— Eles são muito importantes, tiveram uns três governadores na família. São donos de Charleston há uns trezentos anos.- explicou Kiara.
Antes de amanhecer, os Pogues pegaram caminho para a entrevista e agora estavam chegando na casa de C. Limbrey.
— Esses Kooks fazem nossos Kooks parecerem Pogues.- falou JJ e Pope parou o carro.
— Tem certeza que é aqui, Pope?- Maya perguntou olhando a casa.
— Tenho sim.
— Tá legal.
JJ abriu a porta e deu a mão para ajudar Maya a sair. Pope trancou o carro e os quatro ficaram parados em frente ao portão.
— Ricaços, com certeza.- JJ exclamou e olhou para o portão.- Isso que é segurança. Os espigões são para ninguém entrar?
— Não.- Kiara balançou a cabeça em negação.
— Os escravos moravam lá atrás.- Pope explicou.
— Isso era para eles não fugirem.- Maya suspirou e JJ segurou em sua mão.
Eles foram até a porta e Pope respirou fundo antes de bater.
— Eu bati muito forte?- ele perguntou.
— Ecoou pela casa inteira com certeza, então eles ouviram.- JJ respondeu.
— Talvez não tenha ninguém.
— Será?- Maya perguntou e Pope bateu novamente na porta.
Um homem abre a porta com os braços cruzados e encara os adolescentes. Ele abre um sorriso debochado e aponta para o Heyward.
— Você deve ser o Pope.
— Er...- ele olha para JJ e depois volta a encarar o homem.- Você é o senhor Limbrey?
— A senhora Limbrey estava esperando por você ontem.- ele o cortou.
— Desculpa. O meu carro quebrou vindo para cá.
— O carburador explodiu no meio do nada.- o homem encara JJ, que reprime os lábios.- Desculpa aí.
— É, ela ficou bem zangada com a sua ausência.- ele voltou a encarar Pope.
— Tentamos ligar, mas não tinha nenhum número no convite.- Kiara tentou justificar.
— Viemos o mais rápido possível.- Maya reforçou.
— Ela também pediu para que viesse sozinho.
— Esses são meus amigos que me ajudaram a achar...
— As instruções eram bem claras.- ele o interrompeu.- Eles podem ficar lá fora.
— Olha, a gente só anda em bando.
— JJ, tudo bem, eu resolvo.- Pope se virou para as garotas.- Tudo bem?
— Tá.- Kiara concordou.- Te espero aqui.
— Deixem o carro ligado.
— Boa sorte.- Maya deu um pequeno sorriso para ele.
Pope entrou e o homem fechou a porta. Os três foram para o carro.
— Pensem comigo.- começa Kiara.- Se a Limbrey tiver mesmo as provas, o Ward vai ser preso e de repente a Sarah fica com o ouro.
A porta da casa se abre e Pope sai com uma mulher e o mesmo homem que abriu a porta.
— Acham que ele está indo de boa vontade?- Kiara perguntou.
— Não.- May e JJ negam.
— Beleza.- Kiara estava pronta para abrir a porta e Maya a segura.
— Calma.
— Que foi?
— Eles vão pegar a trilha.- JJ explicou.
— Querem ir por trás?
— É, isso aí.- ele ligou o carro.- A gente se encontra no outro lado.
— Aí, não dá bandeira.- Maya segurou em sua mão.
— Tá bem.
JJ começa a dar a volta pelo quarteirão.
— Para onde é que eles foram?- Kie perguntou olhando para a rua.
— E se eles foram para o subsolo?- JJ não tirou os olhos da estrada.- No filme Cidade das Sombras, eles levavam pessoas para o esgoto e os humanos viravam humanoides. Por causa da radiação. Aí de repente...
— JJ, foco, isso não faz sentido na vida real.- Maya pede.
— Tá, desculpa. Estão vendo ele?
— Não.
— Para aqui.- Maya pediu.
— O quê? Tem certeza?
— Absoluta. Vão, rápido!
JJ parou o carro e os dois saíram correndo. Maya saiu e esperou no lado de fora do carro. Vendo que eles demoravam, ela começou a correr até eles e encontrou Pope batendo no cara que abriu a porta para eles.
— VAMOS!- ela gritou, chamando a atenção.
Maya saiu correndo até o carro e entrou, percebendo depois que estava no banco do motorista.
— Merda.
Ela iria pro outro banco mas os três entram rapidamente no carro.
— Vai Maya!- Kiara gritou.
— Bosta de vida caralhenta.
Com as mãos tremendo, Maya liga o carro e dá a volta, começando a dirigir.
— Quem era aquela gente?- Kiara pergunta.
— Não importa agora.- Pope respondeu.- BORA MAYA.
— EU TÔ DIRIGINDO CARALHO.- entrou em uma rua e pisou mais fundo no acelerador.
— Olha, calma boneca.- JJ tentou a tranquilizar.- Você está indo bem. Respira, inspira e pisa no acelerador. E tenta parar de tremer um pouco porque está parecendo um pinscher.
— Acho que ele está seguindo a gente.- Kiara olhou para o carro atrás deles.
— Essa rua é mão única.- Pope falou, fazendo May se desesperar.- Essa rua é mão única!
— Eu sei.
— Vai pela esquerda.
— É mão única!
— Vocês gritando não vai fazer a rua virar duas mãos!- Maya exclamou.
— Ele está seguindo a gente!
— Tem um carro vindo! Vira May!
— VIRA À DIREITA!
Maya desviou do carro e olhou de relance para os três. JJ estava com um sorriso no rosto, se divertindo com toda a situação.
— JJ para de rir!
— AI MEU DEUS!
Maya desviou de outros carros e virou para a outra rua, desviando de um casal.
— CUIDADO!
— SAI DA RUA CARALHO!- Maya gritou da janela.
— Você quase os atropelou!
— Meu Deus, cuidado Maya!
— Eles estavam na frente!
— Isso é direção evasiva galera, aprende com a mãe.- May não tirou os olhos da estrada.
— Aprendeu comigo.- JJ fingiu limpar lágrimas.
A garota acelera mais o carro, se sentindo mais confiante.
— Despista ele gatinha!
— JJ!- Kiara repreendeu.
— Entra ali!
Maya entra em uma rua mas começa a sair fumaça do capô novamente.
— Você disse que ele tinha consertado o carburador.- Maya falou.
— Não não não não não!
— Consertou!
— Que merda!
— E agora velozes e furiosos?- Kiara saiu do carro com raiva.
— Vocês que me mandaram entrar nessa rua.- Maya se defendeu e saiu do carro.
— Regra número um.- JJ sai do carro e pega sua mochila e a de Maya da caçamba.- Nunca confie em um mecânico!
— Trezentos e setenta dólares.- Maya choramingou.
O carro se aproximou.
— Vamos.
— A gente tem que dar a volta.
Maya pegou sua mochila da mão de JJ e colocou, começando a correr.
— Gente, eu acho que ele está armado.
— Rápido, May!
— Anda rápido Maya!
— Está me dando câimbra!- ela respondeu.
— Vai vai vai vai!
— Vamos para o beco!
— Por aqui!
JJ virou em uma rua e os outros o seguiram.
— Vamos!
— É melhor a gente se separar!- ele sugeriu.
— Eu não conheço nada daqui!- Maya protestou.
— Temos que despistar ele!
— JJ, olha pra frente!
Maya gritou e JJ esbarrou em um carteiro, que derrubou toda a correspondência.
— Desculpa!
— Desculpa aí!
— Foi mal!
— Sinto muito!
Os quatro começam a correr mais rápido e JJ puxa a mão de May.
— Esse lado não, por aqui!
Os quatro começam a correr por um corredor estreito.
— Ele está muito perto.- Pope gritou.
— Eu sei! Continuem correndo!
Assim que JJ gritou, eles saem do corredor e quase são atropelados por uma bicicleta. Eles param de correr assim que veem quem dirigia. Era John B e Sarah sentada atrás. Tudo parecia estar em câmera lenta. Eles sorriram para os amigos e eles sorriram de volta.
— Sobe aí galera!- John mandou.
— Vamos!
Maya se senta ao lado de Sarah e puxa Kiara para subir também, enquanto os meninos empurravam a bicicleta.
— Sarah!- as duas se abraçam.
— O que aconteceu?- Kiara a abraçou.
— Pedala John B!
JJ sobe na bicicleta e Pope tenta subir também, mas acaba caindo.
— Pope!
Ele se levanta rapidamente e segura a mão de Kiara, subindo também. O homem que os perseguia se segurou na bicicleta mas Maya deu um soco em seu rosto, o fazendo soltar e cair no chão.
— Aí!- balançou a mão no ar.
— UHUL!
— CONSEGUIMOS!
Os Pogues começam a rir e gritar felizes, enquanto John pedalava. Ele deixou a bicicleta perto da praia e os seis desceram, indo até um barco.
— Vamos gente.
— Empurra aqui.
Todos entram no pequeno barco e JJ e Pope começam a empurrá-lo na água, entrando em seguida.
— Eu nem acredito que a gente está vivo!
— Estão com fome? Eu tenho lanches.
— Eu estou morta.
— Estava com saudades do nosso mercado ambulante.- Sarah a abraçou.
Eles conversaram e riram até anoitecer, e de manhã chegaram em uma casa qualquer, onde tinha uma plantação de melancia.
— Mais alguém faminto? Precisamos tomar um café reforçado.
— Vamos procurar comida.
Pope prende o barco no píer e ajuda as garotas a saírem.
— Já voltamos.
As três foram até a pequena plantação de melancia, procurarem uma boa.
— Um prêmio!
Sarah e Maya se viram para Kiara, que estava erguendo uma enorme melancia no ar.
— Graças a Deus.
Maya quebra a melancia ao meio e as três se sentam para comer. Sarah com uma metade e Kiara e Maya com outra.
— Puta merda.- a Cameron se deliciou com a fruta.
— Cacete.
— Isso está muito bom.- Maya lambeu os dedos.- Tá, vocês se casaram de verdade?
— Não é exatamente oficial, mas... Foi.- deu um sorriso para as duas.
— Posso ser a madrinha das crianças?
— Eu também quero!- Kiara riu.
— É claro.- Sarah entrou na brincadeira.
— Vou jogar na roda.- Maya colocou a melancia no colo de Kiara e se virou para Sarah.- Kiara tá pegando o Pope.
Kiara abriu a boca indignada mas com um pequeno sorriso no rosto e Sarah riu.
— A Maya está transando com o JJ!
Maya se engasgou com a fruta e Sarah começa a gargalhar.
— Eu sabia!
— Filha da puta!- Maya xingou Kiara rindo.
— Então vocês estão namorando?
Maya abriu a boca para responder mas Kiara toma a frente.
— Sem pedido, sem namoro.- respondeu rindo.
— Exatamente.- deu um sorriso presunçoso e voltou a comer a fruta.
— May... Como está o Johnny?- Sarah pergunta e Maya suspirou.
— Estável, mas ainda em coma.- limpou uma lágrima que saiu de seu olho.
Aquele assunto ainda era delicado para ela.
— Tem uma coisa que ele me pediu para falar para você.
Maya arregalou os olhos e se endireitou no chão, encarando a amiga com um olhar curioso.
— O que ele falou?
— Ele disse uma frase para todos de sua família.- respirou fundo e limpou a mão no short, segurando nas mãos da garota.- Mas para você, ele pediu que você voltasse a dirigir, e que o acidente não foi culpa sua.
Maya deu um sorriso triste e balançou a cabeça em afirmação. Kiara colocou uma mão em seu ombro e ela começou a chorar. Sarah a abraça e Kiara as envolve em um abraço.
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— Então, Pope.- John B se aproximou do moreno.- E esse seu lance aí com a Kiara?
— Sinceramente? Agora eu não sei, cara. Eu gosto muito dela, e tenho certeza de que ela gosta muito de mim.
— Parece mesmo.- John respondeu e JJ se aproximou deles.
— Mas tem muita coisa me confundindo nessa história. Eu fico tentando juntar as informações e... Colocar um arquivo na cabeça.
— Arquivo?
— Tá legal, cara.- JJ se meteu na conversa.- As mulheres, sabe, elas não são muito consistentes.
— Acho melhor a gente não aceitar conselhos do JJ com as mulheres.- John B falou.
— Ficou longe por muito tempo, meu amigo.- ele se ajeitou no banco e deu um sorriso.- Agora eu sou um homem comprometido.
— Você e a Suquinho?- John B arregalou os olhos surpreso.
— O pai tá potente.
— Sabe que vocês não namoram, né?- Pope riu.
— Como não? É óbvio que a gente namora.
— Fez o pedido?- ele negou.- Sem pedido, sem namoro. Palavras da Maya, não minhas.
— Então eu vou pedir.- se remexer animado.
— Em pensar que eles estão juntos por minha causa.- John fingiu limpar lágrimas de felicidade.
— Pera aí, o quê?- Pope perguntou confuso.
— O idiota do JJ não queria papo com a May.- deu um tapa na cabeça dele.- Ele só fui falar com ela no dia do cemitério porque eu pedi.
— A Maya acha até hoje que eu sou bipolar por causa disso.
— Aí, que história é essa da tal de Limbrey?- John pergunta à Pope.- Acha que ela conhece o meu pai?
— Eu não sei. Mas ela tem muitas informações que podem te inocentar.
— Isso seria perfeito.
— Eu não quero azedar o lance todo.- começa JJ.- Mas ela tentou sequestrar você, cara. Quantas vezes eu vou ter que dizer isso?
— Vai começar...- John olha para cima.
— Por que voltar lá? Por que a gente não vai pro Sul? Por que a gente não vai pra Yucatán?- encarou os dois.
— Não, não, não.
— Quem sabe Costa Rica?
— Eu não quero mais fugir.- os dois encaram John B.- Outer Banks é o meu lar. Além disso, se eu voltar... Ainda posso pegar o Ward.
— Oi.
Os três olham para o píer e encontram Sarah, Maya e Kiara, todas com uma melancia na mão.
— Estão falando sobre o quê?- Sarah perguntou.
— É... Pescaria.- John B desviou o olhar.
— Que isca usar...- JJ continuou.- Essas coisas, sabe?
— Tá bom.- Sarah concordou, sem acreditar.
— Precisam de ajuda?
— Valeu.
— Ai meu Deus do céu.- JJ resmungou pegando a melancia da loira.
— O quê que foi agora?- Pope perguntou confuso.
— Café-da-manhã.- Kiara balançou a melancia no ar, entrando no barco.
Maya entregou a melancia para John B e se sentou entre ele e JJ.
— Estava chorando? Está tudo bem?- JJ sussurrou para ela, que apenas concordou.
Os Pogues comeram as melancias e ficaram conversando até chegarem n'O Castelo.
— Lá está ela.- John sorriu ao ver sua casa.
— É muito bom voltar a ver isso, né?- JJ perguntou, indo até a proa.- Bem-vindo ao lar.
JJ prendeu a corda no píer e os seis saíram do barco.
— Para ser sincera.- começa Kiara.- Não tô muito afim de voltar para a minha casa não. Meus pais já devem ter organizado o meu funeral.
— Eu também prevejo muita encrenca na mansão Heyward por eu ter deixado o carro em Charleston.- Pope se apoiou na cerca do píer.
— Meus pais estão trabalhando, e eu só tenho que avisar a eles que eu já cheguei.- Maya se sentou no chão, se espreguiçando.
— Ninguém sabe que a gente voltou, né?- todos olharam JJ.- Vocês não vão se encrencar mais se aparecerem em casa daqui mais doze horas. Tô certo ou tô certo?
— Errado não tá.- Pope se mexeu desconfortável.
— Então quer dizer que a gente tem doze horas para fazer o que quiser.- ele disse simples.- Em? Um reencontro de festa Pogue. O que vocês acham?
— Se der merda deixa para amanhã, né?- disse John B animado.
— Isso!
— A polícia pode estar procurando a gente. Isso é muito idiota.
— Sarah Cameron, conhece a minha filosofia, né?- JJ se aproximou dela, que sorriu.
— Não.
— As idiotices quase sempre acabam bem.- todos falam juntos.
— Quem tá comigo? Vamos comprar cerveja, gatinha.- JJ bateu palmas e foi até Maya, a pegando no colo e correndo para casa.
Maya avisou para o pai que já estava na cidade, e perguntou se poderia dormir fora. O mesmo deixou e disse que avisaria para a mãe dela. Agora ela está com JJ no Geechie's comprando cerveja.
— Tá pesado?
— Eu sou forte.- ela respondeu levantando a caixa.
Eles caminharam até o píer e entraram no barco, colocando as cervejas no chão. Maya se sentou ao lado de Sarah na proa, e John B ligou o barco, indo em direção de casa.
Já era de noite, e os Pogues estavam fazendo uma festa particular no quintal de John B. Kiara, Maya e Sarah estavam na hidro quando os meninos entram com a cerveja. May acende um baseado e começa a fumar, enquanto Kiara, Sarah e os meninos faziam competição para ver quem bebe a cerveja mais rápido. Eles riam de coisas bobas, e estavam felizes pela primeira vez em meses.
— Nunca fui um bom aluno na escola, e no rolê eu sempre piso na bola.
— Boa.- JJ ri enquanto dividia um beque com Maya.
— Eu sou o maior criador de confusão. Pode me chamar de mozão.- os seis riram.
— Boa, Pope!- Maya riu.
— Como o bom Deus queria.- JJ diz com os braços na beira da hidro, ao lado de John B.
— Foi mega autêntico.- Sarah riu.
— Ah, qual é.- ele riu.- Continue com isso aí!
— Pega ele Pope.
Maya gritou e o moreno foi até o loiro, fingindo que iria beijá-lo. Depois de um tempo, eles saíram da hidro e agora Pope e JJ estavam em um jogo.
— Olha esse sorriso.- Maya diz olhando para JJ que sorria, e caí para trás junto com Sarah.
— Vai Pope!- Sarah ri ainda no chão.
Pope vai para cima de JJ e dá uma rasteira nele, o derrubando.
— Olha a rasteira dele!- John gritou.
— Ah Não! Não! Não!- Maya e Sarah gritaram.
—Quando começou a lutar?
— Eu não sei.- ajudou JJ a se levantar.- Chega! Eu vou embora.
— Você bebeu demais, é?- JJ alongou o braço.- Quer tentar de novo?
— Não, eu aceito a derrota.
Pope foi até o píer e Kiara se levantou da cadeira em que estava sentada, andando até ele.
— É sério?- Sarah perguntou.
— Isso que é ser discreto.- JJ gritou.
— BOA FODA AMIGA!- Maya gritou recebendo um leve tapinha de Sarah, que ria.
— Eu fico fora e acontece isso.- John diz.
— Está me culpando?
— Só um pouquinho. Vocês dois.- ele se levantou e apontou para JJ e Maya.- Ele foi embora. Vou pegar mais cerveja.
— Eu?- colocou a mão no peito em falsa indignação.- O JJ que me levou pro mal caminho!
— Foram vocês que morreram, beleza?- se levantou e foi até John.
— A gente que morreu e vocês já quebraram a regra principal. Pogues se pegando!
— Se pegando? Sarah, tá fumada?
— Kiara e Pope estão se pegando, e vocês dois estão na maior pegação.
— Pegação? Sarah? E você e o John B que estão casados?- Maya retrucou.- Explica isso gata, explica isso.- soltou a fumaça da maconha.
— É diferente.- ela riu.
— JJ!- Maya gritou e ele se aproximou com John B.- A partir de hoje nós estamos namorando, beleza?
— Poxa gatinha, achei que eu iria fazer o pedido primeiro.- ele foi até ela.
— Demorou, vacilão.
— Então tá.- lhe deu um selinho.- Namorados.
— Agora pulamos para a parte do casamento e vamos para a noite de núpcias.- ela riu e pulou no colo dele, começando um beijo.
— Maya?- John a encara boquiaberto.- Eu não sabia que você era assim.
— Olha gente.
Todos olham para Sarah, que apontava para Pope e Kiara, que saíram de barco.
— Divirtam-se!
— Lá vai ele. Roubou seu barco cara.- JJ diz para John.
— O Pope vai pegar meu Pogue.
— AU AU AU.- Sarah gritou e Maya a encarou confusa.
— Você imitou um cachorro?- as duas riram.
Se passaram alguns minutos e JJ e Maya estavam se pegando perto da lareira, com a garota sentada em seu colo e o garoto com as mãos apertando sua bunda.
— Vão pro quarto.- Sarah pediu rindo.
— Pra você perder o pornô ao vivo?- Maya riu.
— Gente, pera aí.- John B pede.- O que foi isso?
— Suas galinhas?- JJ perguntou confuso.
— Eu ouvi uma porta de carro.
JJ começa a imitar galinhas e Maya o beija para ele ficar em silêncio.
— Venham, rápido.
Sarah apaga o fogo da fogueira e JJ ajuda Maya a subir na árvore, ajudando Sarah logo depois. John e JJ sobem na árvore logo depois, subindo mais alto para não serem vistos. Eles ficam em silêncio até ver Rafe, embaixo deles, olhando a fogueira, e dentro da casa, Barry estava quebrando tudo.
— Achou alguma coisa?
— Não, não tem nada aqui mano.- Barry respondeu se aproximando.
— Nada? Nada?
— Nada, Rafe.
— Mas pela fumaça eles estavam aqui agora, cara.
— É, é, é. Medalha de observação, escoteiro.
— Então eles não devem estar longe, né?
— É, Zé Colmeia. Olha para você, cara!
— Eles tem que estar por perto.
Barry encara a árvore onde JJ, Pope, Kiara e Maya haviam escrito o nome de John B. A mesma árvore onde eles estão escondidos.
— "Pogues para sempre"
— Puta merda!- Rafe riu.
— Então a sua irmã é Pogue para sempre, Rafe? Quem diria, né?
Rafe começa a bufar de raiva.
— MERDA!
Ele gritou assustando Sarah e Maya, e a morena quase escorregou do galho que estava. Rafe começou a atirar na árvore, e Barry tenta o impedir, apontando a arma para cima e uma bala acerta o galho em que JJ estava, quase acertando seu rosto. Maya sentiu seu coração disparar e olhou para o loiro assustada, recebendo um olhar que dizia para ela se acalmar e que estava tudo bem.
— Ei, calma cara. Calma, Rafe, se controla!- o empurrou.- Se acalma. Assim a gente vai ser preso. Vamos embora.
Os dois saíram correndo.
— JJ?
— Eu tô bem.- ele deu a mão para a namorada.- Eu tô bem.
— Como que ele sabe que a gente está aqui?
— Não sei, Sarah.- John suspirou frustrado.- Não sei.
━──────≪✷≫──────━
Era manhã, e os quatro esperavam Kiara e Pope voltarem com o barco.
— Eles chegaram.
JJ correu até eles e Maya ajudou John B com Sarah.
— Ei, não amarra não.
— O que foi?
— Vamos junto.- JJ entrou no barco.
— Pera, por quê?
— O quê?- Kie perguntou confusa.- Do que você está falando?
— Eu consigo.- Sarah falou e John e May a soltam.
— Para onde vocês foram? O que houve?- John perguntou.
— A gente dormiu na praia. O que foi?- Pope respondeu.
— Dormiram, né?- May lança um olhar malicioso para Kie.
— Claro.- JJ bate no peito de Pope.
— A gente ficou acordados a noite toda.- Maya explicou pegando a mochila de John B e colocando no barco.- Temos que dar o fora.
— O Rafe sabe que a gente está aqui.- Sarah se aproximou.- A gente tem que sair agora.
— Beleza.
— Anda.
Os Pogues foram para o outro lugar da ilha, e agora estavam sentados no gramado conversando.
— Se o Rafe e o Barry sabem, é só questão de tempo...
— Acho que todo mundo já sabe.- Pope interrompeu Maya.
— Eu te disse, a gente devia ter ido pro sul, cara.- JJ andava de um lado para o outro nervoso.
— Para, JJ.- Maya pediu cansada.
— É, para, cara.- foi a vez de John pedir.
— Por que ninguém me escuta?
— Eu sei.- John o encarou.- Eu entendo.
— Eu tenho uma ideia.- Sarah chamou a atenção para si.- Comigo aqui o meu pai vai ter que escolher entre mim e o Rafe.
— Sarah, me escuta...
— Ele vai me escolher.
— Sarah, me escuta.- John B pede novamente.- O Ward continua mentindo.
— Sarah ele não vai te escolher depois de tudo o que aconteceu.- Kiara falou a encarando.
— Eu sei que parece loucura.
— É, e parece.- May concordou.
— Eu sei! Mas ele é meu pai. Eu conheço ele e sei que ele me ama.- encarou todos.- Só peço mais duas horas.
Todos ficam em silêncio e Sarah se levanta, indo até o barco. John B vai até ela. Já tinha passado quase duas horas e Sarah ainda não havia voltado. JJ e Maya foram pegar lenha para caso precisassem de uma fogueira quando o barco de Sarah aparece.
— Ela voltou.- Maya soltou a lenha e foi com os amigos até a loira.
— SARAH!
— Você voltou!
— O que aconteceu?- John correu até a namorada, que saiu do barco.
— Vocês tinham razão.- ela diz triste.- Não deu certo.
Kiara balança a cabeça em compreensão.
— Bom, então está decidido.- JJ e Maya se aproximam.- Vocês precisam carregar o barco e sair da linha do tiro agora.
— Vocês vão precisar de suprimentos.
— E acho melhor se separar.- Pope falou.
— Gente, acho que é tarde demais.- Kiara falou e todos olham para o mar, que tinham barcos da polícia.
— Eles seguiram você?
— Deve ter sido o seu pai.- Maya prendeu o cabelo.
— A gente tem que escapar.
— Fiquem na praia e com as mãos para cima!
— Acho melhor a gente correr.- Maya pega sua mochila.
— Vamos!
— Sarah!- Maya a chama, já que a loira estava parada.
Os Pogues começam a correr para a floresta. John ajudava Sarah a correr.
— Sarah, está bem?- Kiara perguntou e ela concordou.
Eles continuam correndo até chegar em um rio. JJ ajudava Maya a descer.
— JJ, pega a mão dela.
O loiro segura a mão de Sarah e eles começam a nadar para o outro lado do rio.
— Vamos!
— Acelerem!
Maya começou a nadar devagar.
— Maya!
— Deu câimbra.
JJ desacelerou o nado e colocou Maya em suas costas, nadando com ela.
— Rápido gente!
— A polícia está do outro lado.
— Atrás da árvore!- Kie grita.
Eles saem da água e vão até uma grande árvore que Kiara apontou. Maya se senta no chão ao lado de Sarah e começa a bate o pé no chão, tentando fazer a câimbra passar.
— Estamos cercados.
— Não tem jeito, vamos enfrentar.
JJ começa a secar a arma e estava pronto para mirar na polícia, mas John fica em sua frente e o impede. O Routledge tira a arma da mão do Maybank e a larga no chão.
— Vai ficar tudo bem.- diz ao amigo.
Um carro de polícia se aproxima e JJ joga terra na arma, a escondendo. Maya percebendo o que ele iria fazer, abraça Sarah. Mais carros da polícia chegam e todos os policiais descem do veículo, apontando as armas para ele.
— John B, parado!
— Mãos para o alto!
— Fiquem com as mãos para cima.
— Os outros ficam onde estão, mãos para o alto.
Maya e Sarah se levantam e todos erguem as mãos.
— Parados!
— Shoupe, eu quero depor.- John B pede.
— Até que enfim! Se abaixa e não se mexa. Todos parados.
— Nenhum de vocês, não se mexam.- uma policial pede para os Pogues.
Um agente vai até John B e o joga no chão.
— PARA!
— SOLTE-O!
— PARA!
— SOLTA ELE!
Os Pogues gritavam.
— VOCÊS VÃO DEIXAR ISSO?
— PARA! POR FAVOR!
Maya tenta avançar mas um policial a segura.
— TIRA AS MÃOS DE MIM! ASSÉDIO!
— SOLTA ELA!- JJ gritou.
— SHOUPE, FAZ ALGUMA COISA COM O JOHN!
Os Pogues continuaram a gritar e o agente deu mais um soco em John B, que caiu no chão apagado.
7/11/2021