can rest now
bonus - she is... was my sister
bonus - i felt her dying
bonus - she cannot go
epilogue
thanks
new book
RECADO

ten - you're shine

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By ledaisyy

Você está brilhando

Alguns dias tinham se passado desde o Calanmai e no dia seguinte a ele, quando Feyre apareceu no almoço com um hematoma no pescoço e alegou que Tamlin havia o feito, agarrei-me a todo senso e controle que tinha para não atacá-lo ali mesmo. Minha irmã havia percebido o lampejo de ódio no meu olhar, porque depois veio me contar o que aconteceu: Tamlin a encontrou no corredor e a prendeu contra a parede, mordeu seu pescoço e beijou o mesmo lugar. No final de tudo, ela havia gostado

No jantar, esperei Feyre e Lucien saírem para contornar a cadeira e parar atrás do Grão-Senhor. Não o prendi, ao menos fiz menção de chamar a água ou a neve; apenas sussurrei, a voz fria como a morte.

Morte. Era isso que eu prometia. 

— É melhor ter herdeiros. E rápido.

Sai da sala sem deixar espaço para ele retrucar. A ameaça pairando entre nós. Era um jogo, extremamente perigoso – e eu tinha certeza de que poderia morrer no final –, mas ele já havia me tirando da minha família.

Feyre entrando rapidamente no meu quarto, claramente assustada, me fez parar de reviver aquela noite. 

— Em que momento essa casa esteve tão lotada? — ela praticamente gritou, e eu franzi o cenho.

— Essa casa sempre esteve lotada, Fey.

— Não, não, não. Isso não é possível. 

Ela correu até onde eu estava, segurou minha mão e saiu me puxando dali. Só paramos quando estávamos na sala de jantar, de frente a Tamlin e Lucien.

O loiro estava jogando na cadeira de sempre, mas esticou o corpo quando viu nós duas na porta; Lucien levantou o olhar de uma das suas adagas que limpava. 

— O que foi? — a voz de Tamlin aparentava real preocupação. Voltei meu olhar a Feyre e esperei que ela me explicasse também. 

— Tem... muita gente... feéricos... por aqui. Quando eles chegaram? — seu olhar parou na janela, acompanhei para ver o que ela tinha visto. Feéricos com máscara de insetos. 

Os dois feéricos a nossa frente tentavam conter a risada. 

— Estavam aqui o tempo todo.

— Mas... mas eu não ouvi nada.

— É claro que não — disse Lucien, girando uma das adagas. — Nós nos certificamos de que vocês não pudessem ver ou ouvir ninguém, além daqueles necessários. Funcionou com você. Sua irmã, por outro lado, tem a mente forte de mais para um glamour.

— Mas aquela vez no jardim... no dia que você passou mal. Você também não viu.

— Não era magia desses dois. 

Feyre passou o resto do dia um pouco assustada, como se toda aquela multidão fosse muito para ela suportar. Evitava olhar por mais de dois segundos para qualquer feérico, eles estavam acostumados com ela ignorando-os que, quando encarava-os, os próprios feéricos se assustavam com a atenção.

Estava conversando com Lene sobre o Solstício de Verão, que estava chegando, até minha irmã entrar no quarto e levar mais um susto naquele dia. 

— Por que todos são tão diferentes? — Feyre choramingou, se aproximando da cama. 

— Glamour faz isso com as pessoas. — Lene fez menção de sair, mas a parei com um dedo e apontei para cama. — Fique. 

— Poderia ter me contado, hein? — Feyre se jogou na cama, a cabeça apoiada na minha perna. Comecei um carinho no seu cabelo e dei de ombros. — Do que estavam conversando? 

— Solstício de Verão — respondeu Lene, animação estampada em seus olhos. — Estão convidadas. As duas. Eu e Alis faremos belos vestidos, não se preocupem. Ah, vocês ficarão lindas! 

Apoiei uma mão no ombro de Lene, acalmando-a. 

— Não se esqueça que é para você se divertir também. Na verdade, estou até pensando em ficar aqui mesmo. 

— Ah não — Feyre resmungou, levantando-se. — Você irá sim! Não está aberto a discussões. Deve ser lindo, Lene.

— E como. Sinceramente, é minha festividade favorita, depois do Solstício de Inverno. Mas como aqui não comemoramos ele, não oficialmente pelo menos, o de verão ocupa um pouco desse lugar. 

— Fico honrada em saber que adora o dia do meu aniversário, Lene — ronronei.

— Ei! — Fey me deu um beliscão no braço e torci o nariz. — O aniversário é meu também!

— Não brinque! Vocês nasceram no mesmo dia?!

— Sim. Tenho que aguentar essa pirralha desde então — recebi outro beliscão de Feyre. — Ai!

— Quando chegar o aniversário de vocês, garotas, farei questão de planejar junto de Alis uma festa incrível.

— Não precisa se preocupar, Lene — retrucou Feyre. — De verdade, vocês têm coisas mais úteis para fazer. 

— O aniversário de vocês é completamente útil. 

«——————⁜—⁜——————»

No dia seguinte, eu acompanhava Feyre pelo jardim enquanto ela pintava, a mesma já parecia mais calma com a presença de tantos feéricos. Estávamos voltando para a mansão quando achamos uma cabeça no meio da fonte, o sangue ainda estava fresco e não havia nenhuma máscara no rosto. 

Derrubei as latas de tintas que segurava e, quando dei um passo para trás, senti uma mão segurar meu braço. Virei a cabeça e encontrei Lucien, pálido e sombrio, Tamlin tinha as mãos no ombro de Feyre. 

— Não é da Corte Outonal — disse o ruivo — Não o reconheço. 

— Nem eu — grunhiu Tamlin. Puro ódio emanava dele.

Lucien se aproximou da fonte e da onde estava a cabeça, cada passo que ele dava meu estômago revirava. 

— Eles o marcaram atrás da orelha com uma insígnia — xingou. — Uma montanha com três estrelas...

— Corte Noturna — a voz de Tamlin saiu baixa, não de medo, de ódio. 

A Corte mais ao norte de Prythian. Foi como se aquela simples menção dela tivesse liberado todas lembranças que eu precisava. 


— Essa — minha mãe apontou para o ponto mais ao norte do mapa de Prythian — é a Corte Noturna. Não existe muitas coisas para falar sobre, além de eles serem assassinos natos. As pessoas têm medo de colocar o pé lá e, sinceramente, não gosto de falar dela também. 

— Não acha que pode ter alguma ligação com meus sonhos, mamãe? 

— Espero, do fundo do coração, que não. Ir para lá pode ser como uma sentença de morte. Mas prometi que falaria do Grão-Senhor de cada uma. Rhysand. Teve a família morta por uma Corte rival, nunca foi falada qual. Ele pode parecer absurdamente adorável, mas tome cuidado; eles sabem como enganar alguém. 

Apenas assenti, por mais que algo dentro de mim sussurrasse que eu não precisava ter medo, que não era necessário me esconder deles. 

Voltei a olhar para a espécie de apostila. A foto era escura, como se as sombras encobrisse-a, mas aquelas feições e aqueles olhos... Aquilo ela não conseguia apagar, ou não queria


Grão-Senhor. 

Grão-Senhor da Corte Noturna.

Era isso que eu tinha atacado no dia do Calanmai. Era ele que estava com Feyre. Pela Mãe, eu estava tão fodida.

— Por que... por que faria isso? — sussurrou Feyre. Tamlin soltou os ombros de Feyre e parou ao seu lado. Lucien subia a estátua em que estava a cabeça para tirá-la.

— A Corte Noturna faz o que quer — respondeu o loiro. — Eles têm os próprios códigos, e a própria índole corrupta

— Eles são assassinos sádicos — comentou Lucien, cada vez mais perto da cabeça. Não tirei o olho dela. — Eles sentem prazer em todo tipo de tortura e achariam esse tipo de brincadeira engraçada. 

Olhando a cabeça atentamente, o feérico que havia sido morto parecia demais com um daqueles que vi correndo de onde Feyre estava. Talvez a Corte Noturna não estava fazendo uma brincadeira, apenas... se vingando. Mas de quê?

— Engraçada, mas não uma mensagem? — perguntei, ainda sem tirar os olhos da cabeça, nem mesmo quando Lucien a tirava da estátua. 

— Ah, é uma mensagem. Entrar e sair de nossas defesas, possivelmente ter cometido o crime por perto, com o sangue tão fresco assim... Isso é exatamente o que o Grão-Senhor da Corte Noturna acha divertido. O desgraçado.

Acho que terá que fazer uma visita a Corte Primaveril em breve. Esteja pronto, Grão-Senhor.

E, talvez, eu mandasse a cabeça deles de presente igual você fez com elas. Adoraria lembrar um pouco do passado, não acha? 

Aquela voz do dia que eu passei mal. Aquele era o Grão-Senhor da Corte Noturna, e eu havia visto e escutado a conversa dele com aquela fêmea; e depois com um macho que havia o chamado de vadia da Amarantha... Aquela fêmea era Amarantha, e o macho... Tamlin.

— Não. — retruquei, tirando o olhar da cabeça pela primeira vez. — Não esse tipo de mensagem — foquei meu olhar em Tamlin, ele também me encarava. — Outra. Algo muito mais profundo do que a praga despertando. — Teve a família morta por uma Corte rival. —Problemas entre Cortes. — Desviei meu olhar entre Lucien e Tamlin, o olhar dos dois arregalados em espanto. — O que vocês fizeram?

— O quê? — engasgou Feyre. 

O que vocês fizeram? — repeti .— Isso — apontei para a cabeça — não tem nada haver com a praga. Que merda aconteceu antes disso tudo?

— Não acha... — começou Tamlin.

— Acho que estou na merda de uma Corte que tem briga com outra de séculos atrás! — gritei. O ar parecia faltar. O jardim parecia ficar menor. — Eu lhe avisei, Tamlin. — grunhi, raiva entrando por todo lado, fervendo meu sangue. — Coloque minha irmã em risco, e não sobrará nada!

Não sai do meu quarto pelo resto do dia. Quando o jantar seria servido pedi à Lene para que trouxesse para meu quarto, não queria descer; não queria encarar nenhum deles. Pensei que, agora, talvez, ter sido traga à Corte Primaveril ou ter sido morta não eram opções muito diferentes.

Pensei que aquela voz sussurrando dentro de mim estava errada. Errada quando dizia que eu estava segura na Primaveril.

«——————⁜—⁜——————»

Acordei com Lene quase me jogando da cama na tarde seguinte. Sua animação era tanta que contagiava, quando me dei conta já estava em um vestido rosa claro. A saia não era rodada, mas leve o suficiente para rodopiar envolta de mim, o corpete tinha detalhes de pequena flores enfileiradas; Lene deixou meu cabelo solto e colocou uma coroa de flores brancas no topo da minha cabeça. 

Não havia joia nenhuma, mas mesmo assim eu parecia uma princesa. A princesa de toda aquela Corte. 

— Ah. — Suspirou Lene atrás de mim, as mãos em meus ombros. — Está tão linda. Tenho que confessar, dei uma espiada no vestido de Feyre. Vocês estão como verdadeiras princesas.  

— Sabe o que fará essa princesa mais feliz? — Me virei e segurei as mãos de Lene entre as minhas. — Se a melhor amiga dela for se arrumar agora, e estiver com ela naquela festa. 

Lene piscou algumas vezes, afastando as lágrimas. Esperei alguma resposta, ela me retrucar, mas Lene me apertou em um abraço. 

Senti todo meu corpo relaxar. Era bom saber que tinha alguém para chamar de amiga dentro daquele lugar. 

— Tirarei você daqui. Eu prometo. — Sussurrei. — Agora vá se arrumar, te encontro lá embaixo, entre aquele monte de fogueiras.

Lene se soltou do abraço, deu um singelo sorriso à mim e saiu correndo do quarto. Me olhei mais uma vez no espelho e sai também. Dei de cara com Feyre no corredor, o vestido de chiffon azul violeta, os cabelos soltos iguais aos meus e a coroa de flores rosas, azuis e brancas, pareciam completar cada parte dela. Havíamos ganhado peso durante os meses que passaram, nossos corpos pareciam de verdadeiras mulheres. 

— Se você não fosse mais velha, poderíamos nos passar por gêmeas — Feyre deu um risinho e entrelaçou seu braço no meu.

— Da próxima vez nasce antes e aguente três irmãs mais novas. 

— Melhor do que mais velhas. 

— Não — ri. — Definitivamente não. Não quando todas elas são meninas. 

Caminhamos em direção a escada, o corredor praticamente vazio – e os poucos feéricos que estavam ali, estavam extremamente arrumados. 

— Pelo Caldeirão — assobiou Lucien quando descemos as escadas. — Elas parecem realmente feéricas. 

— Idiota — murmurei, rubor manchando minhas bochechas.

— Você está linda — sussurrou Tamlin à Feyre. Segui em silêncio até Lucien, arrumando um dos botões da túnica verde.

— Eles me dão ânsia — falei baixinho, apenas para o ruivo escutar. Ganhei um beliscão por isso. — Ai! Por que todo mundo resolveu dar beliscão em mim?

— Porque talvez você fale demais. — sussurrou. Mas logo sua voz voltou ao normal quando Lucien entrou novamente na conversa. — Infelizmente para você e seu pescoço, esta noite será apenas uma festa.

— Você fica acordado à noite, pensando em todas respostas espirituosas para o dia seguinte? — perguntou Feyre, soltei um riso baixo e Lucien olhou para mim com indignação. 

— Ficará do lado dela?

— Primeiro: é minha irmã; segundo: ela está certa. 

Tamlin ofereceu o braço a Feyre, que o segurou e então os dois começaram a andar em direção ao jardim. Lucien ofereceu o seu para mim e os seguimos, o ruivo provocando Feyre e à mim como sempre. Quando os dois estavam mais afastados, Lucien se virou para mim, o rosto em uma tristeza falsa. 

— Eu também sou seu irmão — choramingou, e dessa vez não pude evitar gargalhar. Gargalhar verdadeiramente, como não fazia a tanto tempo. O ruivo fazia um pequeno beicinho, mas, ao ver eu rindo, começou a abrir um sorriso também.

— Pode ser o que for Lucien, Feyre sempre será mais importante. 

— Até o bicho de estimação de alguma Corte? — o sorriso dele crescia cada vez mais. Voltei a gargalhar, minhas bochechas e minha barriga doíam. O ruivo começou a gargalhar também, a cabeça caindo para trás. 

— Principalmente — respondi enquanto procurava fôlego, apenas para começar a rir novamente. 

Naquele momento, ele não pensava na praga e eu não pensava nos meus próprios medos. Estávamos felizes, verdadeiramente felizes. 

Quando consegui controlar um pouco da risada e voltar a respirar normalmente, me assustei com o que vi. Lucien me olhou preocupado e, antes que pudesse perguntar qualquer coisa, peguei suas mãos e coloquei entre as minhas.

— Você... você está brilhando, Lu.

Luz quente e branca emanava dele, igual a um sol. Não era alguma luz refletida nele, vinha de dentro.

— Que caralhos...? — ele engasgou.

Lucien segurou minha mão e me puxou dali, adentramos a floreta que havia ali perto. Tropeçamos em cada canto possível, as risadas voltando, o brilho ficando mais forte. 

— Porra, Lay. Como faz isso parar?

— Corte Outonal...?

— Não, apenas chamas. Isso... merda. Não para! — grunhiu.

Tentei lembrar das lições de minha mãe. Ela havia me ensinado sobre as sete Cortes e os sete Grão-Senhores, seus poderes, os boatos. Não havia nada sobre brilhar na Corte Outonal, mas na...

— Corte Diurna — sussurrei, ainda sem acreditar. — Isso é da Corte Diurna. — Encontrei o olhar de Lucien, espanto e medo sobressaindo. 

— Como...

— Lu... — não consegui colocar em palavras, mas ele sabia o que eu queria dizer. Beron ou Akemi, a Senhora da Corte Outonal, não eram seus pais. Fiquei na ponta dos pés e o abracei, o ruivo passou as mãos em volta da minha cintura. — Vai ficar tudo bem.

Não sei quanto tempo ficamos abraçados, quando separamos a pele dele não brilhava mais. Sequei uma lágrima solitária que escorria pelo seu rosto, e dei um sorriso pequeno, de conforto. Haviam mentido para ele durante toda sua vida, durante séculos...

— Quem? — perguntei. Os olhos dele ainda estavam fechados.

— Beron. É mais provável, quero dizer. Minha mãe sempre me amou, agora, ele... — Lucien estremeceu, como se apenas pensar em Beron o machucasse.

— Entendi. Vem é melhor voltarmos, só tente não brilhar de novo. 

— Idiota — murmurou. Mas não hesitou quando puxei-o dali, voltando para perto dos outros. 

«——————⁜—⁜——————»

Uma música começava a tocar, Feyre havia se embebedado de vinho feérico, e quase matei Lucien por deixá-la fazer isso. Ficar correndo atrás de uma Feyre cheia de vinho feérico, impedindo-a de fazer alguma besteira ou de tropeçar nos próprios pés, era praticamente impossível; ela conseguia sumir em questão de segundos. 

— Que o Caldeirão me cozinhe e me frite — xingou o ruivo.

— No Calanmai, ela não estava bêbada e foi parar lá do mesmo jeito. Agora, ela tomou não sei quantas taças de vinho feérico e quer dançar.

Vi Feyre no meio de uma das rodas de dança e corri até ela. Apenas para a mesma sair dali e começar ir em direção aos músicos, Lucien empalideceu quando viu aquilo. Tamlin estava ali, tocando entre os músicos.  

— Tamlin está ali. Ah porra, ele vai nos matar.

— Aconselharia que tomasse um pouco do vinho também, mas, se meus dois irmãos ficarem bêbados, não conseguiria controlar mais nada. 

— Muito engraçado, Lay. Muito engraçado.

Fomos até Feyre, que dançava e girava no mesmo lugar. A maldade, o medo, não chegava naquele mundo que ela estava. Lucien começou a murmurar um pedido de desculpas, mas Tamlin apenas disse para irmos nos divertir e que cuidaria dela. Se fosse possível, Feyre havia se soltado ainda mais.  

Lucien segurou minha mão e me puxou para uma das rodas de dança. Não precisávamos do vinho feérico para dançar até os pés doerem, fazíamos parte da música do mesmo jeito. O ruivo começou a dançar comigo, me rodando e me impedindo de cair. 

Não queria mais parar. Queria dançar e dançar e dançar. Não importava a praga, não importava a rixa entre as Cortes, não importava estar longe de casa. Queria viver aquele momento, aproveitar cada pedaço. 

Vi Lene por perto e a puxei para dançar com nós. O vestido voava ao meu redor, meus pés em contato com a grama – havia perdido meu sapato a muito tempo –, meu cabelo rodando junto comigo. Queria soltar um pouco daquele amarra do poder, ser eu de verdade. Pude sentir a magia passando por mim, meus olhos ficando azuis e alguns fios de cabelos ficando azul-esbranquiçado. 

Lucien havia sumido enquanto eu dançava com Lene, mas já estava de volta e me rodava em volta de si, me girava a cada toque da música. No meio de toda a dança, encontramos com Feyre e Tamlin também dançando; os machos saíram de perto, alegando que iam pegar algo para comer, e nos deixaram dançando juntas. 

Feyre e eu ríamos, dançávamos e ríamos de novo. Quando, finalmente, paramos a lua quase sumia. Havíamos dançando durante praticamente a tarde inteira. Mas não sentia meu músculos doendo, a sensação era extremamente diferente. Me sentia viva. Como há anos não tinha sentido. 

Sai da roda de dança e dei de cara com Lucien e Lene, os dois sorriam para mim. 

— Uma verdadeira princesa — Lene murmurou. O sorriso crescendo a cada palavra. 

— Uma princesa com ligação direta a terra, e absurdamente linda — completou Lucien, estendendo a mão para mim. Quando segurei, ele me puxou para um abraço. 

— Não comece a brilhar — sussurrei baixinho. O ruivo gargalhou. 

— Sabe sempre como estragar o momento, Lay. 

Me separei do abraço e encarei ele e Lene. Presos naquelas máscaras, quis puxá-las; quis arrancá-las dos rostos deles, mas não conseguia. Já que não poderia fazer isso, os abracei. 

— Já contei que irei tirá-los, livrá-los, disso? 

Escutei um soluço vindo de Lene e os abracei mais forte.

— Eu prometo que os tirarei disso. De todo esse inferno.


⁙⁛⁙——————⁕——————⁙⁛⁙

Esqueci de postar ontem, masss tô aqui. 

Ainda é maratona, não esqueçam!!

Amo demais escrever a amizade da Layla com o Lucien e a Lene, e a relação de irmãs confidentes dela e da Feyre. Meus protegidos, sim! 

Layla também não é besta e já entendeu muita coisa. 

Até o próximo! 

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