FRANCIS
Não sei se morar nessa ilha realmente foi uma boa ideia. A ilha pode ser pequena, mas tem uma floresta gigantesca ao redor, se Teresa tiver chegado nela será semanas procurando e isso irá demorar anda mais o meu processo.
A família que invadiu a minha ilha é Ishida, provavelmente vieram se vingar pelo menos o resto da família que sobrou já que matei quase todos, na verdade não fui tão cruel, eles me deviam uma quantia absurda, eu ainda fui bonzinho e dei um prazo de um ano, enquanto me disseram que pagaria eles estavam gastando e os juros aumentando, no dia que fui cobrar eles não tinham nada! Então o massacre aconteceu. Por um lado, é bom que eles vieram, assim matarei o restante que sobrou e não haverá mais problemas
— Sr. Francis. – Um dos meus seguranças se aproximam – Esse é o policial Christian, ele soube sobre a invasão e irá resolver.
Christian?
— Hum... – apertei a mão do homem tatuado – Nunca te vi por aqui.
— Me mandaram do Brasil. Disseram que houve uma invasão. Uma família de chineses quer entrar nessa mansão, antes de apreender preciso saber o que de fato tem com eles?
— Hora... Nada.
— Nada? – Ele deixa um riso pequeno escapar – A família Ishida é uma das mais religiosas de do Japão, eles não estariam querendo invadir sua mansão se não fosse por nada.
Como o homem ousa me afiar dessa forma? Ele mal chegou, mal questionou... E pra mim ele se parece com alguém que eu conheço, não confio nele.
— Te asseguro que não foi nada. A família Ishida me devia um valor absurdo, e para não pagar essa dívida vieram me matar.
— Olha, Sr. Francis, pra eu comprovar o que está me dizendo preciso saber os dois lados da história. – Afirmou
Estreito os olhos enquanto o encaro e ele faz o mesmo que eu
— Então está me chamando de mentiroso? – falei já nervoso com toda essa situação – estão prestes a invadir a minha mansão, minha esposa se foi, minha filha está trancada no quarto morrendo de medo, e eu sou o culpado?
— Eu não sei. – Tirou a arma da cintura – é o que vou descobrir.
O homem virou as costas e saiu, os outros polícias que já estavam na porta foi atrás dele. Começo a andar de um lado para o outro preocupado com a situação.
— Se ele fizer alguma besteira, já sabe. – falei pro meu segurança, meu braço direito. Santiago.
— É claro. – Santiago fala e vai atrás do polícia
CHRISTIAN
Estou escondido no alto de uma árvore observando o solo, tem 4 pessoas armadas lá em baixo, todos da família Yoshida. Três homens e uma garota. Quando os três vão na frente e deixa ela dando cobertura desço da árvore bem devagar indo por trás dela e aproveito sua distração colocando a arma na sua nuca
— Delegado Christian, largue e arma. – falei em inglês já que não sei se ela é realmente do Caribe, China ou Japão. Inventei aquela história sobre eles serem religiosos.
— Não. – respondeu em japonês
— Não quero machucar você. – Respondi em japonês também
A garota se vira pra mim e estreita os olhos quando me vê. Ela é muito bonita, seus cabelos são lisos escorregadios, ela usa uma franja que dá curvas ao seu rosto, e seus olhos bem puxados. Ela usa uma roupa preta toda equipada, ela veio determinada em matar o sr. Francis.
— Santiago – Falei na escuta em português – Achei a garota.
Ouço o riso de Santiago e ele diz:
— Agora deixe ela entrar na mansão.
— A filha de Francis está lá.
— Ok... De um jeito ou de outro esse cara precisa morrer hoje! Está me ouvindo? Cristian??? Alô?
Desligou a escuta
— Sei que está aqui porque quer se vingar de Francis, mas o que ele fez? – pergunto
Na verdade, já sei a resposta, só quero ter a certeza. Francis matou toda a família dessa garota, os pais e os irmãos, o único que restaram foi ela alguns tios e alguns primos. Santiago tem me ajudado bastante já que ele é o braço direito de Francis.
— Ele matou todo mundo que eu conheço. Vou acabar com ele. – A garota falou cerrando os dentes – E se ficar no meu caminho, vou matar você também.
Deixo um riso escapar
— Faça o que quiser, mas não machuque a garota que está lá, ela não é filha dela dele.
— Ok. – Ela diz e vai direito a mansão
Ligo a escuta novamente
—... Por que esse cara sempre desliga a porra da escuta quando estou falando? Acho que não passo credibilidade...
— Estou ouvido. – O interrompi
— Certo, estou no alto da mansão, até agora nenhum sinal da garota morena, quer dizer... Teresa, você é o que dela afinal? Marido? Irmão? Primo? Um vizinho inconformado porquê ganhou um fora?
— Não te pago para abrir sua boca. – Falo e escuto sua risada – Mercenário.
— Tenho que admitir que você é muito engraçado – falou – Espera... Meu drone acabou de ver!
— Quem? Onde?
— Vá reto a sua esquerda, e vá correndo porque ela anda um pouco rápido, ela usa... Um vestido de noiva, e está machucada.
— Estou indo. – Corro em direção em que Santiago me disse e parece nunca chegar. Quando mais me aproximo mais longe ela parece estar. Quando chego perto o suficiente, o silêncio paira.
— Ela está escondendo de você – Santiago diz – Ela percebeu que...
Desligou a escuta. Eu já notei isso, as vezes ele sempre fala o óbvio.
Ela está atrás de uma árvore, coloco a arma na cintura e vou até ela.
Seus cabelos estão negros, até seus olhos, colocaram uma porra de lente de contato em seus olhos e a chamaram de outro nome.
— Quem é você? – falou em espanhol
— Meu nome é...
— Eu não falo sua língua. – Continuou em espanhol
— Então... Não fala a língua brasileira?
A mulher de cabelos negros se levanta e me olha de cima a baixo. Sua desconfiança esconde seu medo e eu sei que ela está com muito medo de mim.
— Não se lembra de mim? – falei em espanhol – sou eu... Seu...
— O que vai fazer comigo? – falou aborrecida – se tiver que abusar de mim prefiro que me mate.
Deixo um riso escapar. Ela não se lembra de mim. De nada. É frustrante. Mas prometi a mim mesmo que eu teria o foco.
Pego o braço da mulher morena e começo a arrasta-la para mansão
— Para onde está me levando? – Começou a dar murros em minha mão
— Para o seu marido. – falei nervoso com isso tudo. não posso ir embora, Alice ainda está com Francis.
Ligo o interfone
— Peguei ela. – Falo a Santiago
— Ok, agora só falta pegar sua sobrinha, ou filha? Ou... Nora?
— A coreana já matou Francis? – perguntei
— Tá mais fácil dizer se Francis matou a coreana – Ele ri – ela deu um sacode nele, mas... Ela fracassou.
— ME SOLTA!! – A mulher gritou do meu lado – quem é você? Por que vai me levar para mansão? Eu não quero ir! Eu perdi a minha memória eu não conheço aquelas pessoas! E você tá machucando meu braço, será que não pode...
Aproximo a garota de mim, perto o suficiente para a fazer se lembrar. Ela me encara e percebi que suas bochechas coram, ela não pode se apaixonar por mim.
— Fique calada. – Falo, e pego ela no colo
A garota não se move, somente fica calada ao me ver a carregando. Ao olhar para seus pés percebo estar machucado
— Por que fugiu? – pergunto a ela que escuto uma risada baixa
— Achei que pediu para eu me calar. – Fala e eu a encaro
Ela está bem diferente morena, continua linda. Eu não devia ter deixado aquilo tudo acontecer com Teresa. Ela sofreu, e a pessoa que mais importava pra ela morreu, e ela... Não sabe.
— Fale se quiser. – Falo e ela revira os olhos
— Sinto que não posso confiar em ninguém. – Assumiu – só quero me conhecer antes de tomar alguma decisão.
— Ótimo, não fugir é um bom passo, até porque você tem uma filha, não é bom deixar ela sozinha.
— Tinha me esquecido que tenho uma filha. – falou pensativa – eu devia me lembrar disso.
— E enquanto sua família, seu... Irmão, seu pai...
— Irmão? – estreitou os olhos – me disseram que não tenho irmãos.
— Cristian. – Francis surge diante a floresta. Estávamos perto da mansão – Olívia. – Ele veio até mim e pegou a mulher no colo
— O que houve com os Ishida?
— Fugiram, é claro. – falou e consigo sentir a mentira no tom da sua voz – obrigado por encontrar minha esposa.
— Pode me colocar no chão. – A suposta esposa falou e assim ele fez
Comigo ela não reclamou que estava no colo.
— Sinto muito pelo ocorrido. – falei – minha delegacia está próxima a sua casa, se precisar de alguma coisa...
— Por que não trabalha pra mim? – ele pergunta e eu encaro Santiago que estava atrás dele observando tudo – quanto recebe? Posso pagar o dobro.
— Trabalhar pra você? – pergunto fingindo desconfiança
— Sim, você é bom, e tem respeito nessa ilha. E além do mais... Preciso que Olívia fique segura, gostaria que fosse o segurança dela.
— Eu não preciso de alguém atrás de mim Christoffer!
Espera, ela o chamou de que? Mas que... Porra! Santiago não me disse dessa tal obsessão! Que merda! Grande merda! Se ele é Christoffer quem é Francis?
— Ela precisa, até recuperar a memória. - falou e passou a mão no ombro de Teresa que esguia um pouco - o que me diz?
Isso é tudo que eu queria, me aproximar de Alice, Teresa e Francis. Achei que seria difícil, mas isso tudo está mais fácil do que pensei.
— Quanto irá me oferecer? – pergunto e ele deixa escapar um riso ambicioso de sua boca.