O tempo estava passando muito mais rápido do que Draco esperava, há dias atrás ele estava surtando de preocupação com a gravidez de Harry, enfrentando seus pais, Sirius, e claro, o complemento do trio de ouro. Agora, a cada piscar de olhos Malfoy sentia como estivesse numa maquina de aceleração e que a qualquer momento ele veria seu filho casando e criando a propria família.
Não! Ele não podia encher sua cabeça com aquele assunto.
Carregar Scorpius nos braços ou no carrinho de bebê não era incomodo ou cansativo, ao contrario da situação em que se encontrava agora. Scorpius não se contentava mais em ficar nos braços de seus pais ou tios, o loirinho queria ficar no chão e pegar o máximo de coisas ao seu redor, e não satisfeito, adorava por tudo na boca também; Harry e Draco se viam loucos, não só eles como toda Hogwarts que quando pensavam em cuidar do pequeno por algumas horas, precisam correr por todos os lugares em busca do bebê que engatinhava.
Draco tinha colocado feitiço de proteção em todas as possíveis saídas que seu filho tentasse usar quando estavam dentro do quarto, ele reclamava de forma incompreensiva mas não dava o braço a torcer nem se rendia para sair do chão.
E enquanto cuidava do filho Harry tentava finalizar o pergaminho de dez páginas pedido por Snape e Rony bocejava em cima dos livros dispostos na mesa quase dormindo por estarem a tantas horas na mesma posição.
— Se a Hermione aparecesse aqui, duvido que estivessem desse jeito... – Draco provocou vendo o namorado o fuzilar com os olhos.
— E você podia parar de usar o pequeno James como desculpa pra não ajudar. – Ron rebateu — Você já usou feitiço de proteção no quarto, ele não vai sair daqui.
— Isso não significa muita coisa se tratando do Scorp. – Malfoy protestou — Tenta ter um filho pra ver o quanto é fácil... Amor, por aí, não. – o loiro correu na direção do quarto do filho e se divertindo Scorpius gargalhava movendo seus pequenos joelhos ainda mais rápidos — Filho volta aqui! – chamou inutilmente.
— É bom ver que você tem controle sobre ele, Malfoy. – Ron o provocou rindo.
— Não enche Weasley. – Harry também riu e segundos depois o loiro sumiu no quarto do filho.
Harry tinha perdido as contas de quantas vezes se pegava rindo pelas cenas de Draco e Scorpius, os cabelos loiros e cacheados estavam ficando cada vez maiores, seus olhos verdes mais intensos e seus primeiros dentes já haviam dado sinais de vida, mais um problema que o casal enfrentava; sempre que era contrariado, Scorpius mordia o que visse pela frente, fossem os dedos dos pais, ou seus próprios.
— Papai disse que achou uma invenção trouxa que deve ajudar bastante o James.. – Ron disse depois de notar a mão do melhor amigo avermelhada. — É algo que serve pra ele morder, não sei bem, mamãe enviou um berrador falando sobre isso, e acho que eles vão enviar no final de semana. – Harry assentiu — A Pansy estava chateada ontem a tarde, disse que o Draco deu dois tapinhas no baby James..
— Ele também a mordeu. – Harry comentou ainda escrevendo.
— Mas ele é pequeno, Harry, e isso nem machuca. Não acho certo ele apanhar..
— Ron, olha a minha mão. – o moreno disse virando-se pro amigo — Está vermelho, não está?! – ele concordou — Não é que as mordidas do Scorp nos ferem, ou deixem roxos, mas incomoda, os dois primeiros dentes já nasceram e ele não tem muita força, eu sei, mais ainda assim, dói. – explicou de forma paciente — Eu também não gosto de vê-lo chorar, mas ele precisa saber desde cedo o que é certo e errado. – Ron suspirou se dando por vencido, mesmo que odiasse ver o sobrinho chorando por longos minutos, ele sabia que Harry e Malfoy tinham razão.
— Me desculpe, eu só tento fazê-lo feliz o máximo possível. – Harry sorriu largo apertando seus ombros.
— Eu sei Ron, eu sei.
O silêncio que se fez depois da breve conversa dos amigos foi o suficiente para assustá-los assim que o grito de Draco ecoou de dentro do quarto. O tinteiro virando sobre a mesa foi imperceptível ao desespero que os dois tiveram pela expressão de Draco, no entanto, o que era pavor se tornou na cena mais graciosa que os três poderiam ver; Scorpius tentava se equilibrar de pé com sua coruja de pelúcia enquanto Draco estava sentado um pouco mais afastado do seu guarda-roupa.
Uma lágrima escorreu involuntariamente pelo seu rosto quando o garoto sorriu largo movendo seus pés para frente tentando chegar ao pai o mais rápido possível. Rony não conseguia sequer falar, tinha as mãos trêmulas e piscava seguidas vezes tentando checar se aquilo era mesmo real.
Seu sobrinho não podia estar dando os primeiros passos a sua frente, era felicidade demais pra um só dia.
— Devagar, filho... Vai devagar. – foi à única coisa que Harry conseguiu falar antes de ver o loirinho estender o corpo pra cima dos ombros de Draco.
— Por Merlin! Meu filho tá se tornando um homenzinho. – Draco chorou apertando o filho em seus braços — Eu não acredito nisso... – ele virou para Harry ainda em choque — Amor?
— E-eu, eu não sei o que falar... – disse com a voz falha — Oh filho como eu te amo... – Harry choramingou abraçando Draco e o pequeno em seus braços enquanto Rony ainda estava estático.
O casal permaneceu naquela posição por algum tempo antes de levantar e olhando para o tio que sorriu estendendo as mãos pra ele também, Scorpius não titubeou em dar mais alguns passos na direção do ruivo. Harry encarou o namorado que mordeu o lábio em nervosismo e sorrindo o moreno suspirou voltando sua atenção ao filho.
Aqueles eram os primeiros momentos da total perda de sossego dos dois.
/.../
Um breve aviso, a partir de agora os saltos temporais serão frequentes, eu quero mostrar a fase mais fofa do Scorpius e todos os mimos que recebe de todos, mas também precisamos vê-lo crescer e ficar cada vez mais parecido com o casal Drarry.
Não deixem de votar e comentar o que estão achando. beijinhos da tia